sexta-feira, 14 de janeiro de 2022

Estendamos o bem

 “Não te deixes vencer pelo mal, mas vence o mal com o bem”. Paulo (Romanos, 12 :21)

 

Repara que, em plena casa da Natureza, todos os elementos, em face do mal, oferecem o melhor que possuem para o reajustamento da harmonia e para a vitória do bem.

Quando o temporal parece haver destruído toda a paisagem, congregam-se as forças divinas da vida para a obra do refazimento.

O Sol envia luz sobre o lamaçal, curando as chagas do chão.

O vento acaricia o arvoredo e enxuga-lhe os ramos.

O cântico das aves substitui a voz do trovão.

A planície recebe a enxurrada, sem revoltar-se, e converte-a em adubo precioso.

O ar que suporta o peso das nuvens e o choque da faísca destruidora, torna à leveza e à suavidade.

A árvore de frondes quebradas ou feridas regenera-se, em silêncio, a fim de produzir novas flores e novos frutos.

A terra, nossa mãe comum, sofre a chuva de granizos e o banho de lodo, periodicamente, mas nem por isso deixa de engrandecer o bem cada vez mais.

Por que conservaremos, por nossa vez, o fel e o azedume do mal, na intimidade do coração?

Aprendamos a receber a visita da adversidade, educando-lhe as energias para proveito da vida.

A ignorância é apenas uma grande noite que cederá lugar ao sol da sabedoria.

Usa o tesouro de teu amor, em todas as direções, e estendamos o bem por toda parte.

A fonte, quando tocada de lama, jamais se dá por vencida. Acolhe os detritos no próprio seio e, continuando a fluir, transforma-os em bênçãos, no curso de suas águas que prosseguem correndo, com brandura e humildade, para benefício de todos.

Emmanuel / Chico Xavier – Fonte Viva – FEB – cap. 035

Oração

 


Senhor Jesus!

Agradecendo-te o amparo de todos os dias, eis-nos aqui, de espírito, ainda em súplica, no campo em que nos situaste.

Ensina-nos a procurar na vida eterna a beleza e o ensinamento da temporária vida humana!

Apesar de amadurecidos para o conhecimento, muitas vezes somos crianças pelo coração.

Ágeis no raciocínio, somos tardios no sentimento.

Em muitas ocasiões, dirigimo-nos à tua infinita Bondade, sem saber o que desejamos.

Não nos deixes, assim, em nossas próprias fraquezas!

Nos dias de sombra, sê nossa luz!

Nas horas de incerteza, sê nosso apoio e segurança!

Mestre Divino!

Guia-nos o passo na senda reta.

Dá-nos consciência da responsabilidade com que nos enriqueces o destino.

Auxilia-nos para que o suor do trabalho nos alimente o lume da fé.

Não admitas que o verme do desalento nos corroa o ideal e ajuda-nos para que a ventania da perturbação não nos inutilize a sementeira.

Educa-nos para que possamos converter os detritos do temporal em adubo que nos favoreça a tarefa.

Ao redor da leira que nos confiaste, rondam aves de rapina, tentando instilar-nos desânimo e discórdia...

Não longe de nós, flores envenenadas deitam capitoso aroma, convidando-nos ao repouso inútil, e aves canoras da fantasia, através de melodias fascinantes, concitam-nos a ruinosa distração...

Fortalece-nos a vigilância para que não venhamos a cair.

Dá-nos coragem para vencer a hesitação e o erro, a sombra e a tentação que nascem de nós.

Faze-nos compreender os tesouros do tempo, a fim de que possamos multiplicar os créditos de conhecimento e de amor que nos emprestaste.

Divino Amigo!

Sustenta-nos as mãos no arado de nossos compromissos, na verdade e no bem, e não permitas, em tua misericórdia, que os nossos olhos se voltem para trás.

Que a tua vontade, Senhor, seja a nossa vontade, agora e para sempre.

Assim seja.

Emmanuel / Chico Xavier – Livro: Instruções Psicofônicas

sábado, 8 de janeiro de 2022

Mais Luz - Edição nº02

 Leia e reflita conosco em mais uma edição do nosso boletim:

 

·        Dever e liberdade

·        Ante o Evangelho: O dever

·        Ide e fazei - Poema

·        Guardemos o cuidado

·        Prece por libertação

 

https://mailchi.mp/6da31d7cf8bf/dever-e-liberdade



Dever e liberdade


Quem é que, nas horas de silêncio e recolhimento, nunca interrogou à natureza e ao seu próprio coração, perguntando-­lhes o segredo das coisas, o porquê da vida, a razão de ser do universo? Onde está aquele que jamais procurou conhecer seu destino, levantar o véu da morte, saber se Deus é uma ficção ou uma realidade?

Não seria um ser humano, por mais descuidado que fosse, se não tivesse considerado, algumas vezes, esses tremendos problemas. A dificuldade de os resolver, a incoerência e a multiplicidade das teorias que têm sido feitas, as deploráveis consequências que decorrem da maior parte dos sistemas já divulgados, todo esse conjunto confuso, fatigando o espírito humano, os têm relegado à indiferença e ao ceticismo.

Portanto, o homem tem necessidade do saber, da luz que esclareça, da esperança que console, da certeza que o guie e sustente. Mas tem também os meios para conhecer, a possibilidade de ver a verdade se destacar das trevas e o inundar de sua benfazeja luz.

Para isso, deve se desligar dos sistemas preconcebidos, descer ao fundo de si mesmo, ouvir a voz interior que nos fala a todos, e que os sofismas não podem enganar: a voz da razão, a voz da consciência.

Assim tenho feito. Por muito tempo refleti, meditei sobre os problemas da vida e da morte e com perseverança sondei esses profundos abismos. Dirigi à Eterna Sabedoria um ardente apelo e Ela me respondeu, como sempre responde a todos.

Com o espírito animado do amor ao bem, provas evidentes e fatos da observação direta vieram confirmar as deduções do meu pensamento, oferecer às minhas convicções uma base sólida e inabalável. Após haver duvidado, acreditei, após haver negado, vi. E a paz, a confiança e a força moral desceram em mim.

Esses são os bens que, na sinceridade de meu coração desejoso de ser útil aos meus semelhantes, venho oferecer àqueles que sofrem e se desesperam.

Jamais a necessidade de luz fez-se sentir de maneira mais imperiosa. Uma imensa transformação se opera no seio das sociedades. Após haver sido submetido, durante uma longa sequência de séculos, aos princípios da autoridade, o homem aspira cada vez mais a libertar-se de todo entrave e a dirigir a si próprio.

Ao mesmo tempo em que as instituições políticas e sociais se modificam, as crenças religiosas e a fé nos dogmas se tornam enfraquecidas. É ainda uma das consequências da liberdade em sua aplicação às coisas do pensamento e da consciência. A liberdade, em todos os domínios, tende a substituir a coação e o autoritarismo e a guiar as nações para horizontes novos. O direito de alguns torna­-se o direito de todos; mas, para que esse direito soberano esteja conforme com a justiça e traga seus frutos, é preciso que o conhecimento das leis morais venha regulamentar seu exercício.

Para que a liberdade seja fecunda, para que ofereça às ações humanas uma base certa e durável, deve ser complementada pela luz, pela sabedoria e pela verdade. A liberdade, para os homens ignorantes e viciosos, não seria como uma arma possante nas mãos da criança? A arma, nesse caso, frequentemente se volta contra aquele que a porta e o fere.

Leon Denis – Livro: O porquê da vida

sexta-feira, 7 de janeiro de 2022

Guardemos o cuidado

 “... Mas nada é puro para os contaminados e infiéis”. Paulo (Tito, 1:15)

 

O homem enxerga sempre, através da visão interior.

Com as cores que usa por dentro, julga os aspectos de fora.

Pelo que sente, examina os sentimentos alheios.

Na conduta dos outros, supõe encontrar os meios e fins das ações que lhe são peculiares.

Dai, o imperativo de grande vigilância para que a nossa consciência não se contamine pelo mal.

Quando a sombra vagueia em nossa mente, não vislumbramos senão sombras em toda parte.

Junto das manifestações do amor mais puro, imaginamos alucinações carnais.

Se encontramos um companheiro trajado com louvável apuro, pensamos em vaidade.

Ante o amigo chamado à carreira pública, mentalizamos a tirania política.

Se o vizinho sabe economizar com perfeito aproveitamento da oportunidade, fixamo-lo com desconfiança e costumamos tecer longas reflexões em torno de apropriações indébitas.

Quando ouvimos um amigo na defesa justa, usando a energia que lhe compete, relegamo-lo, de imediato, à categoria dos intratáveis.

Quando a treva se estende, na intimidade de nossa vida, deploráveis alterações nos atingem os pensamentos.

Virtudes, nessas circunstâncias, jamais são vistas.

Os males, contudo, sobram sempre.

Os mais largos gestos de bênção recebem lastimáveis interpretações.

Guardemos cuidado toda vez que formos visitados pela inveja, pelo ciúme, pela suspeita ou pela maledicência.

Casos intrincados existem nos quais o silêncio é o remédio bendito e eficaz, porque, sem dúvida, cada espírito observa o caminho ou o caminheiro, segundo a visão clara ou escura de que dispõe.

 

Emmanuel / Chico Xavier – Fonte Viva – FEB – cap. 034

Prece por libertação

 


Jesus,

Mestre e Senhor!

Todos nós,

Os tutelados teus,

Vinculados ao mundo,

Estamos presos de algum modo

E quase sempre, a sós,

No caminho interior para a união com Deus,

Em sentido mais amplo e mais profundo ...

Quase todos estamos

Encadeados a problemas

Que nos compelem, dia a dia,

A trilhar, palmo a palmo, a vereda sombria

De inquietações extremas.

Somos presos, Senhor, à disciplina

Que nos faça entender a Bondade Divina,

Pela bênção da prova,

Algemados à dor que nos renova

O próprio coração;

Encarcerados comumente

Nas lutas que nos levam para a frente;

 

Conforme os teus programas

No ignorado amor com que nos amas.

Tantas vezes, Jesus, somos detidos

Em lembranças cruéis de tempos idos;

Segregados em mágoa e desalento

Nas celas de pesados desenganos;

Inibidos no impacto violento

Das aflições que surgem, de improviso,

Nos caminhos humanos;

Ou barrados, por fim,

Nas linhas curtas de aposento estreito,

Por favor da Justiça,

Na execução da lei de causa e efeito!...

É por isto, Senhor,

Que nós, os prisioneiros de mil normas,

Aos sublimes grilhões que vibram no trabalho

Com que, em silêncio, nos transformas,

Aqui estamos a rogar-te, em prece:

Faze-nos mais irmãos,

No cultivo do bem que ajuda e esquece

E auxilia-nos, Mestre, a compreender,

Mesmo quando a lição não nos agrade,

Que apenas uma chave em nossa vida

Guarda poder libertador,

A chave da humildade que nos deste

Conduzida na prática do amor!...

Maria Dolores / Chico Xavier – Livro: Caminhos de volta