terça-feira, 29 de março de 2022

Termo de adesão ao serviço voluntário

 Ao final do preenchimento esse termo será impresso pela Secretaria do CEJG e entregue para assinatura do trabalhador.

sábado, 26 de março de 2022

Mais Luz - Edição 571 - 27/03/2022

 Confira nesta edição:

 

  • *Este mausoléu foi erguido sobre a sepultura de Hyppolite Léon Rivail (1804-1869) e Amélie Gabrielle Boudet, sua esposa e colaboradora.
  • Ante o Evangelho: Cuidar do corpo e do espírito
  • Poema: Homenagem a Kardec
  • Somente assim: Fonte Viva
  • Oração pelos esquecidos

 

Clique:  https://mailchi.mp/d44e6b326ae1/homenagem-a-kardec

sexta-feira, 25 de março de 2022

*Este mausoléu foi erguido sobre a sepultura de Hyppolite Léon Rivail (1804-1869) e Amélie Gabrielle Boudet, sua esposa e colaboradora

 

H. L. Rivail, professor de várias disciplinas científicas, dedicou os primeiros 30 anos de sua vida adulta ao ensino público. Seus trabalhos neste campo foram apreciados e reconhecidos pelo meio universitário.

 

Aguçado por sua formação, introduziu-se no estudo científico das manifestações do mundo espiritual, cotejando os respectivos resultados com os de pesquisas paralelas em grande número de países e publicando-os na célebre Revista Espírita, fundada por ele em 1858, posteriormente compilada em uma série de obras de renome mundial e ainda hoje republicadas – definindo, enfim, um método, uma filosofia e uma doutrina, nesses termos codificada.

 

Dedicou os últimos 15 anos de sua vida a esse trabalho incansável de estudo e divulgação do espiritismo, do qual foi o codificador, sob a alcunha que o fez conhecido em todos os países, “Allan Kardec”, aquela mesma do druida que havia sido em vida anterior e com a qual editaria muitas obras, sendo as principais: O Livro dos Espíritos, O Livro dos Médiuns, O Evangelho Segundo o Espiritismo e A Gênese.

 

Allan Kardec trouxe a prova da continuidade da vida rumo aos estados superiores da alma, pelo desenvolvimento progressivo das faculdades (consciência, memória, conhecimento e sentimento), graças aos estágios de progressão na vida corpórea, intercalados com estadias no plano espiritual, cujas propriedades hão de gradualmente alcançar as da vida divina, imortal e livre no Universo.

 

Espírito científico, rigoroso, perito em indução e generalização, caridoso, extremamente honesto, teve o mérito de extirpar a superstição e o charlatanismo de fatos tão antigos quanto o próprio mundo, classificados como paranormais ou inusitados; e de estabelecer sua autenticidade, bem como sua origem em leis universais.

 

Sempre se defendeu vigorosamente contra as tentativas de seus detratores ou mesmo de seus admiradores de tratá-lo como profeta ou fundador de um culto qualquer.

 

RECOMENDAÇÃO AO PÚBLICO 


 

Acusa-se o túmulo de Allan Kardec de ser um espaço de manifestações de idolatria, tais como: a imposição de mãos sobre a pedra do monumento ou sobre o busto do professor, e o depósito de objetos ou velas, à feição de um altar. As pessoas instruídas e os espíritas reprovam esses atos, reputando-os como de outra época. Os adversários encontram nisso a oportunidade de se insurgirem contra o espiritismo e de associá-lo à magia e feitiçaria.

 

A União Espírita Francesa e Francófona afirma que tais práticas em nada podem favorecer a intercessão de um bom espírito, como Allan Kardec, e relembra a seguir dois trechos da obra A Gênese:

 

19 – Seguramente, a distância que separa o espiritismo da magia e da feitiçaria é maior do que a que existe entre a astronomia e a astrologia. Confundi-las é provar que delas não se sabe o de mais elementar.

 

45 - Em tudo isso, fizemos o que qualquer outro poderia ter feito como nós, razão pela qual nunca tivemos a pretensão de nos julgarmos profeta ou messias, tampouco de nos denominarmos como tal.

 

A ORAÇÃO

 

As oblações, desde que contribuam para aliviar as misérias, longe de qualquer ideia de barganha com o céu, podem aumentar a eficácia da oração, o que dependerá da intenção com que são feitas e não de depósitos supérfluos, manifestações ou atitudes místicas, avessas à digna reserva e à intensidade da elevação do espírito para Deus!

 

*Transcrito da placa afixada no túmulo de Kardec.

Tradução livre: Gustavo e Gabriel Grateki

 

31 de março: Desencarnação de Allan Kardec completa 153 anos

Leitura anual sugerida - DE/CEJG

 




Somente assim

 “Nisto é glorificado meu Pai, que deis muito fruto; e assim sereis meus discípulos.” Jesus (João, 15:8)

 

Em nossas aflições, o Pai é invocado.

Nas alegrias, é adorado.

Na noite tempestuosa, é sempre esperado com ânsia.

No dia festivo, é reverenciado solenemente.

Louvado pelos filhos reconhecidos e olvidado pelos ingratos, o Pai dá sempre, espalhando as bênçãos de sua bondade infinita entre bons e maus, justos e injustos.

Ensina o verme a rastejar, o arbusto a desenvolver-se e o homem a raciocinar.

Ninguém duvide, porém, quanto à expectativa do Supremo Senhor a nosso respeito. De existência em existência, ajuda-nos a crescer e a servi-Lo, para que, um dia, nos integremos, vitoriosos, em seu divino amor e possamos glorificá-Lo.

Nunca chegaremos, contudo, a semelhante condição, simplesmente através dos mil modos de coloração brilhante dos nossos sentimentos e raciocínios.

Nossos ideais superiores são imprescindíveis, e no fundo assemelham-se às flores mais belas e perfumosas da árvore. Nossa cultura é, sem dúvida, indispensável, e, em essência, constitui a robustez do tronco respeitável. Nossas aspirações elevadas são preciosas e necessárias, e representam as folhas vivas e promissoras.

Todos esses requisitos são imperativos da colheita.

Assim também ocorre nos domínios da alma.

Somente é possível glorificar o Pai quando nos abrimos aos seus decretos de amor universal, produzindo para o bem eterno.

Por isso mesmo, o Mestre foi claro em sua afirmação.

Que nossa atividade, dentro da vida, produza muito fruto de paz e sabedoria, amor e esperança, fé e alegria, justiça e misericórdia, em trabalho pessoal digno e constante, porquanto, somente assim o Pai será por nós glorificado e só nessa condição seremos discípulos do Mestre Crucificado e Redivivo.

 

Emmanuel / Chico Xavier – Fonte Viva – FEB – cap. 045

Oração pelos esquecidos

 

Senhor Jesus!

Permita-nos rogar-te a bênção de paz e de socorro, em auxilio de muitos de nossos irmãos habitualmente esquecidos.

Consente-nos, Senhor, pedir-te amparo em favor dos que desprezam a vida, desvalidos de fé, acreditando erroneamente que a morte do corpo seja uma nuvem de cinza e esquecimento;

Em apoio dos que se julgam donos exclusivos dos recursos que a tua misericórdia lhes empresta;

Dos que foram surpreendidos pela velhice na experiência terrestre e banidos do aconchego familiar pelos próprios descendentes, desligados do amor e do reconhecimento que devemos ter no mundo aos benfeitores que nos formam a vida;

Dos que foram deixados em casa de benemerência simplesmente por haverem nascido de corpo deformado, mudos e cegos, nas mutilações congênitas, entre as provações que só por si deveriam merecer a caridade daqueles a quem amam;

Dos que são supostos milionários, por administrarem os bens do mundo, quando, na maioria das vezes, não passam de companheiros segregados em cadeias de ouro, sequiosos da paz e do amor que lhes fogem aos dias;

Dos que renasceram no mundo com distúrbios psicológicos e que atravessam a existência marginalizada pelo sarcasmo daqueles que ignoram as leis que regem a natureza;

Das nossas irmãs em Humanidade que não vacilam em expulsar do próprio seio os filhinhos nascituros que, em vão, lhes suplicam acolhimento, e pelas vítimas do aborto, exterminadas sem defesa, em regime de impunidade, quase sempre entre as paredes do asilo doméstico;

E dos companheiros que se desesperaram por falta de paciência e se recolheram à sucata do desânimo, largando os tesouros do tempo às traças da angústia improdutiva.

Senhor, nós te rogamos proteção em auxilio de todos os que se desviaram do bem, no rumo do desequilíbrio e das trevas, e te suplicamos nos protejas e abençoes agora e sempre.

 

Augusto Cezar / Chico Xavier – Livro: Presença de luz

sábado, 19 de março de 2022

Mais Luz - Edição 570 - 20/03/2022

 Confira nesta edição:

 

  • Brilhe a vossa luz
  • Ante o Evangelho: Missão do homem inteligente na Terra
  • Quem!!?? - Poema
  • Tenhamos fé: Fonte Viva
  • Prece por liberdade

 

https://mailchi.mp/8cd23182fa91/brilhe-a-vossa-luz

Brilhe a vossa luz

            


         Meus filhos:

Permaneça Jesus sendo o nosso zênite e o nosso nadir.

Dealba dia novo!

Não obstante, sombras teimosas permanecem dificultando a claridade solar; as perspectivas de luminosidade plena ainda não se puderam tornar realidade total.

Na grande transição, há predominância do instinto humano sobre a razão, que abre espaço lentamente para a intuição.

O homem e a mulher ancestrais com dificuldade vêm abandonando os arcabouços nos quais se aprisionavam para, encorajados, avançar com decisão no rumo da grande luz.

Neste momento, contabilizamos glórias da Ciência, da Tecnologia, do pensamento, da arte, da beleza, mas não podemos ignorar as devastadoras estatísticas da perversidade que se deriva dos transtornos comportamentais, da sexolatria que resulta da alucinação do ser humano na busca do intérmino gozo sensual, da violência que é um remanescer dos atavismos, ganhando campo nas imensas planícies da perturbação que grassa na Terra, combatidas tenazmente a ética, a moral, as instituições dignificadoras como o matrimônio, a família, o respeito que se deve manter umas pelas outras pessoas.

Sentimos que as criaturas humanas ainda não encontraram o ponto de realização plenificadora. Isto porque Jesus tem sido motivo de excogitações imediatistas no campeonato das projeções pessoais, na religião, na política e nos interesses mesquinhos.

Graças às claridades incomparáveis do Espiritismo, nosso Modelo e Guia assume o verdadeiro lugar que o Pai Lhe concedeu na história do planeta terrestre.

Ao Espiritismo, pois, tem cabido a tarefa de colocar Jesus no centro das aspirações humanas, em considerando a Lei de Amor de que Ele se fez especial modelo para viger entre todas as criaturas.

Madrugada é esta de desafios! …

As incompreensões e as lutas fazem-se amiudadas.  A resistência dos ideais de enobrecimento, porém, deve suportar a ardência dos combates férreos direcionados contra os objetivos em pauta.

Medem-se a força e a grandeza de um ideal pelas resistências que oferece, superando as batalhas que lhe são direcionadas.

É necessário preservar o Espiritismo conforme o herdamos do eminente Codificador, mantendo-lhe a claridade dos postulados, a limpidez dos seus conteúdos, não permitindo que se lhe instale adenda perniciosa, que somente irá confundir os incautos e os menos conhecedores das suas diretrizes.

Não se trata aqui de estabelecer um grupo de conservadores ante o avanço de modernistas. O Espiritismo jamais se candidatará a divisionismos nas suas fileiras. É uma Doutrina séria porque tem a ver com o ser imortal. Não pode converter-se num clube de divertimentos em nome da alegria, do espairecimento e das necessidades de entretenimentos.

A Boa Nova ou notícias de alegria produz júbilo interno e não algazarra exterior. Por isso mesmo, no renascimento do Evangelho, ínsito na Codificação, não é lícito que nos transformemos em pessoas insensatas no trato com as questões espirituais. Preservar, portanto, a pulcritude e a seriedade da Doutrina no Movimento Espírita é dever que nos compete a todos e particularmente ao Conselho Federativo Nacional através das Entidades Federadas.

Jamais o Espiritismo servirá para os prazeres egoicos, as conversações chulas e o preenchimento dos espaços vazios entre mentes ociosas de pessoas frívolas. Por isso mesmo, a mediunidade deve ser exercida santamente, cristãmente, com responsabilidade e critérios de elevação para não se transformar em instrumento de perturbação e desídia.

Vós sois a luz do mundo! – Propõe o Evangelho novo, porquanto a Grande Luz é o Mestre, que deveremos insculpir no mundo íntimo, para que brilhe através de nós.

Não revidar ofensas, manter a consciência do dever acima de quaisquer conjunturas, perseverar quando outros abandonam ou são vítimas de defecções, porfiar no bem comum e viver a caridade sob todos os aspectos possíveis, dominados pelo amor que deflui do incomparável Amigo e Benfeitor, são as diretrizes de ontem como de hoje.

Mantende o espírito de paz, preservando os objetivos abraçados e, caso seja necessário selar vosso compromisso com testemunho, não titubeeis.

Cristo ou Mamon? É fácil eleger Aquele que deu a Sua pela nossa vida, ensinando-nos mansuetude, retidão e paz.

Meus filhos, é necessário que os atos confirmem as palavras e que o Espírito do Cristo, habitando em nós, seja a nossa resposta aos desafios do momento, trabalhando em favor do meio dia da madrugada que começa.

Muita paz! Que o Senhor nos abençoe!

São os votos do servidor humílimo e paternal de sempre,

Bezerra

Psicofonia de Divaldo Franco, em 9 de novembro de 2003, no encerramento da Reunião do Conselho Federativo Nacional, na sede da Federação Espírita Brasileira, em Brasília. – Fonte: Jornal Mundo Espírita

Os Pacificadores: Divaldo Franco

 


Tenhamos fé

 “... vou preparar-vos lugar”. Jesus (João, 14:2)

 

Sabia o Mestre que, até à construção do Reino Divino na Terra, quantos o acompanhassem viveriam na condição de desajustados, trabalhando no progresso de todas as criaturas, todavia, "sem lugar" adequado aos sublimes ideais que entesouram.

Efetivamente, o cristão leal, em toda parte, raramente recebe o respeito que lhe é devido:

Por destoar, quase sempre, da coletividade, ainda não completamente cristianizada, sofre a descaridosa opinião de muitos.

Se exercita a humildade, é tido à conta de covarde.

Se adota a vida simples, é acusado pelo delito de relaxamento.

Se busca ser bondoso, é categorizado por tolo.

Se administra dignamente, é julgado orgulhoso.

Se obedece quanto é justo, é considerado servil.

Se usa a tolerância, é visto por incompetente.

Se mobiliza a energia, é conhecido por cruel.

Se trabalha, devotado, é interpretado por vaidoso.

Se procura melhorar-se, assumindo responsabilidades no esforço intensivo das boas obras ou das preleções consoladoras, é indicado por fingido.

Se tenta ajudar ao próximo, abeirando-se da multidão, com os seus gestos de bondade espontânea, muitas vezes é tachado de personalista e oportunista, atento aos interesses próprios.

Apesar de semelhantes conflitos, porém, prossigamos agindo e servindo, em nome do Senhor.

Reconhecendo que o domicílio de seus seguidores não se ergue sobre o chão do mundo, prometeu Jesus que lhes prepararia lugar na vida mais alta.

Continuemos, pois, trabalhando com duplicado fervor na sementeira do bem, à maneira de servidores provisoriamente distanciados do verdadeiro lar.

"Há muitas moradas na Casa do Pai."

E o Cristo segue servindo, adiante de nós.

Tenhamos fé.


Emmanuel / Chico Xavier – Fonte Viva – FEB – cap. 044

sábado, 12 de março de 2022

Mais Luz - Edição 569 - 13/03/2022

Confira nesta edição:

  • A lenda da guerra
  • Ante o Evangelho: A afabilidade e a doçura
  • Poema: Em paz
  • Linguagem – Fonte Viva
  • Prece de paz – Emmanuel

 

“Através da linguagem, o homem ajuda-se ou se desajuda.”

 

https://mailchi.mp/ae571e1f1cec/linguagem-reflita-conosco 

Os Pacificadores: Albert Schweitzer

 


A lenda da guerra

Quando o primeiro pastor de almas se elevou da Terra, no carro da morte, o Senhor esperou-o no Trono de Justiça e Misericórdia, de modo a ouvir-lhe o relatório alusivo às ovelhas do mundo.
Nos céus, aves felizes entoavam cânticos à paz, enquanto serafins tangiam harmoniosas citaras ao longe...

Tudo era esperança e júbilo no paraíso; no entanto, o pastor, que fora também no Planeta Terrestre o primeiro homem bom, trazia consigo dolorosa expressão de amargura. Os cabelos brancos caíam-lhe em desalinho, seus pés e mãos tinham marcas sangrentas e de seus olhos fluíam lágrimas abundantes.

O Todo-Poderoso recebeu-o, surpreendido.

O ancião inclinou-se, reverente; saudou-o, respeitoso, e manteve-se em profundo silêncio.

As interrogações paternais, todavia, explodiram afetuosas.

Como seguia o rebanho da Terra? Observa-se o regulamento da Natureza? Atendia-se ao caminho traçado? Havia suficiente respeito na vida de todos? Bastante compreensão no serviço individual?

– Conforme o desdobramento dos negócios terrestres, abriria novos horizontes ao progresso dos homens. O dever bem vivido conferiria mais extenso direito às criaturas.

O velhinho, contudo, ouvia e chorava.

Mais austeramente inquirido, respondeu, soluçando:

- Ai de mim, Senhor! As ovelhas que me confiastes, segundo me parece, trazem corações de animais cruéis. A maioria tem gestos de lobos, algumas revelam a dureza do tigre e outros a peçonha de víboras ingratas...

- Oh!... Oh!...

Gritos de admiração partiam de todos os lados.

De fisionomia severa, embora serena, o Senhor perguntou:

- Não têm as ovelhas a dádiva do corpo para o sublime aprendizado na escola terrestre?

- Sim – suspirou o ancião -, mas desprezam-no e insultam-no, todos os dias, através do relaxamento e da viciação.

- Não possuem a casa, o ninho doce que lhes dei?

- Mas fazem do campo doméstico verdadeiro reduto de hostilidades cordiais, no qual se combatem mutuamente, a distância do entendimento e do perdão.

- Não guardam a bênção do parentesco entre si?

- Transformam os elos consanguíneos em telas grossas de egoísmo, dentro das quais se escarneceram.

- E os filhinhos? Não conservam o sorriso das crianças?

- Convertem as ovelhinhas em pequenos demônios de vaidade, que perturbam todo o rebanho no curso do tempo.

- A pátria? Não lhes concedi o grande lar para a expansão coletiva?

- Cristalizam a ideia de pátria em absurdo propósito de dominação, espalhando em seu nome a miséria e a morte.

- E o amor? Determinei que o amor lhes constituísse sagrada lâmpada no caminho da vida...

- Perfeitamente – prosseguiu o pastor, desalentado -; entretanto, o amor para eles representa máquina de gozar na esfera física; quando levemente contrariados em seus jogos de ilusão, odeiam e ferem...

- A verdade? – Tornou o Senhor, compassivo.

- Somente acreditam nela e aceitam-na, se os seus interesses imediatos, mesmo quando criminosos, não são prejudicados.

- E não te ouvem os ensinos, inspirados por meu coração?

O velhinho sorriu pela primeira vez, em meio da infinita amargura a lhe transparecer do rosto, e acentuou:

- De modo algum. Recebem-me com indisfarçável sarcasmo. Preferem aprender em queda espetacular no despenhadeiro, que ouvir minha voz.

- Mas, não combinam entre si, quanto aos interesses de todos?

- Não. Muita vez se mordem uns aos outros.

- Não estabelecem acordos pacíficos com os vizinhos?

- Intensificam as discórdias, atiram pedras ao próximo e o crime costuma ser o juiz de suas disputas.

- Todavia – continuou o Misericordioso -, e a Natureza que os cerca? Porventura, não lhes falam ao coração a claridade do Sol, a bênção do ar, a bondade da água, a carícia do vento, a cooperação dos animais, a proteção do arvoredo, o perfume das flores, a sabedoria da semente e a dádiva dos frutos?!...

- Infelizmente – esclareceu o ancião -, vagueiam como cegos e surdos, ante o concerto harmonioso de vossas graças, e oprimem a Natureza simbolizando gênios do mal, destruidores e despóticos.

- E a morte? – Indagou o Altíssimo – não temem a justiça do fim?

- Parecem ignorá-la; peregrinam na Crosta do Planeta como duendes loucos, embriagados de ilusão, indiferentes ao vosso amor, endurecidos para com vossa orientação, despreocupados de vossa justiça...

Nesse momento, o Senhor Todo-Poderoso mostrou-se igualmente entristecido. Após meditar alguns minutos, falou ao pastor em pranto:

- Não chores, nem te desespere. Volta à Terra e retoma o teu trabalho. Outros companheiros contribuirão em teu ministério, encaminhando, corrigindo, refazendo e amando em meu nome...

Alguém, contudo, estará presente no mundo, colaborando contigo e com os demais para que as minhas ovelhas infelizes compreendam a estrada do aprisco pela dor.

Em seguida, cumprindo ordens divinas, alguns anjos desceram aos infernos e libertaram perigoso monstro sem olhos e sem ouvidos, mas com milhões de garras e bocas.

Foi então que, desde esse dia, o monstro cego e surdo da guerra acompanha os pastores do bem, a fim de exterminar, em tormentas de suor e lágrimas, tudo o que, na Terra, constitua obra de vaidade e orgulho, egoísmo e tirania dos homens, contrários aos sublimes desígnios de Deus.

 

Irmão X / Chico Xavier – Livro Estante da Vida

Linguagem

 “Linguagem sã e irrepreensível para que o adversário se envergonhe, não tendo nenhum mal que dizer de nós”. Paulo (Tito, 2:8)

 

Através da linguagem, o homem ajuda-se ou se desajuda.

Ainda mesmo que o nosso íntimo permaneça nevoado de problemas, não é aconselhável que a nossa palavra se faça turva ou desequilibrada para os outros.

Cada qual tem o seu enigma, a sua necessidade e a sua dor e não é justo aumentar as aflições do vizinho com a carga de nossas inquietações.

A exteriorização da queixa desencoraja, o verbo da aspereza vergasta, a observação do maldizente confunde...

Pela nossa manifestação mal conduzida para com os erros dos outros, afastamos a verdade de nós.

Pela nossa expressão verbalista menos enobrecida, repelimos a bênção do amor que nos encheria do contentamento de viver.

Tenhamos a precisa coragem de eliminar, por nós mesmos, os raios de nossos sentimentos e desejos descontrolados.

A palavra é canal do "eu".

Pela válvula da língua, nossas paixões explodem ou nossas virtudes se estendem.

Cada vez que arrojamos para fora de nós o vocabulário que nos é próprio, emitimos forças que destroem ou edificam, que solapam ou restauram, que ferem ou balsamizam.

Linguagem, a nosso entender, se constitui de três elementos essenciais: expressão, maneira e voz.

Se não aclaramos a frase, se não apuramos o modo e se não educamos a voz, de acordo com as situações, somos suscetíveis de perder as nossas melhores oportunidades de melhoria, entendimento e elevação.

Paulo de Tarso fornece a receita adequada aos aprendizes do Evangelho.

Nem linguagem doce demais, nem amarga em excesso. Nem branda em demasia, afugentando a confiança, nem áspera ou contundente, quebrando a simpatia, mas sim "linguagem sã e irrepreensível para que o adversário se envergonhe, não tendo nenhum mal que dizer de nós".

 

Emmanuel / Chico Xavier – Fonte Viva – FEB – cap. 043

sábado, 5 de março de 2022

Mais Luz - Edição 568 - 06/03/2022

 Confira nesta edição: 

  • Inquebrantável fibra
  • Ante o Evangelho: Os infortúnios ocultos
  • Poema: A mulher brasileira
  • Por um pouco – Fonte Viva
  • Oração da mulher – Meimei

 Clique:

https://mailchi.mp/f1c938b907be/inquebrantvel-fibra

Inquebrantável fibra

 


A sua vida foi uma trajetória de formidáveis realizações, constelada de belezas, capazes de deixar para o mundo o que há de mais sazonado, em termos de exemplo de enfibratura moral e talento intelectual, tudo isto, associado a uma sensibilidade expressiva.

Nascida num lar de poucos recursos, na cidade de Varsóvia, em 1867, na velha Polônia, abrigava na alma o anseio de estudar, de avançar e de ser útil à ciência e às criaturas humanas, suas irmãs da lida comum.

Após as oportunidades de estudar, que concedeu às irmãs mais jovens do que ela, que era a primogênita, seguiu para Paris, a fim de formar-se em ciências físicas, químicas e em matemática, o que logrou em pouco tempo, exitosamente.

Consorciada com o celebrado professor Pierre Curie, Marya Klodowska passará à história como a excelente Marie Curie, ou, simplesmente, Madame Curie.

Não obstante as condições de vida nada fáceis, desenvolveu-se como mulher, esposa, mãe e cientista, sem relegar nenhuma tarefa, sem abastardar-se, sem encharcar-se de materialismo, apaixonada pela vida, entusiasmada por tudo o que realizava.

Estudou, pesquisou, amou e converteu-se no único cientista a receber por duas vezes o prêmio Nobel, o que jamais ocorrera, até então.

Tendo sido a primeira mulher a tornar-se professora na Sorbonne, após a morte do marido, permaneceu vibrante e simples, compreendendo que a missão que Deus delega à mulher é sempre de caráter especial e sublime, para que ela se perca nos vales de ilusões e sombras do mundo.

Após anos de ingentes lutas por alcançar os seus objetivos, após ser alvo das homenagens de inumeráveis instituições universitárias e científicas pelo mundo, conclui seus dias na reencarnação, assinalada pela grave enfermidade que o excesso de radiações, oriundas dos minérios que examinava, sem os necessários cuidados, hoje existentes, lhe impusera.

Do hospital suíço de Sancellemoz, Marie Curie pode contemplar, ainda no corpo físico, os resultados maravilhosos do seu labor em prol do crescimento da Humanidade inteira.

Para que a mulher estude, não precisa negligenciar o lar.

Para que se desenvolva intelectualmente, não necessita rechaçar os filhos.

Para que seja independente e se faça grandiosa, não carecerá de abrir mão do seu valor moral, estribado na ética do bem e do amor.

Se se levantarem, em toda parte, valores femininos com essa inquebrantável fibra de Madame Curie, e de outras mulheres excelentíssimas, com certeza a ciência será tocada pela sensibilidade da alma, os filhos não serão relegados para a realização profissional de suas progenitoras, e, com a mente mais voltada para a sua função mais alta, a mulher não se deixará explorar tanto, pela indústria da prostituição e da loucura, que toma conta da Terra, nesses tempos definidores dos verdadeiros valores da alma.

Francisco de Paula Vitor / José Raul Teixeira – Livro: Vida e Mensagem

 

Nota da Equipe de Divulgação:

À guisa de informação, foi Madame Curie quem desenvolveu a teoria da "radioatividade" (um termo que ela cunhou), técnicas para isolar isótopos radioativos.

Marie e Pierre Curie apresentam ao mundo científico a descoberta de dois novos elementos químicos, o polônio e o rádio. Com essas pesquisas, Pierre, em particular, verificou que a radiação podia matar células de tecido doente, ou seja, iniciou o estudo da radioterapia. Sob a direção de Madame Curie, foram conduzidos os primeiros estudos para o tratamento de neoplasias usando isótopos radioativos. (Fonte: Google)

quinta-feira, 3 de março de 2022

Por um pouco

 

“Escolhendo antes ser maltratado com o povo de Deus do que por um pouco de tempo ter o gozo do pecado”. Paulo (Hebreus, 11:25)


Nesta passagem refere-se Paulo à atitude de Moisés, abstendo-se de gozar por um pouco de tempo das suntuosidades da casa do Faraó, a fim de consagrar-se à libertação dos companheiros cativos, criando imagem sublime para definir a posição do espírito encarnado na Terra.

"Por um pouco", o administrador dirige os interesses do povo.

"Por um pouco", o servidor obedece na subalternidade.

"Por um pouco", o usurário retém o dinheiro.

"Por um pouco", o infeliz padece privações.

Ah! Se o homem reparasse a brevidade dos dias de que dispõe na Terra! Se visse a exiguidade dos recursos com que pode contar no vaso de carne em que se movimenta...

Certamente, semelhante percepção, diante da eternidade, dar-lhe-ia novo conceito da bendita oportunidade, preciosa e rápida, que lhe foi concedida no mundo.

Tudo favorece ou aflige a criatura terrestre, simplesmente por um pouco de tempo.

Muita gente, contudo, vale-se dessa pequenina fração de horas para complicar-se por muitos anos.

É indispensável fixar o cérebro e o coração no exemplo de quantos souberam glorificar a romagem apressada no caminho comum.

Moisés não se deteve a gozar, "por um pouco", no clima faraônico, a fim de deixar-nos a legislação justiceira.

Jesus não se abalançou a disputar, nem mesmo "por um pouco", em face da crueldade de quantos o perseguiam, de modo a ensinar-nos o segredo divino da Cruz com Ressurreição Eterna.

Paulo não se animou a descansar "por um pouco", depois de encontrar o Mestre às portas de Damasco, de maneira a legar-nos seu exemplo de trabalho e fé viva.

Meu amigo, onde estiveres, lembra-te de que aí permaneces "por um pouco" de tempo. Modera-te na alegria e conforma-te na tristeza, trabalhando sem cessar, na extensão do bem, porque é na demonstração do "pouco" que caminharás para o "muito" de felicidade ou de sofrimento.

 

Emmanuel / Chico Xavier – Fonte Viva – FEB – cap. 042