domingo, 31 de dezembro de 2023
sábado, 30 de dezembro de 2023
Mais Luz - Edição 663 - 31/12/2023
Confira conosco nesta edição especial:
https://mailchi.mp/380a07468675/bagagem-de-ano-novo
Bagagem de Ano Novo – Passos Lírio
Ante o Evangelho: A nova era
Mensagem da Semana: Atendamos ao Bem – Fonte Viva, 137
Poema: Quadras do Ano Novo – Casimiro Cunha
Oração diante do tempo – Irmão X
sexta-feira, 29 de dezembro de 2023
Bagagem de Ano Novo
Ano Novo
significa mais um trecho que temos a percorrer em nossa caminhada na Crosta Planetária.
Isto nos
sugere a ideia de viagem.
Quando
pensamos em viajar, cogitamos logo de preparar a bagagem, pondo tudo em ordem,
separando as coisas necessárias para levar.
Diligenciamos
uma série de providências que acomodem da melhor maneira possível a nossa situação
de viajante.
Prevenimo-nos
do numerário suficiente para as despesas.
Cercamo-nos
dos devidos cuidados, em matéria de vestuário, hospedagem e alimentação.
Tomamos, enfim,
todas as medidas cabíveis para nos assegurar uma ida e volta isenta de embaraços.
Diante de um
ano que se finda e de outro que vai começar, deve ser bem esta a nossa mentalidade,
isto é, devemos apresentar-nos com um estado de espírito igual ao de quem tem um
percurso a fazer.
Apenas, em se
tratando de viver, naturalmente outras deverão ser as preocupações.
No caso,
compete-nos examinar e conhecer as condições de nossa intimidade psicológica.
Perscrutando a
mente, saberemos que ideais e pensamentos nos farão companhia.
Auscultando o
coração, identificaremos os sentimentos que se deslocarão conosco, ao longo do
trajeto.
Serão com elementos
destas duas fontes que formaremos nossa bagagem para a imprevista viagem de
trezentos e sessenta e cinco dias, se não formos colhidos pelo alfanje da morte.
Não pode haver
melhor oportunidade para um balanço total de nossa vida.
Nem outra
ocasião será mais bem indicada à uma tomada de posição claramente definida, seguramente
balizada.
Elevemos ao
Alto o pensamento em prece, e peçamos-lhe inspiração para escolhas acertadas,
que se traduzam na posse de elementos assecuratórios do nosso real bem-estar, de
nossa verdadeira felicidade.
Acontecerá
então assim... Do princípio ao fim, primeiro ao último dia do Ano Novo, observaremos
conduta, tão elevada quanto possível, senão de todo superior.
Pensaremos tão
somente no bem, que elegeremos por luz do nosso caminho.
Desejaremos
exclusivamente o que for nobre e justo.
Mentalizaremos
unicamente coisas construtivas e edificantes.
Buscaremos mais
estreito convívio com os livros instrutivos e de sã orientação.
Guardaremos fidelidade
ao Pai Celestial.
Daremos
cumprimento a salutar programa de dignificação íntima, aprofundando e engrandecendo
os atributos da alma.
Filhos —
passaremos a dedicar mais afeto e respeito aos pais.
Pais — envidaremos
nossos melhores esforços no sentido de discernir, compreender e solucionar os
problemas dos filhos.
Cônjuges – desdobrar-nos-emos
em atenções e delicadezas, em esforços e sacrifícios, se necessário for, por
instituir, no trato da vida conjugal, o Amor fraterno, a Amizade sã e leal, dedicada
e sincera, como princípio normativo de conduta.
Médiuns —
faremos de nossa evangelização o objetivo do todas as atividades próprias.
Cidadãos —
conduzir-nos-emos de modo a cumprir condignamente os deveres funcionais e
cívicos, sem nos enredarmos no aranhol do mundo, nem nos desfigurarmos como
filhos de Deus.
O que importa,
em essência, não é propriamente a passagem de um ano para outro, coisa que
sempre se deu e se dará à nossa revelia, e sim as condições da bagagem
espiritual com que entramos no Ano Novo, que, para ser realmente Bom, como o
concebemos, é preciso que nos tornemos efetivamente melhores”
Passos Lírio – Reformador / janeiro de 1969
Quadras do Ano Novo
Ano
Novo! Vida Nova!
Consolo,
esperança, amor…
Não
menosprezes o tempo
Que
é concessão do Senhor.
Com
todo o teu coração,
Fiscaliza
as próprias horas,
Não
gastes o dia em vão.
Auxilia
sem demora.
Há
tesouros insondáveis
Na
bênção de meia hora.
De
alegria e de bondade
Desabotoam
na Terra…
As
fontes da caridade.
De
harmonia e de perdão
Acalmam
as tempestades
Que
ferem o coração.
No
socorro de um sorriso
Descerram
em nossas almas
As
portas do paraíso.
Na
visita fraternal
São
fatores decisivos
Na
vitória contra o mal.
De
oração e paciência,
Conseguem
eliminar
O
fel da maledicência.
Serviço,
auxílio e lição
Constituem
filhos nobres
Da
grande sublimação.
Busca o Mestre enquanto é hoje
Na
virtude sem alarde.
Ajuda
agora. Amanhã
Talvez
seja muito tarde.
É a
força que nos eleva.
Cabeça
desocupada
Estende
o poder da treva.
Consolo,
esperança e amor…
Não
menosprezes o tempo
Que
é concessão do Senhor.
Casimiro
Cunha / Chico Xavier
Livro: Chico no Monte Carmelo
Oração diante do tempo
Senhor Jesus!
Diante do
calendário que se renova, deixa que nos ajoelhemos para implorar-te compaixão.
Tu que eras
antes que fôssemos, que nos tutelaste, em nome do Criador, na noite insondável
das origens, não desvies de nós teu olhar, para que não venhamos a perder o
adubo do sangue e das lágrimas, oriundo das civilizações que morreram sob o
guante da violência!…
Determinaste
que o Tempo, à feição de ministro silencioso de tua justiça, nos seguisse todos
os passos…
E, com os
séculos, carregamos o pedregulho da ilusão, dele extraindo o ouro da
experiência.
Do berço para
o túmulo e do túmulo para o berço, temos sido senhores e escravos, ricos e
pobres, fidalgos e plebeus.
Entretanto, em
todas as posições, temos vivido em fuga constante da verdade, à caça de triunfo
e denominação para o nosso velho egoísmo.
Na governança,
nutríamos a vaidade e a miséria.
Na
subalternidade, alentávamos o desespero e a insubmissão.
Na fortuna,
éramos orgulhosos e inúteis.
Na carência,
vivíamos intemperantes e despeitados.
Administrando,
alongávamos o crime.
Obedecendo,
atendíamos à vingança.
Resistíamos a
todos os teus apelos, em tenebrosos labirintos de opressão e delinquência,
quando vieste ensinar-nos o caminho libertador.
Não te
limitaste a crer na glória do Pai Celeste.
Estendeste-Lhe
a incomparável bondade.
Não te
circunscreveste à fé que renova.
Abraçaste o
amor que redime.
Não te
detiveste entre os eleitos da virtude.
Comungaste o
ambiente das vítimas do mal, para reconduzi-las ao bem.
Não te ilhaste
na oração pura e simples.
Ofertaste mãos
amigas às necessidades alheias.
Não te
isolaste, junto à dignidade venerável de Salomé, a venturosa mãe dos filhos de
Zebedeu.
Acolheste a
Madalena, possuída de sete gênios sombrios.
Não
consideraste tão somente a Bartimeu, o mendigo cego.
Consagraste
generosa atenção a Zaqueu, o rico necessitado.
Não apenas
aconselhaste a fraternidade aos semelhantes.
Praticaste-a
com devotamento e carinho, da intimidade do lar ao sol meridiano da praça
pública.
Não pregaste a
doutrina do perdão e da renúncia exclusivamente para os outros.
Aceitaste a
cruz do escárnio e da morte, com abnegação e humildade, a fim de que
aprendêssemos a procurar contigo a divina ressurreição…
Entretanto,
ainda hoje, decorridos quase vinte séculos* sobre o teu sacrifício, não temos
senão lágrimas de remorso e arrependimento para fecundar o Saara de nossos
corações…
Em teu nome,
discípulos infiéis que temos sido, espalhamos nuvens de discórdia e crueldade
nos horizontes de toda a Terra! É por isso que o Tempo nos encontra hoje tão
pobres e desventurados como ontem, por desleais ao teu Evangelho de Redenção.
Não nos
deixes, contudo, órfãos de tua bênção…
No oceano
encapelado das provações que merecemos, a tempestade ruge em pavorosos açoites…
Nosso mundo, Senhor, é uma embarcação que estala aos golpes rijos do vento.
Entre as convulsões da procela que nos arrasta e o abismo que nos espreita,
clamamos por teu socorro! E confiamos em que te levantarás luminoso e imaculado
sobre a onda móvel e traiçoeira, aplacando a fúria dos elementos e exclamando
para nós, como outrora disseste aos discípulos aterrados: — “Homens de pouca
fé, porque duvidastes?”
Irmão X (Humberto de Campos) / Chico Xavier
Livro: Cartas e crônicas
quarta-feira, 27 de dezembro de 2023
Atendamos ao Bem
“Em verdade
vos digo que quantas vezes o fizestes a um destes meus irmãos mais pequeninos,
a mim o fizestes.” — Jesus. (Mateus, 25:40)
Não só pelas
palavras, que podem simbolizar folhas brilhantes sobre um tronco estéril.
Não só pelo
ato de crer, que, por vezes, não passa de êxtase inoperante.
Não só pelos
títulos, que, em muitas ocasiões, constituem possibilidades de acesso aos
abusos.
Não só pelas
afirmações de fé, porque, em muitos casos, as frases sonoras são gritos da alma
vazia.
Não nos
esqueçamos do “fazer”.
A ligação com
o Cristo, a comunhão com a Divina Luz, não dependem do modo de interpretar as
revelações do Céu.
Em todas as
circunstâncias do seu apostolado de amor, Jesus procurou buscar a atenção das
criaturas, não para a forma do pensamento religioso, mas para a bondade humana.
A Boa Nova não
prometia a paz da vida superior aos que calejassem os joelhos nas penitências
incompreensíveis, aos que especulassem sobre a natureza de Deus, que
discutissem as coisas do Céu por antecipação, ou que simplesmente pregassem as
verdades eternas, mas exaltou a posição sublime de todos os que disseminassem o
amor, em nome do Todo-Misericordioso.
Jesus não se
comprometeu com os que combatessem, em seu nome, com os que humilhassem os
outros, a pretexto de glorificá-lo, ou com os que lhe oferecessem culto
espetacular, em templos de ouro e pedra, mas sim afirmou que o menor gesto de
bondade, dispensado em seu nome, será sempre considerado, no Alto, como
oferenda de amor endereçada a ele próprio.
Emmanuel / Chico Xavier – Livro: Fonte Viva – Cap. 137
domingo, 24 de dezembro de 2023
sexta-feira, 22 de dezembro de 2023
Natal simbólico
Harmonias
cariciosas atravessavam a paisagem, quando o lúcido mensageiro continuou:
— Cada
Espírito é um mundo onde o Cristo deve nascer…
Fora loucura
esperar a reforma do mundo, sem o homem reformado. Jamais conheceremos povos
cristãos, sem edificarmos a alma cristã…
Eis por que o
Natal do Senhor se reveste de profunda importância para cada um de nós em
particular.
Temos conosco
oceanos de bênçãos divinas, maravilhosos continentes de possibilidades,
florestas de sentimentos por educar, desertos de ignorância por corrigir,
inumeráveis tribos de pensamentos que nos povoam a infinita extensão do mundo
interior. De quando em quando, tempestades renovadoras varrem-nos o íntimo,
furacões implacáveis atingem nossos ídolos mentirosos.
Quantas vezes,
o interesse egoístico foi o nosso perverso inspirador?
Examinando a
movimentação de nossas ideias próprias, verificamos que todo princípio nobre
serviu de precursor ao conhecimento inicial do Cristo.
Verificou-se a
vinda de Jesus numa época de recenseamento.
Alcançamos a
transformação essencial justamente em fase de contas espirituais com a nossa
própria consciência, seja pela dor ou pela madureza de raciocínio.
Não havia
lugar para o Senhor.
Nunca
possuímos espaço mental para a inspiração divina, absorvidos de ansiedades do
coração ou limitados pela ignorância.
A única
estalagem ao Hóspede Sublime foi a Manjedoura.
Não oferecemos
ao pensamento evangélico senão algumas palhas misérrimas de nossa boa vontade,
no lugar mais escuro de nossa mente.
Surge o
Infante Celestial dentro da noite.
Quase sempre,
não sentimos a Bondade do Senhor senão no ápice das sombras de nossas
inquietações e falências.
A estrela
prodigiosa rompe as trevas no grande silêncio.
Quando o
gérmen do Cristo desponta em nossas almas, a estrela da divina esperança
desafia nossas trevas interiores, obscurecendo o passado, clareando o presente
e indicando o porvir.
Animais em
bando são as primeiras visitas ao Enviado Celeste.
Na soledade de
nossa transformação moral, em face da alvorada nova, os sentimentos
animalizados de nosso ser são os primeiros a defrontar o ideal do Mestre.
Chegam
pastores que se envolvem na intensa luz dos anjos que velam o berço divino.
Nossos
pensamentos mais simples e mais puros aproximam-se da ideia nova,
contagiando-se da claridade sublime, oriunda dos gênios superiores que nos
presidem aos destinos e que se acercam de nós, afugentando a incompreensão e o
temor.
Cantam
milícias celestiais.
No instante de
nossa renovação em Cristo, velhos companheiros nossos, já redimidos, exultam de
contentamento na Esfera superior, dando glória a Deus e bendizendo os Espíritos
de boa vontade.
Divulgam os
pastores a notícia maravilhosa.
Nossos
pensamentos, felicitados pelo impulso criador de Jesus, comunicam-se entre si,
organizando-se para a vida nova.
Surge a visita
inesperada dos magos.
Sentindo-nos a
modificação, o mundo observa-nos de modo especial.
Os servos
fiéis, como Simeão, expressam grande júbilo, mas revelam apreensões justas,
declarando que o Menino surgira para a queda e elevação de muitos em Israel.
Acalentamos o
pensamento renovador, no recesso d’alma, para a destruição de nossos ídolos de
barro e desenvolvimento dos germens de espiritualidade superior.
Ferido na
vaidade e na ambição, Herodes determina a morte do Pequenino Emissário.
A ignorância
que nos governa, desde muitos milênios, trabalha contra a ideia redentora,
movimentando todas as possibilidades ao seu alcance.
Conserva-se
Jesus na casa simples de Nazaré.
Nunca
poderemos fornecer testemunho à Humanidade, antes de fazê-lo junto aos nossos,
elevando o espírito do grupo a que Deus nos conduziu.
Trabalha o
Pequeno Embaixador numa carpintaria.
Em toda
realização superior, não poderemos desdenhar o esforço próprio.
Mais tarde, o
Celeste Menino surpreende os velhos doutores.
O pensamento
cristão entra em choque, desde cedo, com todas as nossas antigas convenções
relativas à riqueza e à pobreza, ao prazer e ao sofrimento, à obediência e à
mordomia, à filosofia e à instrução, à fé e à ciência.
Trava-se,
então, dentro de nosso mundo individual, a grande batalha.
A essa altura,
o mensageiro fez longa pausa.
Flores de luz
choviam de mais alto, como alegrias do Natal, banhando-nos a fronte. Os demais
companheiros e eu aguardávamos, ansiosos, a continuação da mensagem sublime;
entretanto, o missionário generoso sorriu paternalmente e rematou:
— Aqui termino
minhas humildes lembranças do Natal simbólico. Segundo observais, o Evangelho
de Nosso Senhor não é livro para os museus, mas roteiro palpitante da vida.
Irmão X (Humberto
de Campos)
Livro: Pontos
e contos
quinta-feira, 21 de dezembro de 2023
Prece de Natal
Senhor, desses caminhos cor de neve
De onde desceste um dia para o mundo,
Numa visão radiosa, linda e breve
De amor terno e profundo,
Das amplidões augustas dos Espaços,
No teu Natal de eternos esplendores,
Abriga nos teus braços
A multidão dos seres sofredores!…
Que em teu
Nome
Receba um pão o pobre que tem fome,
Um trapo o nu, o aflito uma esperança.
Que em teu Natal a Terra se transforme
Num caminho sublime, santo e enorme
De alegria e bonança!
Apesar dos exemplos da humildade
Do teu amor a toda a humanidade
A Terra é o mundo amargo dos gemidos,
De tortura, de treva e impenitência,
Que a luz do amor de tua Providência
Ampare os seres tristes e abatidos.
………………………………………
E em teu
Natal, reunidos nós queremos,
Mesmo no mundo dos desencarnados,
Esquecer nossas dores e pecados,
Nos afetos mais doces, mais extremos,
Reviver a efeméride bendita
Da tua aparição na Terra aflita,
Unir a nossa voz à dos pastores,
Lembrando os milagrosos esplendores
Da estrela de Belém,
Pensando em ti, reunindo-nos no Bem
Na mais pura e divina vibração,
Fazendo da humildade
Nosso caminho de felicidade,
Estrada de ouro para a Perfeição!
Carmen Cinira / Chico Xavier
Livro: Palavras do Infinito
quarta-feira, 20 de dezembro de 2023
Vivamos calmamente
“Que procureis
viver sossegados.” — Paulo. (1 Tessalonicenses, 4:11)
Viver
sossegado não é apodrecer na preguiça.
Há pessoas,
cujo corpo permanece em decúbito dorsal, agasalhadas, contra o frio da
dificuldade, por excelentes cobertores da facilidade econômica, mas torturadas
mentalmente por indefiníveis aflições.
Viver
calmamente, pois, não é dormir na estagnação.
A paz decorre
da quitação de nossa consciência para com a vida, e o trabalho reside na base
de semelhante equilíbrio.
Se desejamos
saúde, é necessário lutar pela harmonia do corpo.
Se esperamos
colheita farta, é indispensável plantar com esforço e defender a lavoura com
perseverança e carinho.
Para garantir
a fortaleza do nosso coração, contra o assédio do mal, é imprescindível
saibamos viver dentro da serenidade do trabalho, fiel aos compromissos
assumidos com a ordem e com o bem.
O progresso
dos ímpios e o descanso dos delinquentes são paradas de introdução à porta do
inferno criado por eles mesmos.
Não queiras,
assim, estar sossegado, sem esforço, sem luta, sem trabalho, sem problemas…
Todavia,
consoante a advertência do apóstolo, vivamos calmamente, cumprindo com valor,
boa vontade e espírito de sacrifício, as obrigações edificantes que o mundo nos
impõe cada dia, em favor de nós mesmos.
Emmanuel / Chico Xavier – Livro: Fonte Viva – Cap. 136
sábado, 16 de dezembro de 2023
Mais Luz - Edição 661 - 17/12/2023
Confira nesta edição:
https://mailchi.mp/8fd4626c63e8/desculpa-sempre
Yvonne do
Amaral Pereira – Biografia
Ante o Evangelho:
Perdoai, para que Deus vos perdoe
Mensagem da
Semana: Desculpa sempre – Fonte Viva 135
Poema: Outra
vez – Casimiro Cunha
Oração: Prece
ante o perdão - Emmanuel
sexta-feira, 15 de dezembro de 2023
Yvonne do Amaral Pereira
Às seis horas
da manhã do dia 24 de dezembro de 1900, na pequena Vila de Santa Tereza de
Valença (hoje Rio das Flores), Estado do Rio de Janeiro, renascia em lar
espírita Yvonne do Amaral Pereira, primogênita do casal Manoel José Pereira
Filho e Elisabeth do Amaral Pereira. Yvonne teve cinco irmãos, além de outro
mais velho, filho do primeiro casamento de sua mãe.
Seu pai,
pequeno comerciante, homem generoso de coração e desprendido dos bens
materiais, faliu por três vezes por favorecer a clientela em prejuízo próprio.
Tornou-se, pouco depois, funcionário público, de cujos modestos proventos viveu
até sua desencarnação, em 1935.
Yvonne viveu
em lar pobre e modesto. Aprendeu com os pais a servir os mais necessitados,
pois em sua casa eram acolhidos com carinho pobres criaturas sem recursos,
inclusive mendigos.
Contam seus
biógrafos que, com 29 dias de nascida, depois de um acesso de tosse, sobreveio
uma sufocação que a deixou como morta, em estado de catalepsia. Permaneceu
nesse estado durante seis horas. O médico e o farmacêutico atestaram morte por
sufocação. O velório foi preparado. A suposta defunta foi vestida com grinalda
e vestido branco e azul, e o caixão encomendado. A mãe, que não acreditava que
a filha estivesse morta, retirou-se para um aposento, onde orou fervorosamente
a Maria de Nazaré, pedindo que a situação fosse definida. Instantes depois, a
criança acordou aos prantos.
A infância de
Yvonne foi povoada por fenômenos espíritas, muitos deles narrados no
livro 'Recordações da Mediunidade'. Aos quatro anos, ela já se
comunicava com os Espíritos, que considerava pessoas normais, encarnadas. Duas
entidades lhe eram particularmente caras. O espírito Charles, que fora seu pai
carnal e a quem considerava como tal - devido a lembranças vivas de uma
encarnação passada -, foi seu orientador durante toda a sua vida, inclusive nas
atividades mediúnicas. E o espírito Roberto de Canalejas, que fora médico
espanhol em meados do século XIX, outra entidade pela qual a médium nutria
profundo afeto e com quem tinha ligações espirituais de longa data.
Mais tarde, na
vida adulta, manteria contatos mediúnicos regulares com outras entidades
evoluídas, como o Dr. Bezerra de Menezes, Camilo Castelo Branco e Frédéric
Chopin. (...)
(...) A sua
mediunidade, porém, foi diversificada. Foi médium psicógrafa e receitista,
assistida por entidades de grande elevação, como Bezerra de Menezes, Charles,
Roberto de Canalejas e Bittencourt Sampaio. Possuía mediunidade de efeitos
físicos, chegando a realizar algumas sessões de materialização, mas nunca
sentiu atração por esta modalidade mediúnica. Os trabalhos que mais gostava de
fazer, no campo da mediunidade, eram os de desdobramento, incorporação e
receituário homeopático. Nessa última atividade trabalhou em diversos centros
espíritas de várias cidades em que morou durante seus 54 anos de labor
mediúnico.
Como médium
psicofônica, pode entrar em contato com obsessores, obsidiados e suicidas, aos
quais devotava um carinho especial, sendo que muitos deles tornaram-se
espíritos amigos. Costumava ler nos periódicos e jornais nomes de suicidas e
orava por eles constantemente, catalogando-os num livro de preces criado por
ela. Era o que fazia como forma de reparação ao seu suicídio pretérito por
afogamento. Passado algum tempo, muitos deles vinham agradecer-lhe as orações e
davam-lhe fortes abraços passeando com ela de braços dados pelo casarão em que
morava, sem que ela, confusa, soubesse distinguir se o visitante era encarnado
ou desencarnado.
Pelo
desdobramento noturno Yvonne Pereira visitava o mundo espiritual, amparada por
seus orientadores, coletando as crônicas, contos e romances com os quais hoje
nos deleitamos.
Deixou 20
obras de sua lavra mediúnica, entre as quais Memórias de um Suicida,
considerada por Chico Xavier a que melhor retrata a profundeza do Umbral. Este
livro, ditado pelo espírito Camilo Castelo Branco, que usou o pseudônimo Camilo
Cândido Botelho, foi recebido em 1926, mas editado somente 30 anos depois, em
1956, pela Federação Espírita Brasileira (FEB). (...)
(...) Foi
esperantista convicta e trabalhou arduamente na sua propaganda e difusão,
através de correspondência que mantinha com outros esperantistas, tanto no
Brasil quanto no exterior.
Yvonne Pereira
serviu como médium de 1926 a 1980, quando um acidente vascular cerebral
impossibilitou-a para a atividade mediúnica. Sempre humilde, terna e vivaz,
morava num casarão em Piedade, subúrbio do Rio de Janeiro, em companhia de sua
irmã casada, Amália Pereira Lourenço, também espírita.
Na noite de 9
de março de 1984, vitimada por trombose, desencarnou durante uma cirurgia a que
se submetera no Hospital da Lagoa, no Rio de Janeiro. Seu corpo foi sepultado
no Cemitério de Inhaúma. Tinha 83 anos e mantivera-se solteira, cumprindo
dignamente o mandato mediúnico exercido com amor e total devotamento ao
semelhante.
Trechos
extraídos do site da União Espírita Mineira – Leia na íntegra