sábado, 13 de abril de 2019

Mensagem da Semana

Não as palavras

“Mas em breve irei ter convosco, se o Senhor quiser, e então conhecerei, não as palavras dos que andam inchados, mas a virtude.” Paulo (I Coríntios, 4:19)

Cristo e os seus cooperadores não virão ao encontro dos aprendizes para conhecerem as palavras dos que vivem na falsa concepção do destino, mas sim dos que se identificaram com o espírito imperecível da construção evangélica.
É indubitável que o Senhor se interessará pelas obras; contudo, toda vez que nos reportamos a obras, geralmente os ouvintes somente se lembram das instituições materiais, visíveis no mundo, ricas ou singelas, simples ou suntuosas.
Muita vez, as criaturas menos favorecidas de faculdades orgânicas, qual o cego ou o aleijado, acreditam-se aniquiladas ou inúteis, ante conceituação dessa natureza.
É que, comumente, se esquece o homem das obras de santificação que lhe compete efetuar no próprio espírito.
Raros entendem que é necessário manobrar pesados instrumentos da vontade a fim de conquistar terreno ao egoísmo; usar enxada de esforço pessoal para o estabelecimento definitivo da harmonia no coração. Poucos se recordam de que possuem ideias frágeis e pequeninas acerca do bem e que é imprescindível manter recursos íntimos de proteção a esses germens para que frutifiquem mais tarde.
É lógico que as palavras dos que não vivem inchados de personalismo serão objeto das atenções do Mestre, em todos os tempos, mesmo porque o verbo é também força sagrada que esclarece e edifica. Urge, todavia, fugir aos abusos do palavrório improdutivo que menospreza o tempo na “vaidade das vaidades”.
Não olvides, pois, que, antes das obras externas de qualquer natureza, sempre fáceis e transitórias, tens por fazer a construção íntima da sabedoria e do amor, muito difícil de ser realizada, na verdade, mas, por isto mesmo, sublimada e eterna.

Livro Vinha de Luz – Emmanuel por Chico Xavier – Lição 72

"Obreiros da Vida Eterna": Andrezinho e a existência no Mundo Espiritual

O Livro dos Espíritos e a Educação - continuação

Continuação da postagem anterior...
        
Os novos dados
O ensino de O Livro dos Espíritos se constitui da transmissão para os educandos dos novos dados sobre o homem, a vida, a Natureza e o Universo que a Ciência Espírita conseguiu obter através da pesquisa, da observação e da revelação. O problema da revelação, que levanta suspeitas e objeções na área científica propriamente dita, é explicado de maneira didática. Até Kardec a Revelação era divina e só divina, e se escrevia assim como fizemos, com inicial maiúscula. Dela se originava a Teologia, a Ciência de Deus... feita pelos homens. A partir de Kardec a situação é outra.
Descartes, inspirado pelo Espírito da Verdade já havia demonstrado no século XVII que à Ciência Divina proveniente da Revelação se opunham as ciências humanas provenientes da razão. Kardec foi além e demonstrou a existência de dois tipos de revelação: a divina e a humana. A Ciência Espírita se apresentava como produto da conjugação dessas duas formas. De um lado tínhamos a revelação divina feita pelos Espíritos, de outro a revelação humana feita pelos homens. Todo cientista capaz de descobrir novas leis naturais é um revelador, pois na verdade revela uma realidade oculta. A Ciência Espírita fundia a revelação divina com a revelação humana. Os Espíritos revelavam no geral, os homens no particular.
Vamos a um exemplo concreto. Os Espíritos revelaram a Kardec que muitos Espíritos não sabiam que haviam morrido. Kardec estranhou e pôs em dúvida esse dado da revelação. Mas para esclarecer o problema entregou-se à pesquisa e esta lhe mostrou que os Espíritos tinham razão. Kardec poderia ter-se apoiado em pressupostos da tradição espiritualista, inclusive da tradição judaica a respeito, mas não procedeu assim porque o seu critério científico exigia a comprovação objetiva dos fatos. Quem quiser consultar a coleção da Revista Espírita sobre esse assunto verá como Kardec conseguiu objetivar esse problema subjetivo com a questão do desprendimento do espírito durante o sono, com o problema da obsessão e também com o problema da existência do corpo espiritual (períspirito), e assim por diante.
A própria existência de Deus e a questão de sua imanência e transcendência, inacessíveis à Ciência, segundo a tese kantiana, Kardec submeteu à observação e à lógica. Depois dele o Prof. Ernesto Bozzano sugeriu a hipótese do Deus-Éter, mas Kardec não se prendera ao campo das leis físicas, recorrendo ao princípio de causa e efeito e firmando o princípio espírita de que: todo efeito inteligente tem uma causa inteligente.
A ideia de evolução se infiltrara na Ciência e na Filosofia desde o século XVIII. Kardec a recebeu dos Espíritos, mas também a submeteu à observação. No caso da evolução do homem submeteu-a ainda à pesquisa através da mediunidade e conseguiu demonstrar a sua realidade de maneira positiva.
Assim os dados da nova ciência, que Kardec chamou de ciência do espírito ofereciam uma nova concepção do homem e do mundo que tinha de ser ensinada à Humanidade. A transmissão desses dados coube à didática de Kardec em O Livro dos Espíritos.

O novo homem
Esse volume de informações novas que abriam novas perspectivas para o futuro humano, Kardec, o pedagogo e professor, submeteu naturalmente ao controle pedagógico da formação do novo homem. Surge aí, precisamente nesse ponto do processo espírita, a conexão necessária (entendendo-se a necessidade no mais rigoroso sentido lógico) do Espiritismo com o Cristianismo. Jesus também havia procedido assim. Oferecera aos homens novos dados sobre a sua natureza e sobre a natureza do Universo, provando através de demonstrações práticas a realidade do seu ensino: os fatos espíritas que constam dos Evangelhos, os fenômenos físicos por ele produzidos, os fenômenos de transfiguração e materializações ou aparições tangíveis (como no Monte Tabor e os ocorridos com ele mesmo após a morte).
Por outro lado, apoiando-se nesses dados, Jesus afirmara a necessidade de transformação do homem velho em homem novo e aplicará a sua pedagogia nesse sentido. Kardec dava continuação a esse trabalho de Jesus e verificava que a moral evangélica preenchia todos os requisitos da nova formação do homem a partir do século XIX.
O Livro dos Espíritos não é apenas um repositório de informações a serviço da Didática Espírita. É também um manual de aperfeiçoamento humano que culmina na sua última parte, dedicada às leis morais. Nesse sentido a estrutura da obra é clara: parte da questão da existência de Deus, examina o problema da Criação, situa o homem no contexto universal, demonstra a sua natureza espiritual e não sujeita à destruição da morte, investiga o mundo de após morte, revela a lei de reencarnação progressiva e teológica, estuda as relações dos espíritos com os homens, descobre a lei de adoração e explica o seu desenvolvimento, trata das penas e recompensas futuras e aponta Jesus como modelo da perfeição humana, dando à Humanidade a educação integral de que ela necessita.
O Livro dos Espíritos é, pois, um manual de Educação Integral oferecido à Humanidade para a sua formação moral e espiritual na Escola da Terra.

                                                                                             José Herculano Pires / Livro: Pedagogia Espírita





18/04/2019 – 162 ANOS DA 1ª EDIÇÃO DE O LIVRO DOS ESPÍRITOS

sexta-feira, 12 de abril de 2019

O Livro dos Espíritos e a Educação



A primeira característica de O Livro dos Espíritos, nem sempre percebida, é a sua forma didática. Não fosse Kardec um pedagogo, habituado à disciplina pestalozziana, e os Espíritos do Senhor não teriam conseguido na Terra um tão puro reflexo dos seus pensamentos. Mas a didática de Kardec nessa obra não se limita à técnica de ensinar. É uma didática transcendente insuflada pelo espírito, que mais se aproxima da Didática Magna de Comenius do que dos manuais técnicos dos nossos dias.
A Educação Espírita brota desse livro como água da fonte: espontânea e necessária. Logo na Introdução temos um exemplo disso. Não se trata apenas de introdução à obra, mas à Doutrina Espírita. Ao invés de uma justificativa e uma explicação do livro, temos uma abertura para a compreensão de todo o seu conteúdo e até mesmo da posição do Espiritismo no vasto panorama da cultura terrena, abrangendo as áreas até então conflitivas do Conhecimento e estabelecendo entre elas as ligações indispensáveis. Sim, indispensáveis porque o conflito entre as áreas culturais era o maior obstáculo à compreensão global do homem que o Espiritismo trazia.
Ainda agora, em nossos dias, o Prof. Rhine assinalou a existência de várias concepções antropológicas conflitivas: a religiosa ou teológica, a científica ou materialista, a filosófica materialista ou espiritualista e assim por diante. (Ver O Novo Mundo da Mente, de Rhine.) O que a Parapsicologia se propõe a fazer, mais de cem anos depois, Kardec já realizara com O Livro dos Espíritos. Se os cientistas não perceberam isso, os espíritas por todo o mundo se beneficiaram com a nova concepção gestáltica e se incumbiram de propagá-la.
Bastaria isso para mostrar e provar que a didática de Kardec nessa obra transcendeu os limites puramente didáticos para atingir dimensões pedagógicas. Não poderíamos dizer que O Livro dos Espíritos é um tratado de Pedagogia, pois o seu objetivo específico não é a Pedagogia. Mas é evidente que se trata de um verdadeiro manual de Educação, no mais amplo e elevado sentido do termo. Seu objetivo explícito é ensinar e educar. O ensino ressalta desde as primeiras linhas e se desenvolve até as últimas, sem solução de continuidade. Mas esse ensino não se limita à transmissão de dados técnicos de informações culturais objetivas. Pelo contrário, projeta-se além desses dados e leva o estudante ao campo pedagógico da formação moral e espiritual. Ao terminar a sua leitura o estudante atento e perspicaz adquiriu novos conhecimentos, mas conquistou principalmente uma nova concepção do homem, da vida e do Universo. E mais do que isso, realizou o desígnio da sua própria existência, que é a sintonia do seu ser com o Ser Supremo: Deus.
O Sr. Sanson, materialista, lendo esse livro volta ao espiritualismo e se reencontra com Deus. Os caminhos da fé lhe eram vedados pela barreira do ilogismo religioso, mas O Livro dos Espíritos lhe demonstrou que entre os caminhos para Deus o da razão era o mais seguro. Este exemplo concreto e histórico, referido pelo próprio Kardec, mostra-nos a ligação das áreas culturais. Sanson ilustra essa ligação, como tantos outros o fariam mais tarde, ao atingir a fé pela razão.
Podemos dizer que, na Educação, segundo a conhecida proposição de Kerchensteiner, a Didática é o campo da cultura objetiva e a Pedagogia, que abrange naturalmente aquela, é o campo da cultura subjetiva. Mais de cem anos antes de Kerchensteiner fazer essa proposição Kardec já a havia utilizado com êxito na elaboração de O Livro dos Espíritos. Pode-se alegar que essa não foi uma realização de Kardec, e sim dos Espíritos. Convém lembrar que a organização do livro, e até mesmo a sua fatura na produção do texto, através das perguntas que provocaram as respostas espirituais, estiveram a cargo de Kardec. Nessa prodigiosa elaboração os Espíritos contribuíram com a matéria-prima, mas Kardec foi o artesão paciente e lúcido, esclarecido e capaz.
A preocupação de Kardec com as palavras, por exemplo, revela o cuidado do professor terreno que tem de aplicar os termos com exatidão para se fazer compreender. Os Espíritos não se importavam com isso, como muitas vezes disseram ao mestre, pois o que lhes interessava era o pensamento e seu significado intrínseco, sua substância. Mas Kardec estava encarnado — era o homem no mundo — e por isso mesmo atento aos problemas do mundo. Vemos na Introdução como ele, logo de início, procura e consegue definir com clareza os termos para que "a ambiguidade das palavras" não leve o leitor a confusões perigosas ou os possíveis exegetas a interpretações deturpadoras.
O Resumo da Doutrina dos Espíritos, que encontramos na Introdução, é outra prova do trabalho pessoal de Kardec e da maneira por que ele sabia colocar a Didática em função da Educação, entrosando-a na Pedagogia não só como instrumento de ensino, mas, sobretudo como função pedagógica. A leitura atenta e meditada desse resumo seria suficiente para esclarecer um leitor realmente interessado no assunto e predispô-lo à renovação interior. Nesse sentido, podemos dizer que Kardec realizou o sonho de Pestalozzi: deu ao mundo uma forma viva de ensino que ao mesmo tempo informa e forma, instrui e moraliza. A dinâmica pedagógica de O Livro dos Espíritos teria impedido o desvirtuamento da Educação através do pragmatismo educacional, se porventura os pedagogos do século XX o tivessem encarado com isenção de ânimo e os cientistas, na sua maioria, não se tivessem deixado embriagar pelas teorias materialistas.


                                                                                             José Herculano Pires / Livro: Pedagogia Espírita

Continua na próxima postagem...

sábado, 6 de abril de 2019

23ª Semana Espírita de Itambacuri/MG


ABORTO NÃO!





“Qual o primeiro de todos os direitos naturais do homem? - O de viver. Por isso é que ninguém tem o de atentar contra a vida de seu semelhante, nem de fazer o que quer que possa comprometer-lhe a existência corporal.”
(O Livro dos Espíritos, Allan Kardec - Questão 880)
A temática do aborto e os debates sobre a sua descriminalização no Brasil têm gerado muitas discussões e embates nos meios político e religioso – e sobretudo, social, através da internet. No que tange à Doutrina Espírita, a posição contra o aborto é bem clara.
Porém, até mesmo no Movimento Espírita, é necessário trazer o assunto ao diálogo e à reflexão com materiais embasados doutrinariamente.
Por isso, a Federação Espírita Brasileira (FEB) lançou a cartilha “Em Defesa da Vida: Aborto, diga não”, que apresenta fundamentos obtidos das principais fontes espíritas, além de diversos argumentos e embasamentos jurídicos sobre a proteção da vida humana e o respeito aos direitos naturais do homem, como o de viver.
O material é gratuito e acessível a todos que desejam compartilhá-lo.
A FEB, juntamente às Federativas Estaduais, Conselhos Regionais, Alianças Municipais e Casas Espíritas de todo o país, pretende ampliar ao máximo esse esclarecimento, além de demonstrar que as Leis Humanas devem se aproximar da Lei Natural (ou Divina), sendo certo que a proteção da vida humana deve ocorrer desde a concepção.

DEFESA DA VIDA
A Cartilha integra a Campanha Permanente “Em Defesa da Vida”, criada e divulgada pela Federação Espírita Brasileira há mais de 20 anos, que traz materiais com orientações dos Espíritos sobre muitos temas importantes em nosso contexto social, entre eles: aborto, suicídio, eutanásia, violência, e vida familiar.

Fonte: www.uemmg.org.br

Obreiros da Vida Eterna




"Obreiros da Vida Eterna" é o quarto livro da Microcampanha "A Vida no Mundo Espiritual", por iniciativa da UEM/COFEMG