Leia conosco nesta edição:
- O grande educandário - Livro: Roteiro
- Ante o Evangelho: Destinação da Terra. – Causa das misérias humanas
- Poema: Em vão – Augusto dos Anjos
- Diferenças – Livro Fonte Viva
- Súplica - Livro: Apostilas da Vida
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De portas abertas à glória do ensino, a Terra,
nas linhas da atividade carnal, é, realmente, uma universidade sublime,
funcionando, em vários cursos e disciplinas, com dois bilhões de alunos, aproximadamente,
matriculados nas várias raças e nações.
Mais de vinte bilhões de almas conscientes,
desencarnadas, sem nos reportarmos aos bilhões de inteligências sub-humanas que
são aproveitadas nos múltiplos serviços do progresso planetário, cercam o domicílio
terrestre, demorando-se noutras faixas de evolução.
Para a maioria dessas criaturas, necessitadas de
experiência nova e mais ampla, a reencarnação não é somente um impositivo natural,
mas também um prêmio pelo ensejo de aprendizagem.
Assim é que, sob a iluminada supervisão das
Inteligências Divinas, cada povo, no passado ou no presente, constitui uma
seção preparatória da Humanidade, à frente do porvir.
Ontem, aprendíamos a ciência no Egito, a
espiritualidade na Índia, o comércio na Fenícia, a revelação em Jerusalém, o
direito em Roma e filosofia na Grécia. Hoje, adquirimos a educação na
Inglaterra, a arte na Itália, a paciência na China, a técnica industrial na Alemanha,
o respeito à liberdade na Suíça e a renovação espiritual nas Américas.
Cada nação possui tarefa específica no
aprimoramento do mundo. E ainda mesmo quando os blocos raciais, em desvairo, se
desmandam na guerra, movimentam-se à procura de valores novos no próprio
engrandecimento.
Nos círculos do Planeta, vemos as mais
primitivas comunidades dirigindo-se para as grandes aquisições culturais.
Se é verdade que a civilização refinada de hoje
voa, pelo mundo, contornando-o em algumas horas, caracterizando-se pelos mais
altos primores da inteligência, possuímos milhões de irmãos pela forma, infinitamente
distantes do mundo moral. Quase nada diferindo dos irracionais, não conseguiram
ainda fixar a mínima noção de responsabilidade.
Os anões docos da Abissínia, sem qualquer
vestuário e pronunciando gritos estranhos à guisa de linguagem, mais se assemelham
aos macacos.
Os nossos irmãos negros de Kytches passam os
dias estirados no chão, à espera de ratos com que possam mitigar a própria
fome.
Entre grande parte dos africanos orientais, não
existe ligação moral entre pais e filhos.
Os Latucas, no interior da África, não conhecem
qualquer sentimento de compaixão ou dever.
Remanescentes dos primitivos habitantes das
Filipinas erram nas montanhas, à maneira de animais indomesticáveis.
E, não longe de nós, os botocudos, entregues à
caça e à pesca, são exemplares terríveis de bruteza e ferocidade.
No imenso educandário, há tarefas múltiplas e
urgentes para todos os que aprendem que a vida é movimento, progresso,
ascensão.
Na fé religiosa como na administração dos
patrimônios públicos, na arte tanto quanto na indústria, nas obras de instrução
como nas ciências agrícolas, a individualidade encontra vastíssimo campo de
ação, com dilatados recursos de evidenciar-se.
O trabalho é a escada divina de acesso aos
lauréis imarcescíveis do espírito.
Ninguém precisa pedir transferência para Júpiter
ou Saturno, a fim de colaborar na criação de novos céus. A Terra, nossa casa e
nossa oficina, em plena paisagem cósmica, espera por nós, a fim de que a
convertamos em glorioso paraíso.
Emmanuel / Chico Xavier / Livro: Roteiro
“Nisto todos conhecerão que sois meus
discípulos, se vos amardes uns aos outros”. Jesus (João, 13:35)
Nas variadas escolas do
Cristianismo, vemos milhares de pessoas que, de alguma sorte, se ligam ao
Mestre e Senhor.
Há corações que se
desfazem nos louvores ao Grande Médico, exaltando-lhe a intercessão divina nos
acontecimentos em que se reconheceram favorecidos, mas não passam das
afirmativas espetaculares, qual se vivessem indefinidamente mergulhados em
maravilhosas visões.
São os simplesmente
beneficiários e sonhadores.
Há temperamentos
ardorosos que impressionam da tribuna, através de preleções eruditas e
comoventes, em que relacionam a posição do Grande Renovador, na religião, na filosofia
e na história, não avançando, contudo, além dos discursos preciosos.
São os simplesmente
sacerdotes e pregadores.
Há inteligências
primorosas que vazam páginas sublimes de crença consoladora, arrancando
lágrimas de emoção aos leitores ávidos de conhecimento revelador, todavia, não
ultrapassam o campo do beletrismo religioso.
São os simplesmente
escritores e intelectuais.
Todos guardam recursos e
méritos especializados.
Existe, no entanto, nos
trabalhos da Boa Nova, um tipo de cooperador diferente.
Louva o Senhor com
pensamentos, palavras e atos, cada dia.
Distribui o tesouro do
bem, por intermédio do verbo consolador, sempre que possível.
Escreve conceitos
edificantes, em torno do Evangelho, toda vez que as circunstâncias lho
permitem.
Ultrapassa, porém, toda
pregação falada ou escrita, agindo incessantemente na sementeira do bem, em
obras de sacrifício próprio e de amor puro, nos moldes de ação que o Cristo nos
legou.
Não pede recompensa, não
pergunta por resultados, não se sintoniza com o mal. Abençoa e ajuda sempre.
Semelhante companheiro é
conhecido por verdadeiro discípulo do Senhor, por muito amar.
Emmanuel / Chico Xavier – Fonte Viva – FEB – cap. 063
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Clique e leia: https://mailchi.mp/07f4108fbab7/coragem-e-responsabilidade
Quando o ser humano descobre o Espiritismo é
tomado por especial alegria de viver, passando a compreender as razões lógicas
da sua existência, os mecanismos que trabalham em favor da felicidade,
experimentando grande euforia emocional.
Quando o Espiritismo penetra na mente e no
sentimento do ser humano, opera-se-lhe uma natural transformação intelecto-moral
para melhor, propondo-lhe radical alteração no comportamento que enseja a
conquista de metas elevadas e libertadoras.
Quando o indivíduo mantém os primeiros contatos
com a Doutrina Espírita vê-se diante de um mundo maravilhoso, rico de bênçãos
que pretende fruir, deixando-se fascinar pelas propostas iluminativas de que é
objeto.
Quando o Espiritismo encontra guarida no
indivíduo, logo se lhe despertam os conceitos de responsabilidade, coragem e fidelidade
à nova conquista.
Nem todos, porém, alteram a conduta convencional
a que se acostumaram. Ao entusiasmo exagerado sucede o convencionalismo do
conhecimento sem a sua vivência diária, aguardando recolher conveniências e
soluções para os problemas afugentes, sem maior esforço pela transformação
moral. Não se afeiçoando ao estudo correto dos postulados espíritas e neles reflexionando,
detêm-se nas exterioridades das informações que recolhem, nem sempre
verdadeiras, tornando-se apenas beneficiários dos milagres que esperam
aconteçam-lhes a partir do momento da sua adesão.
Com o tempo e a frequência às reuniões,
acomodam-se ao novo ritualismo da participação sem realizações edificantes, ou entregam-se
à parte da assistência social, procurando negociar com Deus o futuro espiritual
em razão do bem e da caridade que acreditam estar realizando.
O conhecimento do Espiritismo de forma natural e
consciente desperta os valores enobrecidos da responsabilidade e da coragem
indispensáveis à existência ditosa.
Todo conhecimento nobre liberta o ser humano da
ignorância, apresentando-lhe a realidade desvestida dos formalismos e das ilusões,
na sua face mais bela e significativa, por ensejar a conquista dos valores
legítimos que devem ser cultivados.
O homem livre da superstição e dos complexos
mecanismos da tradição da fé imposta, redescobre-se e exulta por compreender que
é o autor de todas as ocorrências que lhe sucedem, exceção ao nascimento e à
desencarnação, e mesmo essa, dependendo muito do seu comportamento durante a
vilegiatura física, podendo antecipá-la ou postergá-la.
Adquire a responsabilidade moral pelos atos, não
mais apoiando-se nas bengalas psicológicas de transferir para os outros a razão
dos insucessos que lhe ocorrem, dando lugar aos sofrimentos e às suas
inevitáveis consequências.
Compreende que uma excelente filosofia não basta
para proporcionar uma existência feliz, mas sim, a vivência dos seus ensinamentos
que se tornam responsáveis pelo que venha a ocorrer-lhe na área do seu
comportamento moral.
É comum, a esses adeptos precipitados, passado
algum tempo, apresentar-se decepcionados e tristes, informando que esperavam
muito mais do Espiritismo e que encontraram pessoas confusas e perversas,
insensatas e desequilibradas no seu movimento.
Da alegria exagerada passam à crítica contumaz,
à maledicência, ao azedume.
Afinal, essa responsabilidade não é do
Espiritismo, mas daqueles que o visitam levianamente e não incorporam à vida espiritual
os ensinamentos excepcionais de que se constitui a sã doutrina.
De igual maneira que esses neófitos não se
preocuparam em conseguir a autoiluminação, o mesmo sucedeu com outros adeptos
que os precederam, acostumados que estavam ao ócio espiritual, à leviandade
religiosa, aguardando sempre receber sem a menor preocupação em contribuir.
O movimento espírita não é o Espiritismo. O
primeiro é constituído pelos indivíduos, bons e maus, conhecedores e ignorantes
das verdades do mundo espiritual, ativos ou ociosos, que se deveriam integrar
de corpo e alma ao serviço de renovação interior e da divulgação pelo exemplo.
No entanto, para esse cometimento é necessária a coragem da fé, essa robustez
de ânimo que enfrenta as dificuldades de maneira lúcida e clara com destemor e
espírito de ação para remover-lhe os obstáculos e alcançar os patamares mais
elevados de harmonia e de bem-estar.
Em muitos que permanecem na irresponsabilidade
do comportamento e na falta de coragem para arrostar as consequências da sua
conversão ao Espiritismo, permanecendo na dubiedade, nas incertezas que
procuram não esclarecer, receando os impositivos da fidelidade pessoal à
doutrina, instalam-se as justificativas infantis para prosseguirem sem alteração,
esperando que os Espíritos realizem as tarefas que lhes dizem respeito.
Outros, ainda, viciados na conduta da
inutilidade, esperam ter resolvidos todos os problemas de saúde, família,
economia, surpreendendo-se, quando convocados aos fenômenos existenciais das
enfermidades, dos desafios domésticos e financeiros, sociais e profissionais,
que desejavam não lhes ocorressem em decorrência da sua adesão ao
Espiritismo...
Só mesmo a mente insensata pode elaborar
conceito dessa magnitude: a adesão a uma doutrina feliz basta para que tudo lhe
ocorra, a partir de então, de maneira especial e magnífica!
O Espiritismo enseja a compreensão dos fatores
existenciais, dos compromissos que a cada qual dizem respeito, do esforço que deve
ser envidado em favor da construção do próprio futuro.
Elucida as ocorrências dolorosas, explicando as
suas causas e oferecendo os instrumentos para a sua erradicação com a consequente
construção dos dias felizes do porvir.
Eis por que se impõe, logo após a adesão aos
seus postulados, de par com a responsabilidade da conduta, a coragem para as mudanças
interiores que devem ocorrer ao longo do tempo, com a vigilância indispensável
à produção de fatores elevados para o desenvolvimento intelecto-moral que
aguarda o candidato às suas fileiras.
Tomando como modelar a conduta de Jesus, o
Espiritismo trá-lo de volta, desmistificado das fábulas com que O envolveram através
dos tempos, real e companheiro de todos os momentos, ensinando sempre pelo
exemplo de que as Suas palavras se revestem.
O espírita sincero, que se redescobre através do
conhecimento doutrinário, transforma-se em verdadeiro cristão, conforme os padrões
estabelecidos pelo Mestre galileu.
Não se permite justificativas infantis após os
insucessos, levanta-se dos erros e recomeça as atividades tantas vezes quantas
ocorram, tem a coragem para o autoenfrentamento, libertando-se dos inimigos de
fora para vencer aqueles de natureza interna, sempre disposto a servir e a
amar.
Evocando os mártires do Cristianismo primitivo,
enfrenta hoje valores decadentes da ética e da moral, graves problemas sociais e
morais, que lhe exigem sacrifício para uma existência honorável sem os
conchavos com a indignidade, a traição e o furto legalizado.
Torna-se alguém intitulado como portador de
comportamento excêntrico, porque tem a coragem de preservar a vida saudável, mantendo-se
digno em todas as circunstâncias, responsável pelos pensamentos, palavras e
atos, incompreendido e, não poucas vezes, perseguido, mesmo nos locais em que
labora doutrinariamente, em face da conduta doentia dos acostumados à
leviandade e ao ócio.
Sem qualquer dúvida, a adesão ao Espiritismo
impõe a consciência de responsabilidade e de coragem para tornar-se verdadeiramente
espírita, todo aquele que lhe sinta a sublime atração.
Vianna de Carvalho / Divaldo Franco – Livro: Espiritismo e vida
“Mas ainda que o nosso homem exterior se corrompa, o interior, contudo, se renova, de dia em dia.” Paulo (II Coríntios, 4:16)
Observa o espírito de
sequência e gradação que prevalece nos mínimos setores da Natureza.
Nada se realiza aos
saltos e, na pauta da Lei Divina, não existe privilégio em parte alguma.
Enche-se a espiga de
grão em grão.
Desenvolve-se a árvore,
milímetro a milímetro.
Nasce a floresta de
sementes insignificantes.
Levanta-se a construção,
peça por peça.
Começa o tecido nos
fios.
As mais famosas páginas
foram produzidas, letra a letra.
A cidade mais rica é
edificada, palmo a palmo.
As maiores fortunas de
ouro e pedras foram extraídas do solo, fragmento a fragmento.
A estrada mais longa é
pavimentada, metro a metro.
O grande rio que se
despeja no mar é conjunto de filetes líquidos.
Não abandones o teu
grande sonho de conhecer e fazer, nos domínios superiores da inteligência e do
sentimento, mas não te esqueças do trabalho pequenino, dia a dia.
A vida é processo
renovador, em toda parte, e, segundo a palavra sublime de Paulo, ainda que a
carne se corrompa, a individualidade imperecível se reforma, incessantemente.
Para que não nos
modifiquemos, todavia, em sentido oposto à expectativa do Alto, é indispensável
saibamos perseverar com o esforço de autoaperfeiçoamento, em vigilância
constante, na atividade que nos ajude e enobreça.
Se algum ideal divino te
habita o espírito, não olvides o servicinho diário, para que se concretize em
momento oportuno.
Há ensejo favorável à
realização?
Age com regularidade, de
alma voltada para a meta.
Há percalços e lutas,
espinhos e pedrouços na senda?
Prossegue mesmo assim.
O tempo, implacável
dominador de civilizações e homens, marcha apenas com sessenta minutos por
hora, mas nunca se detém.
Guardemos a lição e
caminhemos para diante, com a melhoria de nós mesmos.
Devagar, mas sempre.
Emmanuel / Chico Xavier – Fonte Viva – FEB – cap. 062
Senhor,
Ilumina-nos a visão de
trabalhadores imperfeitos.
Justo Juiz ampara os
criminosos e transviados.
Construtor Celeste
restaura as obras respeitáveis, ameaçadas pela destruição.
Divino Médico salva os
doentes.
Amigo dos Bons regenera
os maus.
Mensageiro da luz
expulsa as trevas que ainda nos rodeiam.
Emissário da Sabedoria
esclarece-nos a ignorância.
Dispensador do Bem
compadece-te de nossos males.
Advogado dos Aflitos
reajusta os infelizes que provocam o sofrimento.
Sumo Libertador,
emancipa-nos a mente, encarcerada em nossas próprias criações menos dignas.
Benfeitor do Alto
estende compassivas mãos a todos aqueles que te desconhecem os princípios de
amor e trabalho, humildade e perdão, nas zonas inferiores da vida.
Senhor, eis aqui os teus
servos incapazes. Cumpra-se em nós a tua vontade sábia e justa, porque a nossa
pequenez é tudo o que possuímos, para que, em Teu Nome, possamos operar a nossa
própria redenção, hoje, aqui e agora.
Assim Seja.
Aniceto / Chico Xavier – Livro: À Luz da Oração
Confira conosco em mais uma edição:
Máximas extraídas dos ensinos dos Espíritos
Ante o Evangelho: O mandamento maior
Poema: Segundo Milênio – Ciro Costa
Nunca desfalecer – Livro Fonte Viva
Senhor e Mestre – Oração de André Luiz
https://mailchi.mp/f4c2096c590c/mais-luz-para-voc
35. O fim essencial do Espiritismo é tornar
melhores os homens. Nele não se procure senão o que possa concorrer para o seu
progresso moral e intelectual.
36. O verdadeiro espírita não é o que crê nas
manifestações, mas aquele que aproveita do ensino dado pelos Espíritos. De nada
adianta acreditar, se a crença não o levar a dar um passo à frente no caminho
do progresso e não o tornar melhor para com o seu próximo.
37. O egoísmo, o orgulho, a vaidade, a ambição, a
cupidez, o ódio, a inveja, o ciúme, a maledicência são, para a alma, ervas
venenosas, das quais é preciso, todos os dias, arrancar alguns brotos e que têm
por antídoto a caridade e a humildade.
38. A crença no Espiritismo só é proveitosa àquele
de quem se pode dizer: Vale mais hoje do que ontem.
39. A importância que o homem liga aos bens
temporais está em razão inversa da sua fé na vida espiritual. É a dúvida quanto
ao futuro que o leva a procurar suas alegrias neste mundo, satisfazendo às suas
paixões, ainda que à custa de seu próximo.
40. As aflições terrenas são os remédios da alma.
Salvam-na para o futuro, como uma dolorosa operação cirúrgica salva a vida de
um doente e lhe restitui a saúde. Eis por que o Cristo disse:
"Bem-aventurados os aflitos, porque serão consolados".
41. Nas vossas aflições olhai para baixo e não para
cima. Pensai nos que sofrem mais do que vós.
42. O desespero é natural naquele que crê que tudo
acaba com a vida do corpo. E uma insensatez naquele que tem fé no futuro.
43. Muitas vezes o homem é o artífice de sua
própria desgraça neste mundo. Que remonte à fonte de seus infortúnios e verá
que estes, em sua maior parte, resultam da sua imprevidência, do seu orgulho e
da sua avidez e, por conseguinte, das suas infrações às leis de Deus.
44. A prece é um ato de adoração. Orar a Deus é
pensar nele; é aproximar-se dele; é pôr-se em comunicação com
Ele.
45. Aquele que ora com fervor e confiança é mais
forte contra as tentações do mal e Deus lhe envia bons Espíritos para o
assistir. É um socorro jamais recusado quando pedido com sinceridade.
46. O essencial não é orar muito, mas orar bem.
Certas pessoas julgam que todo mérito está na extensão da prece, enquanto
fecham os olhos aos seus próprios defeitos. Para elas a prece é uma ocupação,
um meio de empregarem o tempo, mas não um estudo de si mesmas.
47. Aquele que pede a Deus o perdão de suas faltas
não o obtém senão mudando de comportamento. As boas ações são a melhor prece,
porquanto os atos valem mais do que as palavras.
48. A prece é recomendada por todos os bons
Espíritos. Todos os Espíritos imperfeitos a pedem como meio de alívio para seus
sofrimentos.
49. A prece não pode mudar os decretos da Providência. Os Espíritos
sofredores, porém, vendo que por eles nos interessamos, sentem-se menos
desamparados e menos infelizes. Ela lhes levanta o ânimo e excita neles o desejo de se
elevarem pelo arrependimento e pela reparação e pode desviá-los de pensarem no
mal. Neste sentido é que não somente lhes pode dar alívio, como também abreviar
seus sofrimentos.
50. Ore cada um segundo suas convicções e do modo que julgue mais
conveniente, porquanto a forma nada vale e o pensamento é tudo. A sinceridade e
a pureza de intenção, eis o essencial. Um bom pensamento vale mais do que
grande número de palavras, que se assemelham ao ruído de um moinho, mas onde o
coração em nada toma parte.
51. Deus fez os homens fortes e poderosos para serem
o amparo dos fracos. O forte que oprime o fraco é maldito de Deus. Muitas vezes
recebe o seu castigo nesta vida, sem prejuízo dos reservados ao futuro.
52. A fortuna é um depósito cujo possuidor é apenas
usufrutuário, desde que não a leva consigo para o túmulo. Prestará
severas contas do emprego que lhe tiver dado.
53. A fortuna é uma prova mais arriscada do que a
miséria, porque é uma tentação para o abuso e os excessos e porque é mais
difícil ser-se moderado do que resignado.
54. O ambicioso que triunfa e o rico que se compraz nos gozos
materiais são mais passíveis de compaixão do que de inveja, pois é preciso
levar em conta o reverso. O Espiritismo, pelos terríveis exemplos dos que
viveram e que vêm revelar sua sorte, mostra a verdade destas palavras do
Cristo: "Aquele que se elevar será humilhado e aquele que se humilhar será
exaltado".
55. A caridade é a lei suprema do Cristo: "Amai-vos uns aos
outros como irmãos; - amai ao vosso próximo como a vós mesmos; - perdoai aos
vossos inimigos; - não façais aos outros o que não quereríeis que vos
fizessem". Tudo isto se resume na palavra caridade.
56. A caridade não consiste apenas na esmola. Há
caridade por pensamentos, palavras e obras. É caridoso por pensamentos aquele
que é indulgente para as faltas do seu próximo; caridoso por palavras o que
nada diz que possa prejudicar ao seu próximo; caridoso por obras quem, na
medida de suas forças, assiste o seu próximo.
57. O pobre que reparte o seu pedaço de pão com um
outro mais pobre do que ele é mais caridoso e tem mais mérito aos olhos de Deus
do que aquele que dá do que lhe sobra, sem de nada se privar.
58. Quem quer que nutra contra o seu próximo,
sentimentos de animosidade, de ódio, de ciúme e de rancor, falta à caridade;
mente, se se diz cristão, e ofende a Deus.
59. Homens de todas as castas, de todas as seitas e
de todas as cores, sois todos irmãos, porquanto Deus a todos vos chama a si.
Estendei-vos, pois, as mãos, seja qual for a maneira por que o adoreis, e não
vos lanceis anátema uns aos outros, visto que o anátema é a violação da lei de
caridade proclamada pelo Cristo.
60. Com o egoísmo, os homens vivem em luta
perpétua; com a caridade viverão em paz. Só a caridade, servindo de base às
suas instituições, lhes assegurará a felicidade neste mundo. Segundo as
palavras do Cristo, só ela também lhes pode assegurar a felicidade, porque
encerra implicitamente todas as virtudes que os podem conduzir à perfeição. Com
a verdadeira caridade, tal como a ensinou e praticou Jesus, nem ciúme, nem
maledicência, nem apego exagerado aos bens deste mundo. Eis por que o
Espiritismo tem por máxima: "Fora da caridade não há salvação".
• • •
Incrédulos! Podeis rir dos Espíritos, zombar dos
que creem nas suas manifestações. Ride, pois, se ousardes, desta máxima que
eles vêm ensinar e que constitui a vossa própria salvaguarda, porquanto, se a
caridade desaparecesse da face da Terra, os homens se entredevorariam e vós
serieis, talvez, as primeiras vítimas. Não está longe o tempo em que esta
máxima, proclamada abertamente em nome dos Espíritos, será um penhor de
segurança e um título à confiança em todos os que a trouxerem gravada em seus
corações.
Disse um Espírito: "Zombaram das mesas
girantes; jamais zombarão da filosofia e da moral que delas decorrem". Com
efeito, passados apenas alguns anos, já estamos longe desses primeiros
fenômenos que, por um instante, serviram de distração aos ociosos e aos
curiosos. Dizeis que essa moral é antiquada: "Os Espíritos deveriam ter
bastante espírito para nos darem alguma coisa nova". (Frase espirituosa de
mais de um crítico.) Tanto melhor, se ela é antiquada! Isso prova que é de
todos os tempos, sendo mais culpados os homens por não a terem praticado, visto
que só as verdades são eternas.
O Espiritismo vem recordar-lhes essa moral, não
por meio de uma revelação isolada, feita a um só homem, mas pela voz dos
próprios Espíritos que, semelhante à trombeta final, vem lhes clamar:
"Crede que aqueles a quem chamais de mortos estão mais vivos do que vós,
porque veem o que não vedes e ouvem o que não ouvis.
Reconhecei, nos que vos vêm falar, os vossos
parentes e amigos, todos aqueles a quem amastes na Terra e que julgáveis
perdidos para sempre. Ai dos que pensam que tudo acaba com o corpo, pois serão
cruelmente desenganados. Ai dos que houverem faltado à caridade, porque
suportarão tudo quanto tiverem feito suportar os outros! Escutai a voz dos que
sofrem e que vos vêm dizer: "Sofremos por havermos desconhecido o poder de
Deus e duvidado da sua infinita misericórdia; sofremos por causa do nosso
orgulho, do nosso egoísmo, da nossa avareza e de todas as paixões más que não
soubemos reprimir. Sofremos por todo o mal que fizemos aos nossos semelhantes,
pelo esquecimento da lei da caridade".
Incrédulos! Dizei se é risível uma doutrina que
ensina semelhantes coisas, se é boa ou má. Mesmo considerando-a somente do
ponto de vista da ordem social, dizei se os homens que a praticassem seriam
felizes ou infelizes, melhores ou piores!
Orar sempre e nunca desfalecer”. (Lucas, 18:1)
Não permitas que os
problemas externos, inclusive os do próprio corpo, te inabilitem para o serviço
da tua iluminação.
Enquanto te encontras no
plano de exercício, qual a crosta da Terra, sempre serás defrontado pela
dificuldade e pela dor.
A lição dada é caminho
para novas lições.
Atrás do enigma
resolvido, outros enigmas aparecem.
Outra não pode ser a
função da escola, senão ensinar, exercitar e aperfeiçoar.
Enche-te, pois, de calma
e bom ânimo, em todas as situações.
Foste colocado entre
obstáculos mil de natureza estranha, para que, vencendo inibições fora de ti,
aprendas a superar as tuas limitações.
Enquanto a comunidade
terrestre não se adaptar à nova luz, respirarás cercado de lágrimas
inquietantes, de gestos impensados e de sentimentos escuros.
Dispõe-te a desculpar e
auxiliar sempre, a fim de que não percas a gloriosa oportunidade de crescimento
espiritual.
Lembra-te de todas as
aflições que rodearam o espírito cristão, no mundo, desde a vinda do Senhor.
Onde está o Sinédrio que
condenou o Amigo Celeste à morte?
Onde os romanos vaidosos
e dominadores?
Onde os verdugos da Boa
Nova nascente?
Onde os guerreiros que
fizeram correr, em torno do Evangelho, rios escuros de sangue e suor?
Onde os príncipes
astutos que combateram e negociaram, em nome do Renovador Crucificado?
Onde as trevas da Idade
Média?
Onde os políticos e
inquisidores de todos os matizes, que feriram em nome do Excelso Benfeitor?
Arrojados pelo tempo aos
despenhadeiros de cinza, fortaleceram e consolidaram o pedestal de luz, em que
a figura do Cristo resplandece, cada vez mais gloriosa, no governo dos séculos.
Centraliza-te no esforço
de ajudar no bem comum, seguindo com a tua cruz, ao encontro da ressurreição
divina. Nas surpresas constrangedoras da marcha, recorda que, antes de tudo,
importa orar sempre, trabalhando, servindo, aprendendo, amando, e nunca
desfalecer.
Ante o Espiritismo que
nos confiaste por teu Evangelho Redivivo, fortalece-nos o coração para que te
sejamos leais à confiança.
Na defesa da luz contra
o assalto das trevas, não permita que a presunção nos tome o lugar da certeza
nas verdades que nos legaste, e nem deixes que a névoa da acomodação destrutiva
nos entorpeça o ânimo no pressuposto de guardar o espírito na falsa
tranquilidade das aparências...
Chamados à confissão de
nossa fé, livra-nos, Senhor, dos delitos da intolerância, contudo, clareia-nos
o raciocínio para que te expliquemos as boas-novas sem os prejuízos da
superstição e sem as teias da ignorância...
Nas horas difíceis da
verdade, afasta-nos da violência e da paixão menos digna, no entanto, sustenta-nos
a sinceridade para que pronunciemos a palavra equilibrada e certa, sem a
hipocrisia do silêncio culposo...
Impelidos à luta do bem que
vence o mal, suprime-nos a cegueira das conveniências e interesses particulares
para que o orgulho não nos tisne as decisões, todavia, esclarece-nos a alma a
fim de que preguiça e deserção não nos ocupem a existência por suposta humildade...
Senhor, eis-nos à frente
da Doutrina Espírita na condição de teus servos, responsáveis pela obra divina
de nossa própria libertação espiritual...
Guia-nos no trabalho,
ilumina-nos o entendimento, neutraliza as imperfeições que trazemos ainda e faze-nos
fiéis a Ti, hoje e sempre. Assim seja.
Confira conosco:
Higiene do coração
Ante o Evangelho: Simplicidade e pureza de coração
Poema: A oração – Amaral Ornellas
Esmola – Fonte Viva
Prece em desobsessão – Albino Teixeira
“Bem-aventurados
os limpos de coração, porque eles verão a Deus”. (Mateus, V, 8.)
Há corações limpos e há corações sujos. Para
aqueles reservou o Senhor a visão de Deus.
E assim como há necessidade da higiene do corpo,
para que o corpo funcione regularmente, com mais forte razão faz-se preciso
higiene do coração, para que o Espírito ande bem.
É preciso limpar o coração para se ver a Deus.
Ninguém há de coração sujo que tenha olhos abertos para o Supremo Artífice de
Todas as Coisas.
“A boca fala do que o coração está cheio; do
interior procedem as más ações, os maus pensamentos”.
Coração sujo, homem sujo; coração limpo, alma
límpida, apta para ver Deus.
Faz-se mister limpar o coração. Mas, de que
forma começar esse asseio?
É preciso que nos conheçamos primeiramente; é
preciso conhecermos o coração. Nosce te
ipsum, conhece-te a ti mesmo! Saber quem somos e os deveres que nos cumpre
desempenhar; interrogar cotidianamente a nossa consciência; exercitar um culto
estritamente interno, tal é o início dessa tarefa grandiosa para a qual fomos
chamados à Terra.
A limpeza de coração substitui o culto externo
pelo interno. As genuflexões, as adorações pagãs, as preces, cantadas e
mastigadas, nenhum efeito têm diante de Deus.
O que o Senhor quer é a limpeza, a higiene do
coração.
Fazer culto exterior sem o interior, é o mesmo
que caiar sepulcros que guardam podridões!
Limpar o coração é renunciar ao orgulho e
egoísmo com toda a sua prole malfazeja! É pensar, estudar, compreender; é crer
no Amado Filho de Deus pelos seus ditames redentores!
É ser bom, indulgente, caridoso, humilde,
paciente, progressista; é, finalmente, renunciar ao mal para abraçar o bem;
deixar a aparência pela realidade; preferir o Reino dos Céus ao Reino do Mundo,
pois só dentro do Supremo Reinado poderemos ver Deus!
Cairbar Schutel – Livro: Parábolas e Ensinos de Jesus