terça-feira, 31 de outubro de 2023

Guarda a paciência

 

“Porque necessitais de paciência, para que, depois de haverdes feito a Vontade de Deus, possais alcançar a promessa.” — Paulo. (Hebreus, 10:36)

 

Provavelmente estarás retendo, há muito tempo, a esperança torturada.

Desejarias que a resposta do mundo aos teus anseios surgisse, imediata, agasalhando-te o coração; entretanto, que paz desfrutarias no triunfo aparente dos próprios sonhos, sem resgatares os débitos que te encadeiam ao problema e à dificuldade?

Como repousar, ante a exigência do credor que nos requisita?

Descansará o delinquente, antes da justa reparação à falta cometida?

Sabes que o destino materializar-te-á os planos de ventura, que a vitória te coroará, enfim, a senda de luta, mas reconheces-te preso ao círculo de certas obrigações.

O lar convertido em forja de angústia…

A instituição a que serves, onde sofres a intromissão da calúnia ou o golpe da crueldade…

O parente a que deves respeito e carinho, do qual recolhes menosprezo e ingratidão…

A rede dos obstáculos…

A conspiração das sombras…

A perseguição gratuita, a enfermidade do corpo, a imposição do ambiente…

Se as provas te encarceram nas grades constringentes do dever a cumprir, tem paciência e satisfaze as obrigações a que te enlaçaste!…

Não renuncies ao trabalho renovador!

Recorda que a Vontade de Deus se expressa, cada hora, nas circunstâncias que nos cercam! Paguemos nossas contas com a sombra, para que a Luz nos favoreça!

Em verdade, alcançaremos a concretização dos nossos projetos de felicidade, mas, antes disso, é necessário liquidar com paciência as dívidas que contraímos perante a Lei.

 

Emmanuel / Chico Xavier – Livro: Fonte Viva – Cap. 129



Palestras CEJG - Novembro/2023

 


sábado, 28 de outubro de 2023

Mais Luz - Edição 654 - 29/10/2023

 

Confira nesta edição:

https://mailchi.mp/bf00881580e9/dia-dos-mortos


Dia dos mortos – J. Raul Teixeira

Ante o Evangelho: Deixar aos mortos o cuidado de enterrar seus mortos

Mensagem da Semana: Não rejeites a confiança – Fonte Viva, 128

Poema: Romaria dos mortos – A. de Guimarães

Oração do Dois de Novembro – Irmão X



sexta-feira, 27 de outubro de 2023

Dia dos mortos

 


Você já parou para pensar no sentimento que move as criaturas diante da morte de um ser querido?

Se você nunca teve essa experiência, dificilmente conseguirá pensar devidamente.

É que a morte ainda no Ocidente é uma grande hidra. As criaturas têm um medo terrível da morte e do morrer.

Muito pouca gente se dá conta de que a morte é o reverso da medalha da vida. Para que nós tenhamos vida, há necessidade de que haja morte.

No planeta material em que nós nos encontramos, todas as vezes em que nós falamos do fenômeno da vida, só o falamos porque esse fenômeno está atrelado ao da morte. Para que alguma coisa viva, outra coisa terá que morrer. Para que a planta viva, a semente morre. Para que o pão apareça, temos que triturar o grão.

Dessa maneira, para que nós, seres humanos, vivamos, temos que matar tantas plantas para nos alimentar, alguns animais que alimentam a nossa mesa. Temos que digerir, que deglutir uma quantidade enorme de partículas de vida que estão pelo espaço, pelo ar que respiramos. Temos que gastar uma quantidade muito grande de oxigênio para podermos sobreviver.

A morte significa muito pouco no conjunto da vida. Afinal de contas, quando nós pensamos nesse fenômeno do morrer e aprendemos que a morte é consequência do desgaste dos órgãos, nos apercebemos de que começamos a morrer no momento em que nascemos, quando somos dados à luz e temos que respirar com os nossos próprios pulmões. Aí começa o fenômeno da queima, do desgaste do órgão, da morte. Quando nós pensamos nisso, então, temos que ver que a morte é um fenômeno hiper natural.

Tudo que nasce morre, tudo que é matéria no mundo se transforma, e uma das formas de transformação nós chamamos de morte.

Um dos modos pelos quais as coisas se transformam é a morte. Morre a montanha de minério, para que surja a montanha de barro, por exemplo. Morre a ostra para que nasça a pérola. E dessa forma, nós verificamos sempre essa dualidade, vida e morte, esse claro-escuro da vida e da morte que nos acompanha.

Então, valeria a pena pensarmos, nesse dia em que as nossas sociedades ocidentais homenageiam os seus mortos.

Chamamos Dia dos Mortos, chamamos Dia de Finados, não importa, o que importa é que dedicamos um dia para prestar homenagem aos nossos antepassados, aos nossos amigos, aos nossos afetos, aos amores nossos que já demandaram o Mais Além, que já cruzaram essa aduana de cinzas da imortalidade.

E, no Dia de Finados encontramos tanta gente verdadeiramente mobilizada por sentimentos de fraternidade, de ternura, de amor, que vão aos cemitérios, que vão aos Campos Santos, na busca de homenagear aos seus seres queridos. Merece todo respeito essa iniciativa.

Nada obstante percebemos quanto que vamos ficando escravizados dessa situação, imaginando, supondo, pelos aprendizados que fizemos das nossas religiões, ou pelas coisas que ouvimos falar aqui e ali, que os nossos mortos estão lá. Chegamos a ouvir as pessoas dizerem: Eu vou visitar a cova do meu pai. Eu vou visitar a sepultura de minha mãe. Como se ali estivesse o seu pai, como se ali a sua mãe estivesse.

Nada obstante, leiamos inscrições tumulares do tipo Aqui jaz Fulano de Tal, mas não é verdade. O Fulano de Tal que nós queremos homenagear não jaz ali na sepultura. Ali estão seus despojos, ali estão seus restos mortais. É como se nós tirássemos uma roupa imprestável e atirássemos essa roupa na lixeira. Esquecemos dela, deixamos que o tempo cumpra o seu papel. Nenhum de nós teria a ideia, de todos os dias, ir lá visitar a roupa velha e imprestável, atirada no monturo. Então, nada obstante esse respeito com que nós, cristãos, encaremos essa relação com os mortos, com o morrer, por mais que nós estejamos com esse intuito de homenagear aos nossos seres queridos, será muito importante criarmos o hábito de pensar neles vivos.

Ali na cova, na sepultura, não jazem nossos entes queridos. Eles jazem, eles vivem, eles vibram, na nossa intimidade, nos nossos pensamentos. Eles se movem no Mundo dos Espíritos.

Ao pensar nos nossos mortos, cabe ter essa certeza de que os nossos mortos vivem, eles não estão jazendo nos sepulcros. Imaginemos que coisa grotesca será imaginar nossos seres amados enterrados na sepultura com os seus despojos! Vale a pena pensar numa gaiola vazia, donde o pássaro já se foi. Vale a pena pensar nisso!

Então, o nosso corpo físico, durante um tempo mais ou menos largo, serve-nos de morada, serve-nos como uma gaiola que, ao mesmo tempo que nos ajuda a aprender, a crescer, também é um instrumento através do qual resgatamos aquilo que devemos em face da vida, coloquemos em ordem a nossa consciência com as Leis Divinas.

Logo, o Dia de Finados, o Dia dos Mortos deveria ser um dia sim, de homenagem aos nossos seres queridos, mas de outra maneira. Aprendermos a fazer um levantamento de como se acham nossas disposições na vida, se estamos vivendo de acordo com os ensinamentos de nossa mãe, de nosso pai, se os estamos homenageando, glorificando seus nomes, pelo tipo de criatura que sejamos: dignas, nobres, amigas, fraternas, operosas, dedicadas ao bem. Afinal de contas, de que outra maneira, melhor nós poderíamos homenagear os nossos mortos?

Nem sempre levando flores para enfeitar os sepulcros onde se acham seus despojos. Aqueles recursos das flores, quantas vezes poderiam ser transformados, em nome dos nossos mortos, em leite para uma criança pobre, em pães para o necessitado, em remédios para um doente que não os pode comprar, em cadernos para que alguma criança aprenda.

Nós podemos converter aquela quantidade enorme de cera que compramos para queimar nos cemitérios, que não vai levar a lugar algum os nossos mortos, que não precisam de cera queimada, converter isso em alimento, em roupa, em agasalho, em material escolar, em medicação, em acompanhamento, em homenagem aos nossos mortos. Quando presenteássemos uma criança com o kit de material escolar, nós poderíamos dizer a ela, caso ela entendesse, ou aos seus pais: Faça uma prece por Fulano de Tal, que é meu filho, que é meu pai, que é minha mãe, que é meu irmão, ou meu amigo.

Nós teríamos formas tão mais agradáveis, tão mais felizes, de homenagear os nossos mortos. E cantar, e brincar, e nos alegrar, como eles gostavam que nós fizéssemos. No Além, eles continuam gostando.

Quantos filhos que se foram para o Mais Além e suas mães começam a morrer aqui na Terra. Não se tratam mais, não se cuidam mais, não os respeitam mais. Se seus filhos gostavam de vê-las bem vestidas, bem cuidadas, alegres, joviais, em homenagem a eles, no Dia dos Mortos e em todos os dias da vida, continuem assim, bem cuidadas, dispostas, alegres. O que não nos impede a lágrima de saudade e nunca a lágrima de revolta.

Se os nossos filhos gostavam de saber que nós estamos envolvidos em atividade social, em alguma atividade do bem, como voluntários, servindo numa escola, servindo num velhanato, num hospital, vamos continuar a fazer isso em homenagem a eles, em nome deles que de onde estiverem, nos aplaudirão, nos incentivarão.

Se tivemos nossos entes queridos desencarnados em situações drásticas, pela drogadição, pelo vírus do HIV ou pelo suicídio, mais motivos temos de rogar a Deus por eles, de homenageá-los, fazendo toda a cota de bem que nos for possível, em honra deles. Não tenhamos qualquer mágoa deles. Não imaginemos que eles estejam perdidos para sempre. Nunca suponhamos que Deus os vá castigar por sua fragilidade, porque Deus não é um juiz que sentencia. Deus é um Pai que ama, e certamente, se nós estamos fazendo as coisas boas para homenagear no Dia de Finados, ou ao longo dos dias do ano, os nossos amores que foram para o Além, por vias naturais ou por alguma enfermidade, o que é que não faremos para homenagear àqueles que saíram de maneira tão triste, tão lastimável da convivência com o corpo físico.

Por isso é que a nossa oração por eles deverá partir do nosso coração, do mais íntimo do nosso ser, pensando em Deus como o Pai comum de todos nós, mas nos colocando diante da vida de maneira muito operosa, nos tornando pessoas úteis, a fim de que o Dia de Finados transcorra para nós como mais um dia em que homenageamos os nossos seres queridos que demandaram o Mais Além, na vibração, na torcida, fazendo os votos para que os nossos amores, que já se transformaram em estrelas, sejam felizes nessas dimensões do Invisível, junto a Esse amor  incomensurável de nosso Pai Celeste.

 

José Raul Teixeira

Transcrição do Programa Vida e Valores – Dia dos Mortos – Canal FEP



quinta-feira, 26 de outubro de 2023

Oração do Dois de Novembro

 


Senhor, deste-nos a verdade. Criamos a mentira.

Acendeste a luz. Disseminamos a treva.

Ensinaste o bem. Praticamos o mal.

Concedeste-nos o dom da vida. Semeamos o vírus da morte.

Proclamaste a liberdade pela obediência aos eternos desígnios. Instituímos o cativeiro através das paixões inferiores.

Aconselhaste que nos amemos fielmente uns aos outros. Fizemos a separação e o sectarismo.

Cultivaste flores de amor. Alimentamos espinhos de ódio.

Exaltaste a fraternidade. Intensificamos a sombra homicida.

Traçaste campos de serviço promissor. Enfileiramos cemitérios e ruínas.

Facilitaste-nos enxadas e charruas. Convertemo-las em projetis e baionetas.

Mandaste-nos o enxofre que cura, o salitre que aduba e o carvão que aquece. Transformamo-los na pólvora que mata.

Afirmaste que teus discípulos chegariam de todas as partes do Planeta. Amaldiçoamos aqueles que não comungam conosco.

Organizaste caminhos de aproximação entre os homens. Construímos trincheiras.

Criaste a chuva benéfica. Realizamos bombardeios.

Plantaste árvores benfeitoras. Fabricamos espadas mortíferas.

Aceitaste a cruz da redenção. Levantamos a cruz do crime.

Exemplificaste o sacrifício supremo. Disputamos o campeonato do egoísmo.

Escalaste o monte da humildade. Descemos ao abismo do orgulho.

Deste-nos todo o bem, renunciando. Menosprezamos tuas bênçãos e dádivas, exigindo sempre.

Por isso mesmo, Senhor, porque envenenamos as fontes de tua misericórdia, vemos a Civilização amargando angustiosa agonia.

Face ao passado delituoso, encarnados e desencarnados, somos antigos mortos no crime, sepultados no cárcere de nossas próprias fraquezas.

Hoje, pois, que os mortos da carne e os mortos que não vivem muito distantes do sepulcro se reunirão, ao pé dos túmulos, e permutarão saudades e preces, no santuário do espírito, ajuda-nos a compreender as verdades da vida eterna.

Atende, Senhor, à nossa rogativa! Faze que teus verdadeiros emissários esclareçam o nosso entendimento, para que sintamos a extensão de nossos débitos.

Abre-nos os olhos espirituais, para que vejamos o caminho. Enquanto a poeira da carne confunde os nossos irmãos no mundo, grandes multidões, nos Planos inferiores, estão perturbadas pela poeira da sepultura.

Confessamos a nossa falência espiritual e reconhecemos as nossas dívidas. Sabemos, porém, Senhor, que somos portadores da Consciência Divina. Somos, contigo, herdeiros do Eterno Pai e não ignoramos que algo esperas de nós, como esperamos de ti.

Atende-nos, pois, Mestre Amado, para que resistamos às trevas e trabalhemos por nossa iluminação, à espera do milênio futuro!

Peregrinos esperançosos, reunimo-nos hoje, na estrada da vida, suplicando a bênção do teu olhar. Comprimem-se turbas aflitas por ver-te. As viúvas de Naim, os Jairos vacilantes, os centuriões atormentados, os discípulos medrosos, os aleijados e os cegos, os coxos e os leprosos, as filhas angustiadas de Jerusalém aguardam, de novo, a tua passagem!… Há também Lázaros sepultados, desde mais de quatro dias, em túmulos caiados, esperando tuas palavras de ressurreição para se levantarem!… Súplicas maternas aliam-se ao choro das criancinhas…

Auxilia-nos, Senhor, a quebrar nossas velhas algemas!

Vidente Divino, ensina-nos a ver! Sol de Esperança, ilumina os que se confundem na sombra!…

Dois de Novembro, dia de finados!..

Ó Estrela Gloriosa da Vida, mostra-te no cume da montanha, clareando o caminho dos que vagueiam, sem rumo, nos extensos vales da morte!

 

Irmão X (Humberto de Campos) / Chico Xavier

Livro: Pontos e contos





quarta-feira, 25 de outubro de 2023

Romaria dos mortos

 

Também nós vimos, hoje, em romaria,

Da luz do mundo dos desencarnados,

Visitar nossos mortos bem-amados

Que palmilham a estrada erma e sombria.

 

Hoje foste à lousa escura e fria

Na saudosa lembrança dos “finados”,

Mas sois vós nossos mortos sepultados

Nos sepulcros de carne e de agonia!

 

Na parada de dor dos cemitérios,

Passa, à luz de dulcíssimos mistérios,

A generosa e santa caravana…

 

São os vivos dos mundos da verdade

Que choram sobre os mortos na impiedade

Do campo santo da miséria humana!

 

A. de Guimarães / Chico Xavier

Livro: Palavras sublimes



terça-feira, 24 de outubro de 2023

Não rejeites a confiança

 

“Não rejeiteis, pois, a vossa confiança, que tem grande e avultado galardão.” — Paulo. (Hebreus, 10:35)

 

Não lances fora a confiança que te alimenta o coração.

Muitas vezes, o progresso aparente dos ímpios desencoraja o fervor das almas tíbias.

A virtude vacilante recua ante o vício que parece vitorioso.

Confrange-se o crente frágil, perante o malfeitor que se destaca, aureolado de louros.

Todavia, se aceitamos Jesus por nosso Divino Mestre, é preciso receber o mundo por nosso educandário.

E a escola nos revela que a romagem carnal é simples estágio do Espírito no campo imenso da vida.

Todos os séculos tiveram soberanos dominadores.

Muitos se erigiram em pedestais de ouro e poder, ao preço do sangue e das lágrimas dos seus contemporâneos.

Muitos ganharam batalhas de ódio.

Outros monopolizaram o pão.

Alguns comandaram a vida política.

Outros adquiriram o temor popular.

Entretanto, passaram todos… Por prêmio terrestre às laboriosas empresas a que se consagraram, receberam apenas o sepulcro faustoso em que sobressaem na casa fria da morte.

Não rejeites a fé porque a passagem educativa pela Terra te imponha à visão aflitivos quadros no jogo das convenções humanas.

Lembra-te da imortalidade, — nossa divina herança!

Por onde fores, conduze tua alma como fonte preciosa de compreensão e serviço! Onde estiveres, sê generoso, otimista e diligente no bem!

A carne é apenas tua veste.

Luta e aprimora-te, trabalha e realiza com o Cristo, e aguarda, confiante, o futuro, na certeza de que a vida de hoje te espera, sempre justiceira, amanhã.

 

Emmanuel / Chico Xavier – Livro: Fonte Viva – Cap. 128



sábado, 21 de outubro de 2023

Mais Luz - Edição 653 - 22/10/2023

 

Confira conosco:

https://mailchi.mp/84d6947da8ba/homenagem-meimei

 

Meimei – Biografia

Ante o Evangelho: A paciência

Mensagem da Semana: Humanidade Real – Fonte Viva, 127

Poema: Caridade – Casimiro Cunha

Oração de Sempre – Meimei




sexta-feira, 20 de outubro de 2023

Meimei

 


Seu nome de batismo, aqui na Terra, foi IRMA CASTRO. Nasceu a 22 de outubro de 1922, em Mateus Leme (Minas Gerais). Aos 2 anos de idade sua família transferiu-se para Itaúna, MG. Constava de pai, mãe e 4 irmãos: Ruth (autora desta biografia), Carmen, Alaíde e Danilo. Os pais eram Adolfo Castro e Mariana Castro.

Com 5 anos ficou órfã de pai. Meimei foi desde criança diferente de todos pela sua beleza física e inteligência invulgar. Era alegre, comunicativa, espirituosa, espontânea. O convívio com ela, em família, foi para todos uma dádiva do Céu.

Cursou com facilidade o curso primário, matriculando-se, depois na Escola Normal de Itaúna, porém, a moléstia que sempre a perseguia desde pequena — nefrite — manifestou-se mais uma vez quando cursava com brilhantismo o 2.º ano Normal. Sendo a primeira aluna da classe, teve que abandonar os estudos. Mas, muito inteligente e ávida de conhecimentos, foi apurando sua cultura através da boa leitura, fonte de burilamento do seu espírito.

Onde quer que aparecesse era alvo de admiração de todos. Irradiava beleza e encantamento, atraindo a atenção de quem a conhecesse. Ela, no entanto, modesta, não se orgulhava dos dotes que Deus lhe dera.

Profundamente caridosa, aproximava-se dos humildes com a esmola que podia oferecer ou uma palavra de carinho e estímulo. Pura, no seu modo simples de ser e proceder não era dada a conquistas próprias da sua idade, apesar de ser extremamente bela.

Pertencia à digna sociedade de Itaúna. Algum tempo depois, transferiu-se para Belo Horizonte, em companhia de uma das irmãs, Alaíde, a fim de arranjar colocação (trabalho).

Estava num período bom de saúde, pois a moléstia de que era portadora ia e vinha, dando-lhe até, às vezes, a esperança de que havia se curado.

Foi nessa época que conheceu Arnaldo Rocha com quem se casou aos 22 janeiros de idade. Viviam um lindo sonho de amor que durou 2 anos apenas, quando adoeceu novamente.

Esteve acamada três meses, vítima da pertinaz doença — nefrite crônica. Apesar de todos os esforços e desvelos do esposo, cercada de médicos, veio a falecer no dia 1.º de outubro de 1946, em Belo Horizonte.

Logo depois, seu Espírito já esclarecido começou a manifestar-se através de mensagens psicografadas por Francisco Cândido Xavier, e prossegue nessa linda missão de esclarecimento e consolo, em páginas organizadas em várias obras mediúnicas, que têm se espalhado por todo o Brasil e até além das nossas fronteiras.

Seu nome “MEIMEI” (expressão chinesa que significa “amor puro”) agora tão venerado como um “Espírito de Luz”; foi lhe dado em vida, carinhosamente, pelo esposo Arnaldo Rocha.

 

Professora Ruth de Castro Mattos. (Irmã de Meimei.)

Belo Horizonte — 10 de maio de 1981.

(Biografia extraída do livro Palavras do Coração editado pela Cultura Espírita União.)



quinta-feira, 19 de outubro de 2023

Oração de sempre

 

Senhor Jesus!

Entre as forças que Te servem, reconheço a minha quase total desvalia. Entretanto, graças à Tua bondade, na fé que me concedeste guardo um valor que me honra, embora as imperfeições que ainda carrego.

Apesar da migalha de colaboração que Te possa oferecer, no crédito que me confias, auxilia-me a ser útil em Teu serviço.

Nas horas de crise, induze-me a ser a esperança daqueles que estejam esmorecendo no dever a cumprir; nas discórdias que encontre, coloca em meus lábios a palavra de tolerância e união; no tumulto, conserva-me em Tua serenidade para que eu seja uma nota de paz; junto aos irmãos que ainda não consigam trabalhar, faze que, de algum modo, possa eu substituí-los sem queixa; em minhas necessidades atendidas não me consintas menosprezar os companheiros que ainda não disponham dos recursos que me emprestas e nos dias de penúria e dificuldade, nos quais me levas a aprender paciência e coragem, não me permitas humilhar a ninguém.

Senhor, ensina-me a ser o pensamento que modela o bem, o sentimento que compreenda e perdoe, o olhar que vê sem malícia, o ouvido que escuta a aspereza sem transmiti-la aos outros, a mão que trabalha e protege; e a voz que esclarece e abençoa sem azedume ou condenação.

Servir é o único meio de renovar-me, segundo os Teus ensinamentos. Ajuda-me a agir e servir, sem qualquer ideia de cansaço ou compensação; e, se não posso ombrear com as inteligências que se transformam em chamas de Teu amor para engrandecerem a vida, deixa, Senhor, que eu seja, entre os irmãos de experiência e de prova, um pequenino raio da Tua luz.

 

Meimei / Chico Xavier – Livro: Janela para a vida



quarta-feira, 18 de outubro de 2023

Humanidade Real

 “… Eis o Homem!” — Pilatos. (João, 19:5)

 

Apresentando o Cristo à multidão, Pilatos não designava um triunfador terrestre…

Nem banquete, nem púrpura.

Nem aplauso, nem flores.

Jesus achava-se diante da morte.

Terminava uma semana de terríveis flagelações.

Traído, não se rebelara.

Preso, exercera a paciência.

Humilhado, não se entregou a revides.

Esquecido, não se confiou à revolta.

Escarnecido, desculpara.

Açoitado, olvidou a ofensa.

Injustiçado, não se defendeu.

Sentenciado ao martírio, soube perdoar.

Crucificado, voltaria à convivência dos mesmos discípulos e beneficiários que o haviam abandonado, para soerguer-lhes a esperança.

Mas, exibindo-o, diante do povo, Pilatos não afirma: — Eis o condenado, eis a vítima!

Diz simplesmente: — “Eis o Homem!”

Aparentemente vencido, o Mestre surgia em plena grandeza espiritual, revelando o mais alto padrão de dignidade humana.

Rememorando, pois, semelhante passagem, recordemos que somente nas linhas morais do Cristo é que atingiremos a Humanidade Real.

 

Emmanuel / Chico Xavier – Livro: Fonte Viva – Cap. 127




terça-feira, 17 de outubro de 2023

Caridade

 

Use o tostão que sobra

E que em nada te aproveita,

Dar sempre é exemplificar

A caridade perfeita!

 

Caridade é, muitas vezes,

Fazer-se sempre o menor,

Está na luz da Humildade

A caridade melhor.

 

Caridade é perdoar

A quem te causa uma dor

É converter todo o espinho

Numa braçada de flor.

 

Caridade, enfim, na Terra

É buscar a perfeição,

A perfeição de si mesmo

No templo do coração.

 

Casimiro Cunha / Chico Xavier

Livro: Chico Xavier — Mandato de amor



sábado, 14 de outubro de 2023

Mais Luz - Edição 652 - 15/10/2023

 

Confira conosco em mais uma edição iluminada do nosso boletim semanal:

https://mailchi.mp/3f2916d172c6/o-mestre-e-o-apstolo

 

O Mestre e o apóstolo – Emmanuel

Ante o Evangelho: Caracteres do verdadeiro profeta

Mensagem da Semana: Ajudemos sempre – Fonte Viva 126

Poema: Missionário – Cruz e Souza

Prece do Educador – Dora Incontri




O Mestre e o apóstolo

 


O Evangelho segundo o Espiritismo — Cap. I — Item 7.

 

Luminosa, a coerência entre o Cristo e o Apóstolo que lhe restaurou a palavra.

 

Jesus, o Mestre.

Kardec, o Professor.

 

Jesus refere-se a Deus, junto da fé sem obras.

Kardec fala de Deus, rente às obras sem fé.

 

Jesus é combatido, desde a primeira hora do Evangelho, pelos que se acomodam na sombra.

Kardec é impugnado desde o primeiro dia do Espiritismo, pelos que fogem da luz.

 

Jesus caminha sem convenções.

Kardec age sem preconceitos.

 

Jesus exige coragem de atitudes.

Kardec reclama independência mental.

 

Jesus convida ao amor.

Kardec impele à caridade.

 

Jesus consola a multidão.

Kardec esclarece o povo.

 

Jesus acorda o sentimento.

Kardec desperta a razão.

 

Jesus constrói.

Kardec consolida.

 

Jesus revela.

Kardec descortina.

 

Jesus propõe.

Kardec expõe.

 

Jesus lança as bases do Cristianismo, entre fenômenos mediúnicos.

Kardec recebe os princípios da Doutrina Espírita, através da mediunidade.

 

Jesus afirma que é preciso nascer de novo.

Kardec explica a reencarnação.

 

Jesus reporta-se a outras moradas.

Kardec menciona outros mundos.

 

Jesus espera que a verdade emancipe os homens; ensina que a justiça atribui a cada um pela próprias obras e anuncia que o Criador será adorado, na Terra, em espírito.

Kardec esculpe na consciência as leis do Universo.

 

Em suma, diante do acesso aos mais altos valores da vida, Jesus e Kardec estão perfeitamente conjugados pela Sabedoria Divina.

 

Jesus, a porta.

Kardec, a chave.


Emmanuel / Chico Xavier – Livro: Opinião espírita