sábado, 20 de abril de 2024

Ouçamos

 

“E logo os chamou.” — (Marcos, 1:20)

 

Em alguns círculos do Cristianismo, semelhante passagem, alusiva ao encontro do Senhor com os discípulos, é interpretada simplesmente como sendo um apelo do Cristo ao ministério religioso.

Todavia, podemos imprimir-lhe significado mais amplo.

Em cada situação do caminho, é possível registrar o chamamento celeste.

No templo familiar, onde surgem problemas difíceis…

Ante o companheiro desconhecido, que pede cooperação…

À frente do adversário, que espera entendimento e tolerância…

Ao pé do enfermo, que aguarda assistência e carinho…

À face do ignorante, que reclama socorro e ensinamento…

Junto à criança, que roga bondade e compreensão...

Por onde formos, Jesus, Mestre Silencioso, nos chama ao testemunho da lição que aprendemos.

Nas menores experiências, no trabalho ou no lazer, no lar ou na via pública, eis que nos convida ao exercício incessante do bem.

Nesse sentido, o discípulo do Evangelho encontra no mundo o santuário de sua fé e na Humanidade a sua própria família.

Assinalando, pois, a norma cristã, como inspiração para todas as lides cotidianas, ouçamos a palavra do Senhor em todos os ângulos do caminho, procurando segui-lo com invariável fidelidade, hoje e sempre.

 

Emmanuel / Chico Xavier

Livro: Fonte Viva – Lição 153

 


quinta-feira, 18 de abril de 2024

Dia Nacional do Espiritismo



"O Espiritismo é uma ciência que trata da Natureza, origem e destino dos Espíritos, bem como de suas relações com o mundo corporal."

Allan Kardec. 


O lançamento de O livro dos espíritos, em 18 de abril de 1857, marca o início da divulgação da Doutrina Espírita no mundo. São 167 anos de história que, a partir de 2023, entrou para o calendário comemorativo oficial do Brasil com a lei nº 14.354, publicada em 31 de maio de 2022 no Diário Oficial da União, decretada pelo Congresso Nacional e sancionada pela presidência da república, que instituiu a data como Dia Nacional do Espiritismo.




sábado, 13 de abril de 2024

Vem!

 

“E quem o ouve, diga: — Vem. E quem tem sede, venha.” — (Apocalipse, 22:17)

A Terra é a grande escola das almas em que se educam alunos de todas as idades.

Se atingiste o nível das grandes experiências, não te inquiete a incessante extensão do trabalho.

Não enxergues inimigos nos semelhantes de entendimento imperfeito. Muitos deles não saíram ainda do jardim de infância espiritual.

Dá sempre o bem pelo mal, a verdade pela mentira e o amor pela indiferença…

A inexperiência e a ignorância dos corações que se iniciam na luta, fazem frequentemente grande algazarra em torno do Espírito que procura a si mesmo.

Por isso, padecerás muitas vezes aflição e desânimo.

Não te perturbes, porém.

Se as ilusões e os brinquedos da maioria não mais te satisfazem, é que a madureza te inclina a horizontes mais vastos.

Recorda que somente Jesus é bastante sábio e bastante forte para acalmar-te.

Ouve-lhe o apelo divino, formulado nas derradeiras palavras do seu Testamento de Amor: — “Vem!”

Ninguém te pode impedir o acesso à fonte da luz infinita.

O Mestre é o Eterno Amigo que nos rompe as algemas e nos abre portas renovadoras…

Entretanto, é preciso saibas querer.

O Senhor jamais nos fará violência.

Sofres? Estás fatigado? Tropeças sob os fardos do mundo?

Vem!

Jesus reserva-te os braços abertos.

Vem e atende-o ainda hoje. É verdade que sempre alcançaste ensejos de serviço, que o Mestre sempre foi abnegado e misericordioso para contigo, mas não te esqueças de que as circunstâncias se modificam com as horas e de que nem todos os dias são iguais.

 

Emmanuel / Chico Xavier

Livro: Fonte Viva – Lição 152

 



domingo, 7 de abril de 2024

Mais Luz - Edição 677 - 07/04/2024 - BEM

 


“(...) o Espiritismo nos solicita uma espécie permanente de caridade – a caridade da sua própria divulgação”.

Emmanuel / Chico Xavier – Livro: Socorro Oportuno.

O BES – Boletim Eletrônico Semanal – editado pela equipe de divulgação do DCSE (Departamento de Comunicação Social Espírita) da nossa Casa, agora é BEM – Boletim Eletrônico Mensal.

Chamado Mais Luz, a primeira edição do Boletim veio a lume em 24/04/2011 sob a coordenação da companheira Beth Grateki, atendendo aos anseios da idealizadora, nossa irmã Helaine Laender, que lançou as sementes deste informativo que nos proporcionou o contato semanal com as mensagens edificantes da Doutrina Espírita.

Ao longo dos anos, ele foi recebendo nova formatação, novas páginas, novos conteúdos, sempre na busca de proporcionar ao leitor uma experiência agradável, acompanhada de vibrações de muita paz e luz, a chegar em nossos lares impreterivelmente aos domingos.

Foram 676 edições até aqui.

676 semanas levando conhecimento doutrinário e mensagens consoladoras aos leitores, com muita alegria e dedicação, num trabalho de cooperação mútua entre devotados trabalhadores dos planos material e espiritual.

Agora, nosso boletim terá um formato diferente, trazendo além das mensagens edificantes, notícias de nossa Casa e do Movimento Espírita. Será mais dinâmico e contará com a colaboração dos demais trabalhadores dos Departamentos, bem como de você, leitor, que poderá nos enviar sugestões através do e-mail dcse.divulg@gmail.com.

 Agradecendo a Deus, a Jesus e aos benfeitores da Casa de Joseph Gleber, bem como a você leitor amigo, pela parceria de tantos anos, pedimos as bênçãos para esta nova etapa do trabalho.

Paz e Luz!

Equipe DCSE

 

Confira a edição 677 – Primeiro BEM:

https://mailchi.mp/c7ceb89bbdcc/mais-luz-edio-677



sábado, 6 de abril de 2024

Maledicência

 

“Irmãos, não faleis mal uns dos outros. Quem fala mal de um irmão, fala mal da lei e julga a lei; e, se tu julgas a lei, já não és observador da lei, mas juiz.” — (Tiago, 4:11)

 

Nem todas as horas são adequadas ao rumo da ternura na esfera das conversações leais.

A palestra de esclarecimento reclama, por vezes, a energia serena em afirmativas sem indecisão; entretanto, é indispensável grande cuidado no que concerne aos comentários posteriores.

A maledicência espera a sinceridade para turvar-lhe as águas e inutilizar-lhe esforços justos.

O mal não merece a coroa das observações sérias. Atribuir-lhe grande importância nas atividades verbais é dilatar-lhe a esfera de ação. Por isso mesmo, o conselho de Tiago reveste-se de santificada sabedoria.

Quando surja o problema de solução difícil, entre um e outro aprendiz, é razoável procurem a companhia do Mestre, solucionando-o à claridade da sua luz, mas que nunca se instalem na sombra, a distância um do outro, para comentários maliciosos da situação, agravando a dor das feridas abertas.

“Falar mal”, na legítima significação, será render homenagem aos instintos inferiores e renunciar ao título de cooperador de Deus para ser crítico de suas obras.

Como observamos, a maledicência é um tóxico sutil que pode conduzir o discípulo a imensos disparates.

Quem sorva semelhante veneno é, acima de tudo, servo da tolice, mas sabemos, igualmente, que muitos desses tolos estão a um passo de grandes desventuras íntimas.

 

Emmanuel / Chico Xavier

Fonte Viva – Lição 151




sexta-feira, 29 de março de 2024

Os Simbolismos da Páscoa e o Espiritismo

 


A palavra Páscoa tem origem em dois vocábulos hebraicos: um, derivado do verbo pasah, quer dizer “passar por cima” (Êxodo, 23: 14-17), outro, traz raiz etimológica de pessach (ou pasha, do grego) indica apenas “passagem”. Trata-se de uma festa religiosa tradicionalmente celebrada por judeus e por católicos das igrejas romana e ortodoxa, cujo significado é distinto entre esses dois grupos religiosos.

No judaísmo, a Páscoa comemora dois gloriosos eventos históricos, ambos executados sob a firme liderança de Moisés: no primeiro, os judeus são libertados da escravidão egípcia, assinalada a partir da travessia no Mar Vermelho (Êxodo, 12, 13 e 14). O segundo evento caracteriza a vida em liberdade do povo judeu, a formação da nação judaica e a sua organização religiosa, culminada com o recebimento do Decálogo ou Os Dez Mandamentos da Lei de Deus (Êxodo 20: 1 a 21). As festividades da Páscoa judaica duram sete dias, sendo proibida a ingestão de alimentos e bebidas fermentadas durante o período. Os pães asmos (hag hammassôt), fabricados sem fermento, e a carne de cordeiro são os alimentos básicos.

A Páscoa católica, festejada pelas igrejas romana e ortodoxa, refere-se à ressurreição de Jesus, após a sua morte na cruz (Mateus, 28: 1-20; Marcos, 16: 1-20; Lucas, 24: 1-53; João, 20: 1-31 e 21: 1-25). A data da comemoração da Páscoa cristã, instituída a partir do século II da Era atual, foi motivo de muitos debates no passado. Assim, no primeiro concílio eclesiástico católico, o Concílio Nicéia, realizado em 325 d.C, foi estabelecido que a Páscoa católica não poderia coincidir com a judaica. A partir daí, a Igreja de Roma segue o calendário Juliano (instituído por Júlio César), para evitar a coincidência da Páscoa com o Pessach. Entretanto, as igrejas da Ásia Menor, permaneceram seguindo o calendário gregoriano, de forma que a comemoração da Páscoa dos católicos ortodoxos coincide, vez ou outra, com a judaica.[1]

Os cristãos adeptos da igreja reformada, em especial a luterana, não seguem os ritos dos católicos romanos e ortodoxos, pois não fazem vinculações da Páscoa com a ressurreição do Cristo. Adotam a orientação mais ampla de que há, com efeito, apenas uma ceia pascoal, uma reunião familiar, instituída pelo próprio Jesus (Mateus 26:17-19; Marcos 14:12-16; Lucas 22:7-13) no dia da Páscoa judaica.[2] Assim, entendem que não há porque celebrar a Páscoa no dia da ressurreição do Cristo.  Por outro, fundamentados em certas orientações do apóstolo Paulo (1 Coríntios,5:7), defendem a ideia de ser o Cristo, ele mesmo, a própria Páscoa, associando a este pensamento importante interpretação de outro ensinamento de Paulo de Tarso (1Corintios, 5:8): o “cristão deve lançar fora o velho fermento, da maldade e da malícia, e colocar no lugar dele os asmos da sinceridade e da verdade.” [3]

Algumas festividades politeístas relacionadas à chegada da primavera e à fertilidade passaram à posteridade e foram incorporados à simbologia da Páscoa. Por exemplo, havia (e ainda há) entre países da Europa e Ásia Menor o hábito de pintar ovos cozidos com cores diferentes e decorá-los com figuras abstratas, substituídos, hoje, por ovos de chocolate. A figura do coelho da páscoa, tão comum no Ocidente, tem origem no culto à deusa nórdica da fertilidade Gefjun, representada por uma lebre (não coelho). As sacerdotisas de Gefjun eram capazes de prever o futuro, observando as vísceras do animal sacrificado.[1]

É interessante observar que nos países de língua germânica, no passado, havia uma palavra que denotava a festa do equinócio do inverno. Subsequentemente, com a chegada do cristianismo, essa mesma palavra passou a ser empregada para denotar o aniversário da ressurreição de Cristo. Essa palavra, em inglês, “Easter”, parece ser reminiscência de “Astarte”, a deusa-mãe da fertilidade, cujo culto era generalizado por todo o mundo antigo oriental e ocidental, e que na Bíblia é chamada de Astarote. (…) Já no grego e nas línguas neolatinas, “Páscoa” é nome que se deriva do termo grego pascha.[2]

 

A Doutrina Espírita não comemora a Páscoa, ainda que acate os preceitos do Evangelho de Jesus, o guia e modelo que Deus nos concedeu: “(…) Jesus representa o tipo da perfeição moral que a Humanidade pode aspirar na Terra.”[3] Contudo, é importante destacar: o Espiritismo respeita a Páscoa comemorada pelos judeus e cristãos, e compartilha o valor do simbolismo  representado, ainda que apresente outras interpretações. A liberdade conquistada pelo povo judeu, ou a de qualquer outro povo no Planeta, merece ser lembrada e celebrada. Os Dez Mandamentos, o clímax da missão de Moisés, é um código ”(…) de todos os tempos e de todos os países, e tem, por isso mesmo, caráter divino. (…).”[4] A ressurreição do Cristo representa  a vitória sobre a morte do corpo físico, e anuncia, sem sombra de dúvidas, a imortalidade e a sobrevivência do Espírito em outra dimensão da vida.

Os discípulos do Senhor conheciam a importância da certeza na sobrevivência para o triunfo da vida moral. Eles mesmos se viram radicalmente transformados, após a ressurreição do Amigo Celeste, ao reconhecerem que o amor e a justiça regem o ser além do túmulo. Por isso mesmo, atraiam companheiros novos, transmitindo-lhes a convicção de que o Mestre prosseguia vivo e operoso, para lá do sepulcro.[5]

Os espíritas, procuramos comemorar a Páscoa todos os dias da existência, a se traduzir no esforço perene de vivenciar a mensagem de Jesus, estando cientes que, um dia, poderemos também testemunhar esta certeza do inesquecível apóstolo dos gentios: “Fui crucificado junto com Cristo. Já não sou eu quem vivo, mas é Cristo vive em mim.  Minha vida presente na carne, vivo-a no corpo, vivo-a pela fé no Filho de Deus, que me amou e se entregou a si mesmo por mim”. (Gálatas 2.20) [6] 

 

 

[1] //pt.wikipedia.org/wiki/P%C3%A1scoa Acesso: 27/03/2013.

[2] J.D. Douglas. O Novo Dicionário da Bíblia. Pág. 1002.

[3] Allan Kardec. O Livro dos Espíritos. Q. 625, pág.

[4] Idem. O Evangelho segundo o Espiritismo. Cap. I, it. 2, pág. 56.

[5] Francisco Cândido Xavier. Pão Nosso. Pelo Espírito Emmanuel. Cap. 176, pág. 365.

[6] Bíblia de Jerusalém. Pág. 2033.

 

Marta Antunes de Moura (febnet.org.br)



quinta-feira, 28 de março de 2024

Apelo


Jesus! Mestre e Senhor Nosso!

Abençoa-nos o anseio de servir-te!

Mestre, compreendemos as dificuldades com que somos defrontados no caminho a percorrer!

Auxilia-nos a reconhecer que os obstáculos nascem habitualmente de nós mesmos. E abraçando os deveres do autoaperfeiçoamento, diante de teus ensinos, ampara-nos o propósito de educar-nos para que te possamos corresponder à bondade e à misericórdia infinitas.

Induze-nos a encontrar nos irmãos de experiência do dia a dia a oportunidade de trabalhar em teu nome.

Dá que sejamos a compreensão à frente da discórdia; a esperança diante da amargura; a alegria perante a dor e a fé no campo incendiado do desespero.

Senhor! Reúne-nos, de novo, em teu Evangelho de Amor e Luz, para que nos sintamos efetivamente mais irmãos uns dos outros.

Não permitas que a desunião nos destrua a edificação da bênção em que nos encontramos, e apoia-nos para que o presente se nos converta em posição de serviço para o levantamento da Vida Melhor.

Clareia-nos a palavra para que a nossa palavra abençoe e alivie, eduque e eleve!… E recebe, por misericórdia, as nossas mãos para que as nossas mãos não se afastem da lavoura que nos deste a cultivar para a colheita do Bem Eterno!

Senhor! Acolhe-nos a todos, cada qual de nós na tarefa a que fomos chamados, na Tua infinita misericórdia; e que a Tua vontade se faça em nós e por nós, junto de nós e em favor de todos nós, onde estivermos, hoje e sempre.

 

Bezerra de Menezes / Chico Xavier

Livro: Bezerra, Chico e você



quarta-feira, 27 de março de 2024

O réu da cruz

 

Em meio às perseguições

Da noite fria e sem luz,

Meus amigos do Evangelho,

Lembrai-vos do Réu da Cruz.

 

Sem que alguém lhe concedesse

O canto amigo de um lar,

Nasceu numa estrebaria

Por servir e por amar.

 

Desde a infância humilde e pobre

Na casa de Nazaré,

Trabalhava todo o dia

Entre os formões de José.

 

Ele, o Príncipe da Luz,

Caminho, Vida e Verdade,

Fez-se escravo pequenino

No serviço à humanidade.

 

Foi Messias generoso

Da bondade e do perdão,

Trazendo ao mundo oprimido

A grande renovação.

 

Serviu aos ricos e aos pobres,

Ao infeliz, ao sofredor,

Devotou-se a toda gente

Em sua missão de amor.

 

Revelou a paz do Reino

Da verdade e da Bonança,

Fez brilhar na Terra escura

Novo lume de esperança.

 

À cegueira dos caminhos

Trouxe a luz pura e imortal,

Pelo Evangelho da Vida

Curou a lepra do mal.

 

Expulsou a treva espessa,

Viveu a bondade imensa,

Trouxe a bênção da fé viva,

Trabalhou sem recompensa.

 

Mas, em troca dos tesouros

De sua abnegação,

Recebeu pedras e espinhos

De dor e incompreensão.

 

Foi traído e processado,

Encarcerado e ferido,

Ele, o Mestre da Verdade,

Foi o grande escarnecido.

 

Se também sois humilhados,

Lembrai-vos d’Aquele Réu,

Que foi à cruz pelo crime

De abrir a visão do Céu.

 

Casimiro Cunha / Chico Xavier

Livro: Coletânea do Além