sexta-feira, 7 de janeiro de 2022

Guardemos o cuidado

 “... Mas nada é puro para os contaminados e infiéis”. Paulo (Tito, 1:15)

 

O homem enxerga sempre, através da visão interior.

Com as cores que usa por dentro, julga os aspectos de fora.

Pelo que sente, examina os sentimentos alheios.

Na conduta dos outros, supõe encontrar os meios e fins das ações que lhe são peculiares.

Dai, o imperativo de grande vigilância para que a nossa consciência não se contamine pelo mal.

Quando a sombra vagueia em nossa mente, não vislumbramos senão sombras em toda parte.

Junto das manifestações do amor mais puro, imaginamos alucinações carnais.

Se encontramos um companheiro trajado com louvável apuro, pensamos em vaidade.

Ante o amigo chamado à carreira pública, mentalizamos a tirania política.

Se o vizinho sabe economizar com perfeito aproveitamento da oportunidade, fixamo-lo com desconfiança e costumamos tecer longas reflexões em torno de apropriações indébitas.

Quando ouvimos um amigo na defesa justa, usando a energia que lhe compete, relegamo-lo, de imediato, à categoria dos intratáveis.

Quando a treva se estende, na intimidade de nossa vida, deploráveis alterações nos atingem os pensamentos.

Virtudes, nessas circunstâncias, jamais são vistas.

Os males, contudo, sobram sempre.

Os mais largos gestos de bênção recebem lastimáveis interpretações.

Guardemos cuidado toda vez que formos visitados pela inveja, pelo ciúme, pela suspeita ou pela maledicência.

Casos intrincados existem nos quais o silêncio é o remédio bendito e eficaz, porque, sem dúvida, cada espírito observa o caminho ou o caminheiro, segundo a visão clara ou escura de que dispõe.

 

Emmanuel / Chico Xavier – Fonte Viva – FEB – cap. 034

Prece por libertação

 


Jesus,

Mestre e Senhor!

Todos nós,

Os tutelados teus,

Vinculados ao mundo,

Estamos presos de algum modo

E quase sempre, a sós,

No caminho interior para a união com Deus,

Em sentido mais amplo e mais profundo ...

Quase todos estamos

Encadeados a problemas

Que nos compelem, dia a dia,

A trilhar, palmo a palmo, a vereda sombria

De inquietações extremas.

Somos presos, Senhor, à disciplina

Que nos faça entender a Bondade Divina,

Pela bênção da prova,

Algemados à dor que nos renova

O próprio coração;

Encarcerados comumente

Nas lutas que nos levam para a frente;

 

Conforme os teus programas

No ignorado amor com que nos amas.

Tantas vezes, Jesus, somos detidos

Em lembranças cruéis de tempos idos;

Segregados em mágoa e desalento

Nas celas de pesados desenganos;

Inibidos no impacto violento

Das aflições que surgem, de improviso,

Nos caminhos humanos;

Ou barrados, por fim,

Nas linhas curtas de aposento estreito,

Por favor da Justiça,

Na execução da lei de causa e efeito!...

É por isto, Senhor,

Que nós, os prisioneiros de mil normas,

Aos sublimes grilhões que vibram no trabalho

Com que, em silêncio, nos transformas,

Aqui estamos a rogar-te, em prece:

Faze-nos mais irmãos,

No cultivo do bem que ajuda e esquece

E auxilia-nos, Mestre, a compreender,

Mesmo quando a lição não nos agrade,

Que apenas uma chave em nossa vida

Guarda poder libertador,

A chave da humildade que nos deste

Conduzida na prática do amor!...

Maria Dolores / Chico Xavier – Livro: Caminhos de volta

quinta-feira, 30 de dezembro de 2021

O CEJG deseja a todos um Feliz Ano Novo!

 






Ano Novo, homem novo



“E não vos conformeis a este mundo, mas transformai-vos pela renovação da vossa mente, para que experimenteis qual seja a boa, agradável e perfeita vontade de Deus.” – Paulo. (Romanos, 12:2.)
 

A chegada de um novo ano costuma representar a esperança de novas oportunidades para a Humanidade.

A possibilidade de renovar planos, sonhos e metas para os 365 dias seguintes reflete, muitas vezes, a renovação de posturas do indivíduo diante da vida, convidando-o a um olhar diferenciado e à renovação de ideais, sentimentos e ações.

As pessoas depositam esperanças no novo ano para a construção de uma nova sociedade; e compreendemos que a nova sociedade deposita, igualmente, esperanças em pessoas novas e renovadas para a mesma finalidade.

León Denis, o Filósofo do Espiritismo, apresenta-nos importante alerta sobre essa temática em seu livro Depois da morte:

[...] Para uma sociedade nova é necessário homens novos. Por isso, a educação desde a infância é de importância capital.

 Dar as boas-vindas a um novo ano representa abrir-se à possibilidade de novas experiências e aprendizagens, fortalecendo valores e transformando más inclinações em boas atitudes, ações consideradas fundamentais para a formação de “homens novos”. A educação é apontada como essencial ao processo de evolução do Espírito, por proporcionar a reforma íntima, a reorganização de sentimentos, o amadurecimento de ideias e o alinhamento existencial do indivíduo com os objetivos reencarnatórios estabelecidos.

Nesse sentido, Vinícius, pseudônimo de Pedro de Camargo, autor de várias obras espíritas de temática educativa, em seu livro O mestre na educação, sintetiza:

A vida tem uma finalidade clara e positiva, que é a evolução. Esta se processa nos seres conscientes e responsáveis mediante renovações íntimas, constantes e progressivas. Semelhante fenômeno denomina-se Educação.

Em continuidade à reflexão, ainda expressa:

[...] Do interior do homem velho cumpre tirar o homem novo, a nova mentalidade cujo objetivo será desenvolver o amor na razão direta do combate às multiformes modalidades em que o egoísmo se desdobra. [...]

O contínuo e ascendente processo de aprendizagem e desenvolvimento apresenta-se dinâmico, permeado por experiências individuais e potencializado pelos diferentes conhecimentos construídos ao longo da trajetória individual. Sob a ótica do aprimoramento espiritual, pode-se conceber a renovação íntima como a tradução dos ensinamentos de amor em atitudes compatíveis com a vivência cristã, renovando-as.

Nesse fio condutor, Emmanuel, no livro Palavras de Emmanuel, reitera o valor educativo para o desenvolvimento social e aponta-nos a relevância do investimento na alma infantil, ao questionar:

Como esperar o aprimoramento da Humanidade, sem a melhoria do Homem, e como aguardar o Homem renovado, sem o amparo à criança?

Diante de tais referências, percebe-se que as possibilidades de renovação humana não se dão apenas pela sucessão de novos anos, minudenciados em oportunidades diárias de aperfeiçoamento, mas igualmente pela sucessão de novas encarnações, zelosamente planejadas, com vistas à evolução espiritual do ser.

Similarmente, a postura da criança mediante as novas experiências reencarnatórias garante-lhe a posição de aprendiz e, consequentemente, proporciona-lhe o contínuo aprimoramento, visto que “encarnando, com o objetivo de se aperfeiçoar, o Espírito, durante esse período, é mais acessível às impressões que recebe, capazes de lhe auxiliarem o adiantamento, para o que devem contribuir os incumbidos de educá-lo”.

Nesse processo, compreende-se a tarefa da Evangelização Espírita Infantojuvenil, desde a tenra idade, como relevante ação promotora do autoaprimoramento, por meio do estudo, da prática e da difusão da Doutrina Espírita junto aos seres recém-chegados ao mundo físico que, a despeito de se encontrarem envoltos em pequena vestimenta física, surpreendem-nos com seus grandes sonhos e ideias, bem como com sua abertura aos novos ensinamentos da vida.

Conforme nos alerta Vianna de Carvalho:

[...] à Evangelização Espírita Infantojuvenil cabe a indeclinável tarefa educacional de preparar os futuros cidadãos desde cedo, habilitando-os com as sublimes ferramentas do conhecimento e do amor para o desempenho dos compromissos que lhes cumprirá atender, edificando a nova sociedade do amanhã.

Aproximar crianças e jovens da mensagem de Jesus e dos ensinamentos espíritas, instrumentalizando-os em conhecimento e amor, solidifica, indubitavelmente, as bases de sua fé raciocinada, fortalecendo-os ante os desafios e posicionamentos a que são convidados a assumir ao longo da jornada terrena.

Guillon Ribeiro considera tal aspecto como de especial seriedade e relevo, ao apresentar expressivo convite aos que abraçam a tarefa de orientação das almas infantojuvenis:

Auxiliemos a todos, favorecendo, sobretudo, a criança e o jovem a um melhor posicionamento diante da vida, em face da reencarnação.

Somente assim plasmaremos desde agora os alicerces de uma nova Humanidade para o mundo porvindouro.

Renovemo-nos, pois, em alegria e paz, nas tarefas abraçadas junto à Evangelização Espírita Infantojuvenil e nos ideais propulsores de todas as ações da vida, e inspiremo-nos, em cada dia do próximo ano, nas oportunas reflexões de Emmanuel:

Abre as portas de tua alma a tudo o que seja útil, nobre, belo e santificante, e, de braços devotados ao serviço da Boa-Nova, pela Terra regenerada e feliz, sigamos com a vanguarda dos nossos benfeitores ao encontro do Divino Amanhã.

Muita paz a todos e Feliz Ano Novo!

Departamento de Infância e Juventude / FEB

Revista Reformador – janeiro/2013

Erguer e ajudar

 “E ele, dando-lhe a mão, a levantou”. (Atos dos Apóstolos, 9:41)

Muito significativa a lição dos Atos, quando Pedro restaura a irmã Dorcas para a vida.

Não se contenta o apóstolo em pronunciar palavras lindas aos seus ouvidos, renovando-lhe as forças gerais.

Dá-lhe as mãos para que se levante.

O ensinamento é dos mais simbólicos.

Observamos muitos companheiros a se reerguerem para o conhecimento, para a alegria e para a virtude, banhados pela divina claridade do Mestre, e que podem levantar milhares de criaturas para a Esfera Superior.

Para isso, porém, não bastará a predicação pura e simples. O sermão é, realmente, um apelo sublime, do qual não prescindiu o próprio Cristo, mas não podemos esquecer que o Celeste Amigo, se doutrinou no monte, igualmente no monte multiplicou os pães para o povo esfaimado, restabelecendo-lhe o ânimo.

Nós, os que nos achávamos mortos na ignorância, e que hoje, por acréscimo da Misericórdia Infinita, já podemos desfrutar algumas bênçãos de luz, precisamos estender o serviço de socorro aos demais.

Não nos desincumbiremos, porém, da tarefa salvacionista, simplesmente pronunciando alguns discursos admiráveis.

É imprescindível usar nossas mãos nas obras do bem.

Esforço dos braços significa atividade pessoal.

Sem o empenho de nossas energias, na construção do Reino Espiritual com o Cristo, na Terra, debalde alinharemos observações excelentes em torno das preciosidades da Boa Nova ou das necessidades da redenção humana.

Encontrando o nosso irmão, caído na estrada, façamos o possível por despertá-lo com os recursos do verbo transformador, mas não olvidemos que, para trazê-lo de novo à vida construtiva, será indispensável, segundo a inesquecível lição de Pedro, estender-lhe fraternalmente as nossas mãos.

 

Emmanuel / Chico Xavier – Fonte Viva – FEB – cap. 033

Prece

 


Senhor Jesus,

Dai-nos o poder de operar a própria conversão para que o Teu Reino de Amor seja irradiado do centro de nós mesmos!

Contigo em nós, converteremos:

A treva em claridade,

A dor em alegria,

O ódio em amor,

A descrença em fé viva,

A dúvida em certeza,

A maldade em bondade,

A ignorância em compreensão e sabedoria,

A dureza em ternura,

A fraqueza em força,

O egoísmo em cântico fraterno,

O orgulho em humildade,

O torvo mal em Infinito Bem.

Sabemos, Senhor,

Que, de nós mesmos,

Somente possuímos a inferioridade

De que nos devemos desvencilhar,

Mas, unidos a Ti,

Somos galhos frutíferos na árvore dos séculos,

Que as tempestades da experiência

Jamais deceparão...

Assim, pois, Mestre amoroso,

Digna-te amparar-nos

A fim de que nos elevemos,

Ao encontro de tuas mãos sábias e compassivas,

Que nos erguerão da inutilidade,

Para o serviço da cooperação Divina,

Agora e para sempre.

Assim seja.

Emmanuel / Chico Xavier – Livro: Correio Fraterno

sábado, 25 de dezembro de 2021

Mais Luz - Edição 558

 Leia conosco nesta edição:


ü Votos de Ano Novo de um Espírita de Leipzig

ü Advento do Espírito de Verdade

ü Poema: Irmão

ü A boa parte – Fonte Viva

ü Oramos


https://mailchi.mp/619a7e33c967/votos-de-ano-novo

sexta-feira, 24 de dezembro de 2021

Votos de Ano Novo de um Espírita de Leipzig

 


Um espírita de Leipzig mandou imprimir, em língua alemã, a seguinte mensagem, cuja tradução temos o prazer de dar.

MEUS VOTOS DE FELIZ ANO NOVO A TODOS OS ESPÍRITAS

E ESPIRITUALISTAS DE LEIPZIG

 

Também a vós que vos chamais materialistas, porque só quereis conhecer a matéria, eu seria tentado a vos enviar os meus votos de felicidade, mas temo que considerareis isto como uma ousadia de um estranho, que não tem o direito de ser contado entre vós.

É diferente com os espiritualistas, que estão no mesmo terreno que os espíritas, no que respeita à imortalidade da alma, à sua individualidade e ao seu estado feliz ou infeliz depois da morte.

Os espiritualistas e os espíritas reconhecem em cada homem uma alma irmã da sua e, por isto, me dão o direito de lhes enviar meus votos. Uns e outros agradecem ao Senhor pelo ano que acaba de passar e esperam que, sustentados por sua graça, tenham coragem para suportar a prova dos dias aziagos e a força de trabalhar o seu aperfeiçoamento, domando as más paixões.

A vós, caros espíritas, irmãos e irmãs conhecidos e desconhecidos, eu vos desejo particularmente um ano feliz, porque recebestes de Deus, para a vossa peregrinação terrena, um grande apoio no Espiritismo. A religião a todos veio trazer a fé, e bem-aventurados os que a conservaram. Infelizmente, ela está extinta num grande número; é por isso que Deus envia uma nova arma para combater a incredulidade, o orgulho e o egoísmo, que tomam proporções cada vez maiores. Essa arma nova é a comunicação com os Espíritos; por ela temos a fé, porque nos dá a certeza da vida da alma e nos permite lançar um olhar na outra vida; reconhecemos, assim, a vaidade da felicidade terrestre, e temos a solução das dificuldades que nos faziam duvidar de tudo, mesmo da existência de Deus.

Disse Jesus aos seus discípulos: “Muitas coisas teria ainda a vos dizer, mas não o poderíeis suportar”. Hoje, tendo a Humanidade progredido, pode compreendê-las. Eis por que Deus nos deu a ciência do Espiritismo, e a prova de que a Humanidade está madura para esta ciência, é que esta ciência existe. É inútil negar e zombar, como outrora era inútil negar e zombar dos fatos adiantados por Copérnico e Galileu. Então esses fatos eram tão pouco conhecidos quanto o são agora os do mundo dos Espíritos.

Como outrora, os primeiros opositores são os sábios, até o dia em que, vendo-se isolados, reconhecerão humildemente que as novas descobertas, como o vapor, a eletricidade e o magnetismo, que outrora eram desconhecidos, não são a última palavra das leis da Natureza. Serão responsáveis perante as gerações futuras por não terem acolhido a ciência nova como uma irmã das outras, e por tê-la repelido como loucura.

É verdade que ela não ensina nada de novo proclamando a vida da alma, pois o Cristo já falou dela; mas o Espiritismo levanta todas as dúvidas e lança uma nova luz sobre esta questão. Entretanto, guardemo-nos de considerar como inúteis os ensinamentos do Cristianismo, e de os crer substituídos pelo Espiritismo; ao contrário, fortifiquemo-nos na fonte das verdades cristãs, para as quais o Espiritismo não é senão um novo facho, a fim de que nossa inteligência e nosso orgulho não nos desencaminhem. O Espiritismo nos ensina, antes de qualquer coisa, que “Sem o amor e a caridade, não há felicidade”, isto é, que devemos amar ao próximo como a nós mesmos. Apoiando-se nesta verdade cristã, ele abre o caminho para a realização desta palavra do Cristo: “Um só rebanho e um só pastor”.

Assim, pois, caros irmãos e irmãs espíritas, permiti que, aos meus votos pelo Ano Novo, eu ainda junte esta prece: Que jamais abuseis do poder de comunicação com o mundo espiritual.

Não esqueçamos que, conforme a lei sobre a qual repousam nossas relações com os Espíritos, os maus não estão excluídos das comunicações. Se é difícil constatar a identidade de um Espírito que não conhecemos, é fácil distinguir os bons dos maus. Estes podem ocultar-se sob a máscara da hipocrisia, mas um bom espírita sempre os reconhece; eis por que não devemos ocupar-nos dessas coisas levianamente, porque podemos nos tornar joguete de Espíritos maus, embora inteligentes, como por vezes são encontrados no mundo dos encarnados. Se compararmos nossas comunicações com as que são obtidas nas reuniões dos espíritas fervorosos e sinceros, logo saberemos reconhecer se estamos no bom caminho. Os Espíritos elevados se fazem reconhecer por sua linguagem, que é a mesma em toda parte, sempre de acordo com o Evangelho e a razão humana.

O meio de se preservar dos Espíritos maus é, primeiramente, fazer uma prece sincera a Deus; em segundo lugar, jamais empregar o Espiritismo para as coisas materiais. Os Espíritos maus estão sempre prontos a satisfazer a todos os pedidos e, por vezes, se dizem coisas justas, geralmente enganam com intenção ou por ignorância, porque os Espíritos inferiores não sabem mais do que sabiam na sua existência terrestre. Os Espíritos bons, ao contrário, nos ajudam em nossos esforços a nos melhorarmos e nos dão a conhecer a vida espiritual, a fim de que possamos assimilá-la à nossa. Tal o objetivo para onde devem tender todos os espíritas sinceros.

Adolf, conde Poninski - Leipzig, 1o de janeiro de 1868

 Fonte: Revista Espírita – fevereiro/1868

A boa parte

 “Maria escolheu a boa parte, que não lhe será tirada”. Jesus (Lucas, 10:42)

 

Não te esqueças da “boa parte” que reside em todas as criaturas e em todas as coisas.

O fogo destrói, mas transporta consigo o elemento purificador.

A pedra é contundente, mas consolida a segurança.

A ventania açoita impiedosa, todavia, ajuda a renovação.

A enxurrada é imundície, entretanto, costuma carrear o adubo indispensável à sementeira vitoriosa.

Assim também há criaturas que, em se revelando negativas em determinados setores da luta humana, são extremamente valiosas em outros.

A apreciação unilateral é sempre ruinosa.

A imperfeição completa, tanto quanto a perfeição integral, não existem no plano em que evoluímos.

O criminoso, acusado por toda a gente, amanhã pode ser o enfermeiro que te estende o copo d’água.

O companheiro, no qual descobres agora uma faixa de trevas, pode ser depois o irmão sublimado que te convida ao bom exemplo.

A tempestade da hora em que vivemos é, muitas vezes, a fonte do bem-estar das horas que vamos viver.

Busquemos o lado melhor das situações, dos acontecimentos e das pessoas.

“Maria escolheu a boa parte, que não lhe será tirada” — disse-nos o Senhor.

Assimilemos a essência da divina lição.

Quem procura a “boa parte” e nela se detém, recolhe no campo da vida o tesouro espiritual que jamais lhe será roubado.

Emmanuel / Chico Xavier – Fonte Viva – FEB – cap. 032