quinta-feira, 3 de dezembro de 2020

Reflexões de dezembro

 


O mês de dezembro é, talvez, o mais propício para uma espécie de balanço de nossas realizações, de nossas aspirações e experiências de todo um período que se finda.

O último mês do ano é a época preferida para as avaliações das atividades individuais e coletivas, para que se firmem diretrizes ou se busquem novos caminhos.

Coincidentemente, é o mês em que se comemora a vinda do Cristo de Deus à Terra, trazendo sua Mensagem de Luz aos homens. Seu Natal é um convite à reflexão do que Ele representa para a Humanidade, do que é verdadeiramente essa Mensagem e o que significa para nós.

Os espíritas, que convivemos com os irmãos de diferentes credos e concepções de vida, aprendemos a respeitá-los, sem, contudo, aderir a usos e costumes que não se coadunam com os princípios da Doutrina Libertadora.

Somos todos regidos pela lei de evolução.

Cada um se encontra em determinado estágio evolutivo. Nesse caso, não podemos desprezar ou condenar nosso companheiro de jornada que ainda se prende a interesses puramente materiais, a representações grosseiras das quais já nos libertamos.

Cumpre-nos entender que o estado de ignorância é transitório para todos, sendo necessariamente um estágio evolutivo em cada criatura, mas não um mal em si mesmo.

No mundo de provas e expiações em que vivemos, somos todos imperfeitos, sujeitos a erros, provações e sofrimentos.

Sem embargo das próprias imperfeições, compete a todos utilizar a inteligência e a razão no esforço constante para a elevação, através da autoeducação.

A busca da felicidade de cada um é uma lenta ascensão, já que, por ignorância ou por comodismo, escolhemos os caminhos ilusórios das miragens, só reconhecidos como tais quando aparecem os erros e as decepções.

Entretanto, os sofrimentos e dores, os enganos e desilusões são experiências e lições duras que nos ensinam a necessidade de procurar as sendas corretas que conduzem à felicidade.

Cedo ou tarde aprendemos que as coisas materiais e seus interesses - bens e riquezas da Terra - são transitórios e mutáveis, destinados à satisfação das necessidades da vida material.

O despertamento do Espírito acontece quando descobre que a perfeição moral é sua meta e seu destino e que seus erros e as consequências deles constituem experiências e lições aproveitáveis no descobrimento da verdade e do roteiro certo.

No Universo os seres se ligam e se influenciam reciprocamente. Não somente as galáxias e os sistemas planetários são solidários entre si, mas nas diversas manifestações da vida, a solidariedade está presente em toda parte.

Basta um olhar pelos reinos da Natureza para se constatar a solidariedade entre eles. O reino mineral sustenta os seres vegetais; os animais, por sua vez, sustentam-se de elementos vegetais, minerais e animais que lhes asseguram a vida. Com a morte, os elementos materiais voltam ao reino mineral e o princípio espiritual continua sua trajetória.

Nós, os Espíritos eternos, qualquer que seja o estágio em que nos encontramos, devemos ter presente a solidariedade existente entre todos determinada pela semelhança do seu destino e da sua natureza.

Todos começam num estádio de simplicidade e ignorância. Passam pela inferioridade, sujeitos às mesmas leis divinas e eternas que determinam sua ascensão, de conformidade com o esforço de cada um.

Por isso, a solidariedade deve estar presente entre todas as criaturas de Deus, independentemente do grau evolutivo em que se encontre cada uma.

O amor ao próximo, como ensinou Jesus, é a expressão mais pura da lei de solidariedade.

O dever de amar o próximo é a mais bela expressão da lei Divina, ensinada pelo Cristo, que a coloca junto e após o imperativo de amar a Deus, o Criador de todas as coisas. Não há exceção nessa lei geral. Precisamos aprender a amar a todos, a nos solidarizar com todos.

Assim como somos auxiliados e socorridos pelos seres superiores, que já alcançaram poderes e graus acima dos nossos, assim também nos cumpre ajudar e auxiliar, sob múltiplas formas, os que se encontram à retaguarda.

O exemplo maior vem-nos do Cristo. Sua mensagem, seu sacrifício e sua renúncia são lições permanentes e indeléveis convocando à solidariedade com os semelhantes, especialmente os que se encontram abaixo de sua posição evolutiva. Quando Jesus, o Cristo, guia e governador espiritual da Humanidade; o modelo perfeito que o Pai Celestial oferece aos homens, resume no amor toda a lei divina, está mostrando que a solidariedade é a grande corrente que liga todas as almas.

Se deixamos de amar nosso semelhante, seja qual for sua condição, se odiamos, se desprezamos, se desejamos o mal até mesmo aos inimigos e adversários, essa atitude é a quebra de um elo da grande cadeia da solidariedade.

Manifestações patentes da lei de solidariedade entre os seres são as revelações que sempre fluíram da Espiritualidade Superior para todos os povos e nações da Terra, em todos os tempos.

São também as intuições e as inspirações captadas pelos gênios e pelos missionários encarregados pelo Plano Superior de trazer aos homens novas ideias e novas concepções de vida mais abundante, à medida que sua capacidade se torna apta a entendê-las e assimilá-las.

O Espírito encarnado sofre a poderosa influência da matéria. O mundo que o cerca é o império da vida material. Seu corpo material, suas necessidades físicas, seus sentidos físicos induzem o Espírito a só cuidar dos interesses imediatos do mundo material, fazendo-o esquecer sua condição de essência espiritual. Essa é uma característica peculiar dos mundos materiais atrasados como o nosso.

A Providência Divina não permite que prevaleça absoluta a influência exclusiva da materialidade. O Espírito guarda sempre a intuição de sua natureza, de sua origem e de seu destino, auxiliado, em todas as épocas, a cultivar suas qualidades latentes, suas aspirações adormecidas. As revelações superiores, os missionários e enviados do Alto são os agentes incumbidos de despertar no homem o interesse pelas coisas espirituais, contrabalançando a poderosa influência da matéria.

As grandes religiões da Humanidade tiveram e têm esse papel de extrema importância, que é o de despertar na criatura a consciência da existência de um Ser Supremo, criador do Universo e da essência da vida.

Como diz Emmanuel ("A Caminho da Luz"), "as tradições religiosas da antiguidade guardam, entre si, a mais estreita unidade substancial. As revelações evolucionam numa esfera gradativa de conhecimento".

Através das revelações e das religiões o homem se furta à exclusiva influência da materialidade, lembrando-se de sua condição de essência espiritual. É, pois, de extrema importância o papel das religiões ao contrabalançar a influência do materialismo, mesmo considerando-se que elas "evolucionam numa esfera gradativa de conhecimento".

As revelações do Mundo Espiritual Superior são sucessivas e gradativas.

Sendo o Cristo o Governador Espiritual da Terra, desde sua formação, como executor da vontade de Deus, torna-se evidente que todas as Revelações obedeceram à sua orientação e por isso mantém uma unidade substancial.

"A história da China, da Pérsia, do Egito, da Índia, dos árabes, dos israelitas, dos celtas, dos gregos e dos romanos está alumiada pela luz dos seus poderosos emissários." ("A Caminho da Luz", pág. 83, 22ª ed. FEB.)

Mas é lógico que as Revelações haveriam de atender às possibilidades de percepção de cada raça, de cada povo e às condições de adiantamento de cada época.

O próprio Cristo viria, em pessoa, trazer orientações e conhecimentos de extrema importância para a Humanidade. Sabendo, entretanto, das limitações dos homens e dos entraves que iriam atingir sua Mensagem, por desvios no entendimento e na prática de seus ensinamentos, prometeu a vinda posterior do que Ele denominou "O Consolador", destinado a ensinar todas as coisas e a recordar tudo o que já ensinara. (João, 14:15-17 e 26.)

O Consolador veio e está entre nós. É a Doutrina dos Espíritos, esclarecedora e consoladora por sua natureza, que nos ensina as coisas transcendentes de que necessitamos no atual estágio da Humanidade, que recorda os ensinos do Cristo para o correto comportamento dos homens perante as leis divinas e que retifica os transvios das religiões nas suas práticas através dos séculos.

Mas o Espiritismo não esclarece somente o transcendente, oferecendo-nos noções mais realistas a respeito de Deus, a Inteligência Suprema e sobre o Cristo, o Filho de Deus.

Dá-nos a conhecer muitas das leis divinas que já podemos compreender - a evolução contínua, as vidas sucessivas em mundos materiais como o nosso, a lei de causa e efeito, a eternidade da vida do Espírito - leis que mostram ao ser humano suas próprias possibilidades de crescimento, na proporção da aplicação de sua vontade, de sua inteligência e da liberdade de que goza.

O homem, Espírito encarnado neste mundo atrasado, vem, há milênios, cumprindo seu destino, aprendendo as coisas rudimentares da vida, aperfeiçoando-se através de trabalhos rudes, repetitivos, através das reencarnações.

Por vezes alça altos voos, impelido por ideais elevados resultantes de aprendizado adquirido no núcleo substancial das religiões.

Agora, com a Revelação Nova, encontra recursos para desenvolver os valores que jazem no recôndito de seu ser.

Sua fé e esperança fundam-se em realidades que ele conhece. Seu futuro torna-se mais claro, na certeza de que é a continuação da vida em outra dimensão, longe da ideia asfixiante do nada ou da ilusão de um céu indefinido, ou de uma condenação eterna.

Cumpre-lhe, com a certeza dessa realidade, preparar o porvir, através dos pensamentos e ações presentes, que dizem respeito à sua vida íntima e à sua vida de relações com seus semelhantes.

Agora o viajor eterno não anda a esmo. Tem um roteiro a seguir, que lhe é conhecido. Amar e servir resumem esse roteiro.

 Juvanir Borges de Souza – Revista Reformador – dezembro/1997


Transformação

 

“Na verdade, nem todos dormiremos, mas todos seremos transformados.” Paulo (I Coríntios, 15:51)

 Refere-se o apóstolo dos gentios a uma das mais belas realidades da vida espiritual.

Nos problemas da morte, as escolas cristãs, trabalhadas pelas cogitações teológicas de todos os tempos, erigiram teorias diversas, definindo a situação da criatura, após o desprendimento carnal. É justo que semelhante situação seja a mais diversificada possível.

Ninguém penetra o círculo da vida terrena em processo absolutamente uniforme, como não existem fenômenos de desencarnação com analogia integral.

Cada alma possui a sua porta de “entrada” e “saída”, conforme as conquistas próprias.

Fala-se demasiadamente em zonas purgatoriais, em trevas exteriores, em regiões de sono psíquico.

Tudo isso efetivamente existe em plano grandioso e sublime que, por enquanto, transcende o limitado entendimento humano.

Todos os que se abeberam nas fontes puras da verdade, com o Cristo, devem guardar sempre o otimismo e a confiança.

“Nem todos dormiremos” — diz Paulo. Isto significa que nem todas as criaturas caminharão às tontas, nas regiões mentais da semi-inconsciência, nem todas serão arrebatadas a esferas purgatoriais e, ainda que tais ocorrências sucedessem, ouçamos, ainda, o abnegado amigo do Evangelho, quando nos assevera — “mas todos seremos transformados”.

Paulo não promete sofrimento inesgotável nem repouso sem fim.

Promete transformação.

Ninguém parte ao chamado da Vida Eterna senão para transformar-se.

Morte do corpo é crescimento espiritual.

O túmulo numa esfera é berço em outra.

E como a função da vida é renovar para a perfeição, transformemo-nos para o bem, desde hoje.

Emmanuel / Chico Xavier – Vinha de Luz – FEB – cap.158

Jesus, o Mestre

 

Vós me chamais Mestre e Senhor, e dizeis bem, porque eu sou.

João, 13:13

A vida tem nuance que só com observação muito detida para ver com clareza.

Muitos homens encarnaram para fazer muitos trabalhos dos Céus na Terra, com muitas chances de vitória.

Muitos filhos de Deus renasceram para serem mártires no mundo, muitos têm estofo para aguentar o mundo com as suas manias de perseguir. Por exemplo, Gandhi – Mohandas K. Gandhi – o Mahatma.  Viveu para fazer que os irmãos da Índia vivessem a glória fraternal. Morreu entre a Índia hindu e o Paquistão muçulmano. Mártir da fraternidade...

Padre Maximiliano Maria Kolbe foi preso num campo de concentração na Polônia, num búnquer, até ao fim da vida do corpo.  Ele queria trocar a sua vida pela dum civil que tinha mulher e filhos, por isso, condoído com a situação, falou ao chefe do pelotão... O chefe assentiu.

Foi o mártir de Auschwitz...

A cientista Madame Curie – Marie Sklodowska – nascida na Polônia e tendo mudado para a França, montou um pequeno laboratório para suas pesquisas.  Marie, muito afervoradamente, foi descobrindo o mundo do urânio – pechblenda – (óxido de urânio).

Madame Curie caiu doente. Longas hospitalizações...

O câncer...

Mártir da Ciência...

São mártires no mundo que muita gente não sabe aquilatar.

Esses mártires tiveram um pacto, firmado com o Mundo Espiritual Superior, para que suas vidas valiosas mexessem com os valores da Humanidade, desde que eles tinham débitos com as sociedades terrestres...

Jesus é o Grande Estandarte de Deus na Nave Terra.  Ele tem muito condoimento do rebanho e muita paciência com ele.  Jesus quer que todos aprendam a servir ao invés de ser orgulhosos... que aprendam a ser afáveis ao invés de fazerem intrigas contra o próximo.

Muitos homens encarnaram para fazer o trabalho de Deus, na Terra, com as Ciências, para ajudar a Humanidade a viver neste mundo.

Muitos cientistas colaboraram com o mundo e que as sociedades não conheceram.  Eles renasceram para fazer luz nas trevas da ignorância humana, como por exemplo:

O francês Foucault construiu o telescópio com espelho coberto de prata...

O sueco Nobel inventa a dinamite...

Broca localiza vários centros cerebrais...

Flourens mostra o papel do cerebelo no equilíbrio e na coordenação dos movimentos...

O alemão von Siemens estabelece a teoria dos condensadores...

Brown-Séquard estudou a fisiologia da medula espinhal...

Pasteur descobriu os micróbios...

O alemão Kekulé estabelece a quadrivalência do carbono...

Emil Kraepelin classificou as doenças mentais.  Estudou a psicose maníaco-depressiva e a demência precoce...

Richard von Krafft-Ebing estudou o sadismo, o masoquismo, o fetichismo e outras perversões sexuais...

Dmitri Mendeleiev, químico russo, foi autor da classificação periódica dos elementos químicos conforme seus pesos específicos...

Johann Mendel, botânico austríaco, realizou experiências sobre hereditariedade nos vegetais...

São bandeirantes das ciências que muita gente não conhece.

Esses bandeirantes tiveram um contrato firmado com a Espiritualidade Maior, da Terra, para pôr seus cérebros valorosos a serviço da Humanidade, desde que eles tinham dívidas com as sociedades terrestres...

Jesus é o Grande Governador da Nau Terra.  Ele tem muita comiseração do rebanho e muita doçura com ele. Por isso, quer que todos aprendam a servir ao invés de fazer guerras... que aprendam a amar ao invés de fazer sofrer ao próximo.

Jesus é o nosso Mestre no Mundo, à luz das questões espirituais.  Mestre não é bem aquele que detém conhecimento superlativo acerca de algum assunto da Terra.  Não é bem aquele que domina vastas tecnologias, liderando muitos grupos de indivíduos. Não é bem aquele que se exprime por meio de diversos idiomas, contatando e entendendo incontáveis povos humanos.

Nessa situação, não é bem aquele que detém largo poder de persuasão, capaz de induzir grupos enormes de pessoas a seguir suas ideias. Não é bem aquele que dirige importantes empresas, tendo suas ideias como roteiro para vários países do mundo.  Não é bem aquele que inventa máquinas e utensílios que facilitem a vida das sociedades.  Não é bem aquele que se mostra detentor de grande sagacidade, silenciando todo e qualquer opositor com sua argumentação, quase sempre sofista, dando a falsa ideia de triunfo.

Para alcançar essa notável condição de ser Mestre, tornam-se indispensáveis características mais especiais no campo das conquistas gerais.

Para ser Mestre, como Jesus, a alma deve compreender as outras almas.

Uma capacidade de sensibilizar-se com as outras irmãs, com a alegria ou com a dor alheias.

Para ser Mestre, é necessário haver conquistado a habilidade de auto-oferecimento, de autodoação, não se sentindo enfarado com as limitações e incapacidades dos irmãos do caminho.

Para ser Mestre exige, ainda, a taxa de humildade, que não se subverta em pieguice, que não se transforme em tolice, mas que permita a expressão de simplicidade, lúcida e consciente.

Para ser Mestre é preciso saber dizer sim e dizer não, sempre que o momento exija definições do caráter.  É por isso que a condição de Mestre se faz tão exigente, que Jesus afirma-se Mestre, aliás, o Mestre, uma vez que, consoante a palavra do Mundo Superior, Ele detém em si a condição mais alta, a fim de ser o Modelo e Guia para todos nós.

A vida tem nuances para cada filho de Deus.

Muitos líderes políticos que foram mártires no orbe, tiveram êxito com as suas vidas, com os seus valores...  Não obstante, muitos, não... Muitos tornaram-se trápolas.  Fizeram da mentira o seu mantra, fizeram-se mãozudos e fizeram do crime um estado natural.

Muitos religiosos, que foram mártires no mundo, triunfaram com as suas vidas, com os seus valores...  Todavia, muitos, não...  Muitos descaíram pela vala da vaidade, pelo labirinto do orgulho e pelo esgoto do crime...

Muitos cientistas, que foram mártires na Terra, vitoriaram com suas vidas, com os seus valores... Porém, muitos, não...  Muitos fraquejaram com o álcool, com as drogas e com o crime...

Só Jesus, nosso Mestre, para dar o tento para a vida.

Todos precisam de Jesus, para que nossos dias sejam um cântico de louvor a Ele.

Só Jesus, com o coração divino, para nos livrar de nós mesmos.

Muito obrigado, Senhor Jesus!

Camilo

Psicografia de Raul Teixeira, em 30.4.2020, em Niterói/RJ. Prefácio do livro Vida e Valores

quarta-feira, 25 de novembro de 2020

 


Em matéria de mediunidade, não nos esqueçamos do pensamento.

Nossa alma vive onde se lhe situa o coração.

Caminharemos, ao influxo de nossas próprias criações, seja onde for.

A gravitação no campo mental é tão incisiva, quanto na esfera da experiência física.

Servindo ao progresso geral, move-se a alma na glória do bem. Emparedando-se no egoísmo, arrasta-se, em desequilíbrio, sob as trevas do mal.

A Lei Divina é o Bem de Todos.

Colaborar na execução de seus propósitos sábios é iluminar a mente e clarear a vida. Opor-lhe entraves, a pretexto de acalentar caprichos perniciosos, é obscurecer o raciocínio e coagular a sombra ao redor de nós mesmos.

É indispensável ajuizar quanto à direção dos próprios passos, de modo a evitarmos o nevoeiro da perturbação e a dor do arrependimento.

Nos domínios do espírito não existe a neutralidade.

Evoluímos com a luz eterna, segundo os desígnios de Deus, ou estacionamos na treva, conforme a indébita determinação de nosso “eu”.

Não vale encarnar-se ou desencarnar-se simplesmente. Todos os dias, as formas se fazem e se desfazem.

Vale a renovação interior com acréscimo de visão, a fim de seguirmos à frente, com a verdadeira noção da eternidade em que nos deslocamos no tempo.

Consciência pesada de propósitos malignos, revestida de remorsos, referta de ambições desvairadas ou denegrida de aflições não pode senão atrair forças semelhantes que a encadeiam a torvelinhos infernais.

A obsessão é sinistro conúbio da mente com o desequilíbrio comum às trevas.

Pensamos, e imprimimos existência ao objeto idealizado.

A resultante visível de nossas cogitações mais íntimas denuncia a condição espiritual que nos é própria, e quantos se afinam com a natureza de nossas inclinações e desejos aproximam-se de nós, pelas amostras de nossos pensamentos.

Se persistimos nas esferas mais baixas da experiência humana, os que ainda jornadeiam nas linhas da animalidade nos procuram, atraídos pelo tipo de nossos impulsos inferiores, absorvendo as substâncias mentais que emitimos e projetando sobre nós os elementos de que se fazem portadores.

Imaginar é criar.

E toda criação tem vida e movimento, ainda que ligeiros, impondo responsabilidade à consciência que a manifesta. E como a vida e o movimento se vinculam aos princípios de permuta, é indispensável analisar o que damos, a fim de ajuizar quanto àquilo que devamos receber.

Quem apenas mentalize angústia e crime, miséria e perturbação, poderá refletir no espelho da própria alma outras imagens que não sejam as da desarmonia e do sofrimento?

Um viciado entre os santos não lhes reconheceria a pureza, de vez que, em se alimentando das próprias emanações, nada conseguiria enxergar senão as próprias sombras.

Quem vive a procurar pedras na estrada, certamente não encontrará apenas calhaus subservientes.

Quem se detenha indefinidamente na medição de lama está ameaçado de afogamento no lodo.

O viajante fascinado pelos sarçais, à beira do caminho, sofre o risco de enlouquecer entre os espinheiros do mato inculto.

Vigiemos o pensamento, purificando-o no trabalho incessante do bem, para que arrojemos de nós a grilheta capaz de acorrentar-nos a obscuros processos de vida inferior.

É da forja viva da ideia que saem as asas dos anjos e as algemas dos condenados.

Pelo pensamento, escravizamo-nos a troncos de suplício infernal, sentenciando-nos, por vezes, a séculos de peregrinação nos trilhos da dor e da morte.

A mediunidade torturada não é senão o enlace de almas comprometidas em aflitivas provações, nos lances do reajuste.

E, para abreviar o tormento que flagela de mil modos a consciência reencarnada ou desencarnada, quando nas grades expiatórias, é imprescindível atender à renovação mental, único meio de recuperação da harmonia.

Satisfazer-se alguém com o rótulo, em matéria religiosa, sem qualquer esforço de sublimação interior, é tão perigoso para a alma quanto deter uma designação honorífica entre os homens com menosprezo pela responsabilidade que ela impõe.

Títulos de fé não constituem meras palavras, acobertando-nos deficiências e fraquezas. Expressam deveres de melhoria a que não nos será lícito fugir, sem agravo de obrigações.

Em nossos círculos de trabalho, desse modo, não nos bastará o ato de crer e convencer.

Ninguém é realmente espírita à altura desse nome, tão só porque haja conseguido a cura de uma escabiose renitente, com o amparo de entidades amigas, e se decida, por isso, a aceitar a intervenção do Além-Túmulo na sua existência; e ninguém é médium, na elevada conceituação do termo, somente porque se faça órgão de comunicação entre criaturas visíveis e invisíveis.

Para conquistar a posição de trabalho a que nos destinamos, de conformidade com os princípios superiores que nos enaltecem o roteiro, é necessário concretizar-lhes a essência em nossa estrada, por intermédio do testemunho de nossa conversão ao amor santificante.

Não bastará, portanto, meditar a grandeza de nosso idealismo superior. É preciso substancializar-lhe a excelsitude em nossas manifestações de cada dia.

Os grandes artistas sabem colocar a centelha do gênio numa simples pincelada, num reduzido bloco de mármore ou na mais ingênua composição musical. As almas realmente convertidas ao Cristo lhe refletem a beleza nos mínimos gestos de cada hora, seja na emissão de uma frase curta, na ignorada cooperação em favor dos semelhantes ou na renúncia silenciosa que a apreciação terrestre não chega a conhecer.

Nossos pensamentos geram nossos atos e nossos atos geram pensamentos nos outros.

Inspiremos simpatia e elevação, nobreza e bondade, junto de nós, para que não nos falte amanhã o precioso pão da alegria.

Convicção de imortalidade, sem altura de espírito que lhe corresponda, será projeção de luz no deserto.

Mediação entre dois planos diferentes, sem elevação de nível moral, é estagnação na inutilidade.

O pensamento é tão significativo na mediunidade, quanto o leito é importante para o rio. Ponde as águas puras sobre um leito de lama pútrida e não tereis senão a escura corrente da viciação.

Indubitavelmente, divinas mensagens descerão do Céu à Terra.

Entretanto, para isso, é imperioso construir canalização adequada.

Jesus espera pela formação de mensageiros humanos capazes de projetar no mundo as maravilhas do seu Reino.

Para atingir esse aprimoramento ideal é imprescindível que o detentor de faculdades psíquicas não se detenha no simples intercâmbio.

Ser-lhe-á indispensável a consagração de suas forças às mais altas formas de vida, buscando na educação de si mesmo e no serviço desinteressado a favor do próximo o material de pavimentação de sua própria senda.

A comunhão com os orientadores do progresso espiritual do mundo, através do livro, nos enriquece de conhecimento, acentuando-nos o valor mental; e a plantação de bondade constante traz consigo a colheita de simpatia, sem a qual o celeiro da existência se reduz a furna de desespero e desânimo.

Não basta ver, ouvir ou incorporar Espíritos desencarnados, para que alguém seja conduzido à respeitabilidade.

Irmãos ignorantes ou irresponsáveis enxameiam, como é natural, todos os departamentos da Terra, em vista da posição evolutiva deficitária em que ainda se encontram as coletividades do Planeta e, muita vez, sem qualquer raiz de perversidade propriamente dita, milhares de almas, despidas do envoltório denso, praticam o vampirismo junto dos encarnados invigilantes, simplesmente no intuito de prosseguirem coladas às sensações do campo físico das quais não se sentem com suficiente coragem para se desvencilharem.

Toda tarefa, para crescer, exige trabalhadores que se dediquem ao crescimento, à elevação de si mesmos.

Isso é demasiado claro em todos os planos da Natureza.

Não há frutos na árvore nascente.

A madeira não desbastada é incapaz de servir, com eficiência, ao santuário doméstico.

A areia movediça não garante a sustentação.

Não se faz luz na candeia sem óleo.

O carro não transita com êxito onde a picareta ainda não estruturou a estrada conveniente.

Como esperardes o pensamento divino, onde o pensamento humano se perde nas mais baixas cogitações da vida?

Que mensageiro do Céu fará fulgir a mensagem celestial em nosso entendimento, quando o espelho de nossa alma jaz denegrido pelos mais inferiores dos interesses?

Em vão buscaria a estrela retratar-se na lama de um charco.

Amigos, pensemos no bem e executemo-lo.

Tudo o que existe dentro da Natureza é a ideia exteriorizada.

Universo é a projeção da Mente Divina e a Terra, qual a conheceis em seu conteúdo político e social, é produto da Mente Humana.

Civilizações e povos, culturas e experiências constituem formas de pensamento, através das quais evolvemos, incessantemente, para esferas mais altas.

Atentemos, pois, para a obrigação de autoaperfeiçoamento.

Sem compreensão e sem bondade, irmanar-nos-emos aos filhos desventurados da rebeldia. Sem estudo e sem observação, demorar-nos-emos indefinidamente entre os infortunados expoentes da ignorância.

Amor e sabedoria são as asas com que faremos nosso voo definitivo, no rumo da perfeita comunhão com o Pai Celestial.

Escalemos o plano superior, instilando pensamentos de sublimação naqueles que nos cercam.

A palavra esclarece.

O exemplo arrebata.

Ajustemo-nos ao Evangelho Redentor.

Cristo é a meta de nossa renovação.

Regenerando a nossa existência pelos padrões d'Ele, reestruturaremos a vida íntima daqueles que nos rodeiam.

Meus amigos, crede!...

O pensamento puro e operante é a força que nos arroja do ódio ao amor, da dor à alegria, da Terra ao Céu...

Procuremos a consciência de Jesus para que a nossa consciência lhe retrate a perfeição e a beleza!...

Saibamos refletir-lhe a glória e o amor, a fim de que a luz celeste se espelhe sobre as almas, como o esplendor solar se estende sobre o mundo.

Comecemos nosso esforço de soerguimento espiritual desde hoje e, amanhã, teremos avançado consideravelmente no grande caminho!...

Um Benfeitor

André Luiz / Chico Xavier – Livro: Nos domínios da mediunidade – Capítulo 13

terça-feira, 24 de novembro de 2020

O remédio salutar

 

“Confessai as vossas culpas uns aos outros, e orai uns pelos outros para que sareis.” (Tiago, 5:16)

A doença sempre constitui fantasma temível no campo humano, qual se a carne fosse tocada de maldição; entretanto, podemos afiançar que o número de enfermidades, essencialmente orgânicas, sem interferências psíquicas, é positivamente diminuto.

A maioria das moléstias procede da alma, das profundezas do ser. Não nos reportando à imensa caudal de provas expiatórias que invade inúmeras existências, em suas expressões fisiológicas, referimo-nos tão somente às moléstias que surgem, de inesperado, com raízes no coração.

Quantas enfermidades pomposamente batizadas pela ciência médica não passam de estados vibratórios da mente em desequilíbrio?

Qualquer desarmonia interior atacará naturalmente o organismo em sua zona vulnerável. Um experimentar-lhe-á os efeitos no fígado, outro, nos rins e, ainda outro, no próprio sangue.

Em tese, todas as manifestações mórbidas se reduzem a desequilíbrio, desequilíbrio esse cuja causa repousa no mundo mental.

O grande apóstolo do Cristianismo nascente foi médico sábio, quando aconselhou a aproximação recíproca e a assistência mútua como remédio salutar. O ofensor que revela as próprias culpas, ante o ofendido, lança fora detritos psíquicos, aliviando o plano interno; quando oramos uns pelos outros, nossas mentes se unem, no círculo da intercessão espiritual, e, embora não se verifique o registro imediato em nossa consciência comum, há conversações silenciosas pelo “sem fio” do pensamento.

A cura jamais chegará sem o reajustamento íntimo necessário, e quem deseje melhoras positivas, na senda de elevação, aplique o conselho de Tiago; nele, possuímos remédio salutar para que saremos na qualidade de enfermos encarnados ou desencarnados.

Emmanuel / Chico Xavier – Vinha de Luz – FEB – cap.157

segunda-feira, 23 de novembro de 2020

Cartão de visita

 

Em qualquer estudo da mediunidade, não podemos esquecer que o pensamento vige na base de todos os fenômenos de sintonia na esfera da alma.

Analisando-o, palidamente, tomemos a imagem da vela acesa, apesar de imprópria para as nossas anotações.

A vela acesa arroja de si fótons ou força luminosa.

O cérebro exterioriza princípios inteligentes ou energia mental.

Na primeira, temos a chama.

No segundo, identificamos a ideia.

Uma e outro possuem campos característicos de atuação, que é tanto mais vigorosa quanto mais se mostre perto do fulcro emissor.

No fundo, os agentes a que nos referimos são neutros em si.

Imaginemos, no entanto, o lume conduzido. Tanto pode revelar o caminho de um santuário, quanto a trilha de um pântano.

Tanto ajuda os braços do malfeitor na execução de um crime, quanto auxilia as mãos do benfeitor no levantamento das boas obras.

Verificamos, no símile, que a energia mental, inelutavelmente ligada à consciência que a produz, obedece à vontade.

E, compreendendo-se no pensamento a primeira estação de abordagem magnética, em nossas relações uns com os outros, seja qual for a mediunidade de alguém, é na vida íntima que palpita a condução de todo o recurso psíquico.

Observa, pois, os próprios impulsos.

Desejando, sentes.

Sentindo, pensas.

Pensando, realizas.

Realizando, atrais.

Atraindo, refletes.

E, refletindo, estendes a própria influência, acrescida dos fatores de indução do grupo com que te afinas.

O pensamento é, portanto, nosso cartão de visita.

Com ele, representamos ao pé dos outros, conforme nossos próprios desejos, a harmonia ou a perturbação, a saúde ou a doença, a intolerância ou o entendimento, a luz dos construtores do bem ou a sombra dos carregadores do mal.

Emmanuel / Chico Xavier – Livro: Seara dos Médiuns


sábado, 21 de novembro de 2020

 

O espiritismo, em sua feição de Cristianismo redivivo, tem papel muito mais alto que o de simples campo para novas observações técnicas da ciência instável do mundo. (Caminho, Verdade e Vida).

O Espiritismo é a luz de uma nova renascença para o mundo inteiro. Para que a sublime renovação se concretize, porém, é necessário nos convertamos em raios vivos de sua santificante claridade, ajustando a nossa individualidade aos imperativos do Infinito Bem. (Roteiro)

O Espiritismo, sem Evangelho, pode alcançar as melhores expressões de nobreza, mas não passará de atividade destinada a modificar-se ou desaparecer, como todos os elementos transitórios do mundo. (O Consolador)

Espiritismo não expressa simples convicção de imortalidade: é clima de serviço e edificação. (Pão Nosso)

Numerosos filósofos hão compreendido as teses e conclusões do Espiritismo no seu aspecto filosófico, cientifico e religioso; todavia, para a iluminação do íntimo, só tendes no mundo o Evangelho do Senhor, que nenhum roteiro doutrinário poderá ultrapassar. (O Consolador)

O espiritista sincero deve compreender que a iluminação de uma consciência é como se fora a iluminação de um mundo, salientando-se que a tarefa do Evangelho, junto das almas encarnadas na Terra, é a mais importante de todas, visto constituir uma realização definitiva e real. A missão da doutrina é consolar e instruir, em Jesus, para que todos mobilizem as suas possibilidades divinas no caminho da vida. Trocá-la por lugar no banquete dos Estados é inverter o valor dos ensinos, porque todas as organizações humanas são passageiras em face da necessidade de renovação de todas as fórmulas do homem na lei do progresso universal, depreendendo-se daí que a verdadeira construção da felicidade geral só será efetiva com bases legítimas no espírito das criaturas. (O Consolador)

Irmãos e amigos. Ainda é para o estudo e a prática do Evangelho, em sua primitiva pureza, que tereis de voltar o vosso entendimento, se quiserdes salvar da destruição o patrimônio de conquistas grandiosas da vossa civilização. (Emmanuel)

Confessai-vos uns aos outros, buscando de preferência aqueles a quem ofendestes e, quando a vossa imperfeição não vo-lo permita, procurai ouvir a voz de Deus, na voz da vossa própria consciência. (Emmanuel)

O Evangelho do Divino Mestre ainda encontrará, por algum tempo, a resistência das trevas. A má-fé, a ignorância, a simonia, o império da força, conspirarão contra ele, mas tempo virá em que a sua ascendência será reconhecida. Nos dias de flagelo e de provações coletivas, é para a sua luz eterna que a Humanidade se voltará tomada de esperança. Então, novamente se ouvirão as palavras benditas do Sermão da Montanha e, através das planícies, dos montes e dos vales, o homem conhecerá o caminho, a verdade e a vida. (Emmanuel)

O Evangelho é o Sol da Imortalidade que o Espiritismo reflete, com sabedoria, para a atualidade do mundo. (Vinha de Luz)

O Evangelho não se reduz a breviário para o genuflexório. É roteiro imprescindível para a legislação e administração, para o serviço e para a obediência. (Caminho, Verdade e Vida)

Adaptarmo-nos ao Evangelho é descobrir outro país, cuja grandeza se perde no Infinito da alma. (Paulo e Estevão)

O Evangelho do Cristo é o Sol que ilumina as tradições e os fatos da antiga Lei. (Paulo e Estevão)

Registrarás sublimes narrações do Infinito na palavra dos grandes orientadores, ouvirás muitas vozes amigas que te lisonjearão a personalidade, escutarás novidades que te arrebatam ao êxtase; entretanto, somente com Jesus no Evangelho bem vivido é que reestruturaremos a nossa individualidade eterna para a sublime ascensão à Consciência do Universo. (Roteiro)

Grande injustiça comete quem afirma encontrar no Evangelho a religião da tristeza e da amargura. Indubitavelmente, o sacerdócio muita vez impregnou o horizonte cristão de nuvens sombrias, com certas etiquetas do culto exterior, mas o Cristianismo, em sua essência, é a revelação da profunda alegria do Céu entre as sombras da Terra. (Roteiro)

Quando o homem percebe a grandeza da Boa Nova, compreende que o Mestre não é apenas o reformador da civilização, o legislador da crença, o condutor do raciocínio ou o doador de felicidades terrestres, mas também, acima de tudo, o renovador da vida de cada um. (Prefácio de Jesus no Lar)

Sem a Boa Nova, a nossa Doutrina Consoladora será provavelmente um formoso parque de estudos e indagações, discussões e experimentos, reuniões e assembleias, louvores e assombros, mas a felicidade não é produto de deduções e demonstrações. (Roteiro)

O Evangelho é código de paz e felicidade que precisamos substancializar dentro da própria vida! (Ave Cristo)

Quem exercita a compreensão do Evangelho acende lume no próprio coração para clarear a senda dos entes queridos, na Terra ou além da morte... (Ave Cristo)

 Emmanuel / Chico Xavier – Livro: Palavras de Emmanuel

Lutas na equipe

 

Qual ocorre na turma de escola, o atormentado momento da auscultação de valores chega sempre para a equipe de ação espiritual.

* * *

No estabelecimento de ensino, é o exame periódico das matérias professadas.

No grupo de realizações da alma é o tempo de provação a se definir por expressões diversas.

* * *

Perplexidade é desequilíbrio nos setores mais altos do ideal.

Laboriosa travessia de atoleiros do sentimento.

Verificação de pontos fracos.

Contagem de perdas e danos depois dos acidentes de natureza moral.

Chegada a ocasião perigosa, ouvem-se escapatórias apressadas:

- Não tenho culpa.

- Não é comigo.

- Estou fora.

- Nada sei.

A organização se converte para logo em viveiro de farpas magnéticas, conturbando e ferindo os próprios componentes.

Entretanto, é preciso contar com isso.

Construção exige marteladas.

Aprendizado pede demonstrações.

Obstáculo é o metro da resistência.

Tribulação é cadinho da fé.

Nem azedume, nem irritação.

No instante do testemunho, saibamos simplesmente reparar o caminho estragado e seguir adiante.

* * *

Hora de mais luta é também hora de mais trabalho para que a paz se estabeleça.

* * *

Imunizemos o grupo contra a perturbação, acusando a nós mesmos, acentuando a nossa responsabilidade e aprendendo com o fracasso.

* * *

Somos ainda no mundo Espíritos imperfeitos e, sem a dificuldade, de nenhum modo conseguiríamos segurança e autossuperação.

Convençamo-nos de que a crise é a mestra da experiência e sem experiência, em qualquer empresa edificante da Terra, é impossível melhorar e compreender, servir e perseverar.

 Emmanuel / Chico Xavier – Livro: Rumo Certo