sábado, 25 de maio de 2024

Na ausência do amor

 

“Mas aquele que aborrece a seu irmão está em trevas e anda em trevas e não sabe para onde deva ir, porque as trevas lhe cegaram os olhos.” — João. (1 João, 2:11)

 

Se não sabes cultivar a verdadeira fraternidade, serás atacado fatalmente pelo pessimismo, tanto quanto a terra seca sofrerá o acúmulo de pó.

Tudo incomoda àquele que se recolhe à intransigência.

Os companheiros que fogem às tarefas do amor são profundamente tristes pelo fel de intolerância com que se alimentam.

Convidados ao esforço de equipe, asseveram que os homens respiram em bancarrota moral.

Trazidos ao culto da fé, supõem reconhecer, em toda parte, a maldade e a desilusão.

Chamados à caridade, consideram nos irmãos de sofrimento inimigos prováveis, afastando-se irritadiços.

Impelidos a essa ou àquela manifestação de contentamento, recuam, desencantados, crendo surpreender maldade e lama nas menores exteriorizações de beleza festiva.

Caminham no mundo entre a amargura e a desconfiança.

Não há carinho que lhes baste. Vampirizam criaturas por onde estagiam, chorando, reclamando, lamentando…

Não possuem rumo certo. Declaram-se expulsos da sociedade e da família.

É que, incapazes do amor ao próximo, jornadeiam pela Terra, sob o pesado nevoeiro do egoísmo que nos detém tão somente no círculo estreito de nossas necessidades, sem qualquer expressão de respeito para com as necessidades alheias.

Afirmam-se incompreendidos, porque não desejam compreender.

Ausentes do amor, ressecam a máquina da vida, perdendo a visão espiritual.

Impermeáveis ao bem, fazem-se representantes do mal.

Se o pessimismo começa a abeirar-se de teu espírito, recolhe-te à oração e pede ao Senhor te multiplique as forças na resistência, ante o assalto das trevas.

Aprendamos a viver com todos, tolerando para que sejamos tolerados, ajudando para que sejamos ajudados, e o amor nos fará viver, prestimosos e otimistas, no clima luminoso em que a luta e o trabalho são bênçãos de esperança.

 

Emmanuel / Chico Xavier

Livro: Fonte Viva – Lição 158




domingo, 19 de maio de 2024

Crianças

 

“Vede, não desprezeis alguns destes pequeninos…” — Jesus. (Mateus, 18:10)

 

Quando Jesus nos recomendou não desprezar os pequeninos, esperava de nós não somente medidas providenciais alusivas ao pão e à vestimenta.

Não basta alimentar minúsculas bocas famintas ou agasalhar corpinhos enregelados. É imprescindível o abrigo moral que assegure ao Espírito renascente o clima de trabalho necessário à sua sublimação.

Muitos pais garantem o conforto material dos filhinhos, mas lhes relegam a alma a lamentável abandono.

A vadiagem na rua fabrica delinquentes que acabam situados no cárcere ou no hospício, mas o relaxamento espiritual no reduto doméstico gera demônios sociais de perversidade e loucura que em muitas ocasiões, amparados pelo dinheiro ou pelos postos de evidência, atravessam largas faixas do século, espalhando miséria e sofrimento, sombra e ruína, com deplorável impunidade à frente da justiça terrestre.

Não desprezes, pois, a criança, entregando-a aos impulsos da natureza animalizada.

Recorda que todos nos achamos em processo de educação e reeducação, diante do Divino Mestre.

O prato de refeição é importante no desenvolvimento da criatura, todavia, não podemos esquecer “que nem só de pão vive o homem”.

Lembremo-nos da nutrição espiritual dos meninos, através de nossas atitudes e exemplos, avisos e correções, em tempo oportuno, de vez que desamparar moralmente a criança, nas tarefas de hoje, será condená-la ao menosprezo de si mesma, nos serviços de que se responsabilizará amanhã.

 

Emmanuel / Chico Xavier

Livro: Fonte Viva – Lição 157



sábado, 11 de maio de 2024

Feliz dia das Mães!

 


Parentes

 

“Mas se alguém não tem cuidado dos seus e principalmente dos da sua família, negou a fé e é pior do que o infiel.” — Paulo. (1 Timóteo, 5:8)

 

A casualidade não se encontra nos laços da parentela.

Princípios sutis da Lei funcionam nas ligações consanguíneas.

Impelidos pelas causas do passado a reunir-nos no presente, é indispensável pagar com alegria os débitos que nos imanam a alguns corações, a fim de que venhamos a solver nossas dívidas para com a Humanidade.

Inútil é a fuga dos credores que respiram conosco sob o mesmo teto, porque o tempo nos aguardará implacável, constrangendo-nos à liquidação de todos os compromissos.

Temos companheiros de voz adocicada e edificante na propaganda salvacionista, que se fazem verdadeiros trovões de intolerância na atmosfera caseira, acumulando energias desequilibradas em torno das próprias tarefas.

Sem dúvida, a equipe familiar no mundo nem sempre é um jardim de flores. Por vezes, é um espinheiro de preocupações e de angústias, reclamando-nos sacrifício. Contudo, embora necessitemos de firmeza nas atitudes para temperar a afetividade que nos é própria, jamais conseguiremos sanar as feridas do nosso ambiente particular com o chicote da violência ou com o emplastro do desleixo.

Consoante a advertência do Apóstolo, se nos falha o cuidado para com a própria família, estaremos negando a fé.

Os parentes são obras de amor que o Pai Compassivo nos deu a realizar. Ajudemo-los, através da cooperação e do carinho, atendendo aos desígnios da verdadeira fraternidade. Somente adestrando paciência e compreensão, tolerância e bondade, na praia estreita do lar, é que nos habilitaremos a servir com vitória, no mar alto das grandes experiências.

 

Emmanuel / Chico Xavier

Livro: Fonte Viva – Lição 156

 


sexta-feira, 3 de maio de 2024

Aprendamos a agradecer

 

“Em tudo dai graças.” — Paulo. (1 Tessalonicenses, 5:18)

 

Saibamos agradecer as dádivas que o Senhor nos concede cada dia:

A largueza da vida;

o ar abundante;

a graça da locomoção;

a faculdade do raciocínio;

a fulguração da ideia;

a alegria de ver;

o prazer de ouvir;

o tesouro da palavra;

o privilégio do trabalho;

o dom de aprender;

a mesa que nos serve;

o pão que nos alimenta;

o pano que nos veste;

as mãos desconhecidas que se entrelaçam no esforço de suprir-nos a refeição e o agasalho;

os benfeitores anônimos que nos transmitem a riqueza do conhecimento;

a conversação do amigo;

o aconchego do lar;

o doce dever da família;

o contentamento de construir para o futuro;

a renovação das próprias forças…

Muita gente está esperando lances espetaculares da “boa sorte mundana”, a fim de exprimir gratidão ao Céu.

O cristão, contudo, sabe que as bênçãos da Providência Divina nos enriquecem os ângulos mais simples de cada hora, no espaço de nossas experiências.

Nada existe insignificante na estrada que percorremos.

Todas as concessões do Pai Celeste são preciosas no campo de nossa vida.

Utilizando, pois, o patrimônio que o Senhor nos empresta, no serviço incessante ao bem, aprendamos a agradecer.

 

Emmanuel / Chico Xavier

Livro: Fonte Viva – Lição 155