quarta-feira, 21 de agosto de 2019

Migalha e multidão

“E tendo mandado que a multidão se assentasse sobre a relva, tomou os cinco pães e os dois peixes e, erguendo os  olhos ao céu, os abençoou e, partindo os pães, deu-os aos discípulos, e os discípulos à multidão.” (Mateus, 14:19.)

Ante o quadro da legião de famintos, qualquer homem experimentaria invencível desânimo, considerando a migalha de cinco pães e dois peixes. Mas Jesus emprega o imenso poder da bondade e consegue alimentar a todos, sobejamente.
Observemos, contudo, que para isso toma os discípulos por intermediários.
O ensinamento do Mestre, nesse passo do Evangelho, é altamente simbólico.
Quem identifica a aluvião de males criados por nós mesmos, pelos desvios da vontade, na sucessão de nossas existências sobre a Terra, custa a crer na migalha de bem que possuímos em nós próprios.
Aqui, corrói a enfermidade, além, surge o fracasso, acolá, manifestam-se expressões múltiplas do crime.
Como atender às necessidades complexas?
Muitos aprendizes recuam ante a extensão da tarefa.
Entretanto, se o servidor fiel caminha para o Senhor, a migalha de suas luzes é imediatamente suprida pelo milagre da multiplicação, de vez que Jesus, considerando a oferta espontânea, abençoar-lhe-á o patrimônio pequenino, permitindo-lhe nutrir verdadeiras multidões de necessitados.
A massa de nossas imperfeições ainda é inaquilatável.
Em toda parte, há moléstias, deficiências, ruínas...
É imprescindível, no entanto, não duvidar de nossas possibilidades mínimas no bem.
Nossas migalhas de boa vontade na disposição de servir santamente, quando conduzidas ao Cristo, valem mais que toda a multidão de males do mundo.

Livro Vinha de Luz – Emmanuel por Chico Xavier – Lição 91

Convivência com Jesus

Dizes que é quase impossível manter a mente em clima de equilíbrio, face às invitações aberrantes para o prazer e o consequente desgaste existencial, no qual se encontra a sociedade contemporânea.
Em toda parte, as paixões subalternas explodem com vigor, levando os indivíduos a comportamentos inexplicáveis, não fosse o baixo nível emocional em que se encontram, aumentam voluptuosamente a violência, o sexismo sempre exaltado e disputado, como artigo de uso exaustivo, devorador.
As antigas cidades de Sodoma e Gomorra parecem uma caricatura singela da agressiva realidade hodierna. Condenadas, segundo a tradição velho testamentária, foram destruídas de maneira inclemente.
De igual maneira, ocorre na atualidade a consumpção dos corpos e das existências pelo desgaste exagerado das energias, no banquete insaciável do gozo.
As ambições do luxo e da extravagância atingem índices de quase loucura no exibicionismo virtual, no qual, os fenômenos da vaidade alcançam o requinte da ausência de pudicícia e privacidade. Expõe-se o real e o fantasioso com naturalidade, chegando-se à extravagância em detrimento do equilíbrio e da sensatez.
A tecnologia que tantos benefícios tem ensejado à cultura social, torna-se objeto de projeção pessoal e de inveja para os menos favorecidos.
Duas classes destacam-se no relacionamento humano: a dos que possuem e a dos carentes. Entre elas tem prioridade a dos que furtam e se tornam criminosos por ódios e perversidades mal conduzidos, que pretendem arrancá-los da miséria e os promoverem ao primeiro status.
Impossibilitados de adquirir recursos de forma lícita e mediante o trabalho, acompanham o desfilar da futilidade dourada, desejando igualar-se aos poderosos sem maior esforço de honra e sacrifício. Discriminados pela pobreza e atormentados pela inveja, recorrem ao crime em que se comprazem, aumentando os níveis de desconforto e insegurança dos demais membros da sociedade.
Nesse báratro, a dor visível, disfarçada ou desconhecida, estabelece pouso em todo o organismo social, chamando-o à razão mediante a reflexão. Sem exceção, penetra tugúrios e mansões fiel ao seu papel de auxiliar os Espíritos ao amadurecimento e ao bem proceder.
Enfermidades físicas e distúrbios psicológicos mesclam-se nos seres humanos e os empurram, por falta de estrutura moral, a situações deploráveis.
Tudo poderia ser resolvido de maneira simples e exitosa, caso tivesse lugar nos comportamentos maior vigilância ao egoísmo e ao orgulho, essas chagas purulentas que ainda predominam em a natureza humana.
Se fossem adotadas as propostas de Jesus como encontrar-se a plenitude e se poderia viver em saudável ambiente de paz.
Procura experimentar viver um pouco mais Jesus.
Acalma as ansiedades do prazer por um pouco e silencia o desespero que urde soluções perversas para as situações mais complexas e tormentosas.
Pensa n’Ele, na Sua vida, na filosofia que propôs.
Traze-O para conviver no lar, no teu dia a dia, em tuas emoções e pensamentos.
Familiariza-te com os Seus ensinamentos, incorporando-os às tuas atividades.
Observa os tipos que Ele elegeu para conviver e ficarás surpreso, considerando-se os preconceitos e caprichos da época, a situação perversa e ingrata em que viviam os miseráveis. Foram esses, exatamente, aqueles que eram detestados pela conduta que se permitiam, pela situação deplorável em que viviam, que Ele elegeu para amigos e companheiros de convivência diária, nas tascas ultrajantes e nas ruas do abandono, levando-lhes o conforto e a esperança.
Com facilidade, no entanto, trasladava-se das baiucas sórdidas para as multidões que orientava, dando diretrizes para a edificação do reino de paz e de alegria nas paisagens destroçadas do coração.
Pergunta-Lhe, quando estiveres em dúvida, qual a melhor solução, que faria Ele em teu lugar?
Descobrirás a verdadeira ventura que não te impedirá de viver no mundo, após superadas as ilusões, as fantasias de efeito frustrante. No contato com Ele passarias a ver beleza e encantamento num grão de areia como numa estrela de primeira grandeza, tanto quanto no sorriso descontraído de uma criança ou na lágrima na face de um ancião.
 Na convivência com Ele aprenderias a ter paciência e a harmonizar-te, conseguindo tornar-te um evangelho de feitos.
Não consideres as quinquilharias que abarrotam os espaços domésticos mais importantes do que os tesouros que Ele oferece e apenas ocupam a mente e o sentimento, acompanhando-te sempre.
Lê mais os Seus ensinamentos e impregna-te deles.
Conhecerás a razão do existir e trilharás a via que conduz ao pouso de segurança.
Se conseguires conduzir Jesus ao teu lar, de imediato Ele irá possuindo o teu coração e tudo se transformará em tua vida, ensejando-te a conquista da plenitude.
Imagina o que aconteceu a Zaqueu e família naquela noite em que Ele dormiu no seu ninho doméstico! Quais teriam sido os temas tão extraordinários que modificaram completamente a existência do detestado cobrador de impostos? Qual a psicosfera que permaneceu naquele lar, após a saída d’Ele, que fez o homem infeliz dedicar-se no fim da vida ao ministério do amor e da caridade?
A sua existência nunca mais foi a mesma e até hoje, à semelhança daquele homem felizardo, pede-Lhe para que também te visite, passe uma noite em tua casa.
Joanna de Ângelis
Psicografia de Divaldo Pereira Franco, na sessão mediúnica do Centro Espírita Caminho da Redenção,
em Salvador, Bahia, em 2 de janeiro de 2017.

quarta-feira, 14 de agosto de 2019

FEB aprova mudança em seu Estatuto

Em 10.08.2019, em Assembleia Geral Extraordinária, aprovou-se a alteração do artigo 1º, do Estatuto da FEB, cujo parágrafo único, assim preconizava:
Parágrafo único – Além das obras básicas a que se refere o inciso I, o estudo e a difusão compreenderão, também, a obra de J.B. Roustaing e outras subsidiárias e complementares da Doutrina Espírita.(destacamos)

A seguir, apontamentos de Allan Kardec acerca da referida obra:

Os Evangelhos explicados
(Pelo Sr. Roustaing)

(...) O autor desta nova obra julgou dever seguir outro caminho; em vez de proceder por gradação, quis atingir o fim de um salto. Assim, tratou certas questões que não tínhamos julgado oportuno abordar ainda e das quais, por consequência, lhe deixamos a responsabilidade, bem como aos Espíritos que as comentaram. Consequente com o nosso princípio, que consiste em regular nossa marcha pelo desenvolvimento da opinião, até nova ordem não daremos às suas teorias nem aprovação, nem desaprovação, deixando ao tempo o cuidado de as sancionar ou as contraditar. Convém, pois, considerar essas explicações como opiniões pessoais dos Espíritos que as formularam, opiniões que podem ser justas ou falsas, e que, em todo o caso, necessitam da sanção do controle universal, e, até mais ampla confirmação, não poderiam ser consideradas como partes integrantes da Doutrina Espírita.
Quando tratarmos destas questões, fá-lo-emos categoricamente. Mas é que então teremos recolhido documentos bastante numerosos nos ensinos dados de todos os lados pelos Espíritos, a fim de poder falar afirmativamente e ter a certeza de estar de acordo com a maioria; é assim que temos feito, toda vez que se trata de formular um princípio capital. Já dissemos cem vezes: Para nós a opinião de um Espírito, seja qual for o nome que traga,  tem apenas o valor de uma opinião individual; nosso critério está na concordância universal, corroborada por uma lógica rigorosa, para as coisas que não podemos controlar com os próprios olhos.
De que nos serviria dar prematuramente uma doutrina como verdade absoluta se, mais tarde, devesse ser combatida pela generalidade dos Espíritos?
Dissemos que o livro do Sr. Roustaing não se afasta dos princípios de O Livro dos Espíritos e de O Livro dos Médiuns.
Nossas observações assentam sobre a aplicação desses mesmos princípios à interpretação de certos fatos. É assim, por exemplo, que ele dá ao Cristo, em vez de um corpo carnal, um corpo fluídico concretizado, tendo todas as aparências da materialidade, e dele faz um agênere. Aos olhos dos homens que então não tivessem podido compreender sua natureza espiritual, deve ter passado em aparência, expressão incessantemente repetida no curso de toda a obra, para todas as vicissitudes da Humanidade. Assim se explicaria o mistério de seu nascimento: Maria não teria tido senão as aparências da gravidez. Este ponto, posto como premissa e pedra angular, é a base sobre a qual ele se apoia para a explicação de todos os fatos extraordinários ou miraculosos da vida de Jesus.
Sem dúvida nada há nisso de materialmente impossível para quem quer que conheça as propriedades do invólucro perispiritual. Sem nos pronunciarmos a favor ou contra essa teoria, diremos que ela é, pelo menos, hipotética, e que se um dia fosse reconhecida errônea, faltando a base, o edifício desabaria.
Esperamos, pois, os numerosos comentários que ela não deixará de provocar da parte dos Espíritos, e que contribuirão para elucidar a questão. Sem a prejulgar, diremos que já foram feitas sérias objeções a essa teoria, e que, em nossa opinião, os fatos podem perfeitamente ser explicados sem sair das condições da humanidade corporal.
Estas observações, subordinadas à sanção do futuro, em nada diminuem a importância desta obra, que, ao lado de coisas duvidosas, em nosso ponto de vista, encerra outras incontestavelmente boas e verdadeiras, e será consultada com proveito pelos espíritas sérios.
Se o fundo de um livro é o principal, a forma não é para desdenhar e também concorre com algo para o sucesso. Achamos que certas partes são desenvolvidas muito extensamente, sem proveito para a clareza. A nosso ver, se a obra se tivesse limitado ao estritamente necessário, poderia ter sido reduzida a dois, ou mesmo a um só volume, com isso ganhando em popularidade.   
                     
Allan Kardec - Revista Espírita: junho/1866

De coração puro


“Amai-vos ardentemente uns aos outros com um coração puro”. (I Pedro, 1:22)

Espíritos levianos, em todas as ocasiões, deram preferência às interpretações maliciosas dos textos sagrados.
O “amai-vos uns aos outros” não escapou ao sistema depreciativo.
A esfera superior, entretanto, sempre observa a ironia à conta de ignorância ou infantilidade espiritual das criaturas humanas.
A sublime exortação constitui poderosa síntese das teorias de fraternidade.
O entendimento e a aplicação do “amai-vos” é a meta luminosa das lutas na Terra. E a quantos experimentam dificuldade para interpretar a recomendação divina temos o providencial apontamento de Pedro, quando se reporta ao coração puro.
Conhecem os homens alguns raios do amor que não passam de réstias fugidias, a luzirem através das muralhas dos interesses egoísticos, porque a maioria das aproximações de criaturas, na Crosta da Terra, inspiram-se em móveis obscuros e mesquinhos, no terreno dos prazeres fáceis ou das associações que se dirigem para o lucro imediatista.
O amor a que se refere o Evangelho é antes a divina disposição de servir com alegria, na execução da Vontade do Pai, em qualquer região onde permaneçamos.
Muita gente afirma que ama, contudo, logo que surjam circunstâncias contra os seus caprichos, passa a detestar.
Gestos que aparentavam dedicação convertem-se em atitudes do interesse inferior.
Relativamente ao assunto, porém, o apóstolo fornece a nota dominante da lição. Amemo-nos uns aos outros, ardentemente, mas guardemos o coração elevado e puro.

Livro Vinha de Luz – Emmanuel por Chico Xavier – Lição 90



Estudo das obras fundamentais do Espiritismo


A leitura atenta e o estudo continuado das obras fundamentais do Espiritismo sempre renovam nossa oportunidade de aprender. Dá a impressão, inclusive, de que estamos diante de um conteúdo inédito, quando nos certificamos, após algum tempo, de que já o havíamos lido anteriormente. Isso decorre, em nosso entendimento, de duas razões principais: a constante atualização dos conteúdos doutrinários expostos na obra básica da Codificação Espírita, isto é, o conteúdo espírita organizado na obra kardequiana foi, é e continua sendo atual; e a oportuna necessidade de atualizarmos nosso entendimento acerca da mensagem evangélica pelo salutar hábito do estudo, ou seja, precisamos “atualizar” nossa ignorância, buscando novos conhecimentos, cujos assentamentos encontram-se, sem exceção, nas inamovíveis bases definidas no arcabouço doutrinário.
As orientações seguras advindas da Espiritualidade Superior nos recomendam, inclusive, que dediquemos pelo menos 15 minutos diariamente para a leitura de alguma obra escrita sob a responsabilidade de Allan Kardec, o Codificador da Doutrina Espírita.
Esse contato diário com a obra básica, integrada pelo Pentateuco Kardequiano (O livro dos Espíritos, O livro dos médiuns, O evangelho segundo o Espiritismo, O céu e o inferno e A gênese), somando-se Obras póstumas, O que é o Espiritismo e a extraordinária Revista Espírita (1858-1869), certamente nos colocará a par da sabedoria espiritual e da genialidade de Kardec ao ensejar que tais ensinamentos renovadores fossem materializados na Terra para acesso de todos nós, trabalhadores e aprendizes da última hora.
O estudo possibilita ampliar a visão e o entendimento, a reflexão e a prática, sobre tudo o que nos sensibiliza as percepções, dilatando gradativamente a nossa capacidade de compreensão, a zona lúcida, conforme expressão do estudioso francês Paul Gibier.
O estudo espírita pode ser individual, num processo persistente de autodesenvolvimento, e coletivo, quando nos predispomos a integrar algum grupo interessado em propósitos semelhantes de se reunir e aprender, pelo compartilhamento de lições e experiências.
Ambas as tipologias de estudo, individual e coletivo, exigem planejamento, disciplina e organização do proponente ao aprendizado.
Para o estudo individual, alimentemo-nos de boa vontade, separemos um tempo diário de pelo menos 15 minutos, e iniciemos com o propósito firme de ir adiante. No início, há que se vencer algumas resistências naturais. Depois, torna-se mais fácil.
Para o estudo em grupo, as casas espíritas ofertam várias possibilidades, aproveitando-se do material de excelente qualidade disponibilizado ao movimento espírita pela FEB. São os programas do Estudo Sistematizado, do Estudo Aprofundado, do Estudo e Prática da Mediunidade, de cursos específicos sobre as obras da Codificação e de algumas publicações subsidiárias.
Oportunidades de estudo e aprendizado não faltam. O que às vezes falta é nossa boa vontade de estudar e aprender.
Que tal enriquecermos nossa trajetória presente, aproveitando a oportunidade de educação espiritual, propondo-nos à efetiva renovação íntima pelo exercício dos magnos mandamentos recomendados pelo Espírito de Verdade: amai-vos e instruí-vos?!

Geraldo Campetti Sobrinho – Vice-presidente da Federação Espírita Brasileira – Fonte: febnet.org,br

sexta-feira, 9 de agosto de 2019

Aniversário CEJG 2019

Neste ano, as festividades em comemoração ao aniversário do Centro Espírita Joseph Gleber chegaram com um presente especial...
A grande celebração, como de costume, renderia homenagens ao distinto benfeitor e aos trabalhadores que mantêm sua casa ativa ao longo de mais de seis décadas; contudo, uma curiosa novidade traria aos congregados motivos redobrados para comemorar.
A programação teve início na sexta-feira, dia 02/08, com a exposição pública de Gilvonete Pereira, acerca do tema “Fraternidade para com todos”. Foi pouco antes de abrirem os trabalhos da noite que uma notícia inusitada foi veiculada: foram encontrados, documentos que apontavam para a realização de expedientes na casa de Joseph desde o ano de 1954. Ou seja: o Centro Espírita Joseph Gleber estava completando não 64, mas 65 anos de existência. Seu aniversário, assim, foi duplamente comemorado nos corações dos obreiros do ideal espírita!
Na tarde do dia seguinte, em clima de júbilo e fraternidade, coube a César Henrique prosseguir o festejo, com lições em torno da temática "Fraternidade na Seara de Jesus". 
No domingo, o Sarau de Luzes saudou à espiritualidade com um brinde de talento e sensibilidade, a renovar nossos ânimos para mais um ciclo de trabalhos árduos mas edificantes, na expectativa de outros novos 65 anos!

Confira alguns momentos: