sexta-feira, 31 de março de 2023
sábado, 25 de março de 2023
Mais Luz - Edição 623 - 26/03/2023
Confira conosco em mais uma edição do nosso "Mais Luz":
https://mailchi.mp/697e50b1fba4/em-honra-a-kardec
Em honra a Kardec – Emmanuel
Ante o Evangelho: O Espiritismo
Mensagem da Semana: A palavra da Cruz – Fonte Viva 97
Poema: Na desencarnação de Allan Kardec – Abel Gomes
Oração: Prece da gratidão – João de Deus
Projeto Examinando O Livro da esperança – Na luz da indulgência – Cap. 27
Agenda espírita e mais!
Chico Xavier, quem é você?
AUTOBIOGRAFIA
P. — Chico
Xavier, ao final deste Programa, que teve a pretensão de mostrar, se não toda,
pelo menos parte de sua vida, nós lhe perguntamos: Chico Xavier, quem é você?
R. — Meu caro
Tharsis, embora seja avesso às informações autobiográficas, não posso deixar de
me estender um tanto na resposta à questão que a sua bondade suscita.
Antes de tudo
rogo as suas desculpas de companheiro uberabense, de distinto jornalista do
nosso campo cultural, se vier a parecer pretensioso ou prolixo, o que realmente
não desejo.
A pergunta que
você me dirige não deixa de ser um tanto estranha, porque sendo eu um cidadão
como qualquer outro, pertenço ao gênero humano e não me consta seja de praxe
que esta ou aquela pessoa deva explicar quem venha ser, desde que esteja sempre
circulando, qual me acontece, no relacionamento comum.
Mas,
satisfazendo a sua curiosidade simpática, devo esclarecer ao prezado amigo que
sou uma pessoa como tantas outras, com muitos erros na vida e alguns poucos
acertos, sempre alimentando o sincero desejo de cumprir as minhas obrigações.
Não tenho
qualquer privilégio material ou espiritual. No setor da profissão, trabalhei 4
anos numa fábrica de tecidos, outros 4 anos num pequeno armazém, com setores anexos
de cozinha e horticultura; e outros 32 anos consecutivos no Ministério da
Agricultura, no qual me aposentei na condição de escriturário, somando ao todo
40 anos de trabalho profissional.
Em
mediunidade, especialmente na psicografia, completei agora, em 8 de julho
corrente, meio século de atividades ininterruptas.
Psicografei
até agora 150 livros, em nos referindo aos livros já publicados, que entreguei,
sem qualquer remuneração, às Editoras Espíritas Cristãs, com o que reconheço
estar cumprindo simplesmente um dever.
Materialmente,
tenho atravessado longos períodos de moléstia física. Sou portador de luxação
no olho esquerdo desde muitos anos e, em verdade, tenho recebido muito auxílio
dos amigos espirituais nos tratamentos de saúde a que tenho me submetido, mas
já passei por cinco cirurgias de grande porte, sempre pelas mãos de médicos
cirurgiões humanos e amigos, submetendo-me a instruções médicas e a regimes
hospitalares, como sucede a qualquer doente comum. A mediunidade não me deu
imunidades contra doenças e tentações naturais na existência humana, porque
ainda agora, numa ocorrência muito natural a qualquer pessoa com 67 janeiros de
idade física, sou portador de um processo de angina, que me obriga a tratamento
diário muito complexo.
Segundo você
mesmo, caro amigo, pode observar, sou uma pessoa demasiadamente comum, sem
pretensões a qualquer destaque, que nada fiz por merecer.
Devo
esclarecer a você que não tenho o privilégio de viver o tempo ao meu dispor, de
vez que, como acontece a qualquer pessoa que preza os compromissos, o relógio
tem muita importância em minha vida, conquanto me sinta muito feliz quando
possa sustentar essa ou aquela conversação com os amigos, o que para mim não é
um prazer muito acessível, em virtude das muitas tarefas a que estou vinculado.
Para clarear,
tanto quanto possível, a minha resposta à sua pergunta, esclareço que em
matéria de estudos tive apenas o curso primário, na cidade de Pedro Leopoldo,
onde nasci. Mas, naturalmente, ouvindo instruções e escrevendo instruções com o
Espírito de Emmanuel e outros Espíritos amigos, desde 1927, é impossível que a
minha inteligência, mesmo estreita quanto é, não obtivesse alguma evolução e
algum aprimoramento em meio século de trabalho espiritual incessante.
Esclareço
ainda a você que pertenço, morfologicamente, ao sexo masculino, e qual ocorre
com as pessoas que sentem e pensam muito sobre as próprias responsabilidades,
psicologicamente tenho os conflitos naturais, inerentes a essas mesmas pessoas,
conflitos estes que procuro asserenar, tanto quanto possível, com o apoio da
religião, pois não creio que possamos vencer as nossas tendências inferiores ou
animalizantes sem fé em Deus, sem a prática de uma religião que nos controle os
impulsos e nos eduque os sentimentos.
Passei por
muitas lutas espirituais, desde tenra idade, em matéria de faculdades
mediúnicas. Mas, com a Doutrina Espírita, em que Allan Kardec explica os
ensinamentos de Jesus, há precisamente meio século, encontrei nas tarefas
espíritas o equilíbrio possível, de que eu necessitava, para viver e conviver
com os meus irmãos em humanidade e para trabalhar como qualquer cidadão que
deseja ser útil à sua família e ao seu grupo social.
Informo ainda
a você que o trabalho mediúnico foi sempre muito intenso em minha vida, e que
continuo solteiro, sentindo-me feliz nessa condição.
Aproveito
ainda o ensejo para dizer ao bom amigo que sou muito grato aos companheiros e
autoridades que se referem, com tanta generosidade e carinho, ao meio século de
serviço mediúnico que completei agora, mas esclareço a você, meu caro Tharsis,
que se algum apontamento elogioso aparece aqui e ali, esse apontamento pertence
ao Espírito de Emmanuel, e a outros Benfeitores Espirituais que se comunicam
por meu intermédio, em minha condição simples de medianeiro espírita, e que de
mim mesmo não passo de um médium muito falho em tudo, precisando sempre das
preces e das vibrações de apoio das pessoas amigas, espíritas ou não espíritas,
que possam fazer a caridade de orar em meu favor, para que eu possa cumprir o
meu dever.
A você, meu
caro amigo Tharsis, muito obrigado.
Francisco
Cândido Xavier – Livro: Entender conversando
Entrevista
concedida ao jornalista e radialista Tharsis Bastos de Barros, para um Programa
comemorativo dos 50 anos de atividades mediúnicas ininterruptas de Francisco C.
Xavier, intitulado: “Especial com Chico Xavier”, e levado ao ar pela Rádio Sete
Colinas, de Uberaba, MG, em fins de julho de 1977.
NASCIMENTO
CHICO XAVIER – 02/04/1910
sexta-feira, 24 de março de 2023
Couraça da Caridade
“Sejamos
sóbrios, vestindo-nos da couraça da fé e da caridade.” — Paulo. (1 Tessalonicenses,
5.8)
Paulo foi
infinitamente sábio quando aconselhou a couraça da caridade aos trabalhadores
da luz.
Em favor do
êxito desejável na missão de amor a que nos propomos, em companhia do Cristo,
antes de tudo é indispensável preservar o coração.
E se não
agasalharmos a fonte do sentimento nas vibrações do ardente amor, servidos por
uma compreensão elevada nos círculos da experiência santificante em que nos
debatemos na arena terrestre, é muito difícil vencer na tarefa que o Senhor nos
confia.
A irritação
permanente, diante da ignorância, adia as vantagens do ensino benéfico.
A indignação
excessiva, perante a fraqueza, extermina os germes frágeis da virtude.
A ira
frequente, no campo da luta, pode multiplicar-nos os inimigos sem qualquer
proveito para a obra a que nos devotamos.
A severidade
demasiada, à frente de pessoas ainda estranhas aos benefícios da disciplina,
faz-se acompanhar de efeitos contraproducentes por escassez de educação do meio
em que se manifesta.
Compreendendo,
assim, que o cristão se acha num verdadeiro estado de luta, em que, por vezes,
somos defrontados por sugestões da irritação intemperante, da indignação
inoportuna, da ira injustificada ou da severidade destrutiva, o apóstolo dos
gentios receitou-nos a couraça da caridade, por sentinela defensiva dos órgãos
centrais de expressão da vida.
É indispensável
armar o coração de infinito entendimento fraterno para atender ao ministério em
que nos empenhamos.
A convicção e
o entusiasmo da fé bastam para começar honrosamente, mas para continuar o
serviço, e terminá-lo com êxito, ninguém poderá prescindir da caridade
paciente, benigna e invencível.
Emmanuel / Chico Xavier – Fonte Viva – FEB – cap. 98
quinta-feira, 23 de março de 2023
Supremacia da Caridade
A fé é a força potente
Que desponta na alma crente,
Elevando-a aos altos Céus:
Ela é chama abrasadora,
Reluzente, redentora,
Que nos eleva até Deus.
A esperança é flor virente,
Alva estrela resplendente,
Que ilumina os corações,
Que conduz as criaturas
Às almejadas venturas
Entre célicos clarões.
A caridade é o amor,
É o sol que Nosso Senhor
Fez raiar claro e fecundo;
Alegrando nesta vida
A existência dolorida
Dos que sofrem neste mundo!
A fé é um clarão divino,
Refulgente, peregrino,
Que irrompe, trazendo a luz;
A caridade é a expressão
Da personificação
Do Mestre Amado — Jesus!
A esperança é qual lume,
Ou capitoso perfume
Que nos alenta na dor;
A caridade é uma aurora
Que resplende a toda hora,
Nada empana o seu fulgor.
Seja, pois, abençoada
Essa fúlgida alvorada
A raiar eternamente!
Caridade salvadora
Pura bênção redentora
Do Senhor Onipotente.
Casimiro Cunha / Chico Xavier
Livro: Parnaso de Além-Túmulo
quarta-feira, 22 de março de 2023
Em honra a Kardec
Na Doutrina
Espírita, não se dirá que Allan Kardec foi ultrapassado, de vez que os nossos
princípios avançam com o fluxo evolutivo da própria vida e, à maneira da árvore
que para mostrar a excelência do fruto não dispensa a raiz, tanto quanto o
edifício vulgar para crescer em nova pavimentação não prescinde do alicerce, o
Espiritismo não fugirá das diretrizes primeiras, a fim de ampliar-se em
construções mais elevadas, com a segurança precisa.
Superam-se técnicas e processos de luta material.
A Revelação Divina, porém, desenvolve-se com a própria
alma do homem, porque a Infinita Sabedoria não nos esmaga com sua Grandeza, nem
nos enceguece com a sua Luz, esperando que nós mesmos, ao preço de esforço e
trabalho, na escola do progresso, nos habilitemos a suportar o conhecimento
superior, estendendo-lhe a claridade e realizando-lhe os objetivos.
Em razão disso, foi o próprio Codificador quem definiu
em nossa Doutrina um templo de postulados que a evolução se incumbiria de
honorificar em constante expansão, nela plasmando não apenas o altar da fé
renovadora que nos religa ao Cristo de Deus, mas também o acesso ao campo
aberto da indagação filosófica e científica, para que não estejamos confinados
ao dogmatismo enregelante e destruidor.
Não edificaremos por nossa vez, no santuário espírita,
senão aquele desdobramento necessário a todo serviço de luz e fraternidade, que
iniciado a benefício das criaturas, a todas elas deve atingir no justo momento
em obediência às leis da evolução, de que Kardec foi emérito defensor.
Cabe-nos hoje tanto quanto ontem, dar-lhe a obra regeneradora e vitalizante, a fim de que não nos percamos à distância da lógica e da simplicidade que lhe ditaram o ensinamento, e não nos empenharemos no cipoal da inutilidade ou da sombra porquanto, nele, o apóstolo do princípio, encontramos o roteiro seguro para a integração com Jesus, nosso Mestre e Senhor.
Emmanuel / Chico Xavier – Livro: Doutrina e vida
31 de março – Desencarnação de Allan Kardec
Projeto Examinando o Livro da Esperança - mar/2023
Na luz da
indulgência
“E se ao que
quiser pleitear contigo, tirar-te o vestido, larga-lhe também a capa.” — Jesus
— Mateus, 5:40.
“Sede
indulgentes com as faltas alheias, quaisquer que elas sejam; não julgueis com
severidade senão as vossas próprias ações e o Senhor usará da indulgência para
convosco, como de indulgência houverdes usado para com os outros.” — Cap. X,
17.
Anseias pela
vitória do bem, contudo, acende a luz da indulgência para fazê-lo com
segurança.
Todos nós,
Espíritos imperfeitos, ainda arraigados à evolução da Terra, reclamamos
concurso e compaixão uns dos outros, mas nem sempre sabemos por nós mesmos,
quando surgimos necessitados de semelhantes recursos.
Em muitas
circunstâncias, estamos cegos da reflexão, surdos do entendimento, paralíticos
da sensibilidade e anestesiados na memória sem perceber.
*
O irmão da
luta de ontem mostra-se hoje em plena abastança material, delirando na ambição
desenfreada. Certo, aspiras a vê-lo recambiado ao próprio equilíbrio, a fim de
que o dinheiro lhe sirva de instrumento à felicidade, no entanto, para isso,
não comeces por censurar-lhe o procedimento. Usa a indulgência e renova-lhe o
modo de pensar e de ser.
O amigo
escalou a evidência pública, fazendo-se verdugo em nome da autoridade. Queres
garantir-lhe o reajuste para que o poder se lhe erija em caminho de paz,
entretanto, não te dês a isso, exibindo atitude condenatória. Usa a
indulgência, clareando-lhe o raciocínio.
A jovem do teu
convívio embriagou-se na ilusão, caindo em sucessivos abusos, a pretexto de
mocidade. Justo suspires por reintegrá-la no harmonioso desenvolvimento das
próprias faculdades, situando-a no rumo das experiências de natureza superior,
todavia, por ajudá-la, não lhe reproves os sonhos. Usa a indulgência e
ampara-lhe a meninice.
O companheiro
em provas amargas escorregou no desânimo e tombou em desespero. Claro que
anelas para ele o retorno à tranquilidade, no entanto, não te entregues às
críticas que lhe agravariam a irritação. Usa a indulgência e oferece-lhe apoio.
*
O próprio
Criador espera as criaturas, no transcurso do tempo, tolerando-lhes as faltas e
encorajando-lhes as esperanças, embora lhes corrija todos os erros, através de
leis eficientes e claras.
Indiscutivelmente,
ninguém constrói nada de bom, sem responsabilidade e disciplina, advertência e
firmeza, mas é imperioso considerar que toda boa obra roga auxílio, a fim de
aperfeiçoar-se.
Pensa no bem e
faze o bem, contudo, é preciso recordar que o bem exigido pela força da
violência gera males inúmeros em torno e desaparece da área luminosa do bem
para converter-se no mal maior.
Emmanuel /
Chico Xavier – Livro da Esperança, cap. 27
terça-feira, 21 de março de 2023
Prece da gratidão
Senhor Jesus!
Pela benção,
De Tua
doutrina santa,
Que nos apoia
e levanta,
Para o Reino
de Amor,
Pela paz que
nos ofertas,
Pela esperança
divina,
Que nos
conforta e ilumina,
Bendito sejas,
Senhor!
Pela carícia
do lar,
– Doce templo
de carinho,
– Que nos
concedes por ninho,
Céu na Terra
campo em flor.
Pelo aconchego
suave,
Da feição que
nos aquece,
Pelo consolo
da prece,
Bendito sejas,
Senhor!...
Pelo tesouro
sublime,
De graças da
natureza,
Pela serena
beleza,
Do mar, do
jardim, da cor.
Pela fonte que
entretece,
Poemas de
melodia;
Pelo pão de
cada dia,
Bendito sejas,
Senhor!
Em tudo o que
nos reserves,
À luz de cada
momento,
O nosso
agradecimento,
por tudo, seja
o que for...
Vivemos, Jesus
Querido,
Na alegria de encontrar-Te,
Cantando por
toda parte,
Bendito sejas, Senhor!...
João de Deus - Livro: À luz da oração
segunda-feira, 20 de março de 2023
A palavra da Cruz
“Porque a
palavra da cruz é loucura para os que perecem, mas para nós que somos salvos é
o poder de Deus.” — Paulo. (I Coríntios, 1:18)
A mensagem da
cruz é dolorosa em todos os tempos.
Do Calvário
desceu para o mundo uma voz, a princípio desagradável e incompreensível.
No
martirológio do Mestre situavam-se todos os argumentos de negação
superficialmente absoluta.
O abandono
completo dos mais amados.
A sede
angustiosa.
Capitulação
irremediável.
Perdão
espontâneo que expressava humilhação plena.
Sarcasmo e
ridículo entre ladrões.
Derrota sem
defensiva.
Morte
infamante.
Mas o Cristo
usa o fracasso aparente para ensinar o caminho da Ressurreição Eterna,
demonstrando que o “eu” nunca se dirigirá para Deus, sem o aprimoramento e sem
a sublimação de si próprio.
Ainda hoje, a
linguagem da cruz é loucura para os que permanecem interminavelmente no círculo
de reencarnações de baixo teor espiritual; semelhantes criaturas não pretendem
senão mancomunar-se com a morte, exterminando as mais belas florações do
sentimento. Dominam a muitos, incapazes do próprio domínio, ajuntam tesouros
que a imprudência desfaz e tecem fios escuros de paixões obcecantes em que
sucumbem, vezes sem conto, à maneira da aranha encarcerada nas próprias teias.
Repitamos a
mensagem da cruz ao irmão que se afoga na carne e ele nos classificará à conta
de loucos, mas todos nós, que temos sido salvos de maiores quedas pelos avisos
da fé renovadora, estamos informados de que, nos supremos testemunhos, segue o
discípulo para o Mestre, quanto o Mestre subiu para o Pai, na glória oculta da
crucificação.
Emmanuel / Chico Xavier – Fonte Viva – FEB – cap. 97
sábado, 18 de março de 2023
Mais Luz - Edição 622 - 19/03/2023
Leia e reflita conosco:
https://mailchi.mp/8df3132b1782/a-glria-do-esforo
A glória do esforço – Neio Lúcio
Ante o Evangelho: Os bons espíritas
Mensagem da Semana: Além dos outros – Fonte Viva 96
Poema: Orações concretas – Maria Dolores
Oração do Trabalho – Batuíra
quinta-feira, 16 de março de 2023
A glória do esforço
Relacionava
Tiago, filho de Alfeu, as dificuldades naturais na preparação do discípulo,
quando várias opiniões se fizeram ouvir quanto aos percalços do aprimoramento.
É quase
impossível praticar as lições da Boa-Nova, no mundo avesso à bondade, à
renúncia e ao perdão, — concluíam os aprendizes de maneira geral. A maioria das
criaturas comprazem-se na avareza ou no endurecimento.
Registrava o
Mestre a conceituação expendida pelos companheiros, em significativa quietude,
quando Pedro o convocou diretamente ao assunto.
Jesus refletiu
alguns instantes e ponderou:
— Entre ensino
e aproveitamento, tudo depende do aprendiz.
E a seguir,
falou com brandura:
— Existiu no
tempo de David um grande artista que se especializara na harpa com tamanha
perfeição que várias pessoas importantes vinham de muito longe, a fim de
ouvi-lo. Grandes senhores com as suas comitivas descansavam, de quando em
quando, junto à moradia dele, cercada de arvoredo, para escutar-lhe as sublimes
improvisações. O admirável mestre fez renome e fortuna, parecendo a todos que
ninguém o igualaria na Terra na expressão musical a que se consagrara.
Em seus saraus
e exibições, possuía em seu serviço pessoal um escravo aparentemente inábil e
atoleimado, que servia água, doce e frutas aos convivas, e que jamais
conversava, fixando toda a atenção no instrumento divino, como se vivesse
fascinado pelas mãos que o tangiam.
Muitos anos
correram quando, certa noite, o artista volta, de inesperado, ao domicílio,
findo o banquete de um amigo nas vizinhanças e, com indizível espanto, assinala
celeste melodia no ar.
Alguém tocava
magistralmente em sua casa solitária, qual se fora um anjo exilado no mundo.
Quem seria o
estrangeiro que lhe tomara o lugar?
Em lágrimas de
emoção por pressentir a existência de alguém com ideal artístico muito superior
ao dele, avança devagar para não ser percebido e, sob intraduzível assombro,
verificou que o harpista maravilhoso era o seu velho escravo tolo que, usando
os minutos que lhe pertenciam por direito e sem incomodar a ninguém, exercitava
as lições do senhor, às quais emprestava, desde muito tempo, todo o seu
vigilante amor em comovido silêncio.
Foi então que
o artista magnânimo e famoso libertou-o e conferiu-lhe a posição que por
justiça merecia.
Diante da
estranheza dos discípulos que se calavam, confundidos, o Mestre rematou:
— A aquisição
de qualidades nobres é a glória infalível do esforço. Todo homem e toda mulher
que usarem as horas de que dispõem na harpa da vida, correspondendo à sabedoria
e à beleza com que Nosso Pai se manifesta, em todos os quadros do mundo,
depressa lhe absorverão a grandeza e as sublimidades, convertendo-se em
representantes do Céu para seus irmãos em humanidade. Quando a criatura, porém,
somente trabalha na cota de tempo que lhe é paga pelas mordomias da Terra, sem
qualquer aproveitamento das largas concessões de horas que a Divina Bondade lhe
concede no corpo, nada mais receberá, além da remuneração transitória do mundo.
Neio Lúcio / Chico Xavier – Livro: Jesus no Lar – cap. 43
Nova etapa do Projeto "Lendo e Relendo André Luiz"
Já está valendo!
Destaque para a 6a. obra da Coleção "A Vida no Mundo Espiritual" (pelo Espírito André Luiz).
É o Projeto Lendo e Relendo André Luiz, promovido pelo Departamento de Estudos do C. E. JOSEPH GLEBER.
Vamos ler, reler, estudar?
Oração do trabalho
Senhor!
Deste-nos o trabalho por sustento da vida.
Concede-nos, por misericórdia, mais trabalho com que
nos dirijamos dentro da segurança precisa para a Vida Maior.
Nas horas difíceis faze-nos trabalhar com mais
eficiência, para que o obstáculo se nos converta em lição.
Nos momentos felizes, auxilia-nos a trabalhar com mais
devotamento ao serviço, aumentando a alegria dos outros.
Quando a carência apareça, induze-nos ao trabalho
necessário para que o trabalho em nosso coração e em nossas mãos se transforme
nos recursos de que necessitemos a fim de cumprir-te os desígnios.
Quando a prosperidade nos visite, orienta-nos na
manutenção do trabalho mais amplo, para que a felicidade de todos se nos erija
contigo em meta por atingir.
No instante em que o erro nos assinale a marcha,
auxilia-nos a trabalhar na retificação que nos assegure o reequilíbrio; e
sempre que, em teu amor, pudermos manter o passo em rumo certo, reveste-nos as
possibilidades com as bênçãos do trabalho para que não nos precipitemos nas
aventuras ou nos riscos inúteis, que nos acenem além das margens, suscetíveis
de nos ensombrarem a esperança de servir-te e a coragem de acompanhar-te.
Em todos os instantes, em todas as situações, com todas as criaturas, diante de quaisquer problemas, à frente de quaisquer lutas, perante todas as ocorrências da estrada e em todas as nossas experiências, por dentro e por fora de nós, jamais nos arredes do trabalho, Senhor, porque é no trabalho que possuiremos o sentido real de tua vontade e será sempre no trabalho que disporemos, sem vacilação e sem dúvida, sem desânimo e sem esmorecimento, da direção exata a fim de buscar-te, cada dia, até que possamos identificar-nos finalmente contigo, para viver em ti e no trabalho que te define e te representa na paz e na elevação de todos, agora e para sempre.
Batuíra / Chico Xavier – Livro: Irmãos unidos
quarta-feira, 15 de março de 2023
Além dos outros
“Não fazem os
publicanos também o mesmo?” — Jesus. (Mateus, 5:46)
Trabalhar no
horário comum irrepreensivelmente, cuidar dos deveres domésticos, satisfazer
exigências legais e exercitar a correção de proceder, fazendo o bastante na
esfera das obrigações inadiáveis, são tarefas peculiares a crentes e descrentes
na senda diária.
Jesus,
contudo, espera algo mais do discípulo.
Correspondes
aos impositivos do trabalho diuturno, criando coragem, alegria e estímulo, em
derredor de ti?
Sabes
improvisar o bem, onde outras pessoas se mostraram infrutíferas?
Aproveitas,
com êxito, o material que outrem desprezou por imprestável?
Aguardas, com
paciência, onde outros desesperaram?
Na posição de
crente, conservas o espírito de serviço, onde o descrente congelou o espírito
de ação?
Partilhas a
alegria de teus amigos, sem inveja e sem ciúme, e participas do sofrimento de
teus adversários, sem falsa superioridade e sem alarde?
Que dás de ti
mesmo no ministério da caridade?
Garantir o
continuísmo da espécie, revelar utilidade geral e adaptar-se aos movimentos da
vida são característicos dos próprios irracionais.
O homem
vulgar, de muitos milênios para cá, vem comendo e bebendo, dormindo e agindo
sem diferenças fundamentais, na ordem coletiva. De vinte séculos a esta parte,
todavia, abençoada luz resplandece na Terra com os ensinamentos do Cristo,
convidando-nos a escalar os cimos da espiritualidade superior. Nem todos a
percebem, ainda, não obstante envolver a todos. Mas, para quantos se felicitam
em suas bênçãos extraordinárias, surge o desafio do Mestre, indagando sobre o
que de extraordinário estamos fazendo.
Emmanuel / Chico Xavier – Fonte Viva – FEB – cap. 96
sábado, 11 de março de 2023
Roda de conversa: No mundo maior
Na culminância
do projeto “Lendo e relendo André Luiz – etapa No mundo maior”, uma roda de
conversa guiada pelos companheiros Oliveira, Marly, Rosane e Nilton, trouxe
reflexões sobre os conceitos abordados pela obra tais como: mediunidade,
animismo, aborto criminoso, suicídio, alcoolismo, leviandade, ódio e desilusão.
Se você não
viu, vale a pena conferir: https://www.youtube.com/watch?v=IdOY2R-0cZA