Leia
e reflita conosco:
Hoje
ainda – Emmanuel
Ante
o Evangelho: A beneficência
Poema:
Estrelas – Auta de Souza
Modo
de sentir – Fonte Viva 67
Prece
de Gúbio - Livro: À Luz da Oração
Leia
e reflita conosco:
Hoje
ainda – Emmanuel
Ante
o Evangelho: A beneficência
Poema:
Estrelas – Auta de Souza
Modo
de sentir – Fonte Viva 67
Prece
de Gúbio - Livro: À Luz da Oração
Reunião
pública de 23-1-61
1ª
Parte, cap. VII, § 8
Não esperarás pela fortuna, a fim de servir à
beneficência.
Muitas vezes, na pesquisa laboriosa do ouro,
gastarás o próprio corpo em cansaço infrutífero.
*
Cede, hoje ainda, a pequena moeda de que dispões
em favor dos necessitados.
O vintém que se transforma no pão do faminto
vale mais que o milhão indefinidamente sepultado no cofre.
*
Não requestarás a glória acadêmica para
colaborar na instrução.
Muitas vezes, na porfia da conquista de lauréis
para a inteligência, desajustarás, debalde, a própria cabeça.
Ampara, hoje ainda, o irmão que anseia pelo
alfabeto.
Leve explicação que induza alguém a libertar-se
da ignorância vale mais que o diploma nobre, guardado inútil.
*
Não exigirás ascensão ao poder humano a fim de
proteger as vidas alheias.
Muitas vezes, na longa procura de autoridade,
consumirás, em vão, o ensejo de auxiliar.
*
Acende, hoje ainda, para essa ou aquela criança
extraviada, a luz do caminho certo.
Pequeno gesto edificante, que incentiva um
menino a buscar o melhor, vale mais que a posição brilhante sem proveito para
ninguém.
*
Não solicitarás feriado para socorrer os
aflitos.
Muitas vezes, reclamando tempo excessivo para
cultivar a fraternidade, perderás, improficuamente, o tesouro dos dias.
*
Estende, hoje ainda, alguma palavra confortadora
aos companheiros que a provação envolve em lágrimas.
Uma hora de esclarecimento e esperança no
consolo aos que choram vale mais que um século de existência, amarrado à
preguiça.
*
Não percas ocasião para o teu heroísmo, nem
aguardes santidade compulsória para demonstrações de virtudes.
Comecemos a cultura das boas obras, hoje ainda,
onde estivermos, porque toda migalha do bem com quem for e onde for, é crédito
acumulado ou começo de progresso na justiça divina.
Emmanuel / Chico Xavier / Livro: Justiça Divina
“Renovai-vos pelo espírito no vosso modo de sentir”. Paulo (Efésios, 4:23)
Há muitos séculos o
homem raciocina, obediente a regras quase inalteradas, comparando fatores
externos segundo velhos processos de observação; rege a vida física com grandes
mudanças no setor das operações orgânicas fundamentais e maneja a palavra como
quem usa os elementos indispensáveis a determinada construção de pedra, terra e
cal.
Nos círculos da natureza
externa, em si, as modificações em qualquer aspecto são mínimas, exceção feita
ao progresso avançado nas técnicas da ciência e da indústria.
No sentimento, porém, as
alterações são profundas.
Nos povos realmente
educados, ninguém se compraz com a escravidão dos semelhantes, ninguém joga
impunemente com a vida do próximo, e ninguém aplaude a crueldade sistemática e
deliberada, quanto antigamente.
Através do coração, o
ideal de humanidade vem sublimando a mente em todos os climas do Planeta.
O lar e a escola, o
templo e o hospital, as instituições de previdência e beneficência são filhos
da sensibilidade e não do cálculo.
Um trabalhador poderá
demonstrar altas características de inteligência e habilidade, mas, se não
possui devoção para com o serviço, será sempre um aparelho consciente de
repetição, tanto quanto o estômago é máquina de digerir, há milênios.
Só pela renovação
íntima, progride a alma no rumo da vida aperfeiçoada.
Antes do Cristo,
milhares de homens e mulheres morreram na cruz, entretanto, o madeiro do Mestre
converteu-se em luz inextinguível pela qualidade de sentimento com que o
crucificado se entregou ao sacrifício, influenciando a maneira de sentir das
nações e dos séculos.
Crescer em bondade e
entendimento é estender a visão e santificar os objetivos na experiência comum.
Jesus veio até nós a fim
de ensinar-nos, acima de tudo, que o Amor é o caminho para a Vida Abundante.
Vives sitiado pela dor,
pela aflição, pela sombra ou pela enfermidade?
Renova o teu modo de
sentir, pelos padrões do Evangelho, e enxergarás o Propósito Divino da Vida,
atuando em todos os lugares, com justiça e misericórdia, sabedoria e
entendimento.
Senhor Jesus!
Nosso Divino amigo…
Há sempre quem peça
pelos perseguidos, mas raros se lembram de auxiliar os perseguidores! Em toda
parte, ouvimos rogativas em benefício dos que obedecem, entretanto, é difícil
surpreendermos uma súplica em favor dos que administram.
Há muitos que rogam pelos
fracos para que sejam, a tempo, socorridos; no entanto, raríssimos corações
imploram concurso divino para os fortes, a fim de que sejam conduzidos.
Senhor, tua justiça não
falha. Conheces aquele que fere e aquele que é ferido. Não julgas pelo padrão
de nossos desejos caprichosos, porque o teu amor é perfeito e infinito…
Nunca te inclinaste tão
somente para os cegos, doentes e desalentados da sorte, porque amparas, na hora
justa, os que causam a cegueira, a enfermidade e o desânimo…
Se em verdade salvas as
vítimas do mal, buscas, igualmente, os pecadores, os infiéis e os injustos. Não
menoscabaste a jactância dos doutores e conversaste amorosamente com eles no
templo de Jerusalém. Não condenaste os afortunados e, sim, abençoaste-lhes as
obras úteis.
Em casa de Simão, o
fariseu orgulhoso, não desprezaste a mulher transviada, ajudaste-a com
fraternas mãos. Não desamparaste os malfeitores, aceitaste a companhia de dois
ladrões, no dia da cruz.
Se Tu, Mestre, o
Mensageiro Imaculado, assim procedeste na Terra, quem somos nós, Espíritos
endividados, para amaldiçoarmo-nos, uns aos outros?
Acende em nós a
claridade dum entendimento novo! Auxilia-nos a interpretar as dores do próximo
por nossas próprias dores. Quando atormentados, faze-nos sentir as dificuldades
daqueles que nos atormentam para que saibamos vencer os obstáculos em teu nome.
Misericordioso amigo,
não nos deixes sem rumo, relegados à limitação dos nossos próprios sentimentos…
Acrescenta-nos a fé
vacilante, descortina-nos as raízes comuns da vida, a fim de compreendermos,
finalmente, que somos irmãos uns dos outros. Ensina-nos que não existe outra
lei, fora do sacrifício, que nos possa facultar o anelado crescimento para os
mundos divinos.
Impele-nos à compreensão
do drama redentor a que nos achamos vinculados. Ajuda-nos a converter o ódio em
amor, porque não sabemos, em nossa condição de inferioridade, senão transformar
o amor em ódio, quando os teus desígnios se modificam, a nosso respeito.
Temos o coração chagado
e os pés feridos na longa marcha, através das incompreensões que nos são
próprias, e nossa mente, por isto, aspira ao clima da verdadeira paz, com a
mesma aflição por que o viajor extenuado no deserto anseia por água pura.
Senhor, infunde-nos o
Dom de nos ampararmos mutuamente.
Beneficiaste os que não
creram em Ti, protegeste os que te não compreenderam, ressurgiste para os
discípulos que te fugiram, legaste o tesouro do conhecimento divino aos que te
crucificaram e esqueceram…
Por que razão, nós
outros, míseros vermes do lodo ante uma estrela celeste, quando comparados
contigo, recearíamos estender dadivosas mãos aos que nos não entendem
ainda?
É para eles, Senhor,
para os que repousam aqui, em densas sombras, que Te suplicamos a bênção!
Desata-os, Mestre da caridade e da compaixão, liberta-os para que se equilibrem
e se reconheçam...
Ajuda-os a se
aprimorarem nas emoções do amor santificante, olvidando as paixões inferiores
para sempre. Possam eles sentir-Te o desvelado carinho, porque também Te amam,
e Te buscam inconscientemente, embora permaneçam supliciados no vale fundo de
sentimentos escuros e degradantes...
André Luiz / Chico Xavier / Livro: À Luz da Oração.
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Nas
tarefas da noite de 10 de novembro de 1955, profunda alegria felicitou-nos o
grupo em prece.
Pela
vez primeira; o inolvidável companheiro Inácio Bittencourt visita-nos a casa.
Senhoreando as possibilidades do médium, o grande lidador do Espiritismo no
Brasil dirige-nos a sua palavra clara e incisiva, concitando-nos às
responsabilidades que nos competem na Doutrina de Luz que abraçamos.
Meus amigos: Louvado seja o Senhor.
Em minha última romagem no campo físico,
mobilizando os poucos préstimos de minha boa vontade, devotei-me ao serviço da
cura mediúnica; no entanto, desencarnado agora, observo que a turba de doentes,
que na Terra me feria a visão, aqui continua da mesma sorte, desarvorada e sofredora.
Os gemidos no reino da alma não são diferentes
dos gemidos nos domínios da carne.
E dói-me o coração reparar as filas imensas de
necessitados e de aflitos a se movimentarem depois do sepulcro, entre a
perturbação e a enfermidade, exigindo assistência.
É por esta razão, hoje reconhecemos, que acima
do remédio do corpo temos necessidade de luz no espírito.
Sabemos que redenção expressa luta. Que
resultados colheremos no combate evolutivo, se os soldados e obreiros das
nossas empresas de recuperação jazem desprevenidos e vacilantes, infantilizados
e trôpegos?
Nas vastas linhas de nossa fé, precisamos
armar-nos de conhecimento e qualidade que nos habilitem para a vitória nas
obrigações assumidas. Conhecimento que nasça do estudo edificante e metódico, e
qualidade que decorra das atitudes firmes na regeneração de nós mesmos.
Devotamento à lição que ilumine e à atividade
que enobreça.
Indubitavelmente, ignoramos por quanto tempo
ainda reclamaremos no mundo o concurso da medicina e da farmácia, do bálsamo e
do anestésico, da água medicamentosa e do passe magnético, à feição de socorro
urgente aos efeitos calamitosos dos grandes males que geramos na vida, cujas
causas nem por isso deixarão de ser removidas por nós mesmos, com a cooperação
do tempo e da dor.
Mas, porque disponhamos de semelhante alívio,
temporário embora; não será lícito olvidar que o presente de serviço é a
valiosa oportunidade de nossa edificação.
A falta de respeito para com a nossa própria
consciência dá margem a deploráveis ligações com os planos inferiores,
estabelecendo em nosso prejuízo, moléstias e desastres morais cuja extensão não
conseguimos sequer pressentir; e a ausência de estudo, acalenta em nossa
estrada os processos da ignorância, oferecendo azo às mais audaciosas incursões
da fantasia em nosso mundo mental, como sejam: a acomodação com fenômenos de
procedência exótica, presididos por rituais incompatíveis com a pureza de
nossos princípios, o indevido deslumbramento diante de profecias mirabolantes e
a conexão sutil com Inteligências desencarnadas menos dignas, que se valem da
mediunidade incauta e ociosa entre os homens, para a difusão de notícias e
mensagens supostamente respeitáveis, pela urdidura fantasmagórica, e que
encerram em si o ridículo finamente trabalhado, com o evidente intuito de
achincalhar o ministério da verdade e do bem.
A morte não é milagre e o Espiritismo desceu à
Humanidade terrestre com o objetivo de espiritualizar a alma humana.
Evitemos proceder como aquele artífice do
apólogo, que pretendia consertar a vara torta buscando aperfeiçoar-lhe a
sombra.
Iluminemos o santuário de nossa vida interior e
a nossa presença será luz.
Eis a razão por que, em nos comunicando
convosco, reportamo-nos aos quadros dolorosos que anotamos aqui, na esfera dos
ensinamentos desaproveitados, para destacar o impositivo daquela oração e
daquela vigilância, perenemente lembradas a nós todos pela advertência do nosso
Divino Mestre, a fim de que estejamos seguros no discernimento e na fé, na
fortaleza e na razão, encarando o nosso dever face a face.
Inácio Bittencourt / Chico Xavier / Livro: Vozes do grande Além
“Desperta, tu que dormes! Levanta-te dentre os mortos e o Cristo te iluminará”. Paulo (Efésios, 5:14)
Há milhares de
companheiros nossos que dormem, indefinidamente, enquanto se alonga debalde
para eles o glorioso dia de experiência sobre a Terra.
Percebem vagamente a
produção incessante da Natureza, mas não se recordam da obrigação de algo fazer
em benefício do progresso coletivo.
Diante da árvore que se
cobre de frutos ou da abelha que tece o favo de mel, não se lembram do
comezinho dever de contribuir para a prosperidade comum.
De maneira geral,
assemelham-se a mortos preciosamente adornados.
Chega, porém, um dia em
que acordam e começam a louvar o Senhor, em êxtase admirável...
Isso, no entanto, é
insuficiente.
Há muitos irmãos de
olhos abertos, guardando, porém, a alma na posição horizontal da ociosidade.
É preciso que os
corações despertos se ergam para a vida, se levantem para trabalhar na
sementeira e na seara do bem, a fim de que o Mestre os ilumine.
Esforcemo-nos por
alertar os nossos companheiros adormecidos, mas não olvidemos a necessidade de
auxiliá-los no soerguimento.
É imprescindível
saibamos improvisar os recursos indispensáveis em auxílio dos nossos afeiçoados
ou não, que precisam levantar-se para as bênçãos de Jesus.
Não basta recomendar.
Quem receita serviço e
virtude ao próximo, sem antes preparar-lhe o entendimento, através do espírito
de fraternidade, identifica-se com o instrutor exigente, que reclama do aluno
integral conhecimento acerca de determinado e valioso livro, sem antes ensiná-lo
a ler.
Disse Paulo: —
“Desperta, tu que dormes! Levanta-te dentre os mortos e o Cristo te iluminará”.
E nós repetiremos: —
“Acordemos para a vida superior e levantemo-nos na execução das boas obras e o
Senhor nos ajudará, para que possamos ajudar os outros.”
Emmanuel / Chico Xavier – Fonte Viva – FEB – cap. 066
Senhor Jesus!
Associa-se a nossa voz a todas as súplicas que te rogam a bênção de amor, a fim de que possamos trabalhar em harmonia com os teus superiores desígnios.
Dá-nos consciência de
nossas responsabilidades e infunde-nos a noção do dever.
Reveste-nos com a dignidade
da resistência pacífica, diante do mal que nos conclama à perturbação, e
faze-nos despertos na construção espiritual que fomos chamados a realizar
contigo, dentro da renunciação que nos ensinaste.
Apaga em nosso
pensamento as labaredas da discórdia e ajuda-nos a responder com silêncio,
serenidade e diligência no bem toda ofensiva da leviandade, da violência e do
ódio.
Instila-nos a coragem de
esquecer tudo o que expresse inutilidade e aviva-nos a memória no cultivo dos
valores morais indispensáveis à edificação do nosso futuro.
Mestre, não nos deixes
hipnotizados pela indiferença que tantas vezes tem sido o nosso clima de
invigilância pessoal em tua obra de luz.
Que a fraternidade e a
ordem, a compreensão humana e o respeito recíproco nos presidam à tarefa de
cada dia, em teu nome, na execução de tua divina vontade, são os votos que
repetimos com todo o coração, hoje e sempre.
Emmanuel / Chico Xavier – Livro: À luz da Oração
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“Honrai
vosso pai e vossa mãe…” — Jesus (Mateus, 19.19)
“Honrar
a seu pai e sua mãe não consiste apenas em respeitá-los; é também assisti-los
na necessidade; é proporcionar-lhes repouso na velhice; é cercá-los de cuidados
como eles fizeram conosco na infância.” — Cap. XIV, 3
No devotamento dos pais, todos os filhos são
joias de luz, entretanto, para que compreendas certos antagonismos que te
afligem no lar, é preciso saibas que, entre os filhos-companheiros que te
apoiam a alma, surgem os filhos-credores, alcançando-te a vida, por instrutores
de feição diferente.
Subtraindo-te aos choques de caráter negativo,
no reencontro, preceitua a eterna bondade da Justiça Divina que a reencarnação
funcione, reconduzindo-os à tua presença, através do berço. É por isso que, a
princípio, não ombreiam contigo, em casa, como de igual para igual, porquanto
reaparecem humildes e pequeninos.
Chegam frágeis e emudecidos, para que lhes
ensines a palavra de apaziguamento e brandura.
Não te rogam a liquidação de débitos, na
intimidade do gabinete, e sim procuram-te o colo para nova fase de
entendimento.
Respiram-te o hálito e escoram-se em tuas mãos,
instalando-se em teus passos, para a transfiguração do próprio destino.
Embora desarmados, controlam-te os sentimentos.
Não obstante dependerem de ti, alteram-te as
decisões com simples olhar.
De doces numes do carinho, passam, com o tempo,
à condição de examinadores constantes de tua estrada.
Governam-te impulsos, fiscalizam-te os gestos,
observam-te as companhias e exigem-te as horas.
Reaprendem na escola do mundo com o teu amparo,
todavia, à medida que se desenvolvem no conhecimento superior, transformam-se
em inspetores intransigentes do teu grau de instrução.
Muitas vezes choras e sofres, tentando adivinhar-lhes
os pensamentos para que te percebam os testemunhos de amor.
Calas os próprios sonhos, para que os sonhos
deles se realizem.
Apagas-te, a pouco a pouco, para que fuljam em
teu lugar.
Recebes todas as dores que te impõem à alma, com
sorrisos nos lábios, conquanto te amarfanhem o coração.
E nunca possuis o bastante para abrilhantar-lhes
a existência, de vez que tudo lhes dás de ti mesmo, sem faturas de serviço e
sem notas de pagamento.
Quando te vejas, diante de filhos crescidos e
lúcidos, erguidos à condição de dolorosos problemas do espírito, recorda que
são eles credores do passado a te pedirem o resgate de velhas contas.
Busca auxiliá-los e sustentá-los com abnegação e
ternura, ainda que isso te custe todos os sacrifícios, porque, no justo
instante em que a consciência te afirme tudo haveres efetuado para
enriquecê-los de educação e trabalho, dignidade e alegria, terás conquistado em
silêncio, o luminoso certificado de tua própria libertação.
Emmanuel / Chico Xavier / Revista Reformador / fevereiro / 1963
“Olhais para as coisas, segundo as aparências? Se alguém confia de si mesmo que é do Cristo, pense outra vez isto consigo, que assim como ele é do Cristo, também nós do Cristo somos”. Paulo (II Coríntios, 10:7)
Não te enganes, acerca
da nossa necessidade comum no aperfeiçoamento.
Muita vez,
superestimando nossos valores, acreditamo-nos privilegiados na arte da
elevação. E, em tais circunstâncias, costumamos esquecer, impensadamente, que
outros estão fazendo pelo bem muito mais que nós mesmos.
O vagalume acende leves
relâmpagos nas trevas e se supõe o príncipe da luz, mas encontra a vela acesa
que o ofusca. A vela empavona-se sobre um móvel doméstico e se presume no trono
absoluto da claridade, entretanto, lá vem um dia em que a lâmpada elétrica
brilha no alto, embaciando-lhe a chama.
A lâmpada, a seu turno,
ensoberbece-se na praça pública, mas o Sol, cada manhã, resplandece no
firmamento, clareando toda a Terra e empalidecendo todas as luzes planetárias,
grandes e pequenas.
Enquanto perdura a
sombra protetora e educativa da carne, quase sempre somos vítimas de nossas
ilusões, mas, em voltando o clarão infinito da verdade com a renovação da morte
física, verificamos, ao sol da vida espiritual, que a Providência Divina é
glorioso amor para a Humanidade inteira.
Não troques a realidade
pelas aparências.
Respeitemos cada
realização em seu tempo e cada pessoa no lugar que lhe é devido. Todos somos
companheiros de evolução e aperfeiçoamento, guardados ainda entre o bem e o
mal.
Onde acionarmos a nossa
"parte inferior", a sombra dos outros permanecerá em nossa companhia.
Da zona a que projetarmos a nossa “boa parte”, a luz do próximo virá ao nosso
encontro.
Cada alma é sempre uma
incógnita para outra alma. Em razão disso, não será lícito erguer as paredes de
nossa tranquilidade sobre os alicerces do sentimento alheio.
Não nos iludamos.
Retifiquemos em nós
quanto prejudique a nossa paz íntima e estendamos braços e pensamentos
fraternos, em todas as direções, na certeza de que, se somos portadores de
virtudes e defeitos, nas ocasiões de juízo receberemos sempre de acordo com as
nossas obras. E, compreendendo que a Bondade do Senhor brilha para todas as
criaturas, sem distinção de pessoas, recordemos em nosso favor e em favor dos
outros as significativas palavras de Paulo: — “Se alguém confia de si mesmo que
é do Cristo, pense outra vez isto consigo, porque tanto quanto esse alguém é do
Cristo, também nós do Cristo somos.”
Emmanuel / Chico Xavier – Fonte Viva – FEB – cap. 065
Pai nosso que estás nos
Céus
Na luz dos sóis
infinitos
Pai de todos os aflitos,
Neste mundo de
escarcéus.
Santificado, Senhor,
Seja Teu nome sublime
Que em todo universo
exprime
Ternura, concórdia e
amor.
Venha ao nosso coração
O Teu Reino de bondade,
De paz e de claridade,
Na estrada da redenção.
Cumpra-se o Teu
mandamento
Que não vacila, nem erra
Nos Céus, como em toda
Terra
De luta e de sofrimento.
Evita-nos todo o mal,
Dá-nos o pão no caminho
Feito na Luz no carinho
Do Pão Espiritual.
Perdoa-nos, Senhor,
Os débitos tenebrosos
De passados escabrosos,
De iniquidade e de dor.
Auxilia-nos também
Nos sentimentos
cristãos,
A amar aos nossos irmãos
Que vivem distantes do
Bem.
Com a proteção de Jesus
Livra nossa alma do erro
Neste mundo de desterro
Distante da Tua luz.
Que nossa ideal igreja
Seja o altar da
caridade,
Onde se faça a Vontade
Do Teu amor... Assim
seja.
Monsenhor Horta / Chico Xavier – Livro: Senda para Deus
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O convite do Senhor é claro e vazado em termos
de síntese: “Vem hoje trabalhar na minha Vinha”!
De forma impositiva, a ilustração do Mestre
determina tempo e local de ação.
Não deixa condicional liberativa, nem faculta
uma porta de evasão para a irresponsabilidade.
De maneira incisiva, apresenta a necessidade
redentora em termos finalistas.
Não abre ensancha a divagações que permitam a transferência,
tampouco enseja ao discípulo a oportunidade de adiar o compromisso.
Hoje é a medida de tempo que se está vivendo.
Nem ontem — hoje passado —, nem amanhã — hoje porvindouro.
Equivale dizer, agora, porquanto, ontem é a oportunidade
que foi e amanhã, talvez, não seja alcançado nas mesmas circunstâncias, com as
características azadas dentro dos recursos próprios para a realização do
cometimento.
Há tempo, em razão disso, para semear como há oportunidade
para colher.
Hoje, na Vinha do Senhor, é o imperativo para
que produzamos no bem, a fim de que, no futuro, possamos recolher na messe da
luz a contribuição da claridade que esparzimos.
Nesse sentido, o apelo do Mestre determina,
também, o campo de trabalho.
Nem a esfera da divagação filosófica nem o campo
da investigação científica incessante, nem a contemplação religiosa fantasista
da adoração inoperante.
A Sua Vinha são as dores do mundo, os tormentos
e percalços, os mananciais de lágrimas e os rios de sofrimento.
...
Refletir filosofando, perquirir examinando, para
crer ajudando.
“Vem hoje trabalhar na minha Vinha”, ainda é
apelo para nós, dos mais veementes e concisos.
Eis um ângulo da Vinha do Senhor no qual somente
os afervorados discípulos se dispõem a trabalhar: o inadiável socorro aos
irmãos desencarnados em aflição pelo contributo do intercâmbio mediúnico. Ante
eles, nem o azedume do fastio emocional, nem a prepotência da vaidade humana, tampouco
a imposição do desequilíbrio.
A palavra de ordem, o roteiro de fé e a
compreensão fraterna do trabalhador que na Vinha do Senhor não tem outra meta
senão ajudar a fim de ajudar-se, eficazmente, porquanto amanhã estará, também,
transitando pelos mesmos caminhos.
João Cléofas / Divaldo Franco / Livro: Depoimentos vivos