quinta-feira, 11 de julho de 2019

Fazer o bem sem cessar


Eu nunca vos deixareis órfãos, eu ficarei convosco até a consumação dos evos*. Quando qualquer dificuldade estiver ao vosso alcance pensai em mim e eu estarei convosco.
Transcorreram dois mil anos e nesses dois mil anos em que o mundo se convulsionou inúmeras vezes, algo diferente hoje desenha-se no alicerce das almas: a presença do amor de Deus.
É necessário que tenhamos o sentimento profundo de compaixão para podermos entender a dor de quem chora.
Há muito sofrimento ao nosso lado esperando a mão amiga, e nós nos encontramos na Terra para servir.
Quem não se dedica a servir ainda não aprendeu a viver.
O serviço é a bênção de Deus demonstrando o sentido existencial.
Fazei o bem, filhos e filhas da alma, além do vosso alcance.
Nunca vos arrependereis de terdes erguido um combalido, saciado a sede ou alimentado alguém esfaimado.
Exultai pela honra, pela glória de crer e esse crer deve constituir a diretriz da vossa existência.
Embrulhai-vos na lã do Cordeiro de Deus e sede mansos e pacíficos.
Dias virão em que o lobo e a ovelha comerão ao lado no mesmo pasto.
Dias estão chegando em que o amor e a solidariedade diluirão a violência e a agressividade.
Sede pioneiros dessa era nova contribuindo com o que tendes de mais valor, que é o vosso sentimento, auxiliando-vos a ascender na escala evolutiva e a erguer os que teimosamente permanecem nos degraus inferiores da vida.
A queda leva ao abismo, e abismos existem sem fundos como as escadas da degradação não têm o último degrau.
Parai, detende o passo e começai a subir a escada do progresso, porque Cristo espera por vós.
Este é o vosso momento: não vos escuseis de amar ou de servir, tendo em mente que a vida física é breve como qualquer jornada, mas o ser que sois é permanente, imortal.
Transformai o amor em alimento da alma e o serviço em sustentação do amor.
Em nome dos Espíritos-espíritas aqui presentes rogamos as bênçãos de Deus para todos nós.
Voltai aos vossos lares, jubilosos; esquecei, por momentos breves que sejam, das aflições e enriquecei o coração e a mente com a alegria de amar e de receber amor.
Em nome do Senhor eu vos abraço, filhos e filhas da alma, com carinho do servidor humílimo e paternal de sempre,

 Bezerra - Psicofonia de Divaldo Pereira Franco, na palestra proferida na Sede da Creche Amélia Rodrigues, em 22 de outubro de 2016 em Santo André, SP

*evos: séculos

sábado, 6 de julho de 2019

Sarau 2019 - CEJG


Homenagem ao 17º aniversário do falecimento de Chico Xavier - 03/07/2019...

"Entre a Terra e o Céu" - Andrezinho e as existências do espírito

Aniversário CEJG


A prece

    Tempestade de paixões humanas, que abafais os bons sentimentos de que todos os Espíritos encarnados trazem uma vaga intuição no fundo da consciência, quem acalmará a vossa fúria? É a prece que deve proteger os homens contra o fluxo desse oceano, cujo seio encerra os monstros horrendos do orgulho, da inveja, do ódio, da hipocrisia, da mentira, da impureza, do materialismo e das blasfêmias. O dique que lhe opondes pela prece é construído com a pedra e o cimento mais duros e, impotentes para o transpor, esses monstros se esgotam em vãos esforços contra ele e mergulham, sangrentos e aflitos, nas profundezas abissais. Ó prece do coração, invocação incessante da criatura ao Criador, se conhecessem tua força, quantos corações arrastados pela fraqueza teriam recorrido a ti no momento da queda! Tu és o precioso antídoto que cura as chagas, quase sempre mortais, que a matéria abre no Espírito, fazendo correr em suas veias o veneno das sensações brutais. Mas como é restrito o número dos que oram bem! Acreditais que depois de haver consagrado grande parte do vosso tempo a recitar fórmulas que aprendestes, ou a lê-las em vossos livros, tereis merecido bastante de Deus? Desiludi-vos; a boa prece é a que parte do coração; não é prolixa; apenas, de vez em quando, deixa escapar seu grito a Deus em aspirações, em angústias e em rogativas de perdão, como a implorar que venha em nosso socorro e os Espíritos bons a levem aos pés do Pai justo, pois esse incenso é para Ele de agradável odor. Então Ele os envia em grupos numerosos para fortalecer os que oram bem contra o Espírito do mal; assim, tornam-se fortes como rochedos inabaláveis. Veem quebrar-se contra eles as vagas das paixões humanas e, como se comprazem nessa luta que os deve cumular de méritos, constroem, como a alcíone, seus ninhos em meio às tempestades.

Fénelon – Revista Espírita-julho/1861

Somos de Deus

“Nós somos de Deus.” João (I João, 4:6)

Não nos é fácil desvencilharmos dos laços que nos imantam aos círculos menos elevados da vida aos quais ainda pertencemos.
Apesar de nossa origem divina, mil obstáculos nos prendem à ideia de separação da Paternidade Celeste.
Cega-nos o orgulho para a universalidade da vida.
O egoísmo encarcera-nos o coração.
A vaidade ergue-nos falso trono de favoritismo indébito, buscando afastar-nos da realidade.
A ambição inferior precipita-nos em abismos de fantasia destruidora.
A revolta forma tempestades de ódio sobre as nossas cabeças.
A ansiedade fere-nos o ser.
E julgamos, nesses velhos conflitos do sentimento, que pertencemos ao corpo físico, ao preconceito multissecular e à convenção humana, quando todo o patrimônio material que nos circunda representa empréstimo de forças e possibilidades para descobrirmos nós mesmos, enriquecendo o próprio valor.
Na maioria das vezes, demoramo-nos no sombrio cárcere da separação, distraídos, enganados, cegos...
Contudo, a vida continua, segura e forte, semeando luz e oportunidade para que não nos faltem os frutos da experiência.
Pouco a pouco, o trabalho e a dor, a enfermidade e a morte, compelem-nos a reconsiderar os caminhos percorridos, impelindo-nos a mente para zonas mais altas. Não desprezes, pois, esses admiráveis companheiros da jornada humana, porquanto, quase sempre, em companhia deles, é que chegamos a compreender que somos de Deus.

Livro Vinha de Luz – Emmanuel por Chico Xavier – Lição 84