quarta-feira, 12 de setembro de 2012

Biografia: Dr. Joseph Gleber


Na última andança terrena Joseph Gleber nasceu na Alemanha, em Hoffenback, pequenina cidade próxima de Frankfurt, no dia 15/08/1904. Filho de judeus, enfrentou uma certa animosidade dos seus compatrícios e, mesmo assim, logrou concluir seus estudos de graduação no Instituto de Física da Alemanha. Na Universidade de Viena na Áustria, realizou seus altos estudos de física. Em concomitância, compatibilizou o tempo e tornou-se doutor em medicina, já tendo em mente dificuldades supervenientes por sua "origem judaica". Ainda em Viena conheceu Herta Mishay, também filha de judeus, natural de Salzburg, sua futura esposa.


Casado, retornou a Berlim onde passou a exercer a medicina e a lecionar física numa escola judaica. Em 1935, quando contava 2 filhos no seu lar, exultou diante da perspectiva de ativar correspondência com o renomado físico italiano Enrico Fermi, que fazia incursões na pesquisa da física atômica, sinalizando para descobertas importantes nessa conhecida modalidade de energia.


Esta permuta de correspondência e encontros não só com o físico italiano mas com outros, como Albert Einstein, o descobridor da teoria da relatividade, valeram-lhe fama a ponto de ser convidado para a recém-criada equipe de físicos do Governo Alemão. O fato era inusitado. Não era ele descendente do povo judeu?


Joseph amava a física e sedento do desejo de pesquisa, juntou-se às grandes inteligências do país para desvendar os segredos da energia nuclear. Internado em laboratório especial, a semelhança de outros colegas, assumiu a responsabilidade por determinada área de pesquisa, entrementes, ignorava os objetivos escusos e belicosos de Adolf Hitler.


Como estratégia e intenção maldosa, o Führer houvera orientado os cientistas pesquisadores da física nuclear, que seus trabalhos ou descobertas seriam complementares aos dos outros, mas que suas descobertas não poderiam ser comentadas entre eles. O nosso físico, Joseph Gleber, percebendo a intenção de produzir-se, pelas pesquisas, artefatos para a guerra a partir da energia atômica, depois de muito meditar, chegou à conclusão que não deveria se juntar aos esforços para materializar um projeto ameaçador ao direito de viver da criatura humana.


Insulado num novo laboratório, Joseph protelou as suas demonstrações e experiências, o que gerou uma desconfiança. Em abril de 1942, ele, sua mulher e filhas, foram introduzidos num forno crematório, sofrendo cruenta forma de morte.


Poucos teriam a coragem para tal enfrentamento e disposição de alma tão elevada, a ponto de conferir tanta dignidade no trato da ciência. Em meio a cenário tão conturbado, Joseph resistiu aos acenos do fascínio da fama, pois o seu espírito ansiava sim, por uma trajetória de conquistas para o bem comum e sua dedicação à física poderia alcança-la, todavia, dentro de uma outra visão. Preferiu a ruptura da vida, a noite da morte, não permitindo que a sua inteligência colaborasse na produção do terror e do desespero.