Mostrando postagens com marcador Poema. Mostrar todas as postagens
Mostrando postagens com marcador Poema. Mostrar todas as postagens

quarta-feira, 13 de março de 2024

Servir sempre

 

Se procuras a extinção

Das dores, por onde vais,

Mantém a disposição

De servir um tanto mais.

 

Sofres crises a granel,

Impedimentos gerais,

Para vencê-los, não fujas

De servir um tanto mais.

 

Pretendes viver acima

Das aflições em que cais,

Não desertes do dever

De servir um tanto mais.

 

Carregas lutas em casa,

Provações descomunais,

Por tua paz, não desistas

De servir um tanto mais.

 

Encontras pedras, injúrias,

Ofensas, erros brutais…

Não te afastes do programa

De servir um tanto mais.

 

Tua vida necessita

De mudanças radicais?

Não menosprezes o ensejo

De servir um tanto mais.

 

Angústias do coração

Em tempestades morais?

Inventa novos recursos

De servir um tanto mais.

 

Se quisermos atingir

As Luzes Celestiais,

Aprendamos com Jesus

Que servir nunca é demais.

 

Casimiro Cunha / Chico Xavier

Livro: Correio fraterno



terça-feira, 5 de março de 2024

Refúgio

 

Às vezes, dizes, coração amigo:

— “Como guardar-me em paz, na agitação do mundo?

Tanto fel ao redor!… Tanta gente em perigo!…

Tantas tribulações sem que se saiba, a fundo,

De que modo evitar a invasão desmedida

Das nuvens de aflição que atormentam a vida!…”

 

E contigo outras almas no caminho

Padecem sob o impacto violento

Das lâminas brutais do sofrimento

Que lhes ferem o ser, desolado e sozinho…

 

Aqui, alguém lastima um coração querido

Que ficou para trás, exânime e caído

Em trágicos enganos;

Ali tombam, a golpes desumanos

Dos chamados engenhos do progresso,

Existências repletas de esperança,

Ante as brechas de sombra em que a morte se lança

Entre o ouro e o sucesso…

 

Dos recursos plebeus aos valores mais altos,

Sobram as provações que chegam, de imprevisto,

No clamoroso misto

De sequestros e assaltos.

 

Nos lares em geral, sob múltiplos níveis,

As desvinculações de pessoas amadas

São lesões e feridas desatadas

Para as almas sensíveis.

 

Assemelha-se a Terra à nave firme e atenta,

Sob rude tormenta.

 

Entretanto, alma boa,

Em plena luta que te aperfeiçoa,

Podes deter a paz contigo, estrada afora,

Prendendo-te ao dever que em tudo nos melhora.

 

Todo trabalho são é lúcido recanto

Que se nos faz refúgio aprazível e santo.

 

Um lar para servir,

Um filho a proteger,

A nobre preleção enviada ao porvir,

A página a escrever,

Um doente a zelar,

O trecho musical que se tem a compor,

O campo a cultivar

E o serviço do bem que é mensagem de amor…

 

Tudo isso, na terra, é cobertura,

Sustentando o equilíbrio da criatura.

Se buscas, em verdade, a paz, no dia a dia,

Coloca a tua fonte de alegria

E todos os impulsos que são teus

No trabalho que o mundo te confia

Porque o trabalho é sempre uma Bênção de Deus.

 

Maria Dolores / Chico Xavier

Livro: Caminhos do amor



quinta-feira, 29 de fevereiro de 2024

À mulher brasileira

 

Missionárias da Terra do Cruzeiro,

Companheiras de nobres semeadores,

Acendei a fé viva em resplendores,

Reconfortando o mundo sem roteiro.

 

O Brasil é o pacífico Celeiro

De nova luz aos povos sofredores,

Onde a fraternidade espalha as flores

Da imortal primavera do Cordeiro.

 

Mães, esposas e irmãs de nossa terra,

Cooperai contra o ódio, contra a guerra,

Nas tradições de paz de nossa história!

 

Sede no grande Lar Americano,

Vanguardeiras do Cristo Soberano,

Nas conquistas de amor da eterna glória.

 

Pedro de Alcântara / Chico Xavier

Livro: Nosso Livro



quinta-feira, 22 de fevereiro de 2024

Mensagem de vigilância

 

Se buscas em tua fé

Roteiros de paz e luz,

Afeiçoa a própria vida

Às instruções de Jesus.

 

Não vale apenas saber.

O aprendizado cristão

Reclama de todos nós

Esforço e edificação.

 

Palavras, prantos, discursos,

Merecem todo o respeito,

Mas são zero se lhes falta

Caminho nobre e direito.

 

Muitos sabem todo o texto

Que a Santa Escritura encerra,

Mas vivem segundo a carne,

Colados ao pó da terra.

 

Notamos por toda a parte,

Nos Templos do mundo inteiro,

Grandes lobos que se ocultam

Em fina lã de cordeiro.

 

Há serpes ao pé do altar

De mente escura e cruel,

Raposas que dão balidos

Gemendo com voz de mel.

 

Há vasos alabastrinos

Conservando essência impura.

E há venenos escondidos

Em cálices de ternura.

 

São almas que a sombra envolve

Em que a mentira faz centro.

Revelam flores por fora

Guardando abismos por dentro.

 

As teorias sem fatos

Ao povo faminto em prece

São promessas enganosas

De pão que desaparece.

 

Todos temos fantasias

De Caim, Judas, Pilatos,

Mas nunca seremos livres

Sem Jesus em nossos atos.

 

Façamos, pois, cada dia,

Bendita e nova cruzada,

Oferecendo ao Senhor

Nossa vida transformada.

 

Sem Cristo no pensamento,

Sem Evangelho na ação,

Jamais veremos na Terra

O dia da redenção.

 

Casimiro Cunha / Chico Xavier

Livro: Gotas de Luz



sexta-feira, 16 de fevereiro de 2024

Ide e ajudai

 

Ide e plantai no mundo atormentado e aflito

As árvores de luz do bem que aperfeiçoa.

Ide e estendei, servindo, a fé singela e boa

Que alenta o coração por bálsamo bendito.

 

No escuro e vasto chão, há seixos de granito

Da impiedade revel que ensombra e amaldiçoa,

Mas se guardais convosco a paz que ama e perdoa,

Acendereis na Terra a glória do Infinito.

 

Ao clarão do Evangelho, ensinais a verdade!

Nosso campo de ação é toda a humanidade

Que, ante o altar da ilusão, vencida, se prosterna!

 

Ide e ajudai, amando, entre angústias e assombros!

Sob o arado da cruz, sustentado nos ombros,

Atingireis, cantando, o sol da vida eterna.

 

Amaral Ornellas / Chico Xavier

Livro: Cartas do Alto



quinta-feira, 8 de fevereiro de 2024

Ora e vigia

 

Ora e vigia. Não cesses

Teu combate à tentação.

No templo de nossas preces

Guardamos o coração.

 

Ora e vigia. Trabalha

Na rota de teu dever.

A vida é a nossa batalha…

Foge ao repouso e ao prazer.

 

Ora e vigia. Sublima

O teu amor fraternal.

O bem que não desanima

É a vitória contra o mal.

 

Vigia, orando. Vigia

Dando ação aos dias teus.

Serviço de cada dia

É bênção da Luz de Deus.

 

João de Deus / Chico Xavier

Livro: Relicário de luz



sexta-feira, 2 de fevereiro de 2024

Honra ao trabalho

 

Trabalha e encontrarás o fio diamantino

Que te liga ao Senhor que nos guarda e governa,

Ante cuja grandeza o mundo se prosterna,

Buscando a solução da dor e do destino.

 

Desde o fulcro solar ao fundo da caverna,

Da beleza do herói ao verme pequenino,

Tudo se agita e vibra, em cântico divino

Do trabalho imortal, brunindo a vida eterna!…

 

Tudo na imensidão é serviço opulento,

Júbilo de ajudar, luta e contentamento,

Desde a flor da montanha às trevas do granito.

 

Trabalha e serve sempre, alheio à recompensa,

Que o trabalho, por si, é a glória que condensa

O salário da Terra e a bênção do Infinito.

 

Múcio Teixeira / Chico Xavier

Livro: Parnaso de Além-Túmulo