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sábado, 29 de fevereiro de 2020
Abençoa sempre
Seja onde for, abençoa para que a benção dos outros te
acompanhe.
Todas as criaturas e todas as cousas te respondem, segundo o
toque de tuas palavras ou de tuas mãos.
Abençoa teu lar com a luz do amor, em forma de abnegação e
trabalho, e o lar abençoar-te-á com gratidão e alegria.
Abençoa a árvore de tua casa com a dádiva e teu carinho e a
árvore de tua casa abençoar-te-á com o perfume da flor e com a riqueza do
fruto.
Se amaldiçoas, porém, o companheiro de cada dia com o
azorrague da censura, dele receberás a mágoa e a desconfiança.
Se condenas o animal que te partilha o clima doméstico à
fome e à flagelação, dele obterá rebeldia e aspereza.
Em verdade, não podes abençoar o mal, a exprimir-se na
crueldade, mas deves abençoar-lhe as vítimas para que se refaçam, de modo a
extingui-lo.
Não será justo abençoes a enfermidade que te aflige, mas é
indispensável abençoes o teu órgão doente, para que com mais segurança se
reajuste, expulsando a moléstia que, às vezes, te impõe amargura e
desequilíbrio.
Não amaldiçoes nem mesmo por pensamento.
A ideia agressiva ou destruidora é corrosivo em nossa boca,
sombra em nossos olhos, alucinação em nossos braços e infortúnio em nossa vida.
Abençoa a mão que te fere e a mão que te fere aprenderá como
eximir-se da delinquência.
Abençoa o verbo que te insulta e evitarás a extensão do
revide.
Abençoa a dificuldade e a dificuldade revelar-te-á preciosas
lições.
Abençoa o sofrimento e o sofrimento regenerar-te-á.
Abençoa a pedra e a pedra servirá na construção.
Não olvides o Divino Mestre da Bênção.
Jesus abençoou a Manjedoura e dela fez o berço luminoso do
Evangelho nascente; abençoou a Pedro, enfraquecido e vacilante, transformando-o
em vigoroso pescador de almas; abençoou a Madalena obsidiada e nela plasmou o
sinal da sublimação humana; abençoou Lázaro, cadaverizado, e devolveu-lhe a
vida; e, por fim, abençoou a própria cruz, nela esculpindo a vitória da ressurreição
imperecível.
Abençoa a Terra, por onde passes, e a Terra abençoará a tua
passagem para sempre.
Scheilla / Chico Xavier –
Livro: Visão Nova
Queixas
“Irmãos, não vos queixeis uns contra os
outros, para que não sejais condenados.” (Tiago, 5:9)
A queixa nunca resolveu problemas de ordem evolutiva,
entretanto, se os aprendizes do Evangelho somassem os minutos perdidos nesse
falso sistema de desabafo, admirar-se-iam do volume de tempo perdido.
Realmente, muitos trabalhadores valiosos não se referem a sofrimento
e serviço, com espírito de repulsa à tarefa que lhes foi cometida.
A amizade e a confiança sempre autorizam confidências; mesmo
nesse particular, contudo, vale disciplinar a conversação.
A palavra lamentosa desfigura muitos quadros nobres do
caminho, além de anular grandes cotas de energia, improficuamente.
O discípulo do Evangelho deveria, antes de qualquer alusão
amargosa, tranquilizar o mundo interno e perguntar a si mesmo:
“Queixar por quê? Não será a esfera de luta o campo de
aprendizado?
Acaso, não é a sombra que pede luz, a dor que reclama
alívio? Não é o mal que requisita o concurso do bem?”
A queixa é um vício imperceptível que distrai pessoas bem intencionadas
da execução do dever justo.
Existem obrigações pequeninas e milagrosas que, levadas a
efeito, beneficiariam grupos inteiros; todavia, basta um momento de queixa para
que sejam irremediavelmente esquecidas.
Se alguém ou algum acontecimento te oferece ocasião ao
concurso fraterno, faze o bem que puderes sem reparar a gratidão alheia e, por
mais duro te pareça o serviço comum, aprende a cooperar com o Cristo, na
solução das dificuldades.
A queixa não atende à realização cristã, em parte alguma, e
complica todos os problemas. Lembra-te de que se lhe deres a língua, conduzir-te-á
à ociosidade, e, se lhe deres os ouvidos, te encaminhará à perturbação.
Livro Vinha de Luz –
Emmanuel por Chico Xavier – Lição 118
Doçura, paciência, bondade
Se o orgulho é o germe de uma multidão de vícios, a caridade
produz muitas virtudes. Desta derivam a paciência, a doçura, a prudência. Ao
homem caridoso é fácil ser paciente e afável, perdoar as ofensas que lhe fazem.
A misericórdia é companheira da bondade. Para uma alma elevada, o ódio e a
vingança são desconhecidos. Paira acima dos mesquinhos rancores, é do alto que
observa as coisas. Compreende que os agravos humanos são provenientes da ignorância
e por isso não se considera ultrajada nem guarda ressentimentos. Sabe que
perdoando, esquecendo as afrontas do próximo aniquila todo germe de inimizade,
afasta todo motivo de discórdia futura, tanto na Terra como no espaço.
A caridade, a mansuetude e o perdão das injúrias tornam-nos invulneráveis,
insensíveis às vilanias e às perfídias: promovem nosso desprendimento
progressivo das vaidades terrestres e habituam-nos a elevar nossas vistas para
as coisas que não possam ser atingidas pela decepção.
Perdoar é o dever da alma que aspira à felicidade. Quantas
vezes nós mesmos temos necessidade desse perdão? Quantas vezes não o temos
pedido?
Perdoemos a fim de sermos perdoados, porque não poderíamos
obter aquilo que recusamos aos outros. Se desejamos vingar-nos, que isso se
faça com boas ações.
Desarmamos o nosso inimigo desde que lhe retribuímos o mal
com o bem. Seu ódio transformar-se-á em espanto e o espanto, em admiração.
Despertando-lhe a consciência obscurecida, tal lição pode produzir-lhe uma impressão
profunda. Por esse modo, talvez tenhamos, pelo esclarecimento, arrancado uma
alma à perversidade.
O único mal que devemos salientar e combater é o que se
projeta sobre a sociedade. Quando esse se apresenta sob a forma de hipocrisia,
simulação ou embuste, devemos desmascará-lo, porque outras pessoas poderiam
sofrê-lo; mas será bom guardarmos silêncio quanto ao mal que atinge nossos
únicos interesses ou nosso amor próprio.
A vingança, sob todas as suas formas, o duelo, a guerra, são
vestígios da selvageria, herança de um mundo bárbaro e atrasado. Aquele que
entreviu o encadeamento grandioso das leis superiores, do princípio de justiça
cujos efeitos se repercutem através das idades, esse poderá pensar em vingar-se?
Vingar-se é cometer duas faltas, dois crimes de uma só vez;
é tornar-se tão culpado quanto o ofensor. Quando nos atingirem o ultraje ou a
injustiça, imponhamos silêncio à nossa dignidade ofendida, pensemos nesses a
quem, num passado obscuro, nós mesmos lesamos, afrontamos, espoliamos, e
suportemos então a injúria presente como uma reparação. Não percamos de vista o
alvo da existência que tais acidentes poderiam fazer-nos olvidar. Não
abandonemos a estrada firme e reta; não deixemos que a paixão nos faça
escorregar pelos declives perigosos que poderiam conduzir-nos à bestialidade;
encaminhemo-nos com ânimo robustecido. A vingança é uma loucura que nos faria
perder o fruto de muitos progressos, recuar pelo caminho percorrido.
Algum dia, quando houvermos deixado a Terra, talvez
abençoemos esses que foram inflexíveis e intolerantes para conosco, que nos
despojaram e nos cumularam de desgostos; abençoá-los-emos porque das suas iniquidades
surgiu nossa felicidade espiritual. Acreditavam fazer o mal e, entretanto,
facilitaram, nosso adiantamento, nossa elevação, fornecendo-nos a ocasião de
sofrer sem murmurar, de perdoar e de esquecer.
A paciência é a qualidade que nos ensina a suportar com
calma todas as impertinências. Consiste em extinguirmos toda sensação, tornando-nos
indiferentes, inertes para as coisas mundanas, procurando nos horizontes
futuros as consolações que nos levam a considerar fúteis e secundárias todas as
tribulações da vida material.
A paciência conduz à benevolência. Como se fossem espelhos,
as almas reenviam-nos o reflexo dos sentimentos que nos inspiram. A simpatia
produz o amor; a sobranceria origina a rispidez.
Aprendamos a repreender com doçura e, quando for necessário,
aprendamos a discutir sem excitação, a julgar todas as coisas com benevolência
e moderação. Prefiramos os colóquios úteis, as questões sérias, elevadas;
fujamos às dissertações frívolas e bem assim de tudo o que apaixona e exalta.
Acautelemo-nos da cólera, que é o despertar de todos os
instintos selvagens amortecidos pelo progresso e pela civilização, ou, mesmo,
uma reminiscência de nossas vidas obscuras. Em todos os homens ainda subsiste
uma parte de animalidade que deve ser por nós dominada à força de energia, se
não quisermos ser submetidos, assenhoreados por ela. Quando nos encolerizamos,
esses instintos adormecidos despertam e o homem torna-se fera. Então,
desaparece toda a dignidade, todo o raciocínio, todo o respeito a si próprio. A
cólera cega-nos, faz-nos perder a consciência dos atos e, em seus furores, pode
induzir-nos ao crime.
Está no caráter do homem prudente o possuir-se sempre a si
mesmo, e a cólera é um indício de pouca sociabilidade e muito atraso. Aquele
que for suscetível de exaltar-se, deverá velar com cuidado as suas impressões,
abafar em si o sentimento de personalidade, evitar fazer ou resolver qualquer
coisa quando estiver sob o império dessa terrível paixão.
Esforcemo-nos por adquirir a bondade, qualidade inefável,
auréola da velhice, a bondade, doce foco onde se reaquecem todas as criaturas e
cuja posse vale essa homenagem de sentimentos oferecida pelos humildes e pelos
pequenos aos seus guias e protetores. A indulgência, a simpatia e a bondade
apaziguam os homens, congregando-os, dispondo-os a atender confiantes aos bons
conselhos; no entanto, a severidade dissuade-os e afugenta. A bondade permite-nos
uma espécie de autoridade moral sobre as almas, oferece-nos mais probabilidade
de comovê-las, de reconduzi-las ao bom caminho. Façamos, pois, dessa virtude um
archote com o auxílio do qual levaremos luz às inteligências mais obscuras,
tarefa delicada, mas que se tornará fácil com um sentimento profundo de
solidariedade, com um pouco de amor por nossos irmãos.
Léon Denis – Livro: Depois
da Morte
quinta-feira, 20 de fevereiro de 2020
Não percamos mais tempo
Amigos,
Quanto mais a rebeldia
humana atinge cifras salientes, temos a sensação de que maior é a misericórdia
do Criador para com o gênero humano, permitindo a todos ocasião de avaliar as
tortuosidades e de tudo refazer.
Quanto mais a indiferença
dos homens alcança níveis calamitosos, percebemos que se faz mais ampla a
generosidade do nosso Pai, facultando-nos novas instruções que nos chegam da
Imortalidade Feliz.
Quanto mais se acrescem
as dores terrestres, distribuídas nas faixas do corpo e da alma, sentimos que
mais o Coração dos Céus se enche de enternecimento pelas criaturas, permitindo
os progressos da farmacologia e o avanço da psicologia, a fim de que ninguém se
possa queixar de abandono e desespero pelos caminhos.
Quanto mais os passos da
humanidade optam por roteiros contrários aos da Casa do Pai, entendemos o
quanto de piedade é derramado sobre nós, através dos renovados convites e dos
instantes apelos que nos são dirigidos das Alturas.
O tempo de agora, sem
embargo, chama-nos a iniciar ou a prosseguir os nossos esforços no sentido de
abrir mão das posições rebeldes, das atitudes de indiferença, de modo a romper
os vínculos com sofrimentos, francamente desnecessários, para seguirmos
conscientes e bem dispostos para o nosso destino espiritual, que é a integração
com as luzes estelares, tornando-nos um com Jesus Cristo, como Ele foi um com o
Pai do Céu, após Seus roteiros de angélica evolução.
Não nos cabe mais relegar
o ensejo; não devemos mais procrastinar o dia da perene claridade, que nos
aguarda nas dimensões espirituais. O tempo de ventura e crescimento para Deus
precisa ser muito bem administrado por nós, os milenários jornadeiros da
evolução terrena, a fim de que não mais percamos essas preciosas ensanchas de
conquista da paz e da alegria, que a existência no mundo nos oferta.
Luiz Carlos da Veiga / Raul
Teixeira, em 26.02.2006, na Fazenda Recreio, em Pedreira-SP.
Para isto
“Porque para isto sois chamados; pois
também o Cristo padeceu por nós, deixando-nos o exemplo.” Pedro (I Pedro, 2:21)
Elevada percentagem de crentes considera-se imune de todos
os sofrimentos, porque, no conceito de grande parte daqueles que aceitam a fé cristã,
entregar-se às fórmulas religiosas é subtrair-se à luta, candidatando-se à
beatitude imperturbável.
Na apreciação de muita gente, os que oram não deveriam
conhecer a dor.
O socorro divino assemelhar-se-ia à proteção de um monarca
terrestre, doador de favores segundo as bajulações recebidas.
A situação do aprendiz de Jesus é, todavia, muito diversa.
Os títulos do Cristo não são os da inatividade, com isenção
de responsabilidade e esforço.
Todos os chamados ao trabalho evangélico não podem esquecer
as necessidades do serviço.
O Mestre, naturalmente, precisa companheiros que n’Ele
confiem, mas não prescindirá dos que se revelem colaboradores fiéis de sua
obra.
Seria justo postar-se indefinidamente o devedor, ante a
generosidade do credor, confiando sempre, sem o mínimo sinal de solução ao
débito adquirido?
Não somente os homens vivem na lei de permuta.
As Forças Divinas baseiam a movimentação do bem no mesmo
princípio.
O Mestre Celestial ensina a todos, em verdade, as sublimes
lições da vida; entretanto, não é razoável que todos os séculos assinalem nos
bancos escolares da experiência humana os mesmos alunos preguiçosos e
inquietos.
É indispensável que as turmas de bons obreiros se dirijam às
zonas de serviço, preparados para os testemunhos dos ensinamentos recebidos.
Simão Pedro sintetiza o trabalho dos cristãos de maneira
magistral.
Sois chamados para isto assevera o apóstolo.
A afirmativa simples indica que os discípulos leais foram
convocados a sofrer pelo bem.
Livro Vinha de Luz –
Emmanuel por Chico Xavier – Lição 117
Atmosfera psíquica
O ato de pensar – o principal atributo qualificador da
inteligência –, apesar de ser uma capacidade inerente a todos os Espíritos,
confere a cada qual uma espécie de identidade particular.
Isto ocorre porque todos, não obstante viverem em uma mesma dimensão,
possuem características psíquicas próprias e, portanto, pensam de forma
distinta.
Essas peculiaridades no ato de pensar têm sua origem nas
variadas experiências vividas pelo indivíduo, considerando suas sequentes encarnações.
Por esse motivo, diz-se que cada um possui sua atmosfera psíquica, à qual
alguns espíritos e autores deram o nome de hálito psíquico ou halo psíquico, psicosfera,
ambiente psíquico, dentre outras denominações.
Em razão da diversidade das experiências vivenciadas e da
forma como o ser humano lida com as mesmas, é que a atmosfera psíquica se
organiza de forma distinta entre nós. Essa diferenciação na organização
psíquica se dá de tal forma que seria impossível encontrar uma atmosfera que
fosse perfeitamente idêntica a qualquer outra, tal como ocorre com as
impressões digitais e com as singularidades da íris do olho humano.
Devido a tais condições não encontramos pessoas, por mais
que tenham compartilhado as mesmas experiências, que pensem de forma absolutamente
idêntica sobre qualquer assunto.
Apesar, porém, de tais características estarem tão bem
delineadas em cada ser, é fundamental considerar que estamos todos
“mergulhados” no mesmo campo de ação, e, por esta razão, interagimos continuamente
uns com outros.
Essa interação pode ser facilmente observada quando ocorre no
campo físico, pois afeta nossos sentidos carnais. Todavia, os Espíritos nos
esclarecem que a influência mútua acontece com muito mais ênfase quando se dá no
campo psíquico, onde as relações ocorrem com mais intensidade, seja entre
encarnados, entre estes e os desencarnados, e nestes entre si.
Em função dessa influência mútua passamos a desfrutar da
companhia uns dos outros, aproximando-nos. Esta proximidade ocorre quando há
similaridade de pensamentos, semelhança de pendores, afinidade de ideias, de
propósitos, enfim, sintonia. É aí que as atmosferas psíquicas interagem.
Algumas dessas interações são desejadas e aspiradas,
resultando em crescimento e progresso moral; isto ocorre quando desfrutamos de
companhias de melhor condição espiritual que a nossa, sejam encarnadas ou não,
que nos assistem, sempre respeitando nosso livre-arbítrio.
Entretanto, é interessante considerar que a natureza dos
relacionamentos mais comuns, que se dão na esfera psíquica, é aquela em que uma
das individualidades, ao identificar a sutileza das imperfeições alheias,
influencia-a, a fim de que prevaleça a sua vontade sobre a outra. A respeito
dessa questão é oportuno lembrar a advertência contida na resposta à pergunta
459, de O Livro dos Espíritos, edição FEB, sobre se nossos pensamentos poderiam
sofrer influências de outros Espíritos: “Muito mais do que imaginais, pois frequentemente
são eles que vos dirigem”.
Diante desse quadro, e considerando a aspiração daqueles que
pretendam alcançar a elevação espiritual, é conveniente relembrar a orientação
de Jesus, para que nos dediquemos continuamente à oração e à vigilância.
Licurgo Soares de Lacerda Filho – Revista Reformador /
Fevereiro / 2011
sábado, 15 de fevereiro de 2020
V Congresso Espírita Brasileiro
Vem aí o 5º Congresso Espírita Brasileiro.
Saiba mais detalhes sobre a Edição Centro, que acontecerá em Belo Horizonte/MG, dos dias 01 a 03 de maio de 2020:
Hospitalidade
“Não vos esqueçais da hospitalidade, porque, por ela,
alguns, não o sabendo, hospedaram os anjos.” – Paulo. (Hebreus, 13:2)
É provável que nem sempre disponhas dos recursos necessários
à hospedagem de companheiros da casa.
Obstáculos e vínculos domésticos, em muitas ocasiões,
determinam impedimentos.
Se a parentela ainda não se compraz contigo, na cultura da
gentileza, não é justo violentes a harmonia do lar, estabelecendo discórdia, em
nome do Evangelho que te recomenda servi-los.
Nada razoável empilhar amigos, em espaço irrisório,
impondo-lhe constrangimentos, à conta do bem-querer.
Todos nós, porém, conseguimos descerrar as portas da alma e
oferecer acolhimento moral.
Nem todos os desabrigados se classificam entre os que
jornadeiam sem teto.
Aqui e ali, surpreendemos os que vagueiam, deserdados do
apoio e convivência...
Observa e tê-lo-ás no caminho, a te pedirem asilo ao
entendimento.
Dá-lhes uma frase de coragem, um pensamento de paz, um gesto
de amizade, um momento de atenção.
Às vezes, aquele que hoje se reergue com a tua migalha de
amor é quem te vai solucionar as necessidades de amanhã, num carro de bênçãos.
Não te digas inútil, nem te afirmes incapaz.
Ninguém existe que não possa auxiliar alguém, estendendo o
agasalho da simpatia pelos fios do coração.
Emmanuel / Chico Xavier –
Livro: Palavras de Vida Eterna
Não só
“E peço isto: que a vossa caridade
abunde mais e mais em ciência e em todo o conhecimento.” Paulo (Filipenses,
1:9)
A caridade é, invariavelmente, sublime nas menores
manifestações, todavia, inúmeras pessoas muitas vezes procuram limitá-la, ocultando-lhe
o espírito divino.
Muitos aprendizes creem que praticá-la é apenas oferecer
dádivas materiais aos necessitados de pão e teto.
Caridade, porém, representa muito mais que isso para os
verdadeiros discípulos do Evangelho.
Em sua carta aos filipenses, oferece Paulo valiosa
assertiva, com referência ao assunto.
Indispensável é que a caridade do cristão fiel abunde em
conhecimento elevado.
Certo benfeitor distribuirá muito pão, mas se permanece
deliberadamente nas sombras da ignorância, do sectarismo ou da autoadmiração não
estará faltando com o dever de assistência caridosa a si mesmo?
Espalhar o bem não é somente transmitir facilidades de
natureza material.
Muitas máquinas, nos tempos modernos, distribuem energia e
poder, automaticamente.
Caridade essencial é intensificar o bem, sob todas as formas
respeitáveis, sem olvidarmos o imperativo de autossublimação para que outros se
renovem para a vida superior, compreendendo que é indispensável conjugar, no
mesmo ritmo, os verbos dar e saber.
Muitos crentes preferem apenas dar e outros se circunscrevem
simplesmente em saber; as atividades de todos os benfeitores dessa espécie são úteis,
mas incompletas.
Ambas as classes podem sofrer presunção venenosa.
Bondade e conhecimento, pão e luz, amparo e iluminação,
sentimento e consciência são arcos divinos que integram os círculos perfeitos
da caridade.
Não só receber e dar, mas também ensinar e aprender.
Livro Vinha de Luz – Emmanuel por Chico Xavier – Lição 116
A obra do Evangelho
Muitos daqueles que se entregam atualmente aos postulados
científicos do Espiritismo condenam os estudiosos das ilações de ordem moral e
religiosa, às quais a Doutrina inevitavelmente conduz com as suas expressões
fenomênicas, demonstrando as realidades espirituais.
Mesmo aqui no Brasil,
onde Ismael fixou as bases luminosas do seu programa, observam-se movimentos
sub-reptícios tendentes a nulificar a ação do Evangelho, eliminando as feições
religiosas e consoladoras da Doutrina.
Que se crie uma
ciência nova sobre a argamassa dos fenômenos espíritas, que se amplie a
metapsíquica, com os seus compêndios de complicada terminologia é natural; mas
que se olvide que o moderno Espiritismo tem de ser a confirmação do
Cristianismo, em sua primitiva pureza, restaurando as forças coletivas para a
prática do bem, é inadmissível.
As ciências terrenas
têm um valor sobremaneira relativo diante das leis transcendentes que regem o
mecanismo dos destinos. O homem físico tem atingido a cumeadas evolutivas, mas
o homem moral se ressente de graves lacunas e grandes defeitos. Para o
primeiro, a Terra está cheia de novas comodidades e de eficazes tratamentos.
Para o segundo, porém, só existe um caminho de progresso - o do instituto
cristão.
Na compreensão exata
do Evangelho está hoje guardada a solução de todas as crises que assoberbam os
humanos. O critério de civilização ou de cultura, sob o ponto de vista mundano,
não resolve os sérios enigmas que preocupam a mentalidade geral, porquanto,
moralmente falando, o homem está cheio de necessidades. A mensagem do Cristo,
ainda hoje, é obscura e desconhecida no ambiente de quase todas as
nacionalidades, não obstante as igrejas de todos os matizes, isoladas dos verdadeiros
característicos do Cristianismo. Muitos povos esperam ainda a palavra do Mestre
para que aproximem as suas leis do Código da Fraternidade e do Amor.
No domínio das coisas
espirituais, o homem ainda oscila entre a civilização e a barbaria. Daí se
infere a necessidade de se esclarecer o entendimento humano no que se refere
aos seus deveres divinos.
Todos os programas
dos ideais espiritualistas têm de se basear na melhoria do homem. O Espiritismo
terá de reviver o Cristianismo ou terá de perecer; as suas questões científicas
são acessórios necessários à sua evolução como doutrina, mas não significam a
sua vitalidade essencial. Os que malsinam a obra evangélica, taxando-a de
inútil e descabida, não apreenderam as grandes verdades da Vida, despidos do
senso das realidades atuais.
É necessário que os
espíritas se convençam de que toda a obra doutrinária, sem o concurso da parte
moral do Espiritismo, passará como meteoro. Se nas vossas atividades
consuetudinárias tendes visto fracassarem inúmeras edificações rotuladas com a
nossa fé consoladora, semelhantes desastres são o fruto de injustificáveis
irreflexões. Antes de criar os espíritas conscientes dos seus deveres de
fraternidade, de humildade e de amor, tendes levantado as obras espíritas, vazias
das consciências esclarecidas, inaptas a orientá-las no labirinto das
atividades modernas. Criar instituições
sem afinar as mentes que as nortearão nos ambientes da coletividade, de acordo
com os seus objetivos sagrados, é meio caminho andado para a sua própria
falência.
Convencei-vos de que
a atualidade necessita do esforço comum de todos à sombra da bandeira da
tolerância e da unificação para que se dissemine a lição do Evangelho em todo o
planeta. Antes dos cérebros, faz-se
mister iluminar-se os corações. O Espiritismo marchará com o Cristo ou se
desviará de suas finalidades sagradas. Ou os homens realizam o Evangelho ou a
sua civilização terá de desaparecer.
Francisco Leite de Bittencourt Sampaio / Chico Xavier, em
24-3-1936 – Revista Reformador - março /1976
sábado, 8 de fevereiro de 2020
Em torno da Regra Áurea
Quanto mais se adianta o progresso, mais intensamente se percebe que a vida é um condomínio.
Partilhamos, em regime de obrigatoriedade, o ar ambiente e a luz solar que nunca estiveram sob nosso controle. E, em nos referindo aos bens que retemos na Terra, quando na condição de Espíritos encarnados, à medida que solucionamos as grandes questões de interesse coletivo, quais as da justiça, da economia, do trabalho, da provisão ou moradia, mais impelidos nos reconhecemos a observar o direito dos outros.
Seja num edifício de apartamentos ou numa fila de compras, as nossas conveniências estão sujeitas à tranquilidade dos vizinhos.
Numa oficina, quanto mais importante se mostre, a produção apenas surge no rendimento preciso se mantida na forma da música orquestral, atribuindo-se a cada instrumento a responsabilidade que lhe compete.
Civilização e cultura baseiam-se no espírito de equipe, com a interdependência de permeio.
Princípios idênticos prevalecem no reino da alma, convocando-nos o livre-arbítrio ao levantamento da segurança e da felicidade de todos aqueles que nos comungam a experiência.
Sem nenhuma pretensão de natureza política, a Doutrina Espírita funciona, atualmente, no campo religioso da Humanidade, por mecanismo providencial de alertamento, induzindo-nos ao concurso natural e espontâneo na edificação do bem comum.
Por séculos e séculos, conservamos no mundo ignorância e carência, guerra e criminalidade, em nome da Vontade de Deus; entretanto, o Espiritismo, restaurando a mensagem do Cristianismo, que veio estabelecer a fraternidade entre os homens, pergunta a cada um de nós se estaríamos realmente certos de viver sob a Vontade de Deus, se formássemos entre as vítimas da penúria e das trevas de espírito.
Usemos todas as nossas possibilidades, sejam elas recursos ou aptidões, na construção dos tempos novos.
Solidariedade e cooperação, entendimento e concórdia, amor a deslocar-se da teoria para erguer-se na vida prática.
A regra áurea, para complementar-se devidamente, não se restringe à estrutura negativa, “não faças a outrem aquilo que não desejas”, e sim exige plena observância da forma positiva em que se expressa: “é preciso fazer aos outros tudo aquilo que desejamos nos seja feito”.
Emmanuel / André Luiz – Chico Xavier / Waldo Vieira – Livro: Estude e Viva
Armai-vos
“Portanto tomai toda a armadura de Deus, para que possais resistir no dia mau e, havendo feito tudo, ficar firmes.” Paulo (Efésios, 6:13)
O movimento da fé não proporciona consolações tão somente.
Buscar-lhe as fontes sublimes para retirar apenas conforto, seria proceder à maneira das crianças que nada enxergam senão guloseimas.
É indispensável tomar as armaduras de Deus nas casas consagradas ao labor divino.
Ilógico aproximar-se o filho adulto da presença paterna com a exclusiva preocupação de receber carinho. A mente juvenil necessita aceitar a educação construtiva que lhe é oferecida, revestindo-se de poderes benéficos, na ação incessante do bem, a fim de que os progenitores se sintam correspondidos na sua heroica dedicação.
A sede de ternura palpita em todos os seres, contudo, não se deve olvidar o trabalho que enrijece as energias comuns, a responsabilidade que define a posição justa e o esforço próprio que enobrece o caminho.
Em todos os templos do pensamento religioso elevado, o Pai está oferecendo armaduras aos seus filhos.
Os crentes, num impulso louvável, podem entregar-se naturalmente às melhores expansões afetivas, mas não se esqueçam de que o Senhor lhes oferece instrumentos espirituais para a fortaleza de que necessitam, dentro da luta redentora; somente de posse de semelhantes armaduras pode a alma resistir, nos maus dias da experiência terrestre, sustentando a serenidade própria, nos instantes dolorosos e guardando-se na couraça da firmeza de Deus.
Livro: Vinha de Luz – Emmanuel por Chico Xavier – Lição 115
Os Messias do Espiritismo
4. – Eis uma questão que se repete em toda parte: o Messias anunciado é a pessoa mesma do Cristo?
Ao lado de Deus estão numerosos Espíritos chegados ao topo da escala dos Espíritos puros, que mereceram ser iniciados em seus desígnios, para dirigirem a sua execução. Deus escolheu dentre eles seus enviados superiores, encarregados de missões especiais. Podeis chamá-los Cristos: é a mesma escola; são as mesmas ideias modificadas conforme os tempos.
Não fiqueis, pois, admirados de todas as comunicações que vos anunciam a vinda de um Espírito poderoso sob o nome do Cristo; é o pensamento de Deus revelado numa certa época, e que é transmitido pelo grupo dos Espíritos superiores que se acercam de Deus e recebe as suas emanações para presidir o futuro dos mundos que gravitam no espaço.
O que morreu na cruz tinha uma missão a cumprir, e essa missão se renova hoje por outros Espíritos desse grupo divino, que vêm, eu vo-lo repito, presidir aos destinos de vosso mundo.
Se o Messias de que falam essas comunicações não é a personalidade de Jesus, é o mesmo pensamento. É aquele que Jesus anunciou, quando disse: “Eu vos enviarei o Espírito de Verdade, que deve restabelecer todas as coisas”, isto é, reconduzir os homens à sã interpretação de seus ensinamentos, porque ele previa que os homens se desviariam do caminho que lhes havia traçado.
Aliás, era preciso completar o que então não lhes havia dito, porque não teria sido compreendido. Eis por que uma multidão de Espíritos de todas as ordens, sob a direção do Espírito de Verdade, veio a todas as partes do mundo e a todos os povos, revelar as leis do mundo espiritual, cujo ensino Jesus havia adiado, e lançar, pelo Espiritismo, os fundamentos da nova ordem social.
Quando todas as bases estiverem postas, então virá o Messias, que deve coroar o edifício e presidir à reorganização, auxiliado pelos elementos que tiverem sido preparados.
Mas não creiais que esse Messias esteja só; haverá muitos que abraçarão, pela posição que cada um ocupará no mundo, as grandes partes da ordem social: a política, a religião, a legislação, a fim de as fazer concordar com o mesmo objetivo.
Além dos Messias principais, Espíritos de escol surgirão em todas as partes e que, como lugar-tenentes animados da mesma fé e do mesmo desejo, agirão de comum acordo, sob o impulso do pensamento superior.
É assim que, pouco a pouco, se estabelecerá a harmonia do conjunto; mas é preciso, primeiramente, que se realizem certos acontecimentos.
Lacordaire – Revista Espírita - fevereiro/1868
sábado, 1 de fevereiro de 2020
Reflexão para estudantes e colaboradores
Estudantes e colaboradores do Centro Espírita Joseph Gleber, vamos nos motivar para os estudos e tarefas refletindo sobre união e unificação?
Compreensão, paciência, amor, fraternidade, união... itens indispensáveis à boa convivência.
Com quem nos exija a jornada de mil passos, caminhemos mais dois mil.
Compreensão, paciência, amor, fraternidade, união... itens indispensáveis à boa convivência.
Com quem nos exija a jornada de mil passos, caminhemos mais dois mil.
Deus espera que ames
Se
tiveres um pouco de atenção e olhares em torno de ti, encontrarás
os variados meneios da vida que se reportam ao amor do nosso Criador,
em cada movimento.
Em
toda parte, a natureza está sempre oferecendo um pouco mais à vida,
em homenagem ao Grande Pai, enquanto também se enriquece de luz, de
cores e de harmonia.
Se
de longe vires um canteiro, onde medram flores, alcançarás somente
os matizes multicores das corolas; porém, se te aproximares sentirás
que, quando beijadas pela brisa, as flores exalam benfazejos
perfumes, dando um pouco mais em prol da beleza terrena.
Se
olhares a exuberante queda d’água, que despenca da montanha,
observarás apenas um soberbo espetáculo de força e vigor. Mas, se
te acercares dessa catadupa, verás um risonho arco-íris que se
desenha sobre as gotículas suspensas no ar, a fim de que, ao
refletir os matizes da luz, possa ofertar um pouco mais em favor da
beleza planetária.
Contemplas,
ao longe, a neve que inspira friagem e desolação, na branca
vastidão do inverno. Se, no entanto, chegares mais perto,
identificarás as miríades de cristais de formosíssimas estruturas,
a refletir os raios do Sol, como pequenos brilhantes pingentes em
qualquer lugar, no anseio de cooperar um pouco mais no embelezamento
do mundo.
Se
olhares o velho tronco de árvore, apodrecido pelo tempo e
abandonado, terás à frente dos olhos tão só um poleiro inusitado
de múltiplas aves, no rumo de uma antiga cerca. Entretanto, se te
avizinhares, registrarás o ninho aconchegante e bem arranjado que se
abriga no oco vetusto, onde os filhotes piam, ensaiando o canto do
futuro, a fim de tornar mais belas as paisagens terrestres.
Se,
por entre ameaçadores zumbidos, o enxame de abelhas que se agita te
deixa temeroso, não consegues te dar conta do que ocorre, de fato.
Ao te aproximares, entretanto, encontrarás uma sociedade organizada,
com os trabalhos devidamente distribuídos, sob instintivas ordem e
obediência, gerando variados produtos para si mesma e para quem mais
os possa utilizar, homens e animais, de modo a dar um pouco mais para
a formosura do mundo.
Enfim,
para onde te voltes, perceberás sempre o louvor que se estabelece em
a natureza, dirigido ao nosso Deus.
Procura
viver de tal maneira, coração amigo, que possas desmentir qualquer
um que, por ver-te de longe, admita que és tão só alguém à cata
de atender às necessidades imediatas, que ajudam a manter o corpo, a
espécie e as propriedades que adquiriste com esforços. Todavia, se
já sabes o porquê de estares no mundo e o que te trouxe ao corpo
carnal, novamente, saberás expressar, para quem se aproxime de ti, o
anjo potencializado que és, por enquanto engolfado em árduas lutas
humanas por brilhar e crescer, no rumo do Criador, de modo a dar
beleza à vida que pulsa na Terra.
Deus
quer que ames e que ofereças um pouco mais de ti à vida. Não te
afugentes desse destino; não te negues a atender a esse anseio do
nosso Pai Celestial. Vem, levanta-te e move-te para incrementar uma
vida nova para ti; busca aprender sempre mais, a fim de mais te
libertares das cadeias da ignorância; trabalha com afinco e alegria,
para te tornares afinado instrumento nas mãos do Senhor, e ama, por
fim, porque foste feito a Sua semelhança, e porque não deves mais
deter o voo que te fará alcançar o teu próprio destino, destino de
felicidade cujos fundamentos se acham no pulsar das constelações.
Rosângela
C. Lima / Raul Teixeira - Mensagem psicografada em 06.03.2006, na
Sociedade Espírita Fraternidade, Niterói-RJ.
Fonte:
www.raulteixeira.com.br
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