quarta-feira, 26 de setembro de 2012

Uma História de Amor e Luz

Em 1955, um grupo de abnegados irmãos reuniu-se nas dependências da Legião da Boa Vontade para estudo do Evangelho Segundo o Espiritismo: Joaquim Portugal, Adanyl Portugal, Anatilde Van Der Maas, Regina Novais Santos e Mário Messa Cordeiro, dessa reunião nasceu um Grupo de Fraternidade.
Na expectativa de obter maiores esclarecimentos a equipe decidiu procurar, o Grupo Espírita Dias da Cruz em Caratinga - Minas Gerais. A orientação recebida: perseverança nos estudos.
Em 1966, por orientação dos confrades caratinguenses, somaram-se a esse Grupo o casal Amaro Rangel e Margarida Rangel, Déa Gazzinelli, Niasi Ganem, Dona Espanha, Maria Lomba, Dona Nada, Paiva, Mário Cordeiro, João Antônio e Sinhá, nas reuniões espíritas que se realizavam na Legião da Boa Vontade e nos lares dos companheiros. Esses valentes desbravadores estudavam, acolhiam e vivenciavam os ensinamentos de Jesus.
Neste mesmo ano, numa reunião na Fazenda Eureca, o Espírito Joseph Gleber solicitou do Companheiro Joaquim Portugal um posto de serviço em Teófilo Otoni. O confrade aceitou o desafio com a condição de o espírito ser o mentor do grupo ao que Joseph concordou: "perfeitamente, desde que o trabalho seja encarado com muita seriedade e disciplina". A partir desta data os precursores deslocaram-se para a cidade de Caratinga quinzenalmente para mais esclarecimentos e estudos.
Foi então lavrado o primeiro Estatuto do Grupo da Fraternidade Joseph Gleber: Estatuto Padrão dos Grupos da Fraternidade filiados à Organização Social Cristã André Luiz - OSCAL - registrado em Cartório no ano em curso e assinado pelos companheiros: Amaro da Silva Rangel, Margarida de Oliveira Rangel, Anatilde Van Der Maas, Déa de Paiva Gazzinelli, Vera Lúcia Tomich de Paiva, Maria Lúcia Dias Paiva, Apolônia Vasconcellos, Serafina Ângela de Souza (D.Sinhá), Odete Tomich de Paiva, Niasi Ganem, João Bezerra de Melo, Valdênio Costa Lins, Jesner Morando de Paiva e Manuel Mota, Dona Espanha, Adanyl Portugal, João Antõnio e Dona Nada.
Impulsionado pela necessidade de criar um espaço, o grupo decidiu alugar uma sala na Loja Maçônica Filadélfia. Posteriormente, utilizando de recursos próprios e de campanhas, comprou um lote na Rua Coronel Ramos nº 55, no bairro de Fátima, lançando assim em 25 de dezembro de 1966 a pedra fundamental do Grupo da Fraternidade Joseph Gleber.
Em 1967, foi inaugurado o primeiro pavilhão do prédio, com uma reunião pública para estudo do Evangelho Segundo o Espiritismo. Em 1968, essa equipe de trabalhadores incansáveis bravamente construiu o segundo pavimento do prédio.
Os primeiros trabalhos eram assim organizados:
- Distribuição de sopa diariamente;
- Distribuição de remédios, feiras e agasalhos;
- Atendimento médico gratuito;
- Estudo de O Livro dos Espíritos;
- Reunião mediúnica às segundas-feiras;
- Reunião Pública às sextas-feiras para Estudo do Evangelho Segundo o Espiritismo;
- Evangelização das Crianças;
- Mocidade Espírita;
- Cultos nos Lares;
- Distribuição de brinquedos e roupas no Natal.
Em 1971, mais mãos amigas abraçam esse Lar: João Gualberto Almeida, Adalice Oliveira Santos, Lia Van Der Maas, Bezaniro Pereira dos Santos, Diocélia Salomão Saraiva, Maria Augusta Nascimento, Marly Rangel, Margareth Rangel Fani, Astrogilda Barbosa dos Santos, José Rangel, Sirene Van Der Maas, Dulce Peixoto Pinto e outros mais, ao longo dos anos vem dando corpo aos compromissados com a causa do Cristo Consolador. Esses relatos fazem parte das lembranças de nossos companheiros.

quarta-feira, 12 de setembro de 2012

Biografia: Dr. Joseph Gleber


Na última andança terrena Joseph Gleber nasceu na Alemanha, em Hoffenback, pequenina cidade próxima de Frankfurt, no dia 15/08/1904. Filho de judeus, enfrentou uma certa animosidade dos seus compatrícios e, mesmo assim, logrou concluir seus estudos de graduação no Instituto de Física da Alemanha. Na Universidade de Viena na Áustria, realizou seus altos estudos de física. Em concomitância, compatibilizou o tempo e tornou-se doutor em medicina, já tendo em mente dificuldades supervenientes por sua "origem judaica". Ainda em Viena conheceu Herta Mishay, também filha de judeus, natural de Salzburg, sua futura esposa.


Casado, retornou a Berlim onde passou a exercer a medicina e a lecionar física numa escola judaica. Em 1935, quando contava 2 filhos no seu lar, exultou diante da perspectiva de ativar correspondência com o renomado físico italiano Enrico Fermi, que fazia incursões na pesquisa da física atômica, sinalizando para descobertas importantes nessa conhecida modalidade de energia.


Esta permuta de correspondência e encontros não só com o físico italiano mas com outros, como Albert Einstein, o descobridor da teoria da relatividade, valeram-lhe fama a ponto de ser convidado para a recém-criada equipe de físicos do Governo Alemão. O fato era inusitado. Não era ele descendente do povo judeu?


Joseph amava a física e sedento do desejo de pesquisa, juntou-se às grandes inteligências do país para desvendar os segredos da energia nuclear. Internado em laboratório especial, a semelhança de outros colegas, assumiu a responsabilidade por determinada área de pesquisa, entrementes, ignorava os objetivos escusos e belicosos de Adolf Hitler.


Como estratégia e intenção maldosa, o Führer houvera orientado os cientistas pesquisadores da física nuclear, que seus trabalhos ou descobertas seriam complementares aos dos outros, mas que suas descobertas não poderiam ser comentadas entre eles. O nosso físico, Joseph Gleber, percebendo a intenção de produzir-se, pelas pesquisas, artefatos para a guerra a partir da energia atômica, depois de muito meditar, chegou à conclusão que não deveria se juntar aos esforços para materializar um projeto ameaçador ao direito de viver da criatura humana.


Insulado num novo laboratório, Joseph protelou as suas demonstrações e experiências, o que gerou uma desconfiança. Em abril de 1942, ele, sua mulher e filhas, foram introduzidos num forno crematório, sofrendo cruenta forma de morte.


Poucos teriam a coragem para tal enfrentamento e disposição de alma tão elevada, a ponto de conferir tanta dignidade no trato da ciência. Em meio a cenário tão conturbado, Joseph resistiu aos acenos do fascínio da fama, pois o seu espírito ansiava sim, por uma trajetória de conquistas para o bem comum e sua dedicação à física poderia alcança-la, todavia, dentro de uma outra visão. Preferiu a ruptura da vida, a noite da morte, não permitindo que a sua inteligência colaborasse na produção do terror e do desespero.