sexta-feira, 29 de maio de 2020
Ante as crises do mundo
Consciência
Fundamentos da ordem social
sexta-feira, 22 de maio de 2020
Formação online para o Evangelizador Espírita
Inscrições pelo link: www.amebh.com.br
No domingo, até as 14h, o link será enviado através do seu e-mail, com todas as informações para o acesso.
As inscrições se encerram no domingo às 11h.
Amar a nós mesmos
Amai-vos
O Espiritismo obriga
sábado, 16 de maio de 2020
O Santuário sublime
Serviço de salvação
Renascimento
sábado, 9 de maio de 2020
sexta-feira, 8 de maio de 2020
Perto de Deus
Entre a alma, prestes a reencarnar na Terra, e o Mensageiro Divino travou-se expressivo diálogo:
- Anjo bom – disse ela -, já fiz numerosas
romagens no mundo. Cansei-me de prazeres envenenados e posses inúteis... Se
posso pedir algo, desejaria agora colocar-me em serviço, perto de Deus, embora
deva achar-me entre os homens...
- Sabes efetivamente a que aspiras? Que responsabilidade procuras? – replicou o interpelado. – Quando falham aqueles que servem à vida, perto de Deus, a obra da vida, em torno deles, é perturbada nos mais íntimos mecanismos.
- Por misericórdia, anjo amigo! Dar-me-ás
instruções...
- Conseguirás aceitá-las?
- Assim espero, com o amparo do Senhor.
- O Céu, então, conceder-te-á o que solicitas.
- Posso informar-me quanto ao trabalho que
me aguarda?
- Porque estarás mais perto de Deus,
conquanto entre os homens, recolherás dos homens o tratamento que eles
habitualmente dão a Deus...
- Como assim?
- Amarás com todas as fibras de teu espírito,
mas ninguém conhecerá, nem te avaliará as reservas de ternura!... Viverás
abençoando e servindo, qual se carregasses no próprio peito a suprema
felicidade e o desespero supremo. Nunca te fartarás de dar e os que te cercarem
jamais se fartarão de exigir...
- Que mais?
- Dar-te-ão no mundo um nome bendito, como
se faz com o Pai Celestial, contudo, qual se faz igualmente até hoje na Terra
com o Todo Misericordioso, reclamar-se-á tudo de ti, sem que se te dê coisa
alguma. Embora detendo o direito de fulgir à luz do primeiro lugar nas assembleias
humanas, estarás na sombra do último...
Nutrirás as criaturas queridas com a
essência do próprio sangue; no entanto, serás apartada geralmente de todas
elas, como se o mundo esmerasse em te apunhalar o coração. Muitas vezes, serás
obrigada a sorrir, engolindo as próprias lágrimas, e conhecerás a verdade com a
obrigação de respeitar a mentira... Conquanto venhas a residir no regozijo
oculto da vizinhança de Deus, respirarás no fogo invisível do sofrimento!...
- Que mais?
- Adorarás as outras criaturas para que
brilhem nos salões da beleza ou nos torneios da inteligência; entretanto, raras
te guardarão na memória, quando erguidas ao fausto do poder ou ao delírio da
fama. Produzirás o encanto da paz; todavia, quando os homens se inclinem à guerra,
serás impotente para afastar-lhes o impulso homicida...
Por isso mesmo, debalde chorarás quando se
decidirem ao extermínio uns dos outros, de vez que te acharás perto do Todo Sábio
e, por enquanto, o Todo Sábio é o Grande Anônimo, entre os povos da Terra...
- Que mais?
- Todas as profissões no Planeta são
honorificadas com salários correspondentes às tarefas executadas, mas o teu
ofício, porque estejas em mais íntima associação com o Eterno e para que não
comprometas a Obra da Divina Providência, não terá compensações amoedadas.
Outros seareiros da Vinha terrestre serão
beneficiados com a determinação de horários especiais; contudo, já que o
Supremo Pai serve dia e noite, não disporás de ocasiões para descanso certo,
porquanto o amor te colocará em permanente vigília!...
Não medirás sacrifícios para auxiliar, com
absoluto esquecimento de ti; no entanto, verás teu carinho e abnegação apelidados,
quase sempre, por fanatismo e loucura...
Zelarás pelos outros, mas os outros muito
dificilmente se lembrarão de zelar por ti...
Farás o pão dos entes amados...
Na maioria das circunstâncias, porém, serás
a última pessoa a servir-se dos restos da mesa, e, quando o repouso felicite
aqueles que te consumirem as horas, velarás, noite a dentro, sozinha e
esquecida, entre a prece de Deus, e, em razão disso, terás por dever agir com o
ilimitado amor com que Deus ama...
- Anjo bom – disse a Alma, em pranto de
emoção e esperança -, que missão será essa?
O Emissário Divino endereçou-lhe profundo
olhar e respondeu num gesto de bênção:
- Serás mãe!...
Liberdade
“Não useis, porém,
da liberdade para dar ocasião à carne, mas servi-vos uns aos outros pela
caridade.” – Paulo (Gálatas, 5:13)
Em todos os tempos, a liberdade foi
utilizada pelos dominadores da Terra.
Em variados setores da evolução humana, os
mordomos do mundo aproveitam-na para o exercício da tirania, usam-na os servos
em explosões de revolta e descontentamento.
Quase todos os habitantes do Planeta
pretendem a exoneração de toda e qualquer responsabilidade, para se mergulharem
na escravidão aos delitos de toda sorte.
Ninguém, contudo, deveria recorrer ao
Evangelho para aviltar o sublime princípio.
A palavra do apóstolo aos gentios é bastante
expressiva. O maior valor da independência relativa de que desfrutamos reside
na possibilidade de nos servirmos uns aos outros, glorificando o bem.
O homem gozará sempre da liberdade
condicional e, dentro dela, pode alterar o curso da própria existência, pelo
bom ou mau uso de semelhante faculdade nas relações comuns.
É forçoso reconhecer, porém, que são muito
raros os que se decidem à aplicação dignificante dessa virtude superior.
Em quase todas as ocasiões, o perseguido,
com oportunidade de desculpar, mentaliza represálias violentas; o caluniado,
com ensejo de perdão divino, recorre à vingança; o incompreendido, no instante
azado de revelar fraternidade e benevolência, reclama reparações.
Onde se acham aqueles que se valem do
sofrimento, para intensificar o aprendizado com Jesus Cristo? Onde os que se sentem
suficientemente livres para converter espinhos em bênçãos? No entanto, o Pai
concede relativa liberdade a todos os filhos, observando-lhes a conduta.
Raríssimas são as criaturas que sabem elevar
o sentido da independência a expressões de voo espiritual para o Infinito. A
maioria dos homens cai, desastradamente, na primeira e nova concessão do Céu,
transformando, às vezes, elos de veludo em algemas de bronze.
No domínio das provas
Imaginemos um pai que, a pretexto de amor,
decidisse furtar um filho querido de toda relação com os revezes do mundo.
Semelhante rebento de tal devoção afetiva seria mantido em sistema de exceção.
Para evitar acidentes climáticos inevitáveis, descansaria exclusivamente na estufa, durante a fase de berço e, posto a cavaleiro, de perigos e vicissitudes, mal terminada a infância, encerrar-se-ia numa cidadela inexpugnável, onde somente prevalecesse a ternura paterna, a empolgá-lo de mimos.
Não frequentaria qualquer educandário, a fim de não aturar professores austeros ou sofrer a influência de colegas que não lhe respirassem o mesmo nível; alfabetizado, assim, no reduto doméstico, apreciaria unicamente os assuntos e heróis de ficção que o genitor lhe escolhesse.
Isolar-se-ia de todo o contato humano para não arrostar problemas e desconheceria todo o noticiário ambiente para não recolher informações que lhe desfigurassem a suavidade interior.
Candura inviolável e ignorância completa.
Santa inocência e inaptidão absoluta.
Chega, porém, o dia em que o genitor, naturalmente vinculado a interesses outros, se ausenta compulsoriamente do lar e, tangido pela necessidade, o moço é obrigado a entrar na corrente da vida comum.
Homem feito, sofre o conflito da readaptação, que lhe rasga a carne e a alma, para que se lhe recupere o tempo perdido, e o filho acaba, enxergando insânia e crueldade onde o pai supunha cultivar preservação e carinho.
A imagem ilustra claramente a necessidade da encarnação e da reencarnação do espírito nos mundos; inumeráveis da imensidade cósmica, de maneira a que se lhe apurem as qualidades e se lhe institua a responsabilidade na consciência.
Dificuldades e lutas semelham materiais didáticos na escola ou andaimes na construção; amealhada a cultura, ou levantado o edifício, desaparecem uns e outros.
Abençoemos, pois, as disciplinas e as provas com que a Infinita Sabedoria nos acrisolam as forças, enrijando-nos o caráter.
Ingenuidade é predicado encantador na personalidade, mas se o trabalho não a transfigura em tesouro de experiência, laboriosamente adquirido, não passará de flor preciosa a confundir-se no pó da terra, ao primeiro golpe de vento.