Meus Filhos: permaneça conosco a paz do Senhor!
Recrudescem as lutas.
Os anunciados tempos de transição chegam e fragorosas batalhas
são travadas.
É indispensável a aferição de valores que devem caracterizar
os combatentes.
Dificuldades e desafios apresentam-se no planeta em todas as
áreas do conhecimento e do comportamento.
As estruturas mal construídas do passado esboroam-se ante o
fragor das demolições incessantes.
A árvore que não foi plantada pelo Bem é derrubada, e as casas
edificadas sobre as areias movediças ruem desastrosamente.
Mas a obra do bem permanece suportando os vendavais,
enfrentando todos os desafios.
Não nos preocupemos com esses momentos que nos chegam,
estabelecendo entre as criaturas o desequilíbrio e estimulando à debandada.
Os discípulos da verdade devem permanecer fiéis aos postulados
que abraçam vivenciando-os.
Não seja pois, de estranhar, que a incompreensão sitie os
nossos passos e obstáculos imprevistos apareçam pela senda que percorremos.
Devemos contar com a consciência ilibada e nunca aguardar o
aplauso da insensatez.
Nosso modelo é Jesus, para Quem não houve lugar no mundo.
O Codificador igualmente seguiu-Lhe as pegadas e soube
arrostar as consequências do messianato a que se entregou, incorruptível e
tranquilo.
Lamentamos que as maiores dificuldades sejam intestinas em
nosso Movimento, mas compreendemos que as criaturas se demoram em diferentes
patamares de consciência, possuindo a óptica própria para observação dos
fatos e interpretação da mensagem.
Já que não nos é lícito impor a proposta espírita libertadora,
não nos preocupemos com as imposições que nos chegam.
Todos estamos informados dos fins dos tempos e o egrégio
Codificador da Doutrina asseverou-nos que o mundo de provas e de expiações
cederia lugar ao mundo de regeneração.
Através dos tempos se tem informado que essa modificação se
dará por meio de fenômenos sísmicos dolorosos; através de lutas cruentas, em
guerras intermináveis; mediante os conflitos humanos.
No entanto, se observarmos a História encontraremos todos
esses acontecimentos assinalando períodos de transição.
A grande luta deste momento se travará no país da consciência
de cada discípulo de Jesus. As convulsões serão de natureza interna. A
batalha mais difícil será da superação das más inclinações, administrando-as
e direcionando-as para o bem.
Por mais difíceis se nos apresentem as acusações, e por mais
terrível seja a morbidez direcionada para impossibilitar-nos o avanço,
mantenhamos a serenidade.
Que receio nos podem proporcionar aqueles que apenas falam
contra nós?!
Atuando no bem e sabendo confiar no tempo, levaremos a
mensagem de libertação da Doutrina Espírita às diferentes Nações da Terra,
pulcra, conforme no-la legaram os Espíritos por intermédio de Allan Kardec e
dos seus discípulos mais dedicados.
O Movimento expande-se; nada pode deter a marcha da Doutrina
Espírita, nem mesmo aqueles que, se dizendo adeptos da palavra do
Codificador, erguem-se para zurzir-nos com as expressões destrutivas,
utilizando-se das armas da impiedade disfarçada de dedicação à Causa.
O servidor da verdade permanece-lhe fiel, não divulgando o
mal, mas apresentando o bem; mesmo do erro tirando a melhor parte, aquela que
serve de lição para não se voltar ao engano ou não se estabelecerem novos
compromissos negativos.
Confiai, filhos dedicados!
Vossos passos na Terra devem deixar sinais que possam servir
de roteiro para os que vierem depois.
O nosso compromisso é com Jesus, o Amor, e com Allan Kardec, a
razão, para que a religião cósmica da verdade domine os corações humanos,
restaurando no planeta a era da legítima fraternidade.
O Espiritismo vem desempenhando o papel para o qual foi
codificado.
Não nos detenhamos na análise dos impedimentos, dos erros, mas
examinemos a extensão dos benefícios que hoje conduzem milhões de vidas que
se norteiam para o Bem.
Não guardemos qualquer ressentimento, nem nos deixemos
entristecer ou entibiar, quando as forças parecerem diminuídas.
Não nos permitamos desanimar, porquanto o nosso é um trabalho
pioneiro, a nossa é uma tarefa caracterizada pelo estoicismo.
Nossa jornada deve estar assinalada pelo amor, e é natural que
ainda não haja lugar para ele entre muitos Espíritos que se encontram em
níveis de evolução diferentes.
Avancemos unidos. O ideal de unificação vem do mundo
espiritual para a Terra.
Se não formos capazes de discutir as nossas dificuldades
idealísticas em clima de paz, de fraternidade, de respeito mútuo, de
dignificação dos indivíduos e das Instituições, que mensagem podemos oferecer
ao mundo e às criaturas estúrdias deste momento?!
Tem-se a medida do valor moral do homem pelas resistências que
vive nas lutas que trava.
Os ideais tornam-se grandiosos pelo que provocam nos inimigos
gratuitos do progresso.
A Doutrina Espírita, repitamos, é Jesus, meus filhos, em nova
linguagem perfeitamente compatível com os arroubos da Ciência e os fatos
demonstrados pela experimentação de laboratório, assim como pelas conquistas
tecnológicas.
Mas, a criatura humana, que é o laboratório da própria
evolução, no seu encontro com Jesus através da fé racional, clara e nobre, é
o campo onde o bem se instalará em definitivo, como célula do organismo
social. E dessa criatura transformada teremos a sociedade melhor que o
Espiritismo deve construir.
Fiquem, no passado, todos os problemas-desafio.
Fiquem, no silêncio das nossas palavras e no verbo das nossas
ações edificantes, os nossos propósitos de servir, confiando que a casa
construída na rocha sobreviverá aos fatores externos que, aparentemente, a
ameaçam, e o ideal sobrepairará conduzindo todos ao imenso fanal da
plenitude.
Senhor de nossas vidas, prossegue conduzindo-nos. Ovelhas
tresmalhadas que somos do Teu rebanho, apiada-Te da nossa tibieza de caráter,
da nossa fragilidade moral e conduze-nos com a Tua paciência de Pastor
multimilenário, que nos aguarda pelas trilhas da evolução.
Despede-nos, Excelente Filho de Deus, enriquecidos de paz e de
entusiasmo, na certeza de que nunca nos deixarás a sós, mesmo quando, por
qualquer circunstância, nos resolvamos afastar de Ti, concede-nos então uma
outra oportunidade, permanecendo conosco por todo o tempo.
Que assim seja!
Muita paz, meus filhos.
Que o Senhor permaneça conosco, são os votos do servidor
humílimo e fraternal de sempre,
Bezerra
Mensagem psicofônica
recebida pelo médium Divaldo P. Franco ao encerramento da Reunião Ordinária
do Conselho Federativo Nacional, da Federação Espírita Brasileira, no dia 10/11/1996
– Revista Reformador - janeiro/1997
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sexta-feira, 10 de janeiro de 2020
“Nada pode deter a marcha da Doutrina Espírita”
sábado, 4 de janeiro de 2020
Visita aos asilos
Tarefa que traz excelentes reflexões para as nossas vidas.
Investimento para o nosso crescimento espiritual.
Estágio para a Vida Maior; um ato de amor!
Coordenação: Cláudia e Rosélia
UEM Entrevista | DENIS SOARES - Livro Imortal
A União Espírita Mineira entrevista Denis Soares, autor do projeto 'Viajante do Universo', que acaba de lançar mais um belo trabalho: o álbum 'Livro Imortal'.
A coletânea está disponível nas plataformas musicais digitais e à venda em CD na Livraria Espírita Mineira (Rua dos Guaranis, 313 - Centro, Belo Horizonte / MG).
"E A Vida Continua..." - Entrevista com Álvaro de Castro
Entrevista com Álvaro de Castro, conselheiro da União Espírita
Mineira e expositor espírita, sobre o livro “E A Vida Continua...”, de autoria
de André Luiz e psicografia de Chico Xavier.
A obra completa 51 anos de lançamento em 2019 e é a 13ª abordada
pela Microcampanha “A Vida no Mundo Espiritual” - realizada pela União Espírita Mineira e Conselho Federativo Espírita de Minas Gerais (COFEMG).
Carência de Luz
Vale pensar no tempo que passa, celeremente, a exigir
providências efetivas para que o bem consiga alcançar o âmago da Humanidade,
onde dúvidas cruéis e pessimismo vêm desestruturando mentes, consumindo
vidas.
O Espiritismo é chamado à liça, a fim de apresentar o conjunto
das suas lições, a força dos seus ensinamentos, como opção nova para os pés
trôpegos de tantas criaturas.
Divulgá-lo é dever impostergável, conscientes que estamos da
sua importância.
Vivenciá-lo é compromisso intransferível, cientes que estamos
das verdades ínsitas nas suas propostas felizes.
Sem dúvida, não são muitos os que se sensibilizam com a
Doutrina vigorosa que o Espiritismo alberga. Poucos se deram conta de que há
muito a extrair-se do majestoso conteúdo espírita.
O Espiritismo, como entendemos na Pátria Espiritual,
assemelha-se a um imenso oceano, enquanto a maioria de nós, que nos
vinculamos aos seus contextos, mantemo-nos tão-só em suas praias.
Há muito o que aprender, para que melhor o possamos divulgar.
Há necessidade de estabelecermos ou mantermos grupos, pequenos ou grandes, de
companheiros entusiasmados com essa vertente das bênçãos de Deus, chegada à
Terra para renovar-nos o convite de Jesus para buscarmos a riqueza que não
pode ser usurpada.
Faz-se urgente a disseminação do Pensamento Espírita, sem
pieguices e acréscimos provenientes de vários contextos do Espiritualismo do
mundo que, em si mesmos, não correspondem às vistas da formosa Doutrina.
Espiritismo! Quanto te necessitamos. Quanto te buscamos,
muitas vezes sem utilizarmos eficiente roteiro ou metodologia adequada. O
tempo de agora é o mais apropriado a esse entendimento e a essas providências
divulgadoras.
O mundo carece mais do Espiritismo, do que de qualquer outra
coisa. Não foi sem razão que o Codificador indagou dos Imortais sobre a
possibilidade de a Doutrina Espírita vir a tornar-se crença geral ou se
permaneceria partilhada por pequenos grupos, por poucas pessoas. Os guias do
mundo informaram que estava chegado o tempo da expansão dos seus princípios.
Seria crença geral. Seus fundamentos estão vinculados às leis naturais.
Informaram que isso não se daria sem dificuldades, mas que se daria.
Assim, eis chegado o tempo do nosso esforço pessoal e
institucional para que isso possa dar-se. O tempo urge. Unamo-nos por
difundi-lo com maturidade, com alegria, com verdade, a fim de que os
espíritas – encarnados ou não – possamos cooperar com os empenhos de Jesus
Cristo, nessa quadra de graves definições e ajustes da Humanidade.
Camilo – Revista Reformador – Janeiro/2002
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Caridade essencial
“E a caridade é esta: que andemos segundo os seus mandamentos.
Este é o mandamento, como já desde o princípio ouvistes; que andeis nele.” João
(II João, 6)
Em todos os lugares e situações da
vida, a caridade será sempre a fonte divina das bênçãos do Senhor.
Quem dá o pão ao faminto e água ao
sedento, remédio ao enfermo e luz ao ignorante, está colaborando na edificação
do Reino Divino, em qualquer setor da existência ou da fé religiosa a que foi
chamado.
A voz compassiva e fraternal que
ilumina o espírito é irmã das mãos que alimentam o corpo.
Assistência, medicação e ensinamento
constituem modalidades santas da caridade generosa que executa os programas
do bem. São vestiduras diferentes de uma virtude única. Conjugam-se e
completam-se num todo nobre e digno.
Ninguém pode assistir a outrem, com
eficiência, se não procurou a edificação de si mesmo; ninguém medicará, com
proveito, se não adquiriu o espírito de boa vontade para com os que
necessitam, e ninguém ensinará, com segurança, se não possui a seu favor os
atos de amor ao próximo, no que se refira à compreensão e ao auxílio
fraternais.
Em razão disso, as menores
manifestações de caridade, nascidas da sincera disposição de servir com
Jesus, são atividades sagradas e indiscutíveis. Em todos os lugares, serão
sempre sublimes luzes da fraternidade, disseminando alegria, esperança,
gratidão, conforto e intercessões benditas.
Antes, porém, da caridade que se
manifesta exteriormente nos variados setores da vida, pratiquemos a caridade
essencial, sem o que não poderemos efetuar a edificação e a redenção de nós
mesmos.
Trata-se da caridade de pensarmos,
falarmos e agirmos, segundo os ensinamentos do Divino Mestre, no Evangelho. É
a caridade de vivermos verdadeiramente n’Ele para que Ele viva em nós.
Sem esta, poderemos levar a efeito
grandes serviços externos, alcançar intercessões valiosas em nosso benefício,
espalhar notáveis obras de pedra, mas, dentro de nós mesmos, nos instantes de
supremo testemunho na fé, estaremos vazios e desolados, na condição de
mendigos de luz.
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Livro Vinha de Luz – Emmanuel por Chico Xavier –
Lição 110
Morada dos bem-aventurados
Falemos das últimas espirais da glória, habitadas pelos
Espíritos puros. Ninguém as atinge antes de haver atravessado os ciclos dos
Espíritos errantes. Júpiter está no mais alto grau da escala. Quando um
Espírito, longamente purificado por sua estada nesse planeta, é julgado digno
da suprema felicidade, é disso advertido por um redobramento de ardor; um
fogo sutil anima todas as partes delicadas de sua inteligência, que parece
irradiar e tornar-se visível; deslumbrante, transfigurado, ele clareia a luz
que parecia tão radiosa aos olhos dos habitantes de Júpiter; seus irmãos
reconhecem o eleito do Senhor e, trêmulos, ajoelham-se ante a sua vontade.
Entretanto, o Espírito escolhido eleva-se, e os céus, na sua suprema
harmonia, lhe revelam belezas indescritíveis.
À medida que sobe, compreende, não mais como na erraticidade,
não mais vendo o conjunto das coisas criadas, como em Júpiter, mas abarcando
o infinito. Sua inteligência transfigurada eleva-se como uma flecha até Deus,
sem tremor e sem terror, como num foco imenso alimentado por mil objetos
diversos. O amor, nesses diversos Espíritos, reveste a cor de sua
personalidade; eles se reconhecem e se regozijam. Refletidas, suas virtudes
repercutem, por assim dizer, as delícias da visão de Deus e aumentam
incessantemente com a felicidade de cada eleito. Mar de amor que cada
afluente aumenta, essas forças puras não ficam mais inativas que as forças de
outras esferas. Logo investidos do dom da ubiquidade, abrangem ao mesmo tempo
os detalhes infinitos da vida humana, desde a sua eclosão até as últimas
etapas. Irresistível como a luz, sua vista penetra por toda parte
simultaneamente e, ativos como a força que os move, espalham a vontade do
Senhor. Como de uma cheia escapa a onda benfazeja, sua bondade universal
aquece os mundos e confunde o mal.
Esses diversos intérpretes têm como ministros de seu poder os
Espíritos já depurados. Assim, tudo se
eleva, tudo se aperfeiçoa e a caridade irradia sobre os mundos, que alimenta
em seu seio poderoso.
Os Espíritos puros têm como atributo a posse de tudo quanto é
bom e verdadeiro, porque possuem o próprio princípio, que é Deus. O próprio
pensamento humano limita tudo que abrange e não admite o infinito, que a
felicidade não limita. Depois de Deus, que pode haver? Deus ainda, sempre
Deus. O viajante vê os horizontes se sucederem aos horizontes e um é apenas
começo de outro; assim, o infinito se desdobra incessantemente. A maior
alegria dos Espíritos puros é precisamente essa extensão tão profunda quanto
a própria eternidade.
Do mesmo modo que não se descreve uma graça, uma chama e um
raio, não posso descrever os Espíritos puros. Mais vivos, mais belos e mais
resplandecentes que as mais etéreas imagens, uma palavra resume seu ser, seu
poder e seus prazeres: Amor! Preenchei com esta palavra o espaço que separa a
Terra do Céu, e ainda não tereis senão a ideia de uma gota de água no mar. Por
mais grosseiro que seja, só o amor terrestre pode vos dar ideia de sua divina
realidade.
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Georges - Revista Espírita - outubro/1860
sábado, 28 de dezembro de 2019
ANO NOVO – Novo Ano
Ao término de cada ano,
damos guarida à ideia de que o novo ano será melhor, mais luminoso, mais
profícuo. Novo Ano tivemos ontem, temo-lo agora, tê-lo-emos amanhã e depois,
depois e sempre.
Novo Ano diz respeito à
sequência natural da vida, ocasião de nos reorganizarmos, raciocinarmos sobre
novas e atuais posições, como, por exemplo, melhor aproveitamento do tempo -
esse mercado de oportunidades que nos foi concedido para a construção do bem,
ótimo ensejo de semearmos o que iremos colher num futuro próximo. A hora que
passa é preciosa demais para que lhe percamos a grandeza. Elaboremos, pois, o
nosso calendário e aproveitemos os dias, as horas e os minutos para fazermos
o máximo que nos for possível na sementeira do bem. O tempo é irreversível,
não volta mais. Talvez, por isso mesmo, nos mundos felizes ou nos espaços
siderais o tempo seja inexistente e os Espíritos vivam num eterno presente.
O tempo diz respeito a
quem está em marcha e percebe que as coisas não são fixas ou permanentes. Eis
porque no ser inteligente há ânsia, há busca, há desejo de refazer,
recomeçar, repensar, esclarecer dúvidas ou incertezas. Vive-se ao sabor das
surpresas do caminho. Somos felizes ou infelizes, até o instante em que
percebemos a insatisfação ou por ela somos surpreendidos, ou despertamos para
a realidade do que efetivamente somos.
Julgamos então ser
nosso o equívoco quanto à felicidade que pensávamos haver alcançado, ou
concluímos que não éramos tão infelizes quanto supúnhamos, e, nesse sentido,
quanto mais imperfeito é o indivíduo, maior é a soma de suas insatisfações e
menos estável é a sua felicidade, que é algo que construímos dentro de nós e
que nada tem a ver com os bens materiais que são passageiros. A perfeição que
buscamos alcançar pelo exercício diuturno do Evangelho conduz-nos direta e
ininterruptamente aos gozos eternos e inconspurcáveis do Espírito. Perder
tempo é, pois, obstacular a caminhada no roteiro da Luz.
Ano Novo significa mais
um trecho que temos a percorrer em nossa caminhada na Crosta Planetária, uma
ótima oportunidade para um balanço total de nossa vida. Isso sugere a ideia
de viagem... Quando pensamos viajar, cogitamos logo de preparar a bagagem,
pondo tudo em ordem, separando as coisas necessárias para levar. Prevenimos o
numerário suficiente para as despesas, enfim, tomamos todas as medidas
cabíveis para nos assegurar uma ida e uma volta isentas de embaraços. O
Espiritismo, quando penetra em nossa intimidade, convida-nos a realizar duas
grandes viagens:
- a primeira, para
dentro de nós mesmos, em busca do autodescobrimento, através do qual
conheceremos os equívocos a serem corrigidos e as conquistas salutares a
serem ampliadas;
- a segunda, para fora
de nós, em busca do outro, dos carentes e necessitados de nosso amor e
compreensão que surgem com campo propício para a semeadura das descobertas
anteriores.
Diante do ano que
findou e de um que se inicia deve ser o bem, o amor a nossa meta. A
transformação moral definitiva começa no desejo íntimo e concretiza-se na
ação renovadora. Ninguém espere encontrar na vida um mar de rosas; necessário
se faz aprendermos a lidar com as nossas emoções e sentimentos.
O desafio, porém,
precisa ser enfrentado, mesmo à custa de lágrimas. A “boa luta”, a que Jesus
se referiu, começa na coragem de mergulharmos no imo de nós mesmos, para
alcançarmos o nosso propósito: vencer do princípio ao fim, do primeiro ao
último dia do Ano Novo, observando uma conduta reta e a mais elevada
possível, pensando tão somente no Bem que elegeremos para luz de nosso
caminho. O que importa, em essência, não é propriamente a passagem de um ano
para outro, coisa que sempre se deu e se dará à nossa revelia, e sim as condições
da bagagem espiritual com que entramos no Ano Novo: para que ele seja
realmente bom como o concebemos, precisamos renovar-nos.
Muita paz e um Ano Novo
repleto de realizações.
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Jurá Rodrigues - Revista
Reformador - janeiro/1999
Um ano maravilhoso
Diz Jesus (Lucas 4:18-19): O Espírito do Senhor está sobre
mim, pelo que me ungiu para evangelizar aos pobres. Enviou-me para apregoar
liberdade aos cativos, dar vista aos cegos, pôr em liberdade os oprimidos e
anunciar o ano aceitável do Senhor.
Coletivamente,
envolvendo a Humanidade, podemos dizer que o ano aceitável do Senhor foi
aquele em que a mensagem de Jesus começou a ser transmitida, no ano trinta da
Era Cristã, segundo a cronologia estabelecida.
Individualmente, será
aquele em que estivermos dispostos a aceitar Jesus em plenitude, buscando colocar
em prática seus ensinamentos.
A orientação para essa
vivência está contida nas excelências do Evangelho, que tem a sua síntese no Sermão
da Montanha, o mais belo poema da Humanidade.
Nele temos o roteiro
perfeito para cumprir a vontade de Deus e edificar o Reino Divino na Terra.
E o próprio Sermão da
Montanha pode ser sintetizado, conforme a expressão de Jesus (Mateus, 7:12): Tudo o que quiserdes que os homens vos façam,
fazei-o assim também a eles.
Em favor dos homens,
representados por familiares, amigos, vizinhos, colegas de trabalho,
transeuntes, e todos aqueles que cruzam nosso caminho, somos convocados a
fazer o melhor, tanto quanto gostaríamos que eles o fizessem por nós.
Isso nos remete aos
valores do perdão, da caridade, da solidariedade, da tolerância, da paciência
e das demais virtudes evangélicas, que o Mestre não se cansou de ensinar e
exemplificar ao longo de seu apostolado.
No empenho de servir os
carentes de todos os matizes, há que considerar nossa integração em grupos de
trabalho.
Aqueles que servem com
eficiência, que produzem em benefício da coletividade, invariavelmente estão
associados a outras pessoas, unidos por ideais comuns.
Há estímulos recíprocos
em que nos beneficiamos e somos beneficiados, em relação ao serviço.
Se nos propomos, por
exemplo, a visitar doentes num hospital, cumprindo solitariamente a tarefa, sempre
haverá certo constrangimento na abordagem dos pacientes.
Por outro lado,
dificilmente sustentaremos a assiduidade.
Se integrados num
movimento de solidariedade, haverá sempre a segurança do grupo e o estímulo dos
companheiros a nos cobrarem a presença.
Podemos estar dispostos
a atender eventualmente o pobre que bate à nossa porta, ajudar um colega de serviço,
atender à necessidade de um vizinho, visitar um doente…
Mas será sempre algo
por demais elementar para nos situar como legítimos servidores.
É preciso dar
regularidade e constância a esse empenho.
Para tanto, a melhor
alternativa é o Centro Espírita, a escola abençoada das Almas, onde, num
primeiro momento, aprendemos a raciocinar como Espíritos imortais em jornada de
aprendizado pela Terra.
E se houver empenho de
nossa parte nesse mister, logo perceberemos que ali está também a nossa abençoada
oficina de trabalho, onde, unidos em torno do ideal comum de servir,
integramo-nos nos abençoados serviços da solidariedade, que emprestam
significado e objetivo à existência.
Uma boa proposta para o
Ano Novo.
Integrando-nos nas
atividades da Casa Espírita, participando de suas campanhas, contribuindo
para seus serviços, estaremos fazendo de “2020”*
um ano aceitável do Senhor, aquele ano maravilhoso em que, despertando para
as realidades reveladas pela Doutrina Espírita, estejamos dispostos a
arregaçar as mangas, buscando a glória de servir.
*2005 no original
|
Richard Simonetti - Revista
Reformador – janeiro / 2005
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