sábado, 28 de dezembro de 2019
Nisto conheceremos
“Nisto conhecemos o espírito da
verdade e o espírito do erro.” (I João, 4:6.)
Quando sabemos conservar a ligação com a Paz Divina, apesar de todas as perturbações
humanas:
· perdoando quantas vezes forem necessárias ao companheiro que nos magoa;
· esquecendo o mal para construir o bem;
· amparando com sinceridade aos que nos aborrecem;
· cooperando espiritualmente, através da ação e da oração, a benefício
dos que nos perseguem e caluniam;
· olvidando nossos desejos particulares para servirmos em favor de todos;
· guardando a fé no Supremo Poder como luz inapagável no coração;
· perseverando na bondade construtiva, embora mil golpes da maldade nos assediem;
· negando a nós mesmos para que a bênção divina resplandeça em torno de nossos
passos;
· carregando nossas dificuldades como dádivas celestes;
· recebendo adversários por instrutores;
· bendizendo as lutas que nos aperfeiçoam a alma, à frente da Esfera
Maior;
· convertendo a experiência terrena em celeiros de alegrias para a Eternidade;
· descortinando ensejos de servir em toda parte;
· compreendendo e auxiliando sempre, sem a preocupação de sermos entendidos
e ajudados;
· amando os nossos semelhantes qual temos sido amados pelo Senhor, sem expectativa
de recompensa; então, conheceremos o espírito da verdade em nós, iluminando-nos
a estrada para a redenção divina.
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Livro
Vinha de Luz – Emmanuel por Chico Xavier – Lição 109
quarta-feira, 18 de dezembro de 2019
Em busca do Mestre
Aos ouvidos da Alma atormentada, que lhe pedia a comunhão com
Jesus, respondeu, generoso, o mensageiro celestial:
- Sim, em verdade reconheces no Cristo o Senhor, mas não te
dispões a servi-lo...
Clamas por Ele, como sendo a Suma Compaixão, todavia, ainda te
acomodas com a maldade...
Não te cansas de anunciá-lo por Luz dos Séculos, entretanto,
não te afastas da sombra...
Dizes que Ele é o Amor Infinito, mas ainda te comprazes na
agressividade e no ódio...
Afirmas aceitá-lo por Príncipe da Paz e não vacilas em
favorecer a discórdia...
- Contudo - suplicou a Alma em pranto -, tenho fome de
consolo, no aflitivo caminho em que se me alongam as provações... Que fazer
para encontrar-lhe a presença redentora? ....
- Volta ao combate pela vitória do bem e não desfaleças! -
acrescentou o emissário celeste.
- Ele é teu Mestre, a Terra é tua escola, o corpo de carne a
tua ferramenta e a luta a nossa sublime oportunidade de aprender. Se já lhe
recolheste a lição, sê um traço dEle, cada dia... Ama sempre, ainda que a
fogueira da perseguição te elimine a esperança, estende os braços ao próximo,
sem esmorecer, ainda que o fel das circunstâncias adversas te envenene a taça
de solidariedade e carinho!...
Sê um raio de luz nas trevas e a mão abnegada que insiste no
socorro fraternal, ainda mesmo nos lugares e nas situações em que os outros
hajam desistido de auxiliar... Vai! Esquece-te e ajuda no silêncio, assim
como no silêncio recolhes dEle o alento de cada instante! Não pretendas improvisar
a santidade e nem esperes partilhar-lhe, de imediato, a glória sublime! Ouve!
Basta que sejas um traço do Senhor, onde estiveres!...
Aos olhos da Alma supliciada desapareceu a figura do excelso
dispensador dos Talentos Eternos.
Viu-se, de novo, religada ao corpo, sob desalento
inexprimível...
Contudo, ergueu-se, enxugou os olhos doridos e, calando-se,
procurou ser um traço do Mestre cada dia.
Correu, célere, o tempo.
Amou, tolerou, sofreu e engrandeceu-se...
O mundo feriu-a de mil modos, os invernos da experiência
enrugaram-lhe a face e pratearam-lhe os cabelos, mas um momento surgiu em que
os traços do Mestre como que se lhe gravaram no íntimo...
Viu Jesus, com todo o esplendor de sua beleza, no espelho da própria
mente, no entanto, não dispunha de palavras para transmitir aos outros
qualquer notícia do divino milagre...
Sabia tão somente que transportava no coração as estrelas da
alegria e os tesouros do amor.
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Chico Xavier / Meimei - Livro Instruções Pisicofônicas
“E A Vida Continua...”: Andrezinho e a Justiça Divina
O avatar da Microcampanha “A Vida no Mundo Espiritual”, Andrezinho, fala sobre as ações e escolhas dos seres em evolução e como funcionam os mecanismos da Justiça Divina. Tal ensinamento está presente no capítulo 13 do livro “E A Vida Continua...”, a décima terceira
obra da série.
obra da série.
Ditado por André Luiz e psicografado por Chico Xavier, o livro completa 51 anos de lançamento em 2019.
Operemos em Cristo
“E quanto fizerdes, por
palavras ou por obras, fazei tudo em nome do Senhor Jesus, dando por Ele
graças a Deus e Pai.” Paulo (Colossenses, 3:17)
A espera de resultados, depois de
expressões e ações reconhecidamente elevadas, pode provocar enormes prejuízos
em nossa romagem para a Suprema Luz.
Enquanto aguardamos manifestações
alheias de gratidão ou melhoria, somos suscetíveis de paralisar nossas
próprias obrigações, desviando-nos para o terreno escuro da maledicência ou
do julgamento precipitado.
Quanto seja possível, distribuamos o
bem, entregando nossas atividades ao Cristo, divino doador dos benefícios
terrestres.
É perigoso estabelecer padrões de
reconhecimento para corações alheios, ainda mesmo quando sejam preciosas
joias do nosso escrínio espiritual. Em nossa expectação ansiosa por enxergar
a soma de nossos gestos nobres, podemos parecer egoístas, ingratos e
maldizentes.
Copiemos o pomicultor sensato.
Preparemos a terra, auxiliando-a e
adubando-a.
Em seguida, lancemos ao solo sementes
e mudas valiosas.
O serviço mais importante caberá ao
Senhor da Vida. Ele cuidará das circunstâncias favoráveis no espaço e no
tempo, desenvolvendo-nos a sementeira, ou anularnos-á o serviço, através de
processos naturais, adiando a realização de nossos desejos, em virtude de
razões que desconhecemos.
O pomicultor equilibrado trabalha com
títulos de sincera confiança no Céu, ignorando, de maneira absoluta, se
colherá flores ou frutos de suas obras, no quadro do imediatismo humano.
Ampara-se, todavia, na Providência
Divina e trabalha sempre, a benefício de todos.
Cumpramos, assim, nossa tarefa, por
mais alta ou mais humilde, operando invariavelmente em nome de Jesus.
Junto d’Ele, sejam para nós a glória
de amar e o prazer de servir.
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Livro Vinha de Luz – Emmanuel por Chico Xavier –
Lição 108
Natal de amor
Jesus transcende tudo quanto a Humanidade jamais conheceu e
estudou.
Personalidade singular, tem sido objeto de aprofundadas
pesquisas através dos tempos, permanecendo, no entanto, muito ignorado.
Amado por uns e detestado por outros, conseguiu cindir o
pensamento histórico, estabelecendo parâmetros de felicidade dantes jamais
sonhados, que passaram a constituir metas desafiadoras para centenas de
milhões de vidas.
Podendo ter disputado honrarias e destaques na comunidade do
Seu tempo, elegeu uma gruta obscura para iluminá-lo com o Seu berço de palha
e uma cruz detestada para despedir-se do convívio com as criaturas em Sua
breve existência, na qual alterou totalmente as paisagens culturais do planeta.
Vivendo pobremente, em uma cidade sem qualquer significado
social ou econômico, demonstrou que a inteligência e a sabedoria promanam do
Espírito e não dos fatores hereditários, ambientais, educacionais, que podem
contribuir para o seu desdobramento, nunca, porém, para a sua gênese.
Movimentando-se entre multidões sequiosas de orientação, numa
época de inconcebíveis preconceitos de todo o gênero, elegeu sempre os
indivíduos mais detestados, combatidos, perseguidos, excluídos, sem que
abandonasse aqueles que se encontravam em patamares mais elevados na ribalta
dos valores terrestres.
Portador de incomum conhecimento da vida e das necessidades
humanas, falava pouco, de forma que todos Lhe apreendessem os ensinamentos e
os incorporassem ao cotidiano, sem preocupar-se com os formalismos
existentes.
Utilizando-se de linguagem simples e de formosas imagens que
eram parte do dia a dia de todas as criaturas, compôs incomparáveis sinfonias
ricas de esperanças e de bênçãos, que prosseguem embalando o pensamento após
quase dois mil anos desde quando foram apresentadas.
Nunca se permitiu uma conduta verbal e outra comportamental
diferenciadas. Todos os Seus ditos encontram-se confirmados pelos Seus
feitos.
Compartilhando da companhia de párias, não se fez miserável; atendendo
aos revoltados, nunca se permitiu rebelião; participando das dores gerais,
manteve-se em saudável bem-estar que a todos contagiava.
Jovial e alegre, cantava os Seus hinos à vida e a Deus, sem
nunca extravasar em gritaria, descompasso moral ou vulgaridade de conduta.
Amando, sem cessar, preservou o respeito por todos os seres
vivos, especialmente dignificando a mulher, que sempre foi exprobrada,
incompreendida, explorada, perseguida, humilhada...
Ergueu os combalidos, sem maldizer aqueles que os abandonavam.
Socorreu os infelizes, jamais condenando os responsáveis pelas
misérias sociais e econômicas do Seu tempo.
... E mesmo quando abandonado, escarnecido, julgado e
condenado sem culpa, manteve a dignidade incomparável que Lhe assinalava a
existência, não repartindo com ninguém Suas dores e o holocausto a que se
submeteu.
Jesus é mais do que um símbolo para a Humanidade de todos os
tempos.
Mudaram as paisagens sociais e culturais no transcurso dos
séculos, enquanto os indivíduos da atualidade continuam mais ou menos
semelhantes àqueles do Seu tempo.
A dor prossegue jugulando ao seu eito as vidas que estorcegam
em sua crueza; o orgulho enceguece vidas; o egoísmo predomina nos
relacionamentos e interesses sociais; a violência dilacera as esperanças; o
crime campeia à solta, e o ser humano parece descoroçoado, sem rumo.
Doutrinas salvacionistas surgem e desaparecem, propostas
revolucionárias são apresentadas cada dia e sucumbem sob os camartelos dos
desequilíbrios, filosofias multiplicam-se, e generaliza-se a loucura
dizimando as vidas que lhe tombam nas armadilhas soezes...
Jesus, no entanto, permanece o mesmo, aguardando aqueles que O
queiram seguir.
Uns adulteraram-Lhe as palavras, outros tentam atualizá-Lo,
mesclando Sua austeridade com a insensatez que vige em toda parte, procurando
assim confundir a Sua alegria com a alucinação dos sentidos exaltados pelo
sexo em desalinho, e, não obstante, nada macula Suas lições, nem diminui de
intensidade a Sua proposta libertadora.
Educador por excelência, despertava o interesse dos Seus
ouvintes, mantendo diálogos repassados de incomum habilidade psicológica, de
forma a penetrar no âmago dos problemas existenciais, sem permitir-se
reproche ou desdém.
Psicoterapeuta excepcional, identificava os conflitos sem que
se fizesse necessária a verbalização por parte do enfermo, auxiliando-o a
dignificar-se e liberar-se da injunção perturbadora em clima de verdadeira
fraternidade.
Os poucos anos do Seu ministério, todavia, assinalaram a
História com luzes que jamais se apagarão e continuarão apontando rumos para
o futuro.
Por tudo isso, o Natal de Jesus é sempre renovador convite a
uma releitura da Sua mensagem, a novas reflexões em torno das Suas palavras
de luz, à revivescência dos Seus projetos de amor para com a Humanidade.
A alegria que deve dominar aqueles que O amam, evocando o Seu
berço, ao invés de ser estrídula e agitada, há de espraiar-se como
contribuição para diminuir as aflições e modificar as estruturas carcomidas
da sociedade atual, trabalhando-as de forma a propiciar felicidade,
oportunidade de crescimento, de dignificação, de saúde e de educação para
todas as pessoas.
Distende, portanto, em homenagem ao Seu nascimento, a tua
quota de amor a todos quantos te busquem, de forma que eles compreendam a
qualidade e o elevado padrão do teu relacionamento espiritual com Ele,
interessando-se também por vincular-se a esse Amigo, modelo e guia de todas
as horas.
Não desperdices a oportunidade de demonstrar que o Natal de
Jesus é permanente compromisso de amor entre os Céus e a Terra por meio dEle,
que se fez a ponte entre os homens e Deus, e que continua, vigilante e amigo,
pronto para ajudar e conduzir todos aqueles que desejam a plenitude.
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Joanna
de Ângelis / Divaldo Franco - Fonte: www.caminhosluz.com.br
sexta-feira, 13 de dezembro de 2019
Jesus
Chegou ao mundo nos braços de uma
tecelã e de um modesto carpinteiro, cercado pela moldura da natureza em festa.
A Sua vida se desenvolveu, desde cedo,
demonstrando a que viera, quando dialogou com os doutores do templo, aos 12
anos de idade, conforme rezam as tradições. Conviveu com todos os tipos de
criaturas, exaltando a simplicidade e a alegria de viver, a fidelidade ao bem e
a fraternidade, a responsabilidade nos atos e o amor.
Falou sobre o bem, sentindo-o.
Ensinou o bem, vivenciando-o e a ele Se
entregando.
Passou pela Terra como a brisa que
sopra na primavera, deixando o aroma da Sua passagem, numa verdadeira floração
de bênçãos variadas.
Esteve no mundo como um marco de
permanente esperança, insuflando coragem nas almas aterradas de pavor ante as
próprias deficiências.
Viveu no planeta entre a luz do Céu e
as almas umbrosas da Terra, buscando levantar o coração humano para as
altitudes felizes, onde vibram os seres angélicos dos quais Ele fazia parte.
Aquilo que afirmou como fundamental à
alegria e à paz tratou de expressar em Sua vida, na condição de Modelo e de
Guia de todos nós, por isso amou os Seus e por eles deu a própria vida; atendeu
às necessidades das almas enfermas que O buscaram; ofereceu a água fresca da
Sua dedicação, a fim de que não mais sede tivesse quem dela bebesse; saciou a
fome de entendimento, de conhecimento e de carinho, tudo havendo transformado
no sublime pão da vida; apresentou-Se atencioso e verdadeiro para com Seus
discípulos, ajustado à posição de Mestre inigualável.
Acompanhando os movimentos da
Humanidade através das eras, identificamos nobres e respeitáveis almas que, na
postura de líderes ou de condutores sociais, pregaram o bem, o bom e o belo
para os seus liderados, que os exalçam pelos tempos afora.
Quando, diante da indagação de Allan
Kardec aos Imortais acerca de qual era o Espírito mais perfeito oferecido ao
mundo, para servir de Guia e Modelo à Humanidade, os Mentores planetários
ripostaram dizendo que era Jesus.
Como Ele foi, então, o maior dentre
todos os que à Terra foram enviados para anunciar o Reino dos Céus aos
aturdidos filhos do Grande Pai, isso significa que todos os demais, por mais
dignos e respeitáveis que tenham sido, são, contudo, menores do que Ele.
Mensageiros da Divindade, todos os demais vieram atender aos programas do
Criador atidos às épocas, às culturas, às inclinações morais. Jesus, porém,
trouxe os matizes da Lei que a todos alcança, sem choques essenciais com nenhum
deles, embora o formato próprio às realidades psicoantropológico sociais de cada
um.
Somente Jesus Cristo conseguiu ensinar
e exemplificar com Seu viver as lições que nos passou, e se hoje, quando
evocamos o Seu luminoso Natal, nos vemos engolfados nessas ondas de felicidade,
é porque o Senhor de Nazaré, mais e melhor do que qualquer outro,
transformou-Se em Caminho, em Verdade e em Vida para todos nós, em todos os
tempos e em todas as dimensões da vida terrestre.
Raul Teixeira / Camilo
– Sociedade Espírita Fraternidade, Niterói-RJ.
Joio
“Deixai crescer ambos juntos até à
ceifa e, por ocasião da ceifa, direi aos ceifeiros: Colhei primeiro o joio e
atai-o em molhos para o queimar.” Jesus (Mateus, 13:30)
Quando Jesus recomendou o crescimento simultâneo do joio e do trigo, não
quis senão demonstrar a sublime tolerância celeste, no quadro das
experiências da vida.
O Mestre nunca subtraiu as oportunidades de crescimento e santificação
do homem e, nesse sentido, o próprio mal, oriundo das paixões menos dignas, é
pacientemente examinado por seu infinito amor, sem ser destruído de pronto.
Importa considerar, portanto, que o joio não cresce por relaxamento do Lavrador
Divino, mas sim porque o otimismo do Celeste Semeador nunca perde a esperança
na vitória final do bem.
O campo do Cristo é região de atividade incessante e intensa.
Tarefas espantosas mobilizam falanges heroicas; contudo, apesar da dedicação
e da vigilância dos trabalhadores, o joio surge, ameaçando o serviço.
Jesus, porém, manda aplicar processos defensivos com base na iluminação e
na misericórdia. O tempo e a bênção do Senhor agem devagarinho e os
propósitos inferiores se transubstanciam.
O homem comum ainda não dispõe de visão adequada para identificar a obra
renovadora. Muitas plantas espinhosas ou estéreis são modificadas em sua natureza
essencial pelos filtros amorosos do Administrador da Seara, que usa afeições
novas, situações diferentes, estímulos inesperados ou responsabilidades ternas
que falem ao coração; entretanto, se chega a época da ceifa, depois do tempo de
expectativa e observação, faz-se então necessária a eliminação do joio em molhos.
A colheita não é igual para todas as sementes da terra. Cada espécie tem
o seu dia, a sua estação.
Eis por que, aparecendo o tempo justo, de cada homem e de cada coletividade
exige-se a extinção do joio, quando os processos transformadores de Jesus
foram recebidos em vão. Nesse instante, vemos a individualidade ou o povo a se
agitarem através de aflições e hecatombes diversas, em gritos de alarme e
socorro, como se estivessem nas sombras de naufrágio inexorável. No entanto,
verifica-se apenas a destruição de nossas aquisições ruinosas ou inúteis.
E, em vista do joio ser atado, aos molhos, uma dor nunca vem sozinha.
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Livro
Vinha de Luz – Emmanuel por Chico Xavier – Lição 107
Humildade
A humildade, por força divina,
reflete-se, luminosa, em todos os domínios da Natureza, os quais expressam,
efetivamente, o Trono de Deus, patrocinando o progresso e a renovação.
Magnificente, o Sol, cada dia, oscula a
face do pântano sem clamar contra o insulto da lama; a flor, sem alarde,
incensa a glória do céu. Filtrada na aspereza da rocha, a água se revela mais
pura, e, em seguida às grandes calamidades, a colcha de erva cobre o campo, a
fim de que o homem recomece a lida.
A carência de humildade, que, no fundo,
é reconhecimento de nossa pequenez diante do Universo, surgem na alma humana
doentios enquistamentos de sentimento, quais sejam o orgulho e a cobiça, o
egoísmo e a vaidade, que se responsabilizam pela discórdia e pela delinquência
em todas as direções.
Sem o reflexo da humildade, atributo de
Deus no reino do “eu”, a criatura sente-se proprietária exclusiva dos bens que
a cercam, despreocupada da sua condição real de espírito em trânsito nos
carreiros evolutivos e, apropriando-se da existência em sentido particularista,
converte a própria alma em cidadela de ilusão, dentro da qual se recusa ao
contato com as realidades fundamentais da Vida.
Sob o fascínio de semelhante negação,
ergue azorragues de revolta contra todos os que lhe inclinem o espírito ao
aproveitamento das horas, já que, sem o clima da humildade, não se desvencilha
da trama de sombras a que ainda se vincula, no plano da animalidade que todos
deixamos para trás, após a auréola da razão.
Possuída pelo espírito da posse
exclusivista, a alma acolhe facilmente o desespero e o ciúme, o despeito e a
intemperança, que geram a tensão psíquica, da qual se derivam perigosas
síndromes na vida orgânica, a se exprimirem na depressão nervosa e no
desequilíbrio emotivo, na ulceração e na disfunção celular, para não nos
referirmos aos deploráveis sucessos da experiência cotidiana, em que a ausência
da humildade comanda o incentivo à loucura, nos mais dolorosos conflitos
passionais.
Quem retrata em si os louros dessa
virtude quase desconhecida aceita sem constrangimento a obrigação de trabalhar
e servir, a benefício de todos, assimilando, deste modo, a bênção do equilíbrio
e substancializando a manifestação das Leis Divinas, que jamais alardeiam as próprias
dádivas.
Humildade não é servidão. É, sobretudo,
independência, liberdade interior que nasce das profundezas do espírito,
apoiando-lhe a permanente renovação para o bem.
Cultivá-la é avançar para a frente sem
prender-se, é projetar o melhor de si mesmo sobre os caminhos do mundo, é
olvidar todo o mal e recomeçar alegremente a tarefa do amor, cada dia.
Refletindo-a, do Céu para a Terra, em
penhor de redenção e beleza, o Cristo de Deus nasceu na palha da Manjedoura e
despediu-se dos homens pelos braços da cruz.
Emmanuel / Chico
Xavier – Livro Pensamento e Vida.
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