sábado, 28 de dezembro de 2019

ANO NOVO – Novo Ano


Ao término de cada ano, damos guarida à ideia de que o novo ano será melhor, mais luminoso, mais profícuo. Novo Ano tivemos ontem, temo-lo agora, tê-lo-emos amanhã e depois, depois e sempre.
Novo Ano diz respeito à sequência natural da vida, ocasião de nos reorganizarmos, raciocinarmos sobre novas e atuais posições, como, por exemplo, melhor aproveitamento do tempo - esse mercado de oportunidades que nos foi concedido para a construção do bem, ótimo ensejo de semearmos o que iremos colher num futuro próximo. A hora que passa é preciosa demais para que lhe percamos a grandeza. Elaboremos, pois, o nosso calendário e aproveitemos os dias, as horas e os minutos para fazermos o máximo que nos for possível na sementeira do bem. O tempo é irreversível, não volta mais. Talvez, por isso mesmo, nos mundos felizes ou nos espaços siderais o tempo seja inexistente e os Espíritos vivam num eterno presente.
O tempo diz respeito a quem está em marcha e percebe que as coisas não são fixas ou permanentes. Eis porque no ser inteligente há ânsia, há busca, há desejo de refazer, recomeçar, repensar, esclarecer dúvidas ou incertezas. Vive-se ao sabor das surpresas do caminho. Somos felizes ou infelizes, até o instante em que percebemos a insatisfação ou por ela somos surpreendidos, ou despertamos para a realidade do que efetivamente somos.
Julgamos então ser nosso o equívoco quanto à felicidade que pensávamos haver alcançado, ou concluímos que não éramos tão infelizes quanto supúnhamos, e, nesse sentido, quanto mais imperfeito é o indivíduo, maior é a soma de suas insatisfações e menos estável é a sua felicidade, que é algo que construímos dentro de nós e que nada tem a ver com os bens materiais que são passageiros. A perfeição que buscamos alcançar pelo exercício diuturno do Evangelho conduz-nos direta e ininterruptamente aos gozos eternos e inconspurcáveis do Espírito. Perder tempo é, pois, obstacular a caminhada no roteiro da Luz.
Ano Novo significa mais um trecho que temos a percorrer em nossa caminhada na Crosta Planetária, uma ótima oportunidade para um balanço total de nossa vida. Isso sugere a ideia de viagem... Quando pensamos viajar, cogitamos logo de preparar a bagagem, pondo tudo em ordem, separando as coisas necessárias para levar. Prevenimos o numerário suficiente para as despesas, enfim, tomamos todas as medidas cabíveis para nos assegurar uma ida e uma volta isentas de embaraços. O Espiritismo, quando penetra em nossa intimidade, convida-nos a realizar duas grandes viagens:
- a primeira, para dentro de nós mesmos, em busca do autodescobrimento, através do qual conheceremos os equívocos a serem corrigidos e as conquistas salutares a serem ampliadas;
- a segunda, para fora de nós, em busca do outro, dos carentes e necessitados de nosso amor e compreensão que surgem com campo propício para a semeadura das descobertas anteriores.
Diante do ano que findou e de um que se inicia deve ser o bem, o amor a nossa meta. A transformação moral definitiva começa no desejo íntimo e concretiza-se na ação renovadora. Ninguém espere encontrar na vida um mar de rosas; necessário se faz aprendermos a lidar com as nossas emoções e sentimentos.
O desafio, porém, precisa ser enfrentado, mesmo à custa de lágrimas. A “boa luta”, a que Jesus se referiu, começa na coragem de mergulharmos no imo de nós mesmos, para alcançarmos o nosso propósito: vencer do princípio ao fim, do primeiro ao último dia do Ano Novo, observando uma conduta reta e a mais elevada possível, pensando tão somente no Bem que elegeremos para luz de nosso caminho. O que importa, em essência, não é propriamente a passagem de um ano para outro, coisa que sempre se deu e se dará à nossa revelia, e sim as condições da bagagem espiritual com que entramos no Ano Novo: para que ele seja realmente bom como o concebemos, precisamos renovar-nos.
Muita paz e um Ano Novo repleto de realizações.

 Jurá Rodrigues - Revista Reformador - janeiro/1999

Um ano maravilhoso


Diz Jesus (Lucas 4:18-19): O Espírito do Senhor está sobre mim, pelo que me ungiu para evangelizar aos pobres. Enviou-me para apregoar liberdade aos cativos, dar vista aos cegos, pôr em liberdade os oprimidos e anunciar o ano aceitável do Senhor.
Coletivamente, envolvendo a Humanidade, podemos dizer que o ano aceitável do Senhor foi aquele em que a mensagem de Jesus começou a ser transmitida, no ano trinta da Era Cristã, segundo a cronologia estabelecida.
Individualmente, será aquele em que estivermos dispostos a aceitar Jesus em plenitude, buscando colocar em prática seus ensinamentos.
A orientação para essa vivência está contida nas excelências do Evangelho, que tem a sua síntese no Sermão da Montanha, o mais belo poema da Humanidade.
Nele temos o roteiro perfeito para cumprir a vontade de Deus e edificar o Reino Divino na Terra.
E o próprio Sermão da Montanha pode ser sintetizado, conforme a expressão de Jesus (Mateus, 7:12): Tudo o que quiserdes que os homens vos façam, fazei-o assim também a eles.
Em favor dos homens, representados por familiares, amigos, vizinhos, colegas de trabalho, transeuntes, e todos aqueles que cruzam nosso caminho, somos convocados a fazer o melhor, tanto quanto gostaríamos que eles o fizessem por nós.
Isso nos remete aos valores do perdão, da caridade, da solidariedade, da tolerância, da paciência e das demais virtudes evangélicas, que o Mestre não se cansou de ensinar e exemplificar ao longo de seu apostolado.
No empenho de servir os carentes de todos os matizes, há que considerar nossa integração em grupos de trabalho.
Aqueles que servem com eficiência, que produzem em benefício da coletividade, invariavelmente estão associados a outras pessoas, unidos por ideais comuns.
Há estímulos recíprocos em que nos beneficiamos e somos beneficiados, em relação ao serviço.
Se nos propomos, por exemplo, a visitar doentes num hospital, cumprindo solitariamente a tarefa, sempre haverá certo constrangimento na abordagem dos pacientes.
Por outro lado, dificilmente sustentaremos a assiduidade.
Se integrados num movimento de solidariedade, haverá sempre a segurança do grupo e o estímulo dos companheiros a nos cobrarem a presença.
Podemos estar dispostos a atender eventualmente o pobre que bate à nossa porta, ajudar um colega de serviço, atender à necessidade de um vizinho, visitar um doente…
Mas será sempre algo por demais elementar para nos situar como legítimos servidores.
É preciso dar regularidade e constância a esse empenho.
Para tanto, a melhor alternativa é o Centro Espírita, a escola abençoada das Almas, onde, num primeiro momento, aprendemos a raciocinar como Espíritos imortais em jornada de aprendizado pela Terra.
E se houver empenho de nossa parte nesse mister, logo perceberemos que ali está também a nossa abençoada oficina de trabalho, onde, unidos em torno do ideal comum de servir, integramo-nos nos abençoados serviços da solidariedade, que emprestam significado e objetivo à existência.
Uma boa proposta para o Ano Novo.
Integrando-nos nas atividades da Casa Espírita, participando de suas campanhas, contribuindo para seus serviços, estaremos fazendo de “2020”* um ano aceitável do Senhor, aquele ano maravilhoso em que, despertando para as realidades reveladas pela Doutrina Espírita, estejamos dispostos a arregaçar as mangas, buscando a glória de servir.

*2005 no original
 Richard Simonetti - Revista Reformador – janeiro / 2005

Palestras CEJG - Janeiro/2020


Nisto conheceremos

“Nisto conhecemos o espírito da verdade e o espírito do erro.” (I João, 4:6.)

Quando sabemos conservar a ligação com a Paz Divina, apesar de todas as perturbações humanas:
· perdoando quantas vezes forem necessárias ao companheiro que nos magoa;
· esquecendo o mal para construir o bem;
· amparando com sinceridade aos que nos aborrecem;
· cooperando espiritualmente, através da ação e da oração, a benefício dos que nos perseguem e caluniam;
· olvidando nossos desejos particulares para servirmos em favor de todos;
· guardando a fé no Supremo Poder como luz inapagável no coração;
· perseverando na bondade construtiva, embora mil golpes da maldade nos assediem;
· negando a nós mesmos para que a bênção divina resplandeça em torno de nossos passos;
· carregando nossas dificuldades como dádivas celestes;
· recebendo adversários por instrutores;
· bendizendo as lutas que nos aperfeiçoam a alma, à frente da Esfera Maior;
· convertendo a experiência terrena em celeiros de alegrias para a Eternidade;
· descortinando ensejos de servir em toda parte;
· compreendendo e auxiliando sempre, sem a preocupação de sermos entendidos e ajudados;
· amando os nossos semelhantes qual temos sido amados pelo Senhor, sem expectativa de recompensa; então, conheceremos o espírito da verdade em nós, iluminando-nos a estrada para a redenção divina.

Livro Vinha de Luz – Emmanuel por Chico Xavier – Lição 109

quarta-feira, 18 de dezembro de 2019

Em busca do Mestre

Aos ouvidos da Alma atormentada, que lhe pedia a comunhão com Jesus, respondeu, generoso, o mensageiro celestial:
- Sim, em verdade reconheces no Cristo o Senhor, mas não te dispões a servi-lo...
Clamas por Ele, como sendo a Suma Compaixão, todavia, ainda te acomodas com a maldade...
Não te cansas de anunciá-lo por Luz dos Séculos, entretanto, não te afastas da sombra...
Dizes que Ele é o Amor Infinito, mas ainda te comprazes na agressividade e no ódio...
Afirmas aceitá-lo por Príncipe da Paz e não vacilas em favorecer a discórdia...
- Contudo - suplicou a Alma em pranto -, tenho fome de consolo, no aflitivo caminho em que se me alongam as provações... Que fazer para encontrar-lhe a presença redentora? ....
- Volta ao combate pela vitória do bem e não desfaleças! - acrescentou o emissário celeste.
- Ele é teu Mestre, a Terra é tua escola, o corpo de carne a tua ferramenta e a luta a nossa sublime oportunidade de aprender. Se já lhe recolheste a lição, sê um traço dEle, cada dia... Ama sempre, ainda que a fogueira da perseguição te elimine a esperança, estende os braços ao próximo, sem esmorecer, ainda que o fel das circunstâncias adversas te envenene a taça de solidariedade e carinho!...
Sê um raio de luz nas trevas e a mão abnegada que insiste no socorro fraternal, ainda mesmo nos lugares e nas situações em que os outros hajam desistido de auxiliar... Vai! Esquece-te e ajuda no silêncio, assim como no silêncio recolhes dEle o alento de cada instante! Não pretendas improvisar a santidade e nem esperes partilhar-lhe, de imediato, a glória sublime! Ouve! Basta que sejas um traço do Senhor, onde estiveres!...
Aos olhos da Alma supliciada desapareceu a figura do excelso dispensador dos Talentos Eternos.
Viu-se, de novo, religada ao corpo, sob desalento inexprimível...
Contudo, ergueu-se, enxugou os olhos doridos e, calando-se, procurou ser um traço do Mestre cada dia.
Correu, célere, o tempo.
Amou, tolerou, sofreu e engrandeceu-se...
O mundo feriu-a de mil modos, os invernos da experiência enrugaram-lhe a face e pratearam-lhe os cabelos, mas um momento surgiu em que os traços do Mestre como que se lhe gravaram no íntimo...
Viu Jesus, com todo o esplendor de sua beleza, no espelho da própria mente, no entanto, não dispunha de palavras para transmitir aos outros qualquer notícia do divino milagre...
Sabia tão somente que transportava no coração as estrelas da alegria e os tesouros do amor.

Chico Xavier / Meimei - Livro Instruções Pisicofônicas

“E A Vida Continua...”: Andrezinho e a Justiça Divina


O avatar da Microcampanha “A Vida no Mundo Espiritual”, Andrezinho, fala sobre as ações e escolhas dos seres em evolução e como funcionam os mecanismos da Justiça Divina. Tal ensinamento está presente no capítulo 13 do livro “E A Vida Continua...”, a décima terceira
obra da série.
Ditado por André Luiz e psicografado por Chico Xavier, o livro completa 51 anos de lançamento em 2019.

Operemos em Cristo

“E quanto fizerdes, por palavras ou por obras, fazei tudo em nome do Senhor Jesus, dando por Ele graças a Deus e Pai.” Paulo (Colossenses, 3:17)

A espera de resultados, depois de expressões e ações reconhecidamente elevadas, pode provocar enormes prejuízos em nossa romagem para a Suprema Luz.
Enquanto aguardamos manifestações alheias de gratidão ou melhoria, somos suscetíveis de paralisar nossas próprias obrigações, desviando-nos para o terreno escuro da maledicência ou do julgamento precipitado.
Quanto seja possível, distribuamos o bem, entregando nossas atividades ao Cristo, divino doador dos benefícios terrestres.
É perigoso estabelecer padrões de reconhecimento para corações alheios, ainda mesmo quando sejam preciosas joias do nosso escrínio espiritual. Em nossa expectação ansiosa por enxergar a soma de nossos gestos nobres, podemos parecer egoístas, ingratos e maldizentes.
Copiemos o pomicultor sensato.
Preparemos a terra, auxiliando-a e adubando-a.
Em seguida, lancemos ao solo sementes e mudas valiosas.
O serviço mais importante caberá ao Senhor da Vida. Ele cuidará das circunstâncias favoráveis no espaço e no tempo, desenvolvendo-nos a sementeira, ou anularnos-á o serviço, através de processos naturais, adiando a realização de nossos desejos, em virtude de razões que desconhecemos.
O pomicultor equilibrado trabalha com títulos de sincera confiança no Céu, ignorando, de maneira absoluta, se colherá flores ou frutos de suas obras, no quadro do imediatismo humano.
Ampara-se, todavia, na Providência Divina e trabalha sempre, a benefício de todos.
Cumpramos, assim, nossa tarefa, por mais alta ou mais humilde, operando invariavelmente em nome de Jesus.
Junto d’Ele, sejam para nós a glória de amar e o prazer de servir.

Livro Vinha de Luz – Emmanuel por Chico Xavier – Lição 108

Natal de amor

Jesus transcende tudo quanto a Humanidade jamais conheceu e estudou.
Personalidade singular, tem sido objeto de aprofundadas pesquisas através dos tempos, permanecendo, no entanto, muito ignorado.
Amado por uns e detestado por outros, conseguiu cindir o pensamento histórico, estabelecendo parâmetros de felicidade dantes jamais sonhados, que passaram a constituir metas desafiadoras para centenas de milhões de vidas.
Podendo ter disputado honrarias e destaques na comunidade do Seu tempo, elegeu uma gruta obscura para iluminá-lo com o Seu berço de palha e uma cruz detestada para despedir-se do convívio com as criaturas em Sua breve existência, na qual alterou totalmente as paisagens culturais do planeta.
Vivendo pobremente, em uma cidade sem qualquer significado social ou econômico, demonstrou que a inteligência e a sabedoria promanam do Espírito e não dos fatores hereditários, ambientais, educacionais, que podem contribuir para o seu desdobramento, nunca, porém, para a sua gênese.
Movimentando-se entre multidões sequiosas de orientação, numa época de inconcebíveis preconceitos de todo o gênero, elegeu sempre os indivíduos mais detestados, combatidos, perseguidos, excluídos, sem que abandonasse aqueles que se encontravam em patamares mais elevados na ribalta dos valores terrestres.
Portador de incomum conhecimento da vida e das necessidades humanas, falava pouco, de forma que todos Lhe apreendessem os ensinamentos e os incorporassem ao cotidiano, sem preocupar-se com os formalismos existentes.
Utilizando-se de linguagem simples e de formosas imagens que eram parte do dia a dia de todas as criaturas, compôs incomparáveis sinfonias ricas de esperanças e de bênçãos, que prosseguem embalando o pensamento após quase dois mil anos desde quando foram apresentadas.
Nunca se permitiu uma conduta verbal e outra comportamental diferenciadas. Todos os Seus ditos encontram-se confirmados pelos Seus feitos.
Compartilhando da companhia de párias, não se fez miserável; atendendo aos revoltados, nunca se permitiu rebelião; participando das dores gerais, manteve-se em saudável bem-estar que a todos contagiava.
Jovial e alegre, cantava os Seus hinos à vida e a Deus, sem nunca extravasar em gritaria, descompasso moral ou vulgaridade de conduta.
Amando, sem cessar, preservou o respeito por todos os seres vivos, especialmente dignificando a mulher, que sempre foi exprobrada, incompreendida, explorada, perseguida, humilhada...
Ergueu os combalidos, sem maldizer aqueles que os abandonavam.
Socorreu os infelizes, jamais condenando os responsáveis pelas misérias sociais e econômicas do Seu tempo.
... E mesmo quando abandonado, escarnecido, julgado e condenado sem culpa, manteve a dignidade incomparável que Lhe assinalava a existência, não repartindo com ninguém Suas dores e o holocausto a que se submeteu.
Jesus é mais do que um símbolo para a Humanidade de todos os tempos.
Mudaram as paisagens sociais e culturais no transcurso dos séculos, enquanto os indivíduos da atualidade continuam mais ou menos semelhantes àqueles do Seu tempo.
A dor prossegue jugulando ao seu eito as vidas que estorcegam em sua crueza; o orgulho enceguece vidas; o egoísmo predomina nos relacionamentos e interesses sociais; a violência dilacera as esperanças; o crime campeia à solta, e o ser humano parece descoroçoado, sem rumo.
Doutrinas salvacionistas surgem e desaparecem, propostas revolucionárias são apresentadas cada dia e sucumbem sob os camartelos dos desequilíbrios, filosofias multiplicam-se, e generaliza-se a loucura dizimando as vidas que lhe tombam nas armadilhas soezes...
Jesus, no entanto, permanece o mesmo, aguardando aqueles que O queiram seguir.
Uns adulteraram-Lhe as palavras, outros tentam atualizá-Lo, mesclando Sua austeridade com a insensatez que vige em toda parte, procurando assim confundir a Sua alegria com a alucinação dos sentidos exaltados pelo sexo em desalinho, e, não obstante, nada macula Suas lições, nem diminui de intensidade a Sua proposta libertadora.
Educador por excelência, despertava o interesse dos Seus ouvintes, mantendo diálogos repassados de incomum habilidade psicológica, de forma a penetrar no âmago dos problemas existenciais, sem permitir-se reproche ou desdém.
Psicoterapeuta excepcional, identificava os conflitos sem que se fizesse necessária a verbalização por parte do enfermo, auxiliando-o a dignificar-se e liberar-se da injunção perturbadora em clima de verdadeira fraternidade.
Os poucos anos do Seu ministério, todavia, assinalaram a História com luzes que jamais se apagarão e continuarão apontando rumos para o futuro.
Por tudo isso, o Natal de Jesus é sempre renovador convite a uma releitura da Sua mensagem, a novas reflexões em torno das Suas palavras de luz, à revivescência dos Seus projetos de amor para com a Humanidade.
A alegria que deve dominar aqueles que O amam, evocando o Seu berço, ao invés de ser estrídula e agitada, há de espraiar-se como contribuição para diminuir as aflições e modificar as estruturas carcomidas da sociedade atual, trabalhando-as de forma a propiciar felicidade, oportunidade de crescimento, de dignificação, de saúde e de educação para todas as pessoas.
Distende, portanto, em homenagem ao Seu nascimento, a tua quota de amor a todos quantos te busquem, de forma que eles compreendam a qualidade e o elevado padrão do teu relacionamento espiritual com Ele, interessando-se também por vincular-se a esse Amigo, modelo e guia de todas as horas.
Não desperdices a oportunidade de demonstrar que o Natal de Jesus é permanente compromisso de amor entre os Céus e a Terra por meio dEle, que se fez a ponte entre os homens e Deus, e que continua, vigilante e amigo, pronto para ajudar e conduzir todos aqueles que desejam a plenitude.

 Joanna de Ângelis / Divaldo Franco - Fonte: www.caminhosluz.com.br

sexta-feira, 13 de dezembro de 2019


Jesus


Chegou ao mundo nos braços de uma tecelã e de um modesto carpinteiro, cercado pela moldura da natureza em festa.
A Sua vida se desenvolveu, desde cedo, demonstrando a que viera, quando dialogou com os doutores do templo, aos 12 anos de idade, conforme rezam as tradições. Conviveu com todos os tipos de criaturas, exaltando a simplicidade e a alegria de viver, a fidelidade ao bem e a fraternidade, a responsabilidade nos atos e o amor.
Falou sobre o bem, sentindo-o.
Ensinou o bem, vivenciando-o e a ele Se entregando.
Passou pela Terra como a brisa que sopra na primavera, deixando o aroma da Sua passagem, numa verdadeira floração de bênçãos variadas.
Esteve no mundo como um marco de permanente esperança, insuflando coragem nas almas aterradas de pavor ante as próprias deficiências.
Viveu no planeta entre a luz do Céu e as almas umbrosas da Terra, buscando levantar o coração humano para as altitudes felizes, onde vibram os seres angélicos dos quais Ele fazia parte.
Aquilo que afirmou como fundamental à alegria e à paz tratou de expressar em Sua vida, na condição de Modelo e de Guia de todos nós, por isso amou os Seus e por eles deu a própria vida; atendeu às necessidades das almas enfermas que O buscaram; ofereceu a água fresca da Sua dedicação, a fim de que não mais sede tivesse quem dela bebesse; saciou a fome de entendimento, de conhecimento e de carinho, tudo havendo transformado no sublime pão da vida; apresentou-Se atencioso e verdadeiro para com Seus discípulos, ajustado à posição de Mestre inigualável.
Acompanhando os movimentos da Humanidade através das eras, identificamos nobres e respeitáveis almas que, na postura de líderes ou de condutores sociais, pregaram o bem, o bom e o belo para os seus liderados, que os exalçam pelos tempos afora.
Quando, diante da indagação de Allan Kardec aos Imortais acerca de qual era o Espírito mais perfeito oferecido ao mundo, para servir de Guia e Modelo à Humanidade, os Mentores planetários ripostaram dizendo que era Jesus.
Como Ele foi, então, o maior dentre todos os que à Terra foram enviados para anunciar o Reino dos Céus aos aturdidos filhos do Grande Pai, isso significa que todos os demais, por mais dignos e respeitáveis que tenham sido, são, contudo, menores do que Ele. Mensageiros da Divindade, todos os demais vieram atender aos programas do Criador atidos às épocas, às culturas, às inclinações morais. Jesus, porém, trouxe os matizes da Lei que a todos alcança, sem choques essenciais com nenhum deles, embora o formato próprio às realidades psicoantropológico sociais de cada um.
Somente Jesus Cristo conseguiu ensinar e exemplificar com Seu viver as lições que nos passou, e se hoje, quando evocamos o Seu luminoso Natal, nos vemos engolfados nessas ondas de felicidade, é porque o Senhor de Nazaré, mais e melhor do que qualquer outro, transformou-Se em Caminho, em Verdade e em Vida para todos nós, em todos os tempos e em todas as dimensões da vida terrestre.

Raul Teixeira / Camilo – Sociedade Espírita Fraternidade, Niterói-RJ.

Joio

“Deixai crescer ambos juntos até à ceifa e, por ocasião da ceifa, direi aos ceifeiros: Colhei primeiro o joio e atai-o em molhos para o queimar.” Jesus (Mateus, 13:30)

Quando Jesus recomendou o crescimento simultâneo do joio e do trigo, não quis senão demonstrar a sublime tolerância celeste, no quadro das experiências da vida.
O Mestre nunca subtraiu as oportunidades de crescimento e santificação do homem e, nesse sentido, o próprio mal, oriundo das paixões menos dignas, é pacientemente examinado por seu infinito amor, sem ser destruído de pronto.
Importa considerar, portanto, que o joio não cresce por relaxamento do Lavrador Divino, mas sim porque o otimismo do Celeste Semeador nunca perde a esperança na vitória final do bem.
O campo do Cristo é região de atividade incessante e intensa.
Tarefas espantosas mobilizam falanges heroicas; contudo, apesar da dedicação e da vigilância dos trabalhadores, o joio surge, ameaçando o serviço.
Jesus, porém, manda aplicar processos defensivos com base na iluminação e na misericórdia. O tempo e a bênção do Senhor agem devagarinho e os propósitos inferiores se transubstanciam.
O homem comum ainda não dispõe de visão adequada para identificar a obra renovadora. Muitas plantas espinhosas ou estéreis são modificadas em sua natureza essencial pelos filtros amorosos do Administrador da Seara, que usa afeições novas, situações diferentes, estímulos inesperados ou responsabilidades ternas que falem ao coração; entretanto, se chega a época da ceifa, depois do tempo de expectativa e observação, faz-se então necessária a eliminação do joio em molhos.
A colheita não é igual para todas as sementes da terra. Cada espécie tem o seu dia, a sua estação.
Eis por que, aparecendo o tempo justo, de cada homem e de cada coletividade exige-se a extinção do joio, quando os processos transformadores de Jesus foram recebidos em vão. Nesse instante, vemos a individualidade ou o povo a se agitarem através de aflições e hecatombes diversas, em gritos de alarme e socorro, como se estivessem nas sombras de naufrágio inexorável. No entanto, verifica-se apenas a destruição de nossas aquisições ruinosas ou inúteis.
E, em vista do joio ser atado, aos molhos, uma dor nunca vem sozinha.

Livro Vinha de Luz – Emmanuel por Chico Xavier – Lição 107