domingo, 31 de março de 2024
sexta-feira, 29 de março de 2024
Os Simbolismos da Páscoa e o Espiritismo
A palavra Páscoa tem origem em dois vocábulos
hebraicos: um, derivado do verbo pasah, quer dizer “passar por cima” (Êxodo,
23: 14-17), outro, traz raiz etimológica de pessach (ou pasha, do grego) indica
apenas “passagem”. Trata-se de uma festa religiosa tradicionalmente celebrada
por judeus e por católicos das igrejas romana e ortodoxa, cujo significado é
distinto entre esses dois grupos religiosos.
No judaísmo, a Páscoa comemora dois gloriosos eventos
históricos, ambos executados sob a firme liderança de Moisés: no primeiro, os
judeus são libertados da escravidão egípcia, assinalada a partir da travessia
no Mar Vermelho (Êxodo, 12, 13 e 14). O segundo evento caracteriza a vida em
liberdade do povo judeu, a formação da nação judaica e a sua organização
religiosa, culminada com o recebimento do Decálogo ou Os Dez Mandamentos da Lei
de Deus (Êxodo 20: 1 a 21). As festividades da Páscoa judaica duram sete dias,
sendo proibida a ingestão de alimentos e bebidas fermentadas durante o período.
Os pães asmos (hag hammassôt), fabricados sem fermento, e a carne de cordeiro
são os alimentos básicos.
A Páscoa católica, festejada pelas igrejas romana e
ortodoxa, refere-se à ressurreição de Jesus, após a sua morte na cruz (Mateus,
28: 1-20; Marcos, 16: 1-20; Lucas, 24: 1-53; João, 20: 1-31 e 21: 1-25). A data
da comemoração da Páscoa cristã, instituída a partir do século II da Era atual,
foi motivo de muitos debates no passado. Assim, no primeiro concílio
eclesiástico católico, o Concílio Nicéia, realizado em 325 d.C, foi
estabelecido que a Páscoa católica não poderia coincidir com a judaica. A
partir daí, a Igreja de Roma segue o calendário Juliano (instituído por Júlio
César), para evitar a coincidência da Páscoa com o Pessach. Entretanto, as
igrejas da Ásia Menor, permaneceram seguindo o calendário gregoriano, de forma
que a comemoração da Páscoa dos católicos ortodoxos coincide, vez ou outra, com
a judaica.[1]
Os cristãos adeptos da igreja reformada, em especial a
luterana, não seguem os ritos dos católicos romanos e ortodoxos, pois não fazem
vinculações da Páscoa com a ressurreição do Cristo. Adotam a orientação mais
ampla de que há, com efeito, apenas uma ceia pascoal, uma reunião familiar,
instituída pelo próprio Jesus (Mateus 26:17-19; Marcos 14:12-16; Lucas 22:7-13)
no dia da Páscoa judaica.[2] Assim, entendem que não há porque celebrar a Páscoa
no dia da ressurreição do Cristo. Por
outro, fundamentados em certas orientações do apóstolo Paulo (1 Coríntios,5:7),
defendem a ideia de ser o Cristo, ele mesmo, a própria Páscoa, associando a
este pensamento importante interpretação de outro ensinamento de Paulo de Tarso
(1Corintios, 5:8): o “cristão deve lançar fora o velho fermento, da maldade e
da malícia, e colocar no lugar dele os asmos da sinceridade e da verdade.” [3]
Algumas festividades politeístas relacionadas à
chegada da primavera e à fertilidade passaram à posteridade e foram
incorporados à simbologia da Páscoa. Por exemplo, havia (e ainda há) entre
países da Europa e Ásia Menor o hábito de pintar ovos cozidos com cores
diferentes e decorá-los com figuras abstratas, substituídos, hoje, por ovos de
chocolate. A figura do coelho da páscoa, tão comum no Ocidente, tem origem no
culto à deusa nórdica da fertilidade Gefjun, representada por uma lebre (não
coelho). As sacerdotisas de Gefjun eram capazes de prever o futuro, observando
as vísceras do animal sacrificado.[1]
É interessante observar que nos países de língua
germânica, no passado, havia uma palavra que denotava a festa do equinócio do
inverno. Subsequentemente, com a chegada do cristianismo, essa mesma palavra
passou a ser empregada para denotar o aniversário da ressurreição de Cristo.
Essa palavra, em inglês, “Easter”, parece ser reminiscência de “Astarte”, a
deusa-mãe da fertilidade, cujo culto era generalizado por todo o mundo antigo
oriental e ocidental, e que na Bíblia é chamada de Astarote. (…) Já no grego e
nas línguas neolatinas, “Páscoa” é nome que se deriva do termo grego pascha.[2]
A Doutrina Espírita não comemora a Páscoa, ainda que
acate os preceitos do Evangelho de Jesus, o guia e modelo que Deus nos
concedeu: “(…) Jesus representa o tipo da perfeição moral que a Humanidade pode
aspirar na Terra.”[3] Contudo, é importante destacar: o Espiritismo
respeita a Páscoa comemorada pelos judeus e cristãos, e compartilha o valor do
simbolismo representado, ainda que
apresente outras interpretações. A liberdade conquistada pelo povo judeu, ou a
de qualquer outro povo no Planeta, merece ser lembrada e celebrada. Os Dez
Mandamentos, o clímax da missão de Moisés, é um código ”(…) de todos os tempos
e de todos os países, e tem, por isso mesmo, caráter divino. (…).”[4] A ressurreição
do Cristo representa a vitória sobre a
morte do corpo físico, e anuncia, sem sombra de dúvidas, a imortalidade e a
sobrevivência do Espírito em outra dimensão da vida.
Os discípulos do Senhor conheciam a importância da
certeza na sobrevivência para o triunfo da vida moral. Eles mesmos se viram
radicalmente transformados, após a ressurreição do Amigo Celeste, ao
reconhecerem que o amor e a justiça regem o ser além do túmulo. Por isso mesmo,
atraiam companheiros novos, transmitindo-lhes a convicção de que o Mestre
prosseguia vivo e operoso, para lá do sepulcro.[5]
Os espíritas, procuramos comemorar a Páscoa todos os dias da existência, a se traduzir no esforço perene de vivenciar a mensagem de Jesus, estando cientes que, um dia, poderemos também testemunhar esta certeza do inesquecível apóstolo dos gentios: “Fui crucificado junto com Cristo. Já não sou eu quem vivo, mas é Cristo vive em mim. Minha vida presente na carne, vivo-a no corpo, vivo-a pela fé no Filho de Deus, que me amou e se entregou a si mesmo por mim”. (Gálatas 2.20) [6]
[1] //pt.wikipedia.org/wiki/P%C3%A1scoa Acesso:
27/03/2013.
[2] J.D. Douglas. O Novo Dicionário da Bíblia. Pág.
1002.
[3] Allan Kardec. O Livro dos Espíritos. Q. 625, pág.
[4] Idem. O Evangelho segundo o Espiritismo. Cap. I,
it. 2, pág. 56.
[5] Francisco Cândido Xavier. Pão Nosso. Pelo Espírito
Emmanuel. Cap. 176, pág. 365.
[6] Bíblia de Jerusalém. Pág. 2033.
Marta Antunes de Moura (febnet.org.br)
quinta-feira, 28 de março de 2024
Apelo

Jesus! Mestre
e Senhor Nosso!
Abençoa-nos o
anseio de servir-te!
Mestre,
compreendemos as dificuldades com que somos defrontados no caminho a percorrer!
Auxilia-nos a
reconhecer que os obstáculos nascem habitualmente de nós mesmos. E abraçando os
deveres do autoaperfeiçoamento, diante de teus ensinos, ampara-nos o propósito
de educar-nos para que te possamos corresponder à bondade e à misericórdia
infinitas.
Induze-nos a
encontrar nos irmãos de experiência do dia a dia a oportunidade de trabalhar em
teu nome.
Dá que sejamos
a compreensão à frente da discórdia; a esperança diante da amargura; a alegria
perante a dor e a fé no campo incendiado do desespero.
Senhor!
Reúne-nos, de novo, em teu Evangelho de Amor e Luz, para que nos sintamos
efetivamente mais irmãos uns dos outros.
Não permitas
que a desunião nos destrua a edificação da bênção em que nos encontramos, e
apoia-nos para que o presente se nos converta em posição de serviço para o
levantamento da Vida Melhor.
Clareia-nos a
palavra para que a nossa palavra abençoe e alivie, eduque e eleve!… E recebe,
por misericórdia, as nossas mãos para que as nossas mãos não se afastem da
lavoura que nos deste a cultivar para a colheita do Bem Eterno!
Senhor!
Acolhe-nos a todos, cada qual de nós na tarefa a que fomos chamados, na Tua
infinita misericórdia; e que a Tua vontade se faça em nós e por nós, junto de
nós e em favor de todos nós, onde estivermos, hoje e sempre.
Bezerra de Menezes / Chico
Xavier
Livro: Bezerra, Chico
e você
quarta-feira, 27 de março de 2024
O réu da cruz
Em
meio às perseguições
Da
noite fria e sem luz,
Meus
amigos do Evangelho,
Lembrai-vos
do Réu da Cruz.
Sem
que alguém lhe concedesse
O
canto amigo de um lar,
Nasceu
numa estrebaria
Por
servir e por amar.
Desde
a infância humilde e pobre
Na
casa de Nazaré,
Trabalhava
todo o dia
Entre
os formões de José.
Ele,
o Príncipe da Luz,
Caminho,
Vida e Verdade,
Fez-se
escravo pequenino
No
serviço à humanidade.
Foi
Messias generoso
Da
bondade e do perdão,
Trazendo
ao mundo oprimido
A
grande renovação.
Serviu
aos ricos e aos pobres,
Ao
infeliz, ao sofredor,
Devotou-se
a toda gente
Em
sua missão de amor.
Revelou
a paz do Reino
Da
verdade e da Bonança,
Fez
brilhar na Terra escura
Novo
lume de esperança.
À
cegueira dos caminhos
Trouxe
a luz pura e imortal,
Pelo
Evangelho da Vida
Curou
a lepra do mal.
Expulsou
a treva espessa,
Viveu
a bondade imensa,
Trouxe
a bênção da fé viva,
Trabalhou
sem recompensa.
Mas,
em troca dos tesouros
De
sua abnegação,
Recebeu
pedras e espinhos
De
dor e incompreensão.
Foi
traído e processado,
Encarcerado
e ferido,
Ele,
o Mestre da Verdade,
Foi
o grande escarnecido.
Se
também sois humilhados,
Lembrai-vos
d’Aquele Réu,
Que
foi à cruz pelo crime
De
abrir a visão do Céu.
Casimiro Cunha / Chico
Xavier
Livro: Coletânea do
Além
terça-feira, 26 de março de 2024
A oração do justo
“A oração
feita por um justo pode muito em seus efeitos.” — (Tiago, 5:16)
Considerando
as ondas do desejo, em sua força vital, todo impulso e todo anseio constituem
também orações que partem da Natureza.
O verme que se
arrasta com dificuldade, no fundo está rogando recursos de locomoção mais
fácil.
A loba,
cariciando o filhotinho, no imo do ser permanece implorando lições de amor que
lhe modifiquem a expressão selvagem.
O homem
primitivo, adorando o trovão, nos recessos d’alma pede explicações da
Divindade, de maneira a educar os impulsos de fé.
Todas as
necessidades do mundo, traduzidas no esforço dos seres viventes, valem por
súplicas das criaturas ao Criador e Pai.
Por isso
mesmo, se o desejo do homem bom é uma prece, o propósito do homem mau ou
desequilibrado é também uma rogativa.
Ainda aqui,
porém, temos a lei da densidade específica.
Atira uma
pedra ao vizinho e o projétil será imediatamente atraído para baixo.
Deixa cair
algumas gotas de perfume sobre a fronte de teu irmão e o aroma se espalhará na
atmosfera.
Liberta uma
serpente e ela procurará uma toca.
Solta uma
andorinha e ela buscará a altura.
Minerais,
vegetais, animais e almas humanas estão pedindo habitualmente, e a Providência
Divina, através da Natureza, vive sempre respondendo.
Há processos
de solução demorada e respostas que levam séculos para descerem dos Céus à
Terra.
Mas de todas
as orações que se elevam para o Alto, o apóstolo destaca a do homem justo como
sendo revestida de intenso poder.
É que a
consciência reta, no ajustamento à Lei, já conquistou amizades e intercessões
numerosas.
Quem ajunta
amigos, amontoa amor. Quem amontoa amor, acumula poder.
Aprende,
assim, a agir com justiça e bondade e teus rogos subirão sem entraves,
amparados pelos veículos da simpatia e da gratidão, porque o justo, em verdade,
onde estiver, é sempre um cooperador de Deus.
Emmanuel / Chico Xavier – Livro: Fonte Viva – Cap. 150
sábado, 23 de março de 2024
Mais Luz - Edição 675 - 24/03/2024
Confira nesta edição:
https://mailchi.mp/861719a81b01/a-prece
A prece – Léon
Denis
Ante o
Evangelho: Ação da prece. Transmissão do pensamento
Mensagem da
Semana: No culto à prece – Fonte Viva, 149
Poema: Cenáculo divino – Auta de
Souza
Oração de
Jerônimo de Praga – Livro Depois da Morte
sexta-feira, 22 de março de 2024
A prece
(...) Logo que uma pedra fende as águas, vê-se-lhes a
superfície vibrar em ondulações concêntricas. Assim também o fluido universal
vibra pelas nossas preces e pelos nossos pensamentos, com a diferença de que as
vibrações das águas são limitadas, enquanto as do fluido universal se sucedem
ao infinito.
Todos os seres, todos os mundos estão banhados nesse
elemento, assim como nós o estamos na atmosfera terrestre. Daí resulta que o
nosso pensamento, quando é atuado por grande força de impulsão, por uma vontade
perseverante, vai impressionar as almas a distâncias incalculáveis. Uma
corrente fluídica se estabelece entre umas e outras e permite que os Espíritos
elevados nos influenciem e respondam aos nossos chamados, mesmo que estejam nas
profundezas do espaço.
Também sucede o mesmo com todas as almas sofredoras. A
prece opera nelas qual magnetização a distância. Penetra através dos fluidos
espessos e sombrios que envolvem os Espíritos infelizes; atenua suas mágoas e
tristezas.
É a flecha luminosa, a flecha de ouro rasgando as
trevas. É a vibração harmônica que dilata e faz rejubilar-se a alma oprimida.
Quanta consolação para esses Espíritos ao sentirem que não estão abandonados,
quando veem seres humanos interessando-se ainda por sua sorte! Sons, alternativamente poderosos e ternos,
elevam-se como um cântico na extensão e repercutem com tanto maior intensidade quanto
mais amorosa for a alma donde emanam.
Chegam até eles, comovem-nos e penetram profundamente.
Essa voz longínqua e amiga dá-lhes a paz, a esperança e a coragem. Se
pudéssemos avaliar o efeito produzido por uma prece ardente, por uma vontade
generosa e enérgica sobre os desgraçados, os nossos votos seriam muitas vezes a
favor dos deserdados, dos abandonados do espaço, desses em quem ninguém pensa e
que estão mergulhados em sombrio desânimo.
(...) “Reuni-vos para orar”, disse o apóstolo. A prece
feita em comum é um feixe de vontades, de pensamentos, raios, harmonias e
perfumes que se dirige mais poderosamente ao seu alvo. Pode adquirir uma força
irresistível, uma força capaz de agitar, de abalar as massas fluídicas. Que
alavanca poderosa para a alma entusiasta, que dá ao seu impulso tudo quanto há
de grandioso, de puro e de elevado em si! Nesse estado, seus pensamentos
irrompem como corrente impetuosa, de abundantes e potentes eflúvios. Tem-se
visto, algumas vezes, a alma em prece desprender-se do corpo e, inebriada pelo
êxtase, seguir o pensamento fervoroso que se projetou como seu precursor
através do infinito. O homem traz em si um motor incomparável, de que apenas
sabe tirar medíocre proveito. Entretanto, para fazê-lo agir bastam duas coisas:
a fé e a vontade.
Considerada sob tais aspectos, a prece perde todo o
caráter místico. O seu alvo não é mais a obtenção de uma graça, de um favor,
mas, sim, a elevação da alma e o relacionamento desta com as potências
superiores, fluídicas e morais. A prece é o pensamento inclinado para o bem, é
o fio luminoso que liga os mundos obscuros aos mundos divinos, os Espíritos
encarnados às almas livres e radiantes. Desdenhá-la seria desprezar a única
força que nos arranca ao conflito das paixões e dos interesses, que nos
transporta acima das coisas transitórias e nos une ao que é fixo, permanente e
imutável no Universo. (...)
Unamos nossas vozes às do infinito. Tudo ora, tudo
celebra a alegria de viver, desde o átomo que se agita na Lua até o astro
Imenso que flutua no éter.
A adoração dos seres forma um concerto prodigioso que
se expande no espaço e sobe a Deus. É a saudação dos filhos ao Pai, é a
homenagem prestada pelas criaturas ao Criador. Interrogai a Natureza no
esplendor dos dias de sol, na calma das noites estreladas. Escutai as grandes
vozes dos oceanos, os murmúrios que se elevam do seio dos desertos e da
profundeza dos bosques, os acentos misteriosos que se desprendem da folhagem,
repercutem nos desfiladeiros solitários, sobem as planícies, os vales,
franqueiam as alturas e espalham-se pelo Universo. Por toda parte, em todos os
lugares, concentrando-vos, ouvireis o cântico admirável que a Terra dirige à
Grande Alma. Mais solene ainda é a prece dos mundos, o canto suave e profundo
que faz vibrar a Imensidade e cuja significação sublime somente os Espíritos
elevados podem compreender.
Léon Denis
Livro: Depois da Morte – Capítulo 51 (trechos)
quinta-feira, 21 de março de 2024
Cenáculo divino
Na
subida cristã, procura o asilo
Que
o coração cansado te oferece,
Lá
dentro a fé sublime refloresce
Aureolada
de júbilo tranquilo.
Para
atender ao Mestre, para ouvi-Lo,
Acende,
fervoroso, a luz da prece…
E
que teu sonho, em lágrimas, se expresse
No
mais santo e mais íntimo sigilo.
Verte
a agonia amarga do teu peito
Nas
dadivosas mãos do amigo Eleito
E
alça o dorido olhar de peregrino!
E
eis que Jesus, na bênção que te acalma,
Surgirá
redivivo na tua alma
Convertida
em cenáculo divino.
Auta de Souza / Chico
Xavier
Livro: Cartas do
Coração
quarta-feira, 20 de março de 2024
Oração de Jerônimo de Praga
“Meu Deus, vós
que sois grande, que sois tudo, deixai cair sobre mim, humilde, sobre mim, eu
que não existo senão pela vossa vontade, um raio de divina luz. Fazei que,
penetrado do vosso amor, me seja fácil fazer o bem e que eu tenha aversão ao
mal; que, animado pelo desejo de vos agradar, meu espírito vença os obstáculos
que se opõem à vitória da verdade sobre o erro, da fraternidade sobre o
egoísmo; fazei que, em cada companheiro de provações, eu veja um irmão, assim
como vedes um filho em cada um dos seres que de vós emanam e para vós devem
voltar. Dai-me o amor do trabalho, que é o dever de todos sobre a Terra, e, com
o auxílio do archote que colocaste ao meu alcance, esclarecei-me sobre as
imperfeições que retardam meu adiantamento nesta vida e na vindoura.”
*Prece inédita, ditada,
com o auxílio de uma mesa, pelo Espírito Jerônimo de Praga, a um grupo de
operários.
Livro: Depois da Morte
(Léon Denis)
terça-feira, 19 de março de 2024
No culto à prece
“E, tendo eles
orado, tremeu o lugar onde estavam reunidos e todos ficaram cheios do Espírito
Santo.” — (Atos, 4:31)
Todos
lançamos, em torno de nós, forças criativas ou destrutivas, agradáveis ou
desagradáveis ao círculo pessoal em que nos movimentamos.
A árvore
alcança-nos com a matéria sutil das próprias emanações.
A aranha
respira no centro das próprias teias.
A abelha pode
viajar intensivamente, mas não descansa a não ser nos compartimentos da própria
colmeia.
Assim também o
homem vive no seio das criações mentais a que dá origem.
Nossos
pensamentos são paredes em que nos enclausuramos ou asas com que progredimos na
ascese.
Como pensas,
viverás.
Nossa vida
íntima — nosso lugar.
A fim de que
não perturbemos as leis do Universo, a Natureza somente nos concede as bênçãos
da vida, de conformidade com as nossas concepções.
Recolhe-te e
enxergarás o limite de tudo o que te cerca.
Expande-te e
encontrarás o infinito de tudo o que existe.
Para que nos
elevemos, com todos os elementos de nossa órbita, não conhecemos outro recurso
além da oração, que pede luz, amor e verdade.
A prece,
traduzindo aspiração ardente de subida espiritual, através do conhecimento e da
virtude, é a força que ilumina o ideal e santifica o trabalho.
Narram os Atos
que, havendo os apóstolos orado, tremeu o lugar em que se encontravam e ficaram
cheios do Espírito Santo: Iluminou-se-lhes o anseio de fraternidade,
engrandeceram-se-lhes as mentes congregadas em propósitos superiores e a
energia santificadora felicitou-lhes o Espírito.
Não olvides,
pois, que o culto à prece é marcha decisiva. A oração renovar-te-á para a obra
do Senhor, dia a dia, sem que tu mesmo possas perceber.
Emmanuel / Chico Xavier – Livro: Fonte Viva – Cap. 149
sábado, 16 de março de 2024
Mais Luz - Edição 674 - 17/03/2024
Confira nesta edição:
https://mailchi.mp/7fac839f5efc/ao-encontro-do-mestre
Ao encontro do
Mestre – Agostinho
Ante o
Evangelho: Os últimos serão os primeiros
Mensagem da
Semana: O herdeiro do Pai – Fonte Viva, 148
Poema: Servir sempre – Casimiro
Cunha
Oração:
Petição do servo – Des Touches
sexta-feira, 15 de março de 2024
Ao encontro do Mestre
Meu caro Átila,
A senda do discípulo do Senhor está aberta.
Na retaguarda, é o pretérito de sombras.
À esquerda, surge o território incendiado das paixões.
À direita, aparece o gelado desfiladeiro da
indiferença.
Nossa única porta de ação construtiva é a da frente.
Através dela é preciso marchar, amealhando amor e
sabedoria ao preço de renunciação e serviço constantes.
Não te atemorizem, pois, os golpes da sombra.
Refletir a luz do Cristo, em nós, na antiga arena da
luta humana, é o nosso objetivo essencial.
Dilatemos, acima de tudo, a nossa capacidade
receptiva, assimilando as forças superconscientes que fluem de cima para a
regeneração do conteúdo de nossa individualidade.
Comunhão integral com Jesus é a nossa meta.
Para alcançá-la, tudo o que não seja Amor, em suas
manifestações, deve ser esquecido.
Não te detenhas.
Avança, por dentro do próprio coração, entendendo a
excelsitude do sacrifício.
Na estrada que trilhamos, milhares de companheiros
amontoam recursos de ouro e pedra para a aquisição de dor e arrependimento.
Outros continuam povoando os celeiros do tempo, com os monstros da insensatez.
Que a voz do Mestre vibre total na acústica de nossa
alma, a fim de que os desvarios da ilusão não nos aniquilem a sagrada
oportunidade de escalar o monte redentor. Ofereçamos a claridade da prece a
todos os que desçam provisoriamente no escuro castelo das horas perdidas.
E adiantemo-nos, não no carro da evidência pessoal,
mas no laborioso esforço da purificação, convictos de que em nosso
reajustamento com Jesus permanece o soerguimento do mundo.
Quando a alma abriga, enfim, o Divino Hóspede,
profunda transformação se opera no sistema espiritual de cada um.
Os olhos jazem incapacitados para a descoberta do mal.
Os ouvidos permanecem atentos às mensagens de
sabedoria.
Os pensamentos se concentram invariavelmente no bem.
A palavra tece harmonia e felicidade em todos os
recantos.
As mãos agem, incessantemente, sob a inspiração de
ordem superior.
O coração, sobretudo, irradia bênçãos de compreensão e
fraternidade, onde quer que se encontre, por estrela consciente a resplandecer
nas teias da carne, e o império do Amor se estabelece no destino, consolidando
a obra de sublimação eterna.
Sigamos, pois, pelo calvário da ressurreição sem
desfalecer.
Na ordem material da Terra, vemos constantemente o
homem a esperar pelo mundo, quando em verdade, o mundo vive esperando pelo
homem, observando ainda que a alma aguarda Jesus, ao passo que o Senhor, de
braços compassivos, aguarda a nossa alma, cheio de magnanimidade e esperança.
Movimentemo-nos, pois, à procura do Mestre e o Mestre
virá, tolerante e sublime, ao nosso encontro.
Agostinho / Chico Xavier
Livro: Sentinelas da luz
quinta-feira, 14 de março de 2024
Petição do servo
Senhor!
Em verdade,
não posso ser a lâmpada que clareia o caminho, mas, se me amparas, consigo ser
a candeia singela capaz de orientar o rumo de algum viajante transviado na
floresta da vida.
Não posso ser
a fonte que dessedenta quantos atravessem as estradas do mundo, no entanto, se
me auxilias, consigo ser a concha de água limpa, suscetível de socorrer um
doente relegado ao abandono.
Não posso ser
a árvore benfeitora que se entrega ao faminto em plenitude de bondade,
entretanto, se me ajudas, posso ser a migalha de amor que suprima a penúria de
um companheiro desfalecente de angústia.
Não posso ser
a casa acolhedora que albergue todos os deserdados da Terra, entregues às
surpresas amargas da noite, mas, se me apoias, consigo ser a mão que se estende
ao amigo menos feliz para doar-lhe o calor de Tua bênção e dizer-lhe ao coração
abatido — “Deus te abençoe!”
Senhor,
reconheço-me pequenino servo de Tua causa, no entanto, Contigo, a esperança
brilhará em minha alma e, com semelhante amparo, seguirei à frente, trabalhando
e servindo, no bendito anonimato de minha pequenez, a fim de louvar-Te sempre e
esperar, agindo e abençoando, a construção da Terra Mais Feliz.
Des Touches / Chico Xavier
Livro: Tempo e amor