quinta-feira, 7 de outubro de 2021

Maioridade

 “...O menor é abençoado pelo maior”. Paulo (Hebreus. 7:7)

 

Em todas as atividades da vida, há quem alcance a maioridade natural entre os seus parentes, companheiros ou contemporâneos.

Há quem se faz maior na experiência física, no conhecimento, na virtude ou na competência.

De modo geral, contudo, aquele que se vê guindado a qualquer nível de superioridade costuma valer-se da situação para esquecer seu débito para com o espírito comum.

Muitas vezes quem atinge a maioridade financeira torna-se avarento, quem encontra o destaque científico faz-se vaidoso e quem se vê na galeria do poder abraça o orgulho vão.

A Lei da Vida, porém, não recomenda o exclusivismo e a separatividade.

Segundo os princípios divinos, todo progresso legítimo se converte em bênçãos para a coletividade inteira.

A própria Natureza oferece lições sublimes nesse sentido.

Cresce a árvore para a frutificação.

Cresce a fonte para benefício do solo.

Se cresceste em experiência ou em elevação de qualquer espécie, lembra-te da comunhão fraternal com todos.

O Sol, com seus raios de luz, não desampara a furna barrenta e não desdenha o verme.

Desenvolvimento é poder.

Repara como empregas as vantagens de que a tua existência foi acrescentada. O Espírito Mais Alto de quantos já se manifestaram na Terra aceitou o sacrifício supremo, a fim de auxiliar a todos, sem condições.

Não te esqueças de que, segundo o Estatuto Divino, o "menor é abençoado pelo maior".

 

Emmanuel / Chico Xavier – Fonte Viva – FEB – cap. 021

Oração da criança ao homem

 


Edificaste um mundo novo, em que me veja num futuro melhor.

Auxilia-me a ter alegria dentro dele.

Deste-me liberdade.

Ensina-me a ser livre, sendo feliz.

Colocaste-me no centro da cultura, com acesso às mais avançadas experiências.

Guia-me os passos para que não me sinta em desequilíbrio e para que o desequilíbrio não me enlouqueça.

Dizes que me defendes.

Não me recuses os benefícios da escola e do trabalho e nem me induzas a qualquer ideia de ódio e separação.

Inventaste estradas nos céus.

Ajuda-me a construir caminhos em que possa fazer o meu encontro com os semelhantes, no clima da compreensão e da paz.

Criaste máquinas preciosas para meu reconforto.

Ensina-me a dirigi-las com amor e responsabilidade para que elas não me esmaguem.

Desenvolveste o progresso e levantaste a grandeza material em todos os recantos da Terra, e agradeço-te por tudo - a ti que me acolhes com tanto carinho e com tanto amor - mas peço, com todas as forças de meu coração para que não me afastes de Deus.

Meimei / Chico Xavier – Livro: Antologia da criança

sexta-feira, 1 de outubro de 2021

Homenagem a Allan Kardec

 


As exuberantes claridades do Século das Luzes não foram suficientes para arrancar a criatura humana do materialismo e do pessimismo. Enquanto as Escolas de pensamento se debatiam nas rudes procelas do cepticismo e da negação, apoiadas sobre os alicerces do mecanicismo científico, afirmando a morte do ser no momento da anóxia cerebral, igualmente alargavam-se os horizontes da investigação em torno da personalidade e do comportamento, da psique e da saúde mental, tentando-se compreender a estrutura profunda do inconsciente e da sua constituição neurológica.

Teorias grandiosas apareciam com entusiasmo e emurcheciam dominadas por outras não menos esdrúxulas, que deslumbravam as mentes aturdidas e cansadas do Deus teológico e arbitrário, que atemorizava e punia sem compaixão em nome do amor que preconizava em Seu nome.

Pensadores cristãos sinceros, não obstante, proclamavam a necessidade de uma releitura do Evangelho baseados na necessidade de uma renovação moral fundamentada em Deus e liberdade. Espíritos notáveis reencarnados, quais Lamennais, Lacordaire e outros lídimos servidores do Bem, após iniciarem a nova era do pensamento cristão através do seu periódico L'Avenir, convidando os teólogos e estudiosos católicos a uma revisão dos textos evangélicos e aplicação mais consentânea com os dias de então, viram o seu órgão ser fechado pela intolerância clerical, em tentativa cruel de silenciar-lhes a voz, mas não desistindo de dar prosseguimento à luta em favor de uma sociedade feliz e realmente cristã conforme os postulados enunciados e vividos por Jesus.

Dessa forma, pairava na psicosfera cultural da França e do mundo, algo de extraordinário que deveria acontecer para alterar completamente e por definitivo a conduta religiosa que se debatia nos estertores da obstinação medieval, sobrevivente a todos os avançados passos do conhecimento existente. Eram os prenúncios da chegada do Espiritismo, cujos missionários responsáveis pelo ministério já se encontravam reencarnados uns, enquanto os outros preparavam a instalação da Nova Era.

O materialismo vigoroso era a resposta das conquistas logradas nos laboratórios e da reação filosófica de homens e mulheres que não mais se submetiam aos ditames escravocratas das paixões que produziam o fanatismo religioso, sempre distante da realidade, porém, dominante e perverso.

A razão, naqueles dias, libertava-se dos grilhões do magister dixit e a severa vigilância na literatura que somente podia proclamar aquilo que estivesse sob os ditames da revisão religiosa autorizada pelo Imprimatur da Igreja começava a perder força e poder. O panfletismo e as impressões desautorizadas sacudiam as mentes e os corações que aspiravam por liberdade abrindo os horizontes da fé para novas conceituações e procedimentos.

Foi nesse báratro que surgiu O Livro dos Espíritos, publicado pela coragem moral e cultural de Allan Kardec, graças ao compromisso estabelecido com o Sr. Dentu e mantido pela sua viúva Sra. Mélanie, que lhe honrou a memória, ensejando a impostergável revisão e reestudo da doutrina de Jesus sob a óptica da Razão e da Ciência, confirmando a indestrutibilidade do Espírito, a sua comunicabilidade com os seres humanos, a reencarnação, e apresentando a ética-moral que ressuma do Seu Evangelho, e que se encontrava mergulhada no abismo da ignorância e dos interesses subalternos.

Com as novas propostas espíritas, os camartelos do bom senso e da investigação abriram as carcomidas bases das religiões dominantes, facultando novas incursões filosóficas na interpretação dos textos de Jesus e dos Seus discípulos, que trouxeram coragem e alegria de viver aos milhões de sofredores aquartelados nos sombrios redutos da ignorância, do medo ou do desespero e da revolta...

O Espiritismo veio confirmar a promessa de O Consolador proposta por Jesus antes de despedir-se dos amigos, com os notáveis instrumentos da investigação científica e do pensamento ético, ensejando a religião do amor e da razão, únicos requisitos que podem oferecer resistência contra o mal e a perversidade histórica sempre presente nos comportamentos humanos.

Inesperadamente, face ao cinismo e à vulgaridade que o materialismo propunha ao comportamento com expressões hedonistas desgastantes, sentindo-se aturdido e desestruturado, levantou-se para exterminar o Espiritismo utilizando-se do ridículo que antes dirigia aos clérigos e religiosos outros para atingir os médiuns, que eram acusados de charlatães ou de psicopatas, não ocultando os estertores agônicos em que se estorcegava.

Enquanto os religiosos levantavam bandeiras de nova caça às bruxas, repetindo os desgastados refrões medievais, de intervenção demoníaca na sua conduta, o cepticismo orgulhoso e vão ridicularizava a mediunidade e os espíritas utilizando-se de epítetos chulos e mesquinhos, para subestimarem a nova revolução que ignoravam, não tendo a coragem cultural de se dedicarem ao seu estudo e análise. É sempre mais fácil combater o que se ignora, mantendo-se na presunçosa figuração de sapiente do que reconhecer os próprios limites, avançando sempre no rumo de enobrecida erudição. Isto porque, o conhecimento que realmente liberta, impõe conduta compatível com as informações constatadas exigindo radical mudança dos hábitos doentios e primários com os quais se encontra acostumado o indivíduo, para galgar um patamar mais elevado de comportamento, que exige esforço, porém compensa pela plenitude que propicia.

O Espiritismo é uma ciência de profundas consequências ético-morais por estruturar-se na compreensão de uma filosofia existencial estribada no comportamento saudável. De nada adiantaria o conhecimento da imortalidade da alma e os efeitos da sua conduta terrestre, se não proporcionasse uma alteração real na maneira de ser do indivíduo que lhe assimila os paradigmas. Exige, portanto, expressivo esforço do seu adepto para se adequar aos seus impositivos doutrinários.

Sobrevivendo ao Século das Luzes que pôde mais clarear com as estrelas fulgurantes das suas propostas, venceu sobranceiro o Século da Ciência e da Tecnologia, sem que qualquer um dos seus postulados sofresse alteração ou fosse superado, antes confirmados pelas diferentes áreas da investigação científica, seja na Física Quântica, quanto na Biologia Molecular, na Psicologia Transpessoal, quanto na Embriogenia, havendo enfrentado as mais avançadas conquistas revolucionárias dos últimos tempos quais os transplantes de órgãos, a criogenia, a clonagem, a fecundação in vitro, a virusterapia... É o maior adversário da eutanásia, do aborto criminoso, da pena de morte, do suicídio, das guerras, sempre de pé contra o direito humano de matar, avançando estoico pelos caminhos do Terceiro Milênio com as suas propostas libertadoras e nobres, construindo o homem mais saudável, integral e a sociedade feliz por todos anelados.

Dessa forma, recordando o ínclito Codificador Allan Kardec, que abriu a cortina da Nova Era com o seu caráter invulgar de homem de bem, de erudição e de dignidade, nós, os Espíritos-espíritas agradecemos a sua contribuição e valor, por haver sido o excelente instrumento do Mundo espiritual para a Humanidade no momento mais grave do pensamento histórico de todos os tempos.

 

Vianna de Carvalho – Página psicografada pelo médium Divaldo P. Franco, na noite de 4 de junho de 2001, em Paris, França

Fonte: http://www.divaldofranco.com.br


Diferença

 

“Crês que há um só Deus: fazes bem. Também os demônios o creem, e estremecem”.

(Tiago, 2:19)

 

A advertência do apóstolo é de essencial importância no aviso espiritual.

Esperar benefícios do Céu é atitude comum a todos.

Adorar o Senhor pode ser trabalho de justos e injustos.

Admitir a existência do Governo Divino é traço dominante de todas as criaturas.

Aceitar o Supremo Poder é próprio de bons e maus.

Tiago foi divinamente inspirado neste versículo, porque suas palavras definem a diferença entre crer em Deus e fazer-Lhe a Sublime Vontade.

A inteligência é atributo de todos.

A cognição procede da experiência.

O ser vivo evolve sempre e quem evolve aprende e conhece.

A diferenciação entre o gênio do mal e o gênio do bem permanece na direção do conhecimento.

O demônio, como símbolo de maldade, executa os próprios desejos, muita vez desvairados e escuros.

O anjo identifica-se com os desígnios do Eterno e cumpre-os onde se encontra.

Recorda, pois, que não basta a escola religiosa a que te filias para que o problema da felicidade pessoal alcance a solução desejada.

Adorar o Senhor, esperar e crer n’Ele são atitudes características de toda a gente.

O único sinal que te revelará a condição mais nobre estará impresso na ação que desenvolveres na vida, a fim de executar-lhe os desígnios, porque, em verdade, não adianta muito ao aperfeiçoamento o ato de acreditar no bem que virá do Senhor e sim a diligência em praticar o bem, hoje, aqui e agora, em seu nome.

 

Emmanuel / Chico Xavier – Fonte Viva – FEB – cap. 020

Prece pelos inimigos do Espiritismo

             


          Senhor, Tu nos disseste pela boca de Jesus, o teu Messias:

“Bem-aventurados os que sofrem perseguição por amor da justiça; perdoai aos vossos inimigos; orai pelos que vos persigam”. E Ele próprio nos deu o exemplo, orando pelos seus algozes.

Seguindo esse exemplo, meu Deus, imploramos a tua misericórdia para os que desprezam os teus sacratíssimos preceitos, únicos capazes de facultar a paz neste mundo e no outro. Como o Cristo, também nós te dizemos: “Perdoa-lhes, Pai, que eles não sabem o que fazem”.

Dá-nos forças para suportar com paciência e resignação, como provas para a nossa fé e a nossa humildade, seus escárnios, injúrias, calúnias e perseguições; isenta-nos de toda ideia de represálias, visto que para todos soará a hora da tua justiça, hora que esperamos submissos à tua vontade santa.

 

Allan Kardec – O Evangelho segundo o Espiritismo