Filhos da alma, que Jesus nos abençoe!
O Espiritismo é uma nascente de bênçãos que flui incessantemente,
oferecendo a água cristalina da Verdade para todos os sedentos da Humanidade.
Podemos considerá-lo, também, como o Sol da Nova Era aquecendo os
corações enregelados, e libertando as mentes angustiadas.
É verdade que a dor parece zombar das gloriosas conquistas
contemporâneas. Do seu crivo, ninguém na indumentária carnal consegue escapar.
Aqui é a violência, sob todos os aspectos considerada, ceifando a
floração de vida que não chegou à maturidade...
Ali é o sofrimento mal contido no íntimo dos corações, arrancando
da face a máscara da falsa alegria.
Mais distante, são os desejos irrealizados, convertidos em
conflitos tormentosos, gerando desinteligência e padecimentos profundos.
Em todo lugar, a presença do sofrimento abençoado!
Oh! Dor bendita, que vergas a cerviz dos poderosos e demonstras a
fatuidade das conquistas terrenas!
Bendigamos a oportunidade de experimentar, nas carnes da alma, a
presença do sofrimento, transformando-se, pela resignação e coragem do
enfrentamento, em condecorações luminosas, que nos destacarão na grande jornada
em direção da luz imarcescível.
Vivemos o momento da grande transição que deixa a impressão de que
os Ouvidos Divinos nos penetrais do Infinito não escutam o clamor da Terra...
Nunca, entretanto, como hoje, a Misericórdia do Pai Amantíssimo tem
respondido às multidões desarvoradas as súplicas que Lhe são dirigidas.
Jamais, como agora, o Amor de Jesus enviou à Terra Embaixadores tão
numerosos para que possam apresentar-Lhe a mensagem dúlcida do amor, que ficou
esquecida na memória dos tempos...
Heróis anônimos da caridade, missionários da renúncia, cientistas e
pensadores, artistas e estetas mergulham, sem cessar, nas sombras terrestres
para evocar e viver a proposta do Amor como dantes nunca havia ocorrido.
É verdade, filhas e filhos da alma, que as aflições permanecem,
também através do sítio estabelecido por mentes desencarnadas, que buscam
cercear-vos o passo, vitimadas pela revolta, tentando obstaculizar a marcha do
progresso moral.
Afirmais, muitas vezes, que sentis os aguilhões, as flechas
disparadas pelos arqueiros das Trevas, dilacerando-vos a intimidade dos
sentimentos.
Reportai-vos continuamente a esse cerco feroz que parece triunfar
em alguns arraiais da sociedade.
Não vos esqueçais, porém, do Amor do Pai Celestial, generoso, e da
Misericórdia de Jesus que vos não esquecem e, a cada momento, o silêncio da
sepultura arrebenta-se, trazendo-vos de volta os Mensageiros da Verdade, os
novos construtores do amanhã para sustentar-vos na luta.
É natural, meus filhos e minhas filhas, que tal ocorra.
Não se pode edificar, num planeta de provas e expiações,
transitando para o grau de regeneração, senão com a presença do sofrimento, que
foi cristalizado pela nossa intemperança, resultante do nosso processo
evolutivo no passado, quando ainda nas vascas da ignorância do ontem.
...Mas, o Deotropismo arrasta-nos e a Voz do Cristo, convocando as
Suas ovelhas ao rebanho, fascina-nos.
Não temamos nossos irmãos enlouquecidos. São Filhos de Deus,
credores da nossa compaixão e da nossa misericórdia. Hostilizando-nos,
necessitam de nós e, por nossa vez, deles necessitamos. Estendamos-lhes os
braços afetuosos, ofertemos-lhes a oração de fraternidade e juntos busquemos
Jesus.
Alcançais, a pouco e pouco, novos patamares da evolução, embora o
Movimento Espírita apresente as dificuldades compreensíveis defluentes da
vulgarização da mensagem, diminuindo em qualidade o que ganha em quantidade.
As diretrizes aqui exaradas, as decisões aqui estabelecidas nestes
dias e a vossa dedicação constituem o selo de garantia no trabalho enquanto
estiverdes submetidos à inspiração do Mestre Galileu.
Permanecei devotados, esquecei as diferenças e recordai-vos da
identidade dos conceitos, deixando à margem os espículos, os desvios de
opinião, para, unidos, pensarmos juntos, na construção do amor por definitivo
em nosso amado planeta.
Vossos guias espirituais assistem-vos e Ismael, em nome de Jesus,
guia-vos.
Sigamos, pois, Espíritos-espíritas e espíritas-Espíritos, dos dois
planos da Vida, de mãos dadas, entoando o nosso hino de alegria por gratidão a
Jesus pela honra de havermos sido chamados, à última hora, para trabalhar na
Sua Vinha...
Alegrai-vos, filhas e filhos da alma, bendizendo a honra de servir!
Que o Senhor de bênçãos vos abençoe hoje e sempre!
São os votos carinhosos do amigo paternal e humílimo de sempre.
Espírito
Bezerra de Menezes / Divaldo Pereira Franco, no encerramento da Reunião
Ordinária do Conselho Federativo Nacional da Federação Espírita Brasileira, no
dia 9 de novembro de 2008, em Brasília, DF.