sexta-feira, 9 de agosto de 2019

Pai e mãe


São dois esteios de luz na Terra, na vida dos filhos: pai e mãe!
Sejam o que forem, o dever dos filhos é, pois, obedecer a seus genitores, enquanto se encontrem sob a direção do lar onde nasceram. O carinho e a gratidão para com os pais, dar-lhes-ão novas forças para as lutas de cada dia, e mesmo ideias de renovação dos próprios costumes, no campo da vivência lar e filhos.
Estás no mundo por misericórdia de Deus, que usa o processo da reencarnação, lei universal que opera em todos os mundos habitados, e é nesta oportunidade valiosa que deves usar de gratidão para com aqueles que, diante do Senhor, são teus tutores.
Filho, une-te a teus pais, no amor de Jesus, que esse amor transmutar-se-á em luz para o teu caminho! Se desprezares teus pais, esse gesto será semente que poderá dar frutos correspondentes ao plantio.
Observemos que a própria lei antiga pede respeito aos pais, para que possamos desfrutar, na Terra, longos dias de paz, nascida da consciência estabilizada pelo coração!... Esse é o nosso dever.
Sejam o que forem os pais, merecem o nosso amparo, gratidão e ajuda!
Eles receberão nossas luzes, pelos caminhos que trilharmos, pela conduta que assimilamos de Jesus. O lar é e pode ser a célula da sociedade. Faltando harmonia nos lares, faltará segurança nos povos.
Eis porque a Doutrina Espírita trabalha e se esforça para o nascimento do Culto do Evangelho em casa, como sendo marco divino, anunciando a felicidade para a família! O pai e a mãe podem e devem representar Jesus e Maria para os filhos que nasceram do fruto do amor em família, despertando o Mestre nos corações, com a força da alegria e da esperança, formando assim todos os sentimentos no amor.
Lembra-te de que deves honrar pai e mãe, e quando saíres do teu lar, respeita os outros pais, que não são os teus, como se o fossem, mantendo a gratidão por todos eles, que o Senhor não Se esquecerá do que fazes de bem, por onde andares.

                         Bezerra de Menezes / João Nunes Maia – Livro: Assimilação Evangélica

Na intimidade do ser

“Vós, pois, como eleitos de Deus, santos e amados, revesti-vos de entranhas de misericórdia, de benignidade, humildade, mansidão, longanimidade”.  Paulo (Colossenses, 3:12)

Indubitavelmente, não basta apreciar os sentimentos sublimes que o Cristianismo inspira.
É indispensável revestirmo-nos deles.
O apóstolo não se refere a raciocínios.
Fala de profundidades.
O problema não é de pura cerebração.
É de intimidade do ser.
Alguém que possua roteiro certo do caminho a seguir, entre multidões que o desconhecem, é naturalmente eleito para administrar a orientação.
Detendo tão copiosa bagagem de conhecimentos, acerca da eternidade, o cristão legítimo é pessoa indicada a proteger os interesses espirituais de seus irmãos na jornada evolutiva; no entanto, é preciso encarecer o testemunho, que não se limita à fraseologia brilhante.
Imprescindível é que estejamos revestidos de “entranhas de misericórdia” para enfrentarmos, com êxito, os perigos crescentes do caminho.
O mal, para ceder terreno, compreende apenas a linguagem do verdadeiro bem; o orgulho, a fim de renunciar aos seus propósitos infelizes, não entende senão a  humildade. Sem espírito fraternal, é impossível quebrar o escuro estilete do egoísmo. É necessário dilatar sempre as reservas de sentimento superior, de modo a avançarmos, vitoriosamente, na senda da ascensão.
Os espiritistas sinceros encontrarão luminoso estímulo nas palavras de Paulo. Alguns companheiros por certo observarão em nossa lembrança mero problema de fé religiosa, segundo o seu modo de entender; todavia, entre fazer psiquismo por alguns dias e solucionar questões para a vida eterna, há sempre considerável diferença.

Livro Vinha de Luz – Emmanuel por Chico Xavier – Lição 89

Vida em família


Os filhos não são cópias xerox dos pais, que apenas produzem o corpo, graças aos mecanismos do atavismo biológico.
As heranças e parecenças físicas são decorrências dos gametas, no entanto, o caráter, a inteligência e o sentimento procedem do Espírito que se corporifica pela reencarnação, sem maior dependência dos vínculos genéticos com os progenitores.
Atados por compromissos anteriores, retornam, ao lar, não somente aqueles seres a quem se ama, senão aqueloutros a quem se deve ou que estão com dívidas…
Cobradores empedernidos surgem na forma fisiológica, renteando com o devedor, utilizando-se do processo superior das Leis de Deus para o reajuste de contas, no qual, não poucas vezes, se complicam as situações, por indisposições dos consortes…
Adversários reaparecem como membros da família para receber amor, no entanto, na batalha das afinidades padecem campanhas de perseguição inconsciente, experimentando o pesado ônus da antipatia e da animosidade.
A família é, antes de tudo, um laboratório de experiências reparadoras, na qual a felicidade e a dor se alternam, programando a paz futura.
Nem é o grupo da bênção, nem o élan da desdita.
Antes é a escola de aprendizagem e redenção futura.
Irmãos que se amam, ou se detestam, pais que se digladiam no proscênio doméstico, genitores que destacam uns filhos em detrimento dos outros, ou filhos que agridem ou amparam pais, são Espíritos em processo de evolução, retornando ao palco da vida física para a encenação da peça em que fracassaram, no passado.
A vida é incessante, e a família carnal são experiências transitórias em programação que objetiva a família universal.
Abençoa, desse modo, com a paciência e o perdão, o filho ingrato e calceta.
Compreende com ternura o genitor atormentado que te não corresponde às aspirações.
Desculpa o esposo irresponsável ou a companheira leviana, perseverando ao seu lado, mesmo que o ser a quem te vinculas queira ir-se adiante.
Não o retenhas com amarras de ódio ou de ressentimento. Irá além, sim, no entanto, prossegue tu, fiel, no posto, e amando…
Não te creias responsável direto na provação que te abate ante o filho limitado, física ou mentalmente.
Tu e ele sois comprometidos perante os códigos Divinos pelo pretérito espiritual.
O teu corpo lhe ofereceu os elementos com que se apresenta, porém, foi ele, o ser espiritual, quem modelou a roupagem na qual comparece para o compromisso libertador.
Ante o filhinho deficiente não te inculpes. Ama-o mais e completa-lhe as limitações com os teus recursos, preenchendo os vazios que ele experimenta.
Suas carências são abençoados mecanismos de crescimento eterno.
Faze por ele, hoje, o que descuidaste antes.
A vida em família é oportunidade sublime que não deve ser descuidada ou malbaratada.
Com muita propriedade e irretorquível sabedoria, afirmou Jesus, ao doutor da Lei:
“Ninguém entrará no reino dos céus, se não nascer de novo”…
E a Doutrina Espírita estabelece com segurança:
"Nascer, morrer, renascer ainda e progredir sempre - é a lei. Fora da caridade não há salvação."
                        
Joanna de Ângelis / Divaldo Franco – Livro: SOS Família

sábado, 3 de agosto de 2019

"Nos Domínios da Mediunidade": Microcampanha "A vida no mundo espiritual"

Reflexões


O objetivo da Doutrina Espírita não é fascinar para dominar: é esclarecer para redimir.
A fé espírita é trigo, não é joio: nutre e fortalece a mente, não alucina nem incendeia a imaginação. Sua escola não visa a aliciar e arranchar indivíduos passivos que se movam tangidos pelo cajado de zagais que a si mesmos se divinizam e outorgam poderes e privilégios.
A moral espírita, revivendo a do Cristo de Deus, cria personalidades, consolida caracteres, faz homens livres.
***
É com a chave da coragem moral revelada na organização dos lares, colaborando com Deus no aperfeiçoamento das suas obras mediante a criação e educação dos filhos, que os sacerdotes e as sacerdotisas da família farão girar em seus gonzos os portais dos tabernáculos eternos, penetrando, vitoriosos, em seus arcanos, acompanhados daqueles com quem lutaram ombro a ombro, ajudando a vencer as asperezas e a escabrosidade do carreiro percorrido.
Jamais será com a gazua do celibato, dos claustros e das clausuras, fugindo àquelas responsabilidades e àqueles encargos pesados, que se logrará abrir, para si próprio e para outrem, as portas do Céu.

Vinícius / Livro: Na Seara do Mestre

Tu e tua casa

“E eles disseram: Crê no Senhor Jesus Cristo, e serás salvo, tu e a tua casa.” (Atos, 16:31)

Geralmente, encontramos discípulos novos do Evangelho que se sentem profundamente isolados no centro doméstico, no capítulo da crença religiosa.
Afirmam-se absolutamente sós, sob o ponto de vista da fé. E alguns, despercebidos de exame sério, tocam a salientar o endurecimento ou a indiferença dos corações que os cercam. Esse reporta-se à zombaria de que é vítima, aquele outro acusa familiares ausentes.
Tal incompreensão, todavia, demonstra que os princípios evangélicos lhes enfeitam a zona intelectual, sem lhes penetrarem o âmago do coração.
Por que salientar os defeitos alheios, olvidando, por nossa vez, o bom trabalho de retificação que nos cabe, no plano da bondade oculta?
O conselho apostólico é profundamente expressivo.
No lar onde exista uma só pessoa que creia sinceramente em Jesus e se lhe adapte aos ensinamentos redentores, pavimentando o caminho pelos padrões do Mestre, aí permanecerá a suprema claridade para a elevação.
Não importa que os progenitores sejam descrentes, que os irmãos se demorem endurecidos, nem interessam a ironia, a discussão áspera ou a observação ingrata.
O cristão, onde estiver, encontra-se no domicílio de suas convicções regenerativas, para servir a Jesus, aperfeiçoando e iluminando a si mesmo.
Basta uma estaca para sustentar muitos ramos. Uma pedra angular equilibra um edifício inteiro.
Não te esqueças, pois, de que se verdadeiramente aceitas o Cristo e a Ele te afeiçoas, serás conduzido para Deus, tu e tua casa.

Livro Vinha de Luz – Emmanuel por Chico Xavier – Lição 88

Introspecção



Quanto tempo não paro para observar ao meu lado e ver se não tem alguém precisando de mim.
Meus problemas me cegam e não me permitem escutar o que está ao meu redor.
Só tenho tempo para mim. Minhas dores são mais fortes, meu medo tem razão de ser, minhas dúvidas me atormentam e com isso sofro mais e me doo menos.
A cada dia que passa eu perco mais oportunidades de aprender e de crescer. A correria não me deixa perceber pequenas coisas que muito me acrescentariam e diminuiriam o sofrimento.
E é por isso que devemos parar para observar o que esta à nossa volta. Dar tempo para os filhos se sentirem amparados, ouvidos, amados. Olhar em seus olhos quando os ouvimos e procurar compreendê-los para que se sintam seguros.
Quando assim agimos com eles, desde pequeninos, desenvolvemos em nós a capacidade de percebermos as variações mais sutis e com isso não permitimos que elas se tornem grandes problemas.
Quando repreendermos um filho deverá ser com amor e por amor. Porque antes de tudo deveremos ser exemplos.
Devemos ter o cuidado constante para não nos afastarmos deles e depois querermos impor a nossa presença e os nossos conselhos.
O dia-a-dia nos apresenta oportunidades de aprendizado recíproco e contínuo, mas, devemos ter tempo para o outro.
Um amigo que se aproxima de nós para desabafar é porque confia e necessita de nossa atenção. Saber ouvir é um dom.
Quantas vezes evitamos situações extremas quando nos dispomos a escutar com a calma e a aconselhar como um pai amoroso.
De repente, era só isso que este amigo precisava: atenção. Um ombro amigo para chorar e dividir o peso dos problemas.
Jesus espera de cada um de nós a caridade em forma de atos. Ele quer que coloquemos em prática tudo o que vivemos escutando no Centro Espírita, no Culto no Lar, nos exemplos de cada dia.
Devemos observar mais e agir mais. De nada adiantará partirmos de cada encarnação com mais conhecimentos se não nos dispusermos a colocá-los em prática.
Por isso queridos amigos, aproveitemos essa nova oportunidade para nos doarmos um pouco mais.
O trabalho nos educa à medida que estabelecemos regras e, o tempo, criamos quando nos desvencilhamos da preguiça.
Deixemos de ser observadores e tomemos as rédeas dos compromissos assumidos.
Só passaremos a enxergar o próximo quando não nos colocarmos à nossa própria frente o tempo todo. Essa mudança nos tornará melhores e nossos fardos serão mais leves.
Fiquem em paz.
                         Joseph Gleber