quinta-feira, 18 de novembro de 2021

Oração fraternal

 


Irmão nosso, que estás na Terra!

Glorificada seja tua vontade, em favor do Infinito bem.

Trabalha incessantemente pelo Reino Divino, com tua cooperação espontânea.

Seja atendida a tua aspiração elevada, com esquecimento de todos os caprichos inferiores.

Tanto no lar da Carne, quanto no Templo do Universo.

O pão nosso de cada dia, que vem do Celeste Celeiro, usa com respeito e divide santamente.

Desculpa nossas faltas para contigo, assim como o Eterno Pai tem perdoado nossa dividas em comum.

Não permitas que a tua existência se perca pela tentação dos maus pensamentos.

Livra-te dos males que procedem do próprio coração.

Porque te pertence, agora, a gloriosa oportunidade de elevação para o reino do poder, da justiça, da paz, da glória e do amor para sempre.

 

Emmanuel / Chico Xavier – Livro: Duzentas mensagens

sábado, 13 de novembro de 2021

Mais Luz: Edição 552

 Leia conosco:

  • Identidade dos Espíritos nas Comunicações
  • Qualificação de Santo Aplicada a Certos Espíritos
  • Os falsos Profetas da Erraticidade
  • Obreiro Sem Fé - Fonte Viva
  • Em Oração

https://mailchi.mp/2dfbef56096d/boletim-mais-luz

Projeto Lendo e Relendo André Luiz

 





Questões e problemas

 


IDENTIDADE DOS ESPÍRITOS NAS COMUNICAÇÕES PARTICULARES

Por que os Espíritos evocados por um sentimento de afeição muitas vezes se recusam a dar provas certas de sua identidade?

Compreende-se todo o valor ligado às provas de identidade da parte dos Espíritos que nos são caros; esse sentimento é muito natural e parece, desde que os Espíritos podem manifestar-se, que lhes deve ser muito fácil atestar a sua personalidade. A falta de provas materiais, sobretudo para certas pessoas que não conhecem o mecanismo da mediunidade, isto é, a lei das relações entre os Espíritos e os homens, é uma causa de dúvida e de cruel incerteza. Embora tenhamos tratado várias vezes desta questão, vamos examiná-la novamente, para responder a algumas perguntas que nos são dirigidas.

Nada temos a acrescentar ao que foi dito sobre a identidade dos Espíritos que vêm unicamente para a nossa instrução e que deixaram a Terra há algum tempo. Sabe-se que ela não pode ser atestada de maneira absoluta e que se deve limitar a julgar o valor da linguagem.

A identidade só pode ser constatada com certeza para os Espíritos partidos recentemente, cujo caráter e hábitos se refletem em suas palavras. Nestes a identidade se revela por mil particularidades de detalhe. Algumas vezes a prova ressalta de fatos materiais, característicos, mas na maioria das vezes, de nuanças da própria linguagem e de uma porção de pequenos nadas que, por serem pouco salientes, não são menos significativos.

Muitas vezes as comunicações deste gênero encerram mais provas do que se pensa e que se descobrem com mais atenção e menos prevenções. Infelizmente, na maior parte do tempo não se contentam com que o Espírito quer ou pode dar; querem provas à sua maneira; ou lhe pedem que diga ou faça tal coisa, lembre um nome ou um fato, num momento dado, sem pensar nos obstáculos que, por vezes, a isto se opõem, e paralisam a sua boa vontade.

Depois, obtido o que se deseja, muitas vezes querem mais; acham que não é ainda bastante concludente; depois de um fato, pedem outro e mais outro. Numa palavra, nunca são suficientes para convencer. É então que o Espírito, muitas vezes fatigado por essa insistência, cessa completamente de se manifestar, esperando que a convicção chegue por outros meios. Mas muitas vezes, também, sua abstenção lhe é imposta por uma vontade superior, como punição ao solicitante muito exigente, e também como prova para a sua fé, porquanto, se por algumas decepções e por não obter o que quer, viesse a abandonar os Espíritos, esses por sua vez o abandonariam, deixando-o mergulhado nas angústias e torturas da dúvida, felizes quando seu abandono não tem consequências mais graves.

Mas, numa imensidade de casos, as provas materiais de identidade são independentes da vontade do Espírito, e do desejo que este tem de as dar. Isto se deve à natureza, ou ao estado do instrumento pelo qual se comunica. Há na faculdade mediúnica uma variedade infinita de nuanças, que tornam o médium apto ou impróprio à obtenção de tais ou quais efeitos que, à primeira vista, parecem idênticos e que, no entanto, dependem de influências fluídicas diferentes. O médium é como um instrumento de cordas múltiplas: não pode dar som pelas cordas que faltam. (...)

É de notar que as provas de identidade vêm quase sempre espontaneamente, no momento em que menos se pensa, ao passo que são dadas raramente quando pedidas. Capricho da parte do Espírito? Não; há uma causa material. Ei-la:

As disposições fluídicas que estabelecem as relações entre o Espírito e o médium oferecem nuances de extrema delicadeza, inapreciáveis aos nossos sentidos e que variam de um momento a outro no mesmo médium. Muitas vezes um efeito que não é possível num instante desejado, sê-lo-á uma hora, um dia, uma semana mais tarde, porque as disposições ou a energia das correntes fluídicas terão mudado. Acontece aqui como na fotografia, onde uma simples variação na intensidade ou na direção da luz é suficiente para favorecer ou impedir a reprodução da imagem. Um poeta fará versos à vontade? Não; precisa de inspiração. Se não estiver em disposição favorável, por mais que perscrute o cérebro, nada obterá. Perguntai-lhe por quê? Nas evocações, o Espírito deixado à vontade se prevalece das disposições que encontra no médium, aproveita o momento propício; mas quando essas disposições não existem, não pode mais que o fotógrafo, na ausência da luz. Portanto, nem sempre pode, mau grado seu desejo, satisfazer instantaneamente a um pedido de provas de identidade. Eis por que é preferível esperá-las a solicitá-las.

Além disso, é preciso considerar que as relações fluídicas que devem existir entre o Espírito e o médium jamais se estabelecem completamente desde a primeira vez; a assimilação não se faz senão com o tempo e gradualmente. Daí resulta que, inicialmente, o Espírito sempre experimenta uma dificuldade que influi na clareza, na precisão e no desenvolvimento das comunicações; mas, quando o Espírito e o médium estão habituados um ao outro; quando seus fluidos estão identificados, as comunicações se dão naturalmente, porque não há mais resistências a vencer.

Por aí se vê quantas considerações devem ser levadas em conta no exame das comunicações. É por falta de o fazer e de conhecer as leis que regem esses tipos de fenômenos que muitas vezes se pede o que é impossível. É absolutamente como se alguém, que não conhecesse as leis da eletricidade, se admirasse que o telégrafo pudesse experimentar variações e interrupções e concluísse que a eletricidade não existe.

O fato da constatação da identidade de certos Espíritos é um acessório no vasto conjunto dos resultados que o Espiritismo abarca; mesmo que tal constatação fosse impossível, nada prejulgaria contra as manifestações em geral, nem contra as consequências morais daí decorrentes. Seria preciso lamentar os que privassem das consolações que ela proporciona, por não ter obtido uma satisfação pessoal, pois isto seria sacrificar o todo à parte.

QUALIFICAÇÃO DE SANTO APLICADA A CERTOS ESPÍRITOS

Num grupo de província, tendo-se apresentado um Espírito sob o nome de “São José, santo, três vezes santo”, isto deu ensejo a que se fizesse a seguinte pergunta:

Um Espírito, mesmo canonizado em vida, pode dar-se a qualificação de santo, sem faltar à humildade, que é um dos apanágios da verdadeira santidade e, invocando-o, permite que lhe deem esse título? O Espírito que o toma deve, por esse fato, ser tido por suspeito?

Um outro Espírito respondeu:

“Deveis rejeitá-lo imediatamente, pois equivaleria a um grande capitão que se vos apresentasse exibindo pomposamente seus numerosos feitos de armas, antes de declinar o seu, ou a um poeta que começasse por se gabar de seus talentos. Veríeis nessas palavras um orgulho despropositado. Assim deve ser com homens que tiveram algumas virtudes na Terra e que foram julgados dignos de canonização. Se se apresentarem a vós com humildade, crede neles; se vierem se fazendo preceder de sua santidade, agradecei e nada perdereis. O encarnado não é santo porque foi canonizado: só Deus é santo, porque só ele possui todas as perfeições. Vede os Espíritos superiores, que conheceis pela sublimidade de seus ensinamentos: eles não ousam dizer-se santos; qualificam-se simplesmente de Espíritos de verdade”.

Esta resposta demanda algumas retificações. A canonização não implica a santidade no sentido absoluto, mas simplesmente um certo grau de perfeição. Para alguns a qualificação de santo tornou-se uma espécie de título banal, fazendo parte integrante do nome, para os distinguir de seus homônimos, ou que lhes dão por hábito. Santo Agostinho, São Luís, São Tomé, podem, pois, antepor o nome santo à sua assinatura, sem que o façam por um sentimento de orgulho, que seria tanto mais descabido em Espíritos superiores que, melhor que os outros, não fazem nenhum caso das distinções dadas pelos homens. Dar-se-ia o mesmo com os títulos nobiliárquicos ou as patentes militares. Seguramente aquele que foi duque, príncipe ou general na Terra não o é mais no mundo dos Espíritos e, no entanto, assinando, poderão tomar essas qualificações, sem que isto tenha consequência para o seu caráter. Alguns assinam: aquele que, quando vivo na Terra, foi o duque de tal. O sentimento do Espírito se revela pelo conjunto de suas comunicações e por sinais inequívocos em sua linguagem. É assim que não nos podemos enganar sobre aquele que começa por se dizer: “São José, santo, três vezes santo”. Só isto bastaria para revelar um Espírito impostor, adornando-se com o nome de São José. Assim, ele pôde ver, graças ao conhecimento dos princípios da doutrina, que sua velhacaria não encontrou ingênuos no círculo onde quis introduzir-se.

O Espírito que ditou a comunicação acima é, pois, muito absoluto no que concerne à qualificação de santo e não está certo quando diz que os Espíritos superiores se dizem simplesmente Espíritos de verdade, qualificação que não passaria de um orgulho disfarçado sob outro nome, e que poderia induzir em erro, se tomado ao pé da letra, porque nenhum se pode vangloriar de possuir a verdade absoluta, nem a santidade absoluta. A qualificação de Espírito de verdade não pertence senão a um só, (grifo nosso) e pode ser considerada como nome próprio; está especificada no Evangelho. Aliás, esse Espírito se comunica raramente e apenas em circunstâncias especiais. Devemos pôr-nos em guarda contra os que se adornam indevidamente com esse título: são fáceis de reconhecer, pela prolixidade e pela vulgaridade de sua linguagem.

Allan Kardec – Revista Espírita – julho/1856

Ante o Evangelho: Os falsos profetas da erraticidade

 

Os falsos profetas não se encontram unicamente entre os encarnados. Há-os também, e em muito maior número, entre os Espíritos orgulhosos que, aparentando amor e caridade, semeiam a desunião e retardam a obra de emancipação da Humanidade, lançando-lhe de través seus sistemas absurdos, depois de terem feito que seus médiuns os aceitem. E, para melhor fascinarem àqueles a quem desejam iludir, para darem mais peso às suas teorias, se apropriam sem escrúpulo de nomes que só com muito respeito os homens pronunciam.

São eles que espalham o fermento dos antagonismos entre os grupos, que os impelem a isolarem-se uns dos outros e a olharem-se com prevenção.

Isso por si só bastaria para os desmascarar, pois, procedendo assim, são os primeiros a dar o mais formal desmentido às suas pretensões. Cegos, portanto, são os homens que se deixam cair em tão grosseiro embuste.

Há, porém, muitos outros meios de serem reconhecidos. Espíritos da categoria em que eles dizem achar-se têm de ser não só muito bons, como também eminentemente racionais. Pois bem: passai-lhes os sistemas pelo crivo da razão e do bom senso e vede o que restará. Convinde, pois, comigo, em que, todas as vezes que um Espírito indica, como remédio aos males da Humanidade ou como meio de conseguir-se a sua transformação, coisas utópicas e impraticáveis, medidas pueris e ridículas; quando formula um sistema que as mais rudimentares noções da Ciência contradizem, não pode ser senão um Espírito ignorante e mentiroso.

Por outro lado, crede que, se nem sempre os indivíduos apreciam a verdade, esta é apreciada sempre pelo bom senso das massas, constituindo isso mais um critério. Se dois princípios se contradizem, achareis a medida do valor intrínseco de ambos, verificando qual dos dois encontra mais ecos e simpatias. Fora, com efeito, ilógico admitir-se que uma doutrina cujo número de adeptos diminua progressivamente seja mais verdadeira do que outra que veja o dos seus em contínuo aumento. Querendo que a verdade chegue a todos, Deus não a confina num círculo acanhado: fá-la surgir em diferentes pontos, a fim de que por toda a parte a luz esteja ao lado das trevas.

Repeli sem condescendência todos esses Espíritos que se apresentam como conselheiros exclusivos, pregando a separação e o insulamento. São quase sempre Espíritos vaidosos e medíocres, que procuram impor-se a homens fracos e crédulos, prodigalizando-lhes exagerados louvores, a fim de os fascinar e de tê-los dominados. São, geralmente, Espíritos sequiosos de poder e que, déspotas públicos ou nos lares, quando vivos, ainda querem vítimas para tiranizar depois de terem morrido. Em geral, desconfiai das comunicações que trazem um caráter de misticismo e de singularidade, ou que prescrevem cerimônias e atos extravagantes. Há sempre, nesses casos, motivo legítimo de suspeição (...). – Erasto, discípulo de Paulo (Paris, 1862.)

O Evangelho Segundo o Espiritismo – Capítulo XXI – Haverá falsos cristos e falsos profetas – item 10

Obreiro sem fé

 “…e eu te mostrarei a minha fé pelas minhas obras”. (Tiago, 2:18)

 

Em todos os lugares, vemos o obreiro sem fé, espalhando inquietação e desânimo.

Devota-se a determinado empreendimento de caridade e abandona-o, de início, murmurando:

— “Para quê? O mundo não presta”.

Compromete-se em deveres comuns e, sem qualquer mostra de persistência, se faz demissionário de obrigações edificantes, alegando:

Não nasci para o servilismo desonroso.

Aproxima-se da fé religiosa, para desfrutar-lhe os benefícios, entretanto, logo após, relega-a ao esquecimento, asseverando:

— “Tudo isto é mentira e complicação”.

Se convidado a posição de evidência, repete o velho estribilho:

— “Não mereço! Sou indigno!...”

Se trazido a testemunhos de humildade, afirma sob manifesta revolta:

— “Quem me ofende assim”?

E transita de situação em situação, entre a lamúria e a indisciplina, com largo tempo para sentir-se perseguido e desconsiderado.

Em toda parte, é o trabalhador que não termina o serviço por que se responsabilizou ou o aluno que estuda continuadamente, sem jamais aprender a lição.

Não te concentres na fé sem obras, que constitui embriaguez perigosa da alma, todavia, não te consagres à ação, sem fé no Poder Divino e em teu próprio esforço.

O servidor que confia na Lei da Vida reconhece que todos os patrimônios e glórias do Universo pertencem a Deus. Em vista disso, passa no mundo, sob a luz do entusiasmo e da ação no bem incessante, completando as pequenas e grandes tarefas que lhe competem, sem enamorar-se de si mesmo na vaidade e sem escravizar-se às criações de que terá sido venturoso instrumento.

Revelemos a nossa fé, através das nossas obras na felicidade comum e o Senhor conferirá à nossa vida o indefinível acréscimo de amor e sabedoria, de beleza e poder.

Emmanuel / Chico Xavier – Fonte Viva – FEB – cap. 026

Em Oração

 

Senhor Jesus!

Esta é a casa em que nos honorificas a confiança, permitindo-nos cooperar contigo no serviço aos semelhantes, em favor de nós mesmos.

Faze-nos sentir que nos concedes aqui um educandário da alma, em função de nosso próprio burilamento para a imortalidade vitoriosa.

Ilumina-nos o entendimento, a fim de que possamos discernir os teus desígnios de nossos desejos.

Ensina-nos a receber todos aqueles que nos batam às portas, na condição de mensageiros da tua bondade, capazes de instruir-nos no amor que nos legaste.

Ajuda-nos, para que venhamos a ser bálsamo aos que sofrem, escora aos que esmorecem, coragem aos abatidos e paz aos que jazem no desespero.

Nos dias obscuros ou intranquilos, quando as nossas imperfeições não nos consintam perceber-te as diretrizes, sê, por misericórdia, a luz que nos oriente em rumo certo.

Nas horas de incerteza ou perturbação, sê o equilíbrio que nos reajuste sentimentos e raciocínios.

Induze-nos a reconhecer que os mais fortes de nós, somos o apoio dos mais fracos; os mais cultos, o auxílio dos menos cultos; os sãos, o socorro devido aos doentes e que todos quantos já puderam entesourar as luzes do caráter cristão devem ser, diante de Ti, o amparo de quantos ainda não conseguem apresentar o padrão de vida espiritual elevado e nobre tanto quanto desejam.

Senhor!

Abençoa-nos e que, junto ao benemérito patrono deste lar da paz e da bênção, possamos nós também aprender a servir-te, servindo o próximo, hoje e sempre.

Assim seja!

Emmanuel / Chico Xavier – Livro: Educandário de Luz