sexta-feira, 10 de janeiro de 2020

“Nada pode deter a marcha da Doutrina Espírita”


Meus Filhos: permaneça conosco a paz do Senhor!
Recrudescem as lutas.
Os anunciados tempos de transição chegam e fragorosas batalhas são travadas.
É indispensável a aferição de valores que devem caracterizar os combatentes.
Dificuldades e desafios apresentam-se no planeta em todas as áreas do conhecimento e do comportamento.
As estruturas mal construídas do passado esboroam-se ante o fragor das demolições incessantes.
A árvore que não foi plantada pelo Bem é derrubada, e as casas edificadas sobre as areias movediças ruem desastrosamente.
Mas a obra do bem permanece suportando os vendavais, enfrentando todos os desafios.
Não nos preocupemos com esses momentos que nos chegam, estabelecendo entre as criaturas o desequilíbrio e estimulando à debandada.
Os discípulos da verdade devem permanecer fiéis aos postulados que abraçam vivenciando-os.
Não seja pois, de estranhar, que a incompreensão sitie os nossos passos e obstáculos imprevistos apareçam pela senda que percorremos.
Devemos contar com a consciência ilibada e nunca aguardar o aplauso da insensatez.
Nosso modelo é Jesus, para Quem não houve lugar no mundo.
O Codificador igualmente seguiu-Lhe as pegadas e soube arrostar as consequências do messianato a que se entregou, incorruptível e tranquilo.
Lamentamos que as maiores dificuldades sejam intestinas em nosso Movimento, mas compreendemos que as criaturas se demoram em diferentes patamares de consciência, possuindo a óptica própria para observação dos fatos e interpretação da mensagem.
Já que não nos é lícito impor a proposta espírita libertadora, não nos preocupemos com as imposições que nos chegam.
Todos estamos informados dos fins dos tempos e o egrégio Codificador da Doutrina asseverou-nos que o mundo de provas e de expiações cederia lugar ao mundo de regeneração.
Através dos tempos se tem informado que essa modificação se dará por meio de fenômenos sísmicos dolorosos; através de lutas cruentas, em guerras intermináveis; mediante os conflitos humanos.
No entanto, se observarmos a História encontraremos todos esses acontecimentos assinalando períodos de transição.
A grande luta deste momento se travará no país da consciência de cada discípulo de Jesus. As convulsões serão de natureza interna. A batalha mais difícil será da superação das más inclinações, administrando-as e direcionando-as para o bem.
Por mais difíceis se nos apresentem as acusações, e por mais terrível seja a morbidez direcionada para impossibilitar-nos o avanço, mantenhamos a serenidade.
Que receio nos podem proporcionar aqueles que apenas falam contra nós?!
Atuando no bem e sabendo confiar no tempo, levaremos a mensagem de libertação da Doutrina Espírita às diferentes Nações da Terra, pulcra, conforme no-la legaram os Espíritos por intermédio de Allan Kardec e dos seus discípulos mais dedicados.
O Movimento expande-se; nada pode deter a marcha da Doutrina Espírita, nem mesmo aqueles que, se dizendo adeptos da palavra do Codificador, erguem-se para zurzir-nos com as expressões destrutivas, utilizando-se das armas da impiedade disfarçada de dedicação à Causa.
O servidor da verdade permanece-lhe fiel, não divulgando o mal, mas apresentando o bem; mesmo do erro tirando a melhor parte, aquela que serve de lição para não se voltar ao engano ou não se estabelecerem novos compromissos negativos.
Confiai, filhos dedicados!
Vossos passos na Terra devem deixar sinais que possam servir de roteiro para os que vierem depois.
O nosso compromisso é com Jesus, o Amor, e com Allan Kardec, a razão, para que a religião cósmica da verdade domine os corações humanos, restaurando no planeta a era da legítima fraternidade.
O Espiritismo vem desempenhando o papel para o qual foi codificado.
Não nos detenhamos na análise dos impedimentos, dos erros, mas examinemos a extensão dos benefícios que hoje conduzem milhões de vidas que se norteiam para o Bem.
Não guardemos qualquer ressentimento, nem nos deixemos entristecer ou entibiar, quando as forças parecerem diminuídas.
Não nos permitamos desanimar, porquanto o nosso é um trabalho pioneiro, a nossa é uma tarefa caracterizada pelo estoicismo.
Nossa jornada deve estar assinalada pelo amor, e é natural que ainda não haja lugar para ele entre muitos Espíritos que se encontram em níveis de evolução diferentes.
Avancemos unidos. O ideal de unificação vem do mundo espiritual para a Terra.
Se não formos capazes de discutir as nossas dificuldades idealísticas em clima de paz, de fraternidade, de respeito mútuo, de dignificação dos indivíduos e das Instituições, que mensagem podemos oferecer ao mundo e às criaturas estúrdias deste momento?!
Tem-se a medida do valor moral do homem pelas resistências que vive nas lutas que trava.
Os ideais tornam-se grandiosos pelo que provocam nos inimigos gratuitos do progresso.
A Doutrina Espírita, repitamos, é Jesus, meus filhos, em nova linguagem perfeitamente compatível com os arroubos da Ciência e os fatos demonstrados pela experimentação de laboratório, assim como pelas conquistas tecnológicas.
Mas, a criatura humana, que é o laboratório da própria evolução, no seu encontro com Jesus através da fé racional, clara e nobre, é o campo onde o bem se instalará em definitivo, como célula do organismo social. E dessa criatura transformada teremos a sociedade melhor que o Espiritismo deve construir.
Fiquem, no passado, todos os problemas-desafio.
Fiquem, no silêncio das nossas palavras e no verbo das nossas ações edificantes, os nossos propósitos de servir, confiando que a casa construída na rocha sobreviverá aos fatores externos que, aparentemente, a ameaçam, e o ideal sobrepairará conduzindo todos ao imenso fanal da plenitude.
Senhor de nossas vidas, prossegue conduzindo-nos. Ovelhas tresmalhadas que somos do Teu rebanho, apiada-Te da nossa tibieza de caráter, da nossa fragilidade moral e conduze-nos com a Tua paciência de Pastor multimilenário, que nos aguarda pelas trilhas da evolução.
Despede-nos, Excelente Filho de Deus, enriquecidos de paz e de entusiasmo, na certeza de que nunca nos deixarás a sós, mesmo quando, por qualquer circunstância, nos resolvamos afastar de Ti, concede-nos então uma outra oportunidade, permanecendo conosco por todo o tempo.
Que assim seja!
Muita paz, meus filhos.
Que o Senhor permaneça conosco, são os votos do servidor humílimo e fraternal de sempre,
Bezerra

Mensagem psicofônica recebida pelo médium Divaldo P. Franco ao encerramento da Reunião Ordinária do Conselho Federativo Nacional, da Federação Espírita Brasileira, no dia 10/11/1996 – Revista Reformador - janeiro/1997

sábado, 4 de janeiro de 2020

Visita aos asilos



























Tarefa que traz excelentes reflexões para as nossas vidas.
Investimento para o nosso crescimento espiritual.
Estágio para a Vida Maior; um ato de amor!

Coordenação: Cláudia e Rosélia

Novas turmas do ESDE


Aqui no Joseph!

Inscrições no Departamento de Estudos com Macilene e Maciléa.

UEM Entrevista | DENIS SOARES - Livro Imortal


A União Espírita Mineira entrevista Denis Soares, autor do projeto 'Viajante do Universo', que acaba de lançar mais um belo trabalho: o álbum 'Livro Imortal'.

A coletânea está disponível nas plataformas musicais digitais e à venda em CD na Livraria Espírita Mineira (Rua dos Guaranis, 313 - Centro, Belo Horizonte / MG).

"E A Vida Continua..." - Entrevista com Álvaro de Castro



Entrevista com Álvaro de Castro, conselheiro da União Espírita
Mineira e expositor espírita, sobre o livro “E A Vida Continua...”, de autoria
de André Luiz e psicografia de Chico Xavier.


A obra completa 51 anos de lançamento em 2019 e é a 13ª abordada
pela Microcampanha “A Vida no Mundo Espiritual” - realizada pela União Espírita Mineira e Conselho Federativo Espírita de Minas Gerais (COFEMG).

Carência de Luz



Vale pensar no tempo que passa, celeremente, a exigir providências efetivas para que o bem consiga alcançar o âmago da Humanidade, onde dúvidas cruéis e pessimismo vêm desestruturando mentes, consumindo vidas.
O Espiritismo é chamado à liça, a fim de apresentar o conjunto das suas lições, a força dos seus ensinamentos, como opção nova para os pés trôpegos de tantas criaturas.
Divulgá-lo é dever impostergável, conscientes que estamos da sua importância.
Vivenciá-lo é compromisso intransferível, cientes que estamos das verdades ínsitas nas suas propostas felizes.
Sem dúvida, não são muitos os que se sensibilizam com a Doutrina vigorosa que o Espiritismo alberga. Poucos se deram conta de que há muito a extrair-se do majestoso conteúdo espírita.
O Espiritismo, como entendemos na Pátria Espiritual, assemelha-se a um imenso oceano, enquanto a maioria de nós, que nos vinculamos aos seus contextos, mantemo-nos tão-só em suas praias.
Há muito o que aprender, para que melhor o possamos divulgar. Há necessidade de estabelecermos ou mantermos grupos, pequenos ou grandes, de companheiros entusiasmados com essa vertente das bênçãos de Deus, chegada à Terra para renovar-nos o convite de Jesus para buscarmos a riqueza que não pode ser usurpada.
Faz-se urgente a disseminação do Pensamento Espírita, sem pieguices e acréscimos provenientes de vários contextos do Espiritualismo do mundo que, em si mesmos, não correspondem às vistas da formosa Doutrina.
Espiritismo! Quanto te necessitamos. Quanto te buscamos, muitas vezes sem utilizarmos eficiente roteiro ou metodologia adequada. O tempo de agora é o mais apropriado a esse entendimento e a essas providências divulgadoras.
O mundo carece mais do Espiritismo, do que de qualquer outra coisa. Não foi sem razão que o Codificador indagou dos Imortais sobre a possibilidade de a Doutrina Espírita vir a tornar-se crença geral ou se permaneceria partilhada por pequenos grupos, por poucas pessoas. Os guias do mundo informaram que estava chegado o tempo da expansão dos seus princípios. Seria crença geral. Seus fundamentos estão vinculados às leis naturais. Informaram que isso não se daria sem dificuldades, mas que se daria.
Assim, eis chegado o tempo do nosso esforço pessoal e institucional para que isso possa dar-se. O tempo urge. Unamo-nos por difundi-lo com maturidade, com alegria, com verdade, a fim de que os espíritas – encarnados ou não – possamos cooperar com os empenhos de Jesus Cristo, nessa quadra de graves definições e ajustes da Humanidade.

Camilo – Revista Reformador – Janeiro/2002

Caridade essencial

“E a caridade é esta: que andemos segundo os seus mandamentos. Este é o mandamento, como já desde o princípio ouvistes; que andeis nele.” João (II João, 6)

Em todos os lugares e situações da vida, a caridade será sempre a fonte divina das bênçãos do Senhor.
Quem dá o pão ao faminto e água ao sedento, remédio ao enfermo e luz ao ignorante, está colaborando na edificação do Reino Divino, em qualquer setor da existência ou da fé religiosa a que foi chamado.
A voz compassiva e fraternal que ilumina o espírito é irmã das mãos que alimentam o corpo.
Assistência, medicação e ensinamento constituem modalidades santas da caridade generosa que executa os programas do bem. São vestiduras diferentes de uma virtude única. Conjugam-se e completam-se num todo nobre e digno.
Ninguém pode assistir a outrem, com eficiência, se não procurou a edificação de si mesmo; ninguém medicará, com proveito, se não adquiriu o espírito de boa vontade para com os que necessitam, e ninguém ensinará, com segurança, se não possui a seu favor os atos de amor ao próximo, no que se refira à compreensão e ao auxílio fraternais.
Em razão disso, as menores manifestações de caridade, nascidas da sincera disposição de servir com Jesus, são atividades sagradas e indiscutíveis. Em todos os lugares, serão sempre sublimes luzes da fraternidade, disseminando alegria, esperança, gratidão, conforto e intercessões benditas.
Antes, porém, da caridade que se manifesta exteriormente nos variados setores da vida, pratiquemos a caridade essencial, sem o que não poderemos efetuar a edificação e a redenção de nós mesmos.
Trata-se da caridade de pensarmos, falarmos e agirmos, segundo os ensinamentos do Divino Mestre, no Evangelho. É a caridade de vivermos verdadeiramente n’Ele para que Ele viva em nós.
Sem esta, poderemos levar a efeito grandes serviços externos, alcançar intercessões valiosas em nosso benefício, espalhar notáveis obras de pedra, mas, dentro de nós mesmos, nos instantes de supremo testemunho na fé, estaremos vazios e desolados, na condição de mendigos de luz.

Livro Vinha de Luz – Emmanuel por Chico Xavier – Lição 110

Morada dos bem-aventurados

Falemos das últimas espirais da glória, habitadas pelos Espíritos puros. Ninguém as atinge antes de haver atravessado os ciclos dos Espíritos errantes. Júpiter está no mais alto grau da escala. Quando um Espírito, longamente purificado por sua estada nesse planeta, é julgado digno da suprema felicidade, é disso advertido por um redobramento de ardor; um fogo sutil anima todas as partes delicadas de sua inteligência, que parece irradiar e tornar-se visível; deslumbrante, transfigurado, ele clareia a luz que parecia tão radiosa aos olhos dos habitantes de Júpiter; seus irmãos reconhecem o eleito do Senhor e, trêmulos, ajoelham-se ante a sua vontade. Entretanto, o Espírito escolhido eleva-se, e os céus, na sua suprema harmonia, lhe revelam belezas indescritíveis.

À medida que sobe, compreende, não mais como na erraticidade, não mais vendo o conjunto das coisas criadas, como em Júpiter, mas abarcando o infinito. Sua inteligência transfigurada eleva-se como uma flecha até Deus, sem tremor e sem terror, como num foco imenso alimentado por mil objetos diversos. O amor, nesses diversos Espíritos, reveste a cor de sua personalidade; eles se reconhecem e se regozijam. Refletidas, suas virtudes repercutem, por assim dizer, as delícias da visão de Deus e aumentam incessantemente com a felicidade de cada eleito. Mar de amor que cada afluente aumenta, essas forças puras não ficam mais inativas que as forças de outras esferas. Logo investidos do dom da ubiquidade, abrangem ao mesmo tempo os detalhes infinitos da vida humana, desde a sua eclosão até as últimas etapas. Irresistível como a luz, sua vista penetra por toda parte simultaneamente e, ativos como a força que os move, espalham a vontade do Senhor. Como de uma cheia escapa a onda benfazeja, sua bondade universal aquece os mundos e confunde o mal.

Esses diversos intérpretes têm como ministros de seu poder os Espíritos já depurados.  Assim, tudo se eleva, tudo se aperfeiçoa e a caridade irradia sobre os mundos, que alimenta em seu seio poderoso.

Os Espíritos puros têm como atributo a posse de tudo quanto é bom e verdadeiro, porque possuem o próprio princípio, que é Deus. O próprio pensamento humano limita tudo que abrange e não admite o infinito, que a felicidade não limita. Depois de Deus, que pode haver? Deus ainda, sempre Deus. O viajante vê os horizontes se sucederem aos horizontes e um é apenas começo de outro; assim, o infinito se desdobra incessantemente. A maior alegria dos Espíritos puros é precisamente essa extensão tão profunda quanto a própria eternidade.

Do mesmo modo que não se descreve uma graça, uma chama e um raio, não posso descrever os Espíritos puros. Mais vivos, mais belos e mais resplandecentes que as mais etéreas imagens, uma palavra resume seu ser, seu poder e seus prazeres: Amor! Preenchei com esta palavra o espaço que separa a Terra do Céu, e ainda não tereis senão a ideia de uma gota de água no mar. Por mais grosseiro que seja, só o amor terrestre pode vos dar ideia de sua divina realidade.

Georges - Revista Espírita - outubro/1860

sábado, 28 de dezembro de 2019

ANO NOVO – Novo Ano


Ao término de cada ano, damos guarida à ideia de que o novo ano será melhor, mais luminoso, mais profícuo. Novo Ano tivemos ontem, temo-lo agora, tê-lo-emos amanhã e depois, depois e sempre.
Novo Ano diz respeito à sequência natural da vida, ocasião de nos reorganizarmos, raciocinarmos sobre novas e atuais posições, como, por exemplo, melhor aproveitamento do tempo - esse mercado de oportunidades que nos foi concedido para a construção do bem, ótimo ensejo de semearmos o que iremos colher num futuro próximo. A hora que passa é preciosa demais para que lhe percamos a grandeza. Elaboremos, pois, o nosso calendário e aproveitemos os dias, as horas e os minutos para fazermos o máximo que nos for possível na sementeira do bem. O tempo é irreversível, não volta mais. Talvez, por isso mesmo, nos mundos felizes ou nos espaços siderais o tempo seja inexistente e os Espíritos vivam num eterno presente.
O tempo diz respeito a quem está em marcha e percebe que as coisas não são fixas ou permanentes. Eis porque no ser inteligente há ânsia, há busca, há desejo de refazer, recomeçar, repensar, esclarecer dúvidas ou incertezas. Vive-se ao sabor das surpresas do caminho. Somos felizes ou infelizes, até o instante em que percebemos a insatisfação ou por ela somos surpreendidos, ou despertamos para a realidade do que efetivamente somos.
Julgamos então ser nosso o equívoco quanto à felicidade que pensávamos haver alcançado, ou concluímos que não éramos tão infelizes quanto supúnhamos, e, nesse sentido, quanto mais imperfeito é o indivíduo, maior é a soma de suas insatisfações e menos estável é a sua felicidade, que é algo que construímos dentro de nós e que nada tem a ver com os bens materiais que são passageiros. A perfeição que buscamos alcançar pelo exercício diuturno do Evangelho conduz-nos direta e ininterruptamente aos gozos eternos e inconspurcáveis do Espírito. Perder tempo é, pois, obstacular a caminhada no roteiro da Luz.
Ano Novo significa mais um trecho que temos a percorrer em nossa caminhada na Crosta Planetária, uma ótima oportunidade para um balanço total de nossa vida. Isso sugere a ideia de viagem... Quando pensamos viajar, cogitamos logo de preparar a bagagem, pondo tudo em ordem, separando as coisas necessárias para levar. Prevenimos o numerário suficiente para as despesas, enfim, tomamos todas as medidas cabíveis para nos assegurar uma ida e uma volta isentas de embaraços. O Espiritismo, quando penetra em nossa intimidade, convida-nos a realizar duas grandes viagens:
- a primeira, para dentro de nós mesmos, em busca do autodescobrimento, através do qual conheceremos os equívocos a serem corrigidos e as conquistas salutares a serem ampliadas;
- a segunda, para fora de nós, em busca do outro, dos carentes e necessitados de nosso amor e compreensão que surgem com campo propício para a semeadura das descobertas anteriores.
Diante do ano que findou e de um que se inicia deve ser o bem, o amor a nossa meta. A transformação moral definitiva começa no desejo íntimo e concretiza-se na ação renovadora. Ninguém espere encontrar na vida um mar de rosas; necessário se faz aprendermos a lidar com as nossas emoções e sentimentos.
O desafio, porém, precisa ser enfrentado, mesmo à custa de lágrimas. A “boa luta”, a que Jesus se referiu, começa na coragem de mergulharmos no imo de nós mesmos, para alcançarmos o nosso propósito: vencer do princípio ao fim, do primeiro ao último dia do Ano Novo, observando uma conduta reta e a mais elevada possível, pensando tão somente no Bem que elegeremos para luz de nosso caminho. O que importa, em essência, não é propriamente a passagem de um ano para outro, coisa que sempre se deu e se dará à nossa revelia, e sim as condições da bagagem espiritual com que entramos no Ano Novo: para que ele seja realmente bom como o concebemos, precisamos renovar-nos.
Muita paz e um Ano Novo repleto de realizações.

 Jurá Rodrigues - Revista Reformador - janeiro/1999

Um ano maravilhoso


Diz Jesus (Lucas 4:18-19): O Espírito do Senhor está sobre mim, pelo que me ungiu para evangelizar aos pobres. Enviou-me para apregoar liberdade aos cativos, dar vista aos cegos, pôr em liberdade os oprimidos e anunciar o ano aceitável do Senhor.
Coletivamente, envolvendo a Humanidade, podemos dizer que o ano aceitável do Senhor foi aquele em que a mensagem de Jesus começou a ser transmitida, no ano trinta da Era Cristã, segundo a cronologia estabelecida.
Individualmente, será aquele em que estivermos dispostos a aceitar Jesus em plenitude, buscando colocar em prática seus ensinamentos.
A orientação para essa vivência está contida nas excelências do Evangelho, que tem a sua síntese no Sermão da Montanha, o mais belo poema da Humanidade.
Nele temos o roteiro perfeito para cumprir a vontade de Deus e edificar o Reino Divino na Terra.
E o próprio Sermão da Montanha pode ser sintetizado, conforme a expressão de Jesus (Mateus, 7:12): Tudo o que quiserdes que os homens vos façam, fazei-o assim também a eles.
Em favor dos homens, representados por familiares, amigos, vizinhos, colegas de trabalho, transeuntes, e todos aqueles que cruzam nosso caminho, somos convocados a fazer o melhor, tanto quanto gostaríamos que eles o fizessem por nós.
Isso nos remete aos valores do perdão, da caridade, da solidariedade, da tolerância, da paciência e das demais virtudes evangélicas, que o Mestre não se cansou de ensinar e exemplificar ao longo de seu apostolado.
No empenho de servir os carentes de todos os matizes, há que considerar nossa integração em grupos de trabalho.
Aqueles que servem com eficiência, que produzem em benefício da coletividade, invariavelmente estão associados a outras pessoas, unidos por ideais comuns.
Há estímulos recíprocos em que nos beneficiamos e somos beneficiados, em relação ao serviço.
Se nos propomos, por exemplo, a visitar doentes num hospital, cumprindo solitariamente a tarefa, sempre haverá certo constrangimento na abordagem dos pacientes.
Por outro lado, dificilmente sustentaremos a assiduidade.
Se integrados num movimento de solidariedade, haverá sempre a segurança do grupo e o estímulo dos companheiros a nos cobrarem a presença.
Podemos estar dispostos a atender eventualmente o pobre que bate à nossa porta, ajudar um colega de serviço, atender à necessidade de um vizinho, visitar um doente…
Mas será sempre algo por demais elementar para nos situar como legítimos servidores.
É preciso dar regularidade e constância a esse empenho.
Para tanto, a melhor alternativa é o Centro Espírita, a escola abençoada das Almas, onde, num primeiro momento, aprendemos a raciocinar como Espíritos imortais em jornada de aprendizado pela Terra.
E se houver empenho de nossa parte nesse mister, logo perceberemos que ali está também a nossa abençoada oficina de trabalho, onde, unidos em torno do ideal comum de servir, integramo-nos nos abençoados serviços da solidariedade, que emprestam significado e objetivo à existência.
Uma boa proposta para o Ano Novo.
Integrando-nos nas atividades da Casa Espírita, participando de suas campanhas, contribuindo para seus serviços, estaremos fazendo de “2020”* um ano aceitável do Senhor, aquele ano maravilhoso em que, despertando para as realidades reveladas pela Doutrina Espírita, estejamos dispostos a arregaçar as mangas, buscando a glória de servir.

*2005 no original
 Richard Simonetti - Revista Reformador – janeiro / 2005