sexta-feira, 12 de abril de 2019

O Livro dos Espíritos e a Educação



A primeira característica de O Livro dos Espíritos, nem sempre percebida, é a sua forma didática. Não fosse Kardec um pedagogo, habituado à disciplina pestalozziana, e os Espíritos do Senhor não teriam conseguido na Terra um tão puro reflexo dos seus pensamentos. Mas a didática de Kardec nessa obra não se limita à técnica de ensinar. É uma didática transcendente insuflada pelo espírito, que mais se aproxima da Didática Magna de Comenius do que dos manuais técnicos dos nossos dias.
A Educação Espírita brota desse livro como água da fonte: espontânea e necessária. Logo na Introdução temos um exemplo disso. Não se trata apenas de introdução à obra, mas à Doutrina Espírita. Ao invés de uma justificativa e uma explicação do livro, temos uma abertura para a compreensão de todo o seu conteúdo e até mesmo da posição do Espiritismo no vasto panorama da cultura terrena, abrangendo as áreas até então conflitivas do Conhecimento e estabelecendo entre elas as ligações indispensáveis. Sim, indispensáveis porque o conflito entre as áreas culturais era o maior obstáculo à compreensão global do homem que o Espiritismo trazia.
Ainda agora, em nossos dias, o Prof. Rhine assinalou a existência de várias concepções antropológicas conflitivas: a religiosa ou teológica, a científica ou materialista, a filosófica materialista ou espiritualista e assim por diante. (Ver O Novo Mundo da Mente, de Rhine.) O que a Parapsicologia se propõe a fazer, mais de cem anos depois, Kardec já realizara com O Livro dos Espíritos. Se os cientistas não perceberam isso, os espíritas por todo o mundo se beneficiaram com a nova concepção gestáltica e se incumbiram de propagá-la.
Bastaria isso para mostrar e provar que a didática de Kardec nessa obra transcendeu os limites puramente didáticos para atingir dimensões pedagógicas. Não poderíamos dizer que O Livro dos Espíritos é um tratado de Pedagogia, pois o seu objetivo específico não é a Pedagogia. Mas é evidente que se trata de um verdadeiro manual de Educação, no mais amplo e elevado sentido do termo. Seu objetivo explícito é ensinar e educar. O ensino ressalta desde as primeiras linhas e se desenvolve até as últimas, sem solução de continuidade. Mas esse ensino não se limita à transmissão de dados técnicos de informações culturais objetivas. Pelo contrário, projeta-se além desses dados e leva o estudante ao campo pedagógico da formação moral e espiritual. Ao terminar a sua leitura o estudante atento e perspicaz adquiriu novos conhecimentos, mas conquistou principalmente uma nova concepção do homem, da vida e do Universo. E mais do que isso, realizou o desígnio da sua própria existência, que é a sintonia do seu ser com o Ser Supremo: Deus.
O Sr. Sanson, materialista, lendo esse livro volta ao espiritualismo e se reencontra com Deus. Os caminhos da fé lhe eram vedados pela barreira do ilogismo religioso, mas O Livro dos Espíritos lhe demonstrou que entre os caminhos para Deus o da razão era o mais seguro. Este exemplo concreto e histórico, referido pelo próprio Kardec, mostra-nos a ligação das áreas culturais. Sanson ilustra essa ligação, como tantos outros o fariam mais tarde, ao atingir a fé pela razão.
Podemos dizer que, na Educação, segundo a conhecida proposição de Kerchensteiner, a Didática é o campo da cultura objetiva e a Pedagogia, que abrange naturalmente aquela, é o campo da cultura subjetiva. Mais de cem anos antes de Kerchensteiner fazer essa proposição Kardec já a havia utilizado com êxito na elaboração de O Livro dos Espíritos. Pode-se alegar que essa não foi uma realização de Kardec, e sim dos Espíritos. Convém lembrar que a organização do livro, e até mesmo a sua fatura na produção do texto, através das perguntas que provocaram as respostas espirituais, estiveram a cargo de Kardec. Nessa prodigiosa elaboração os Espíritos contribuíram com a matéria-prima, mas Kardec foi o artesão paciente e lúcido, esclarecido e capaz.
A preocupação de Kardec com as palavras, por exemplo, revela o cuidado do professor terreno que tem de aplicar os termos com exatidão para se fazer compreender. Os Espíritos não se importavam com isso, como muitas vezes disseram ao mestre, pois o que lhes interessava era o pensamento e seu significado intrínseco, sua substância. Mas Kardec estava encarnado — era o homem no mundo — e por isso mesmo atento aos problemas do mundo. Vemos na Introdução como ele, logo de início, procura e consegue definir com clareza os termos para que "a ambiguidade das palavras" não leve o leitor a confusões perigosas ou os possíveis exegetas a interpretações deturpadoras.
O Resumo da Doutrina dos Espíritos, que encontramos na Introdução, é outra prova do trabalho pessoal de Kardec e da maneira por que ele sabia colocar a Didática em função da Educação, entrosando-a na Pedagogia não só como instrumento de ensino, mas, sobretudo como função pedagógica. A leitura atenta e meditada desse resumo seria suficiente para esclarecer um leitor realmente interessado no assunto e predispô-lo à renovação interior. Nesse sentido, podemos dizer que Kardec realizou o sonho de Pestalozzi: deu ao mundo uma forma viva de ensino que ao mesmo tempo informa e forma, instrui e moraliza. A dinâmica pedagógica de O Livro dos Espíritos teria impedido o desvirtuamento da Educação através do pragmatismo educacional, se porventura os pedagogos do século XX o tivessem encarado com isenção de ânimo e os cientistas, na sua maioria, não se tivessem deixado embriagar pelas teorias materialistas.


                                                                                             José Herculano Pires / Livro: Pedagogia Espírita

Continua na próxima postagem...

sábado, 6 de abril de 2019

23ª Semana Espírita de Itambacuri/MG


ABORTO NÃO!





“Qual o primeiro de todos os direitos naturais do homem? - O de viver. Por isso é que ninguém tem o de atentar contra a vida de seu semelhante, nem de fazer o que quer que possa comprometer-lhe a existência corporal.”
(O Livro dos Espíritos, Allan Kardec - Questão 880)
A temática do aborto e os debates sobre a sua descriminalização no Brasil têm gerado muitas discussões e embates nos meios político e religioso – e sobretudo, social, através da internet. No que tange à Doutrina Espírita, a posição contra o aborto é bem clara.
Porém, até mesmo no Movimento Espírita, é necessário trazer o assunto ao diálogo e à reflexão com materiais embasados doutrinariamente.
Por isso, a Federação Espírita Brasileira (FEB) lançou a cartilha “Em Defesa da Vida: Aborto, diga não”, que apresenta fundamentos obtidos das principais fontes espíritas, além de diversos argumentos e embasamentos jurídicos sobre a proteção da vida humana e o respeito aos direitos naturais do homem, como o de viver.
O material é gratuito e acessível a todos que desejam compartilhá-lo.
A FEB, juntamente às Federativas Estaduais, Conselhos Regionais, Alianças Municipais e Casas Espíritas de todo o país, pretende ampliar ao máximo esse esclarecimento, além de demonstrar que as Leis Humanas devem se aproximar da Lei Natural (ou Divina), sendo certo que a proteção da vida humana deve ocorrer desde a concepção.

DEFESA DA VIDA
A Cartilha integra a Campanha Permanente “Em Defesa da Vida”, criada e divulgada pela Federação Espírita Brasileira há mais de 20 anos, que traz materiais com orientações dos Espíritos sobre muitos temas importantes em nosso contexto social, entre eles: aborto, suicídio, eutanásia, violência, e vida familiar.

Fonte: www.uemmg.org.br

Obreiros da Vida Eterna




"Obreiros da Vida Eterna" é o quarto livro da Microcampanha "A Vida no Mundo Espiritual", por iniciativa da UEM/COFEMG



sexta-feira, 29 de março de 2019

Assembleia Geral Ordinária CEJG


Aconteceu  no dia 24/03/2019, às 17h30 em primeira convocação, a Assembleia Geral Ordinária do Centro Espírita Joseph Gleber.
Na ocasião, foram apresentados: o relatório das atividades da Diretoria em 2018, bem como o balanço contábil do mesmo ano.
Também foi apreciado o Programa Anual de Atividades para 2019.

Curso de Expositor Espírita


    Foi realizado, nos dias 23 e 24/03/2019, em Teófilo Otoni-MG, o Curso de Formação de Expositores Espíritas. A capacitação foi promovida pela Área de Comunicação Social Espírita (ACSE) da União Espírita Mineira (UEM) e COFEMG - Conselho Federativo Espírita de Minas Gerais.
       O curso foi ministrado pelo Conselheiro da UEM e ex-Coordenador da ACSE, Álvaro de Castro, e reuniu muitos irmãos interessados nas técnicas de exposição de conteúdo espírita ao público.

Palestras CEJG - Abril/2019