“Porque
necessitais de paciência, para que, depois de haverdes feito a Vontade de Deus,
possais alcançar a promessa.” — Paulo. (Hebreus, 10:36)
Provavelmente estarás retendo, há muito tempo, a
esperança torturada.
Desejarias que a resposta do mundo aos teus anseios
surgisse, imediata, agasalhando-te o coração; entretanto, que paz desfrutarias
no triunfo aparente dos próprios sonhos, sem resgatares os débitos que te
encadeiam ao problema e à dificuldade?
Como repousar, ante a exigência do credor que nos
requisita?
Descansará o delinquente, antes da justa reparação à
falta cometida?
Sabes que o destino materializar-te-á os planos de
ventura, que a vitória te coroará, enfim, a senda de luta, mas reconheces-te
preso ao círculo de certas obrigações.
O lar convertido em forja de angústia…
A instituição a que serves, onde sofres a intromissão
da calúnia ou o golpe da crueldade…
O parente a que deves respeito e carinho, do qual
recolhes menosprezo e ingratidão…
A rede dos obstáculos…
A conspiração das sombras…
A perseguição gratuita, a enfermidade do corpo, a
imposição do ambiente…
Se as provas te encarceram nas grades constringentes
do dever a cumprir, tem paciência e satisfaze as obrigações a que te
enlaçaste!…
Não renuncies ao trabalho renovador!
Recorda que a Vontade de Deus se expressa, cada hora,
nas circunstâncias que nos cercam! Paguemos nossas contas com a sombra, para
que a Luz nos favoreça!
Em verdade, alcançaremos a concretização dos nossos
projetos de felicidade, mas, antes disso, é necessário liquidar com paciência
as dívidas que contraímos perante a Lei.
Você já
parou para pensar no sentimento que move as criaturas diante da morte de um ser
querido?
Se você
nunca teve essa experiência, dificilmente conseguirá pensar devidamente.
É que a
morte ainda no Ocidente é uma grande hidra. As criaturas têm um medo terrível
da morte e do morrer.
Muito
pouca gente se dá conta de que a morte é o reverso da medalha da vida. Para que
nós tenhamos vida, há necessidade de que haja morte.
No
planeta material em que nós nos encontramos, todas as vezes em que nós falamos
do fenômeno da vida, só o falamos porque esse fenômeno está atrelado ao da
morte. Para que alguma coisa viva, outra coisa terá que morrer. Para que a
planta viva, a semente morre. Para que o pão apareça, temos que triturar o
grão.
Dessa
maneira, para que nós, seres humanos, vivamos, temos que matar tantas plantas
para nos alimentar, alguns animais que alimentam a nossa mesa. Temos que
digerir, que deglutir uma quantidade enorme de partículas de vida que estão
pelo espaço, pelo ar que respiramos. Temos que gastar uma quantidade muito
grande de oxigênio para podermos sobreviver.
A morte significa
muito pouco no conjunto da vida. Afinal de contas, quando nós pensamos nesse
fenômeno do morrer e aprendemos que a morte é consequência do desgaste dos órgãos,
nos apercebemos de que começamos a morrer no momento em que nascemos, quando
somos dados à luz e temos que respirar com os nossos próprios pulmões. Aí
começa o fenômeno da queima, do desgaste do órgão, da morte. Quando nós
pensamos nisso, então, temos que ver que a morte é um fenômeno hiper natural.
Tudo que
nasce morre, tudo que é matéria no mundo se transforma, e uma das formas de
transformação nós chamamos de morte.
Um dos
modos pelos quais as coisas se transformam é a morte. Morre a montanha de
minério, para que surja a montanha de barro, por exemplo. Morre a ostra para
que nasça a pérola. E dessa forma, nós verificamos sempre essa dualidade, vida
e morte, esse claro-escuro da vida e da morte que nos acompanha.
Então,
valeria a pena pensarmos, nesse dia em que as nossas sociedades ocidentais homenageiam
os seus mortos.
Chamamos
Dia dos Mortos, chamamos Dia de Finados, não importa, o que importa é que
dedicamos um dia para prestar homenagem aos nossos antepassados, aos nossos
amigos, aos nossos afetos, aos amores nossos que já demandaram o Mais Além, que
já cruzaram essa aduana de cinzas da imortalidade.
E, no
Dia de Finados encontramos tanta gente verdadeiramente mobilizada por
sentimentos de fraternidade, de ternura, de amor, que vão aos cemitérios, que
vão aos Campos Santos, na busca de homenagear aos seus seres queridos. Merece
todo respeito essa iniciativa.
Nada
obstante percebemos quanto que vamos ficando escravizados dessa situação,
imaginando, supondo, pelos aprendizados que fizemos das nossas religiões, ou
pelas coisas que ouvimos falar aqui e ali, que os nossos mortos estão lá. Chegamos
a ouvir as pessoas dizerem: Eu vou visitar a cova do meu pai. Eu vou visitar a
sepultura de minha mãe. Como se ali estivesse o seu pai, como se ali a sua mãe
estivesse.
Nada
obstante, leiamos inscrições tumulares do tipo Aqui jaz Fulano de Tal, mas não
é verdade. O Fulano de Tal que nós queremos homenagear não jaz ali na
sepultura. Ali estão seus despojos, ali estão seus restos mortais. É como se
nós tirássemos uma roupa imprestável e atirássemos essa roupa na lixeira. Esquecemos
dela, deixamos que o tempo cumpra o seu papel. Nenhum de nós teria a ideia, de
todos os dias, ir lá visitar a roupa velha e imprestável, atirada no monturo. Então,
nada obstante esse respeito com que nós, cristãos, encaremos essa relação com
os mortos, com o morrer, por mais que nós estejamos com esse intuito de
homenagear aos nossos seres queridos, será muito importante criarmos o hábito
de pensar neles vivos.
Ali na
cova, na sepultura, não jazem nossos entes queridos. Eles jazem, eles vivem, eles
vibram, na nossa intimidade, nos nossos pensamentos. Eles se movem no Mundo dos
Espíritos.
Ao
pensar nos nossos mortos, cabe ter essa certeza de que os nossos mortos vivem, eles
não estão jazendo nos sepulcros. Imaginemos que coisa grotesca será imaginar
nossos seres amados enterrados na sepultura com os seus despojos! Vale a pena
pensar numa gaiola vazia, donde o pássaro já se foi. Vale a pena pensar nisso!
Então, o
nosso corpo físico, durante um tempo mais ou menos largo, serve-nos de morada, serve-nos
como uma gaiola que, ao mesmo tempo que nos ajuda a aprender, a crescer, também
é um instrumento através do qual resgatamos aquilo que devemos em face da vida,
coloquemos em ordem a nossa consciência com as Leis Divinas.
Logo, o
Dia de Finados, o Dia dos Mortos deveria ser um dia sim, de homenagem aos
nossos seres queridos, mas de outra maneira. Aprendermos a fazer um
levantamento de como se acham nossas disposições na vida, se estamos vivendo de
acordo com os ensinamentos de nossa mãe, de nosso pai, se os estamos
homenageando, glorificando seus nomes, pelo tipo de criatura que sejamos: dignas,
nobres, amigas, fraternas, operosas, dedicadas ao bem. Afinal de contas, de que
outra maneira, melhor nós poderíamos homenagear os nossos mortos?
Nem
sempre levando flores para enfeitar os sepulcros onde se acham seus despojos. Aqueles
recursos das flores, quantas vezes poderiam ser transformados, em nome dos
nossos mortos, em leite para uma criança pobre, em pães para o necessitado, em
remédios para um doente que não os pode comprar, em cadernos para que alguma criança
aprenda.
Nós
podemos converter aquela quantidade enorme de cera que compramos para queimar
nos cemitérios, que não vai levar a lugar algum os nossos mortos, que não
precisam de cera queimada, converter isso em alimento, em roupa, em agasalho, em
material escolar, em medicação, em acompanhamento, em homenagem aos nossos
mortos. Quando presenteássemos uma criança com o kit de material escolar, nós
poderíamos dizer a ela, caso ela entendesse, ou aos seus pais: Faça uma prece
por Fulano de Tal, que é meu filho, que é meu pai, que é minha mãe, que é meu
irmão, ou meu amigo.
Nós
teríamos formas tão mais agradáveis, tão mais felizes, de homenagear os nossos
mortos. E cantar, e brincar, e nos alegrar, como eles gostavam que nós
fizéssemos. No Além, eles continuam gostando.
Quantos
filhos que se foram para o Mais Além e suas mães começam a morrer aqui na Terra.
Não se tratam mais, não se cuidam mais, não os respeitam mais. Se seus filhos
gostavam de vê-las bem vestidas, bem cuidadas, alegres, joviais, em homenagem a
eles, no Dia dos Mortos e em todos os dias da vida, continuem assim, bem
cuidadas, dispostas, alegres. O que não nos impede a lágrima de saudade e nunca
a lágrima de revolta.
Se os
nossos filhos gostavam de saber que nós estamos envolvidos em atividade social,
em alguma atividade do bem, como voluntários, servindo numa escola, servindo
num velhanato, num hospital, vamos continuar a fazer isso em homenagem a eles, em
nome deles que de onde estiverem, nos aplaudirão, nos incentivarão.
Se
tivemos nossos entes queridos desencarnados em situações drásticas, pela
drogadição, pelo vírus do HIV ou pelo suicídio, mais motivos temos de rogar a
Deus por eles, de homenageá-los, fazendo toda a cota de bem que nos for
possível, em honra deles. Não tenhamos qualquer mágoa deles. Não imaginemos que
eles estejam perdidos para sempre. Nunca suponhamos que Deus os vá castigar por
sua fragilidade, porque Deus não é um juiz que sentencia. Deus é um Pai que
ama, e certamente, se nós estamos fazendo as coisas boas para homenagear no Dia
de Finados, ou ao longo dos dias do ano, os nossos amores que foram para o
Além, por vias naturais ou por alguma enfermidade, o que é que não faremos para
homenagear àqueles que saíram de maneira tão triste, tão lastimável da
convivência com o corpo físico.
Por isso
é que a nossa oração por eles deverá partir do nosso coração, do mais íntimo do
nosso ser, pensando em Deus como o Pai comum de todos nós, mas nos colocando
diante da vida de maneira muito operosa, nos tornando pessoas úteis, a fim de
que o Dia de Finados transcorra para nós como mais um dia em que homenageamos os
nossos seres queridos que demandaram o Mais Além, na vibração, na torcida, fazendo
os votos para que os nossos amores, que já se transformaram em estrelas, sejam
felizes nessas dimensões do Invisível, junto a Esse amor incomensurável de nosso Pai Celeste.
José Raul Teixeira
Transcrição do Programa Vida e Valores – Dia dos
Mortos – Canal FEP
Aceitaste a cruz da redenção. Levantamos a cruz do
crime.
Exemplificaste o sacrifício supremo. Disputamos o
campeonato do egoísmo.
Escalaste o monte da humildade. Descemos ao abismo do
orgulho.
Deste-nos todo o bem, renunciando. Menosprezamos tuas
bênçãos e dádivas, exigindo sempre.
Por isso mesmo, Senhor, porque envenenamos as fontes
de tua misericórdia, vemos a Civilização amargando angustiosa agonia.
Face ao passado delituoso, encarnados e desencarnados,
somos antigos mortos no crime, sepultados no cárcere de nossas próprias
fraquezas.
Hoje, pois, que os mortos da carne e os mortos que não
vivem muito distantes do sepulcro se reunirão, ao pé dos túmulos, e permutarão
saudades e preces, no santuário do espírito, ajuda-nos a compreender as
verdades da vida eterna.
Atende, Senhor, à nossa rogativa! Faze que teus
verdadeiros emissários esclareçam o nosso entendimento, para que sintamos a
extensão de nossos débitos.
Abre-nos os olhos espirituais, para que vejamos o
caminho. Enquanto a poeira da carne confunde os nossos irmãos no mundo, grandes
multidões, nos Planos inferiores, estão perturbadas pela poeira da sepultura.
Confessamos a nossa falência espiritual e reconhecemos
as nossas dívidas. Sabemos, porém, Senhor, que somos portadores da Consciência
Divina. Somos, contigo, herdeiros do Eterno Pai e não ignoramos que algo
esperas de nós, como esperamos de ti.
Atende-nos, pois, Mestre Amado, para que resistamos às
trevas e trabalhemos por nossa iluminação, à espera do milênio futuro!
Peregrinos esperançosos, reunimo-nos hoje, na estrada
da vida, suplicando a bênção do teu olhar. Comprimem-se turbas aflitas por
ver-te. As viúvas de Naim, os Jairos vacilantes, os centuriões atormentados, os
discípulos medrosos, os aleijados e os cegos, os coxos e os leprosos, as filhas
angustiadas de Jerusalém aguardam, de novo, a tua passagem!… Há também Lázaros
sepultados, desde mais de quatro dias, em túmulos caiados, esperando tuas
palavras de ressurreição para se levantarem!… Súplicas maternas aliam-se ao
choro das criancinhas…
Auxilia-nos, Senhor, a quebrar nossas velhas algemas!
Vidente Divino, ensina-nos a ver! Sol de Esperança,
ilumina os que se confundem na sombra!…
Dois de Novembro, dia de finados!..
Ó Estrela Gloriosa da Vida, mostra-te no cume da
montanha, clareando o caminho dos que vagueiam, sem rumo, nos extensos vales da
morte!
“Não
rejeiteis, pois, a vossa confiança, que tem grande e avultado galardão.” —
Paulo. (Hebreus, 10:35)
Não lances fora a confiança que te alimenta o coração.
Muitas vezes, o progresso aparente dos ímpios
desencoraja o fervor das almas tíbias.
A virtude vacilante recua ante o vício que parece
vitorioso.
Confrange-se o crente frágil, perante o malfeitor que
se destaca, aureolado de louros.
Todavia, se aceitamos Jesus por nosso Divino Mestre, é
preciso receber o mundo por nosso educandário.
E a escola nos revela que a romagem carnal é simples
estágio do Espírito no campo imenso da vida.
Todos os séculos tiveram soberanos dominadores.
Muitos se erigiram em pedestais de ouro e poder, ao
preço do sangue e das lágrimas dos seus contemporâneos.
Muitos ganharam batalhas de ódio.
Outros monopolizaram o pão.
Alguns comandaram a vida política.
Outros adquiriram o temor popular.
Entretanto, passaram todos… Por prêmio terrestre às
laboriosas empresas a que se consagraram, receberam apenas o sepulcro faustoso
em que sobressaem na casa fria da morte.
Não rejeites a fé porque a passagem educativa pela
Terra te imponha à visão aflitivos quadros no jogo das convenções humanas.
Lembra-te da imortalidade, — nossa divina herança!
Por onde fores, conduze tua alma como fonte preciosa
de compreensão e serviço! Onde estiveres, sê generoso, otimista e diligente no
bem!
A carne é apenas tua veste.
Luta e aprimora-te, trabalha e realiza com o Cristo, e
aguarda, confiante, o futuro, na certeza de que a vida de hoje te espera,
sempre justiceira, amanhã.
Seu nome de batismo, aqui na Terra, foi IRMA CASTRO.
Nasceu a 22 de outubro de 1922, em Mateus Leme (Minas Gerais). Aos 2 anos de
idade sua família transferiu-se para Itaúna, MG. Constava de pai, mãe e 4
irmãos: Ruth (autora desta biografia), Carmen, Alaíde e Danilo. Os pais eram
Adolfo Castro e Mariana Castro.
Com 5 anos ficou órfã de pai. Meimei foi desde criança
diferente de todos pela sua beleza física e inteligência invulgar. Era alegre,
comunicativa, espirituosa, espontânea. O convívio com ela, em família, foi para
todos uma dádiva do Céu.
Cursou com facilidade o curso primário,
matriculando-se, depois na Escola Normal de Itaúna, porém, a moléstia que
sempre a perseguia desde pequena — nefrite — manifestou-se mais uma vez quando
cursava com brilhantismo o 2.º ano Normal. Sendo a primeira aluna da classe,
teve que abandonar os estudos. Mas, muito inteligente e ávida de conhecimentos,
foi apurando sua cultura através da boa leitura, fonte de burilamento do seu
espírito.
Onde quer que aparecesse era alvo de admiração de
todos. Irradiava beleza e encantamento, atraindo a atenção de quem a
conhecesse. Ela, no entanto, modesta, não se orgulhava dos dotes que Deus lhe
dera.
Profundamente caridosa, aproximava-se dos humildes com
a esmola que podia oferecer ou uma palavra de carinho e estímulo. Pura, no seu
modo simples de ser e proceder não era dada a conquistas próprias da sua idade,
apesar de ser extremamente bela.
Pertencia à digna sociedade de Itaúna. Algum tempo
depois, transferiu-se para Belo Horizonte, em companhia de uma das irmãs, Alaíde,
a fim de arranjar colocação (trabalho).
Estava num período bom de saúde, pois a moléstia de
que era portadora ia e vinha, dando-lhe até, às vezes, a esperança de que havia
se curado.
Foi nessa época que conheceu Arnaldo Rocha com quem se
casou aos 22 janeiros de idade. Viviam um lindo sonho de amor que durou 2 anos
apenas, quando adoeceu novamente.
Esteve acamada três meses, vítima da pertinaz doença —
nefrite crônica. Apesar de todos os esforços e desvelos do esposo, cercada de
médicos, veio a falecer no dia 1.º de outubro de 1946, em Belo Horizonte.
Logo depois, seu Espírito já esclarecido começou a manifestar-se
através de mensagens psicografadas por Francisco Cândido Xavier, e prossegue
nessa linda missão de esclarecimento e consolo, em páginas organizadas em
várias obras mediúnicas, que têm se espalhado por todo o Brasil e até além das
nossas fronteiras.
Seu nome “MEIMEI” (expressão chinesa que significa
“amor puro”) agora tão venerado como um “Espírito de Luz”; foi lhe dado em
vida, carinhosamente, pelo esposo Arnaldo Rocha.
Professora Ruth de Castro Mattos. (Irmã de Meimei.)
Belo Horizonte — 10 de maio de 1981.
(Biografia extraída
do livro Palavras do Coração editado pela Cultura Espírita União.)
Entre as forças que Te servem, reconheço a minha quase
total desvalia. Entretanto, graças à Tua bondade, na fé que me concedeste
guardo um valor que me honra, embora as imperfeições que ainda carrego.
Apesar da migalha de colaboração que Te possa
oferecer, no crédito que me confias, auxilia-me a ser útil em Teu serviço.
Nas horas de crise, induze-me a ser a esperança
daqueles que estejam esmorecendo no dever a cumprir; nas discórdias que
encontre, coloca em meus lábios a palavra de tolerância e união; no tumulto,
conserva-me em Tua serenidade para que eu seja uma nota de paz; junto aos
irmãos que ainda não consigam trabalhar, faze que, de algum modo, possa eu
substituí-los sem queixa; em minhas necessidades atendidas não me consintas
menosprezar os companheiros que ainda não disponham dos recursos que me
emprestas e nos dias de penúria e dificuldade, nos quais me levas a aprender
paciência e coragem, não me permitas humilhar a ninguém.
Senhor, ensina-me a ser o pensamento que modela o bem,
o sentimento que compreenda e perdoe, o olhar que vê sem malícia, o ouvido que
escuta a aspereza sem transmiti-la aos outros, a mão que trabalha e protege; e
a voz que esclarece e abençoa sem azedume ou condenação.
Servir é o único meio de renovar-me, segundo os Teus
ensinamentos. Ajuda-me a agir e servir, sem qualquer ideia de cansaço ou
compensação; e, se não posso ombrear com as inteligências que se transformam em
chamas de Teu amor para engrandecerem a vida, deixa, Senhor, que eu seja, entre
os irmãos de experiência e de prova, um pequenino raio da Tua luz.
O Evangelho segundo o
Espiritismo — Cap. I — Item 7.
Luminosa, a coerência entre o Cristo e o Apóstolo que
lhe restaurou a palavra.
Jesus, o Mestre.
Kardec, o Professor.
Jesus refere-se a Deus, junto da fé sem obras.
Kardec fala de Deus, rente às obras sem fé.
Jesus é combatido, desde a primeira hora do Evangelho,
pelos que se acomodam na sombra.
Kardec é impugnado desde o primeiro dia do
Espiritismo, pelos que fogem da luz.
Jesus caminha sem convenções.
Kardec age sem preconceitos.
Jesus exige coragem de atitudes.
Kardec reclama independência mental.
Jesus convida ao amor.
Kardec impele à caridade.
Jesus consola a multidão.
Kardec esclarece o povo.
Jesus acorda o sentimento.
Kardec desperta a razão.
Jesus constrói.
Kardec consolida.
Jesus revela.
Kardec descortina.
Jesus propõe.
Kardec expõe.
Jesus lança as bases do Cristianismo, entre fenômenos
mediúnicos.
Kardec recebe os princípios da Doutrina Espírita,
através da mediunidade.
Jesus afirma que é preciso nascer de novo.
Kardec explica a reencarnação.
Jesus reporta-se a outras moradas.
Kardec menciona outros mundos.
Jesus espera que a verdade emancipe os homens; ensina
que a justiça atribui a cada um pela próprias obras e anuncia que o Criador
será adorado, na Terra, em espírito.
Kardec esculpe na consciência as leis do Universo.
Em suma, diante do acesso aos mais altos valores da
vida, Jesus e Kardec estão perfeitamente conjugados pela Sabedoria Divina.