“E não vos conformeis a este
mundo, mas transformai-vos pela renovação da vossa mente, para que
experimenteis qual seja a boa, agradável e perfeita vontade de Deus.” – Paulo.
(Romanos, 12:2.)
A chegada de um novo ano costuma representar a esperança
de novas oportunidades para a Humanidade.
A possibilidade de renovar planos, sonhos e metas para os
365 dias seguintes reflete, muitas vezes, a renovação de posturas do indivíduo
diante da vida, convidando-o a um olhar diferenciado e à renovação de ideais,
sentimentos e ações.
As pessoas depositam esperanças no novo ano para a
construção de uma nova sociedade; e compreendemos que a nova sociedade
deposita, igualmente, esperanças em pessoas novas e renovadas para a mesma
finalidade.
León Denis, o Filósofo do Espiritismo, apresenta-nos
importante alerta sobre essa temática em seu livro Depois da morte:
[...] Para uma sociedade nova é necessário homens novos.
Por isso, a educação desde a infância é de importância capital.
Dar as boas-vindas
a um novo ano representa abrir-se à possibilidade de novas experiências e
aprendizagens, fortalecendo valores e transformando más inclinações em boas
atitudes, ações consideradas fundamentais para a formação de “homens novos”. A educação
é apontada como essencial ao processo de evolução do Espírito, por proporcionar
a reforma íntima, a reorganização de sentimentos, o amadurecimento de ideias e
o alinhamento existencial do indivíduo com os objetivos reencarnatórios estabelecidos.
Nesse sentido, Vinícius, pseudônimo de Pedro de Camargo,
autor de várias obras espíritas de temática educativa, em seu livro O mestre na
educação, sintetiza:
A vida tem uma finalidade clara e positiva, que é a evolução.
Esta se processa nos seres conscientes e responsáveis mediante renovações
íntimas, constantes e progressivas. Semelhante fenômeno denomina-se Educação.
Em continuidade à reflexão, ainda expressa:
[...] Do interior do homem velho cumpre tirar o homem
novo, a nova mentalidade cujo objetivo será desenvolver o amor na razão direta
do combate às multiformes modalidades em que o egoísmo se desdobra. [...]
O contínuo e ascendente processo de aprendizagem e
desenvolvimento apresenta-se dinâmico, permeado por experiências individuais e
potencializado pelos diferentes conhecimentos construídos ao longo da
trajetória individual. Sob a ótica do aprimoramento espiritual, pode-se
conceber a renovação íntima como a tradução dos ensinamentos de amor em
atitudes compatíveis com a vivência cristã, renovando-as.
Nesse fio condutor, Emmanuel, no livro Palavras de
Emmanuel, reitera o valor educativo para o desenvolvimento social e aponta-nos
a relevância do investimento na alma infantil, ao questionar:
Como esperar o aprimoramento da Humanidade, sem a melhoria
do Homem, e como aguardar o Homem renovado, sem o amparo à criança?
Diante de tais referências, percebe-se que as
possibilidades de renovação humana não se dão apenas pela sucessão de novos
anos, minudenciados em oportunidades diárias de aperfeiçoamento, mas igualmente
pela sucessão de novas encarnações, zelosamente planejadas, com vistas à
evolução espiritual do ser.
Similarmente, a postura da criança mediante as novas
experiências reencarnatórias garante-lhe a posição de aprendiz e,
consequentemente, proporciona-lhe o contínuo aprimoramento, visto que “encarnando,
com o objetivo de se aperfeiçoar, o Espírito, durante esse período, é mais
acessível às impressões que recebe, capazes de lhe auxiliarem o adiantamento, para
o que devem contribuir os incumbidos de educá-lo”.
Nesse processo, compreende-se a tarefa da Evangelização Espírita
Infantojuvenil, desde a tenra idade, como relevante ação promotora do
autoaprimoramento, por meio do estudo, da prática e da difusão da Doutrina
Espírita junto aos seres recém-chegados ao mundo físico que, a despeito de se
encontrarem envoltos em pequena vestimenta física, surpreendem-nos com seus
grandes sonhos e ideias, bem como com sua abertura aos novos ensinamentos da
vida.
Conforme nos alerta Vianna de Carvalho:
[...] à Evangelização Espírita Infantojuvenil cabe a indeclinável
tarefa educacional de preparar os futuros cidadãos desde cedo, habilitando-os
com as sublimes ferramentas do conhecimento e do amor para o desempenho dos
compromissos que lhes cumprirá atender, edificando a nova sociedade do amanhã.
Aproximar crianças e jovens da mensagem de Jesus e dos
ensinamentos espíritas, instrumentalizando-os em conhecimento e amor,
solidifica, indubitavelmente, as bases de sua fé raciocinada, fortalecendo-os
ante os desafios e posicionamentos a que são convidados a assumir ao longo da
jornada terrena.
Guillon Ribeiro considera tal aspecto como de especial
seriedade e relevo, ao apresentar expressivo convite aos que abraçam a tarefa
de orientação das almas infantojuvenis:
Auxiliemos a todos, favorecendo, sobretudo, a criança e o
jovem a um melhor posicionamento diante da vida, em face da reencarnação.
Somente assim plasmaremos desde agora os alicerces de uma
nova Humanidade para o mundo porvindouro.
Renovemo-nos, pois, em alegria e paz, nas tarefas abraçadas
junto à Evangelização Espírita Infantojuvenil e nos ideais propulsores de todas
as ações da vida, e inspiremo-nos, em cada dia do próximo ano, nas oportunas
reflexões de Emmanuel:
Abre as portas de tua alma a tudo o que seja útil, nobre,
belo e santificante, e, de braços devotados ao serviço da Boa-Nova, pela Terra
regenerada e feliz, sigamos com a vanguarda dos nossos benfeitores ao encontro
do Divino Amanhã.
Muita paz a todos e Feliz Ano Novo!
Departamento de Infância e Juventude / FEB
Revista
Reformador – janeiro/2013