O homem atinge um alto
nível de evolução quando consegue unir o sentimento e o conhecimento,
utilizando-os com sabedoria. Nesse estágio é-lhe mais fácil desenvolver a
paranormalidade, realizando o autodescobrimento e canalizando as energias
anímicas e mediúnicas para o serviço de consolidação do bem em si mesmo e na
sociedade.
O seu amadurecimento psicológico permite-lhe compreender toda a
magnitude das faculdades parapsíquicas, superando os impedimentos que
habitualmente se lhe antepões à educação.
Desse modo, a mediunidade põe-no em contato com o mundo espiritual
de onde procede a vida e para a qual retorna, quando cessado o seu ciclo
material, ensejando-lhe penetrar realidades que se demoram ignoradas,
incursionando com destreza além das vibrações densas do corpo carnal.
O exercício das faculdades mediúnicas, no entanto, se reveste de
critérios e cuidados, que somente quando levados em conta propiciam os
resultados pelos quais se anelam.
A mediunidade é inerente a todos os indivíduos em graus de
diferente intensidade. Como as demais, é uma faculdade amoral, manifestando-se
em bons e maus, nobres e delinquentes, pobres e ricos.
Pode expressar-se com alta potencialidade de recursos em pessoas
inescrupulosas, e quase passar despercebida em outras, portadoras de elevadas
virtudes.
Surge em criaturas ignorantes, enquanto não é registrada nas
dotadas de cultura. É patrimônio da vida para crescimento do ser no rumo da sua
destinação espiritual. O uso que se lhe dê, responderá por acontecimentos
correspondentes no futuro do seu possuidor.
Uma correta educação da mediunidade tem início no estudo das suas
potencialidades: causas, aplicações e objetivos. Adquirida a consciência
mediúnica, o exercício sistemático, sem pressa, contribui para o equilíbrio das
suas manifestações.
Uma conduta saudável calcada nos princípios evangélicos atrai os
Bons Espíritos, que passam a cooperar em favor do medianeiro e da tarefa que
ele abraça, objetivando os melhores resultados possíveis do empreendimento.
O direcionamento das forças mediúnicas para fins elevados propicia
qualificação superior, resultando em investimento de sabor eterno.
Se te sentes portador de mediunidade, encara-a com sincero equilíbrio
e dispõe-te a aplicá-la bem.
O homem ditoso do futuro será um indivíduo PSI, um sensível e
consciente instrumento dos Espíritos, ele próprio lúcido e responsável pelos
acontecimentos da sua existência.
Desveste-te de quaisquer fantasias em torno dos fenômenos de que és
objeto e encara-os com realismo, dispondo-te a sua plena utilização.
Amadurece reflexões em torno deles e resguarda-os das frivolidades,
exibicionismos vãos, comercialização vil, recurso para a exaltação da
personalidade ou das paixões inferiores.
Sê paciente com os resultados e perseverante nas realizações. Toda
sementeira responde à medida que o tempo passa.
A educação da mediunidade requer tempo, experiência, ductibilidade
do indivíduo, como sucede com as demais faculdades e tendências culturais,
artísticas e mentais que exornam o homem.
Quem seja portador de cultura, de bondade e sinta a presença dos
fenômenos paranormais, está a um passo da realização integral, a caminho
próximo da autoiluminação.
Divaldo Franco/ Joanna de Ângelis