quinta-feira, 29 de julho de 2021

Liderança

 


Alvo de estudo desde a remota Antiguidade, a liderança permanece como tema atual que pode ser conceituado como a capacidade de alguém, denominado líder, conduzir uma equipe para a produção de resultados.

Líder é diferente de chefe.

O primeiro se esforça para manter a equipe motivada, trabalhando integradamente com ela; por dar exemplo de boa conduta, moral e ética; por preservar o bom relacionamento interpessoal, realizando periódicas avaliações (feedbacks) construtivas que visam o crescimento da equipe.

O segundo concentra esforços na administração de recursos organizacionais, colocando o elemento humano em segundo plano; age mais como um “comandante” que, em geral, superestima a si mesmo e o papel que ocupa na instituição; gosta de se colocar sob holofotes e, na maioria das vezes, é autoritário e centralizador do poder. Neste contexto, o líder é respeitado, o chefe é temido.

Acredita-se, atualmente, que um meio-termo entre ambos apresentaria a liderança ideal, porque o líder-chefe teria o necessário senso crítico para desempenhar o papel que lhe compete, conforme o conceito de David Carraher, cientista sênior da Universidade de Cambridge, Massachusetts (EUA), e professor de Psicologia da Universidade de Pernambuco:

Um indivíduo que possui a capacidade de analisar e discutir problemas inteligente e racionalmente, sem aceitar, de forma automática, suas próprias opiniões ou opiniões alheias, é indivíduo dotado de senso crítico.

Não obstante, a liderança pode apresentar alguns senões, ainda que o líder possua grande poder de influenciação e até realize algo bom ou útil. Eis como Emmanuel compreende o significado de liderança positiva:

A liderança real no caminho da vida não tem alicerces em recursos amoedados.

Não se encastela simplesmente em notoriedade de qualquer natureza.

Não depende unicamente de argúcia ou sagacidade.

Nem é fruto de erudição pretensiosa.

A chefia durável pertence aos que se ausentam de si mesmos, buscando os semelhantes para servi-los...

Em visita à cidade de Goiânia (GO), em 1974, Chico Xavier é entrevistado, oferecendo-nos inspirada resposta à pergunta: “Na opinião da espiritualidade, como definir a verdadeira liderança”?

Temos, com toda certeza, lideranças as mais respeitáveis e por elas nos orientamos no mundo para a sustentação da ordem, da segurança, do trabalho e do proveito em favor de todos, mas a liderança genuína, segundo Nosso Senhor Jesus Cristo, é sempre aquela que Ele define no próprio Evangelho:

“E aquele que desejar ser o maior, que se faça o servidor de todos”. (Mateus, 20:27.)

A resposta dada por Chico põe em relevo não só as necessárias características do líder (sustentação da ordem, da segurança, do trabalho e do proveito em favor de todos), segundo a atual concepção de liderança-chefia, mas aponta sobretudo o ideal que deve ser atingido pelos verdadeiros líderes:

“[...] aquele que desejar ser o maior, que se faça o servidor de todos”. (Mateus, 20:27.)

São orientações que não devem ser banalizadas porque, relendo todo o texto evangélico, no qual o versículo 27 está inserido, vemos a importância da citação de Chico Xavier para uma melhor compreensão do ensino de Jesus.

Nos versículos 20 a 26, Mateus descreve o encontro do Mestre nazareno com a mãe dos filhos de Zebedeu (João e Tiago Maior) que, tal como acontece a todos nós, limitados pelos benefícios transitórios da vida no plano físico, pede ao Senhor:

Dize que, no teu Reino, estes meus dois filhos se assentem um à tua direita e o outro à tua esquerda. (Mateus, 20:20 e 21.)

Parece até que a história é recente, quando constatamos as diferentes manifestações de fisiologismo na sociedade. Fisiologismo, por definição, refere-se à relação de poder em que ações e decisões são tomadas em troca de favores e outros benefícios de interesse pessoal, em detrimento do bem comum.

Entretanto, o próprio Jesus, o maior de todos os líderes, o governador do planeta Terra, se coloca como simples servidor, que dispensa tratamento especial:

Da mesma forma que o Filho do Homem não veio para ser servido, mas para servir e dar a sua vida em resgate de muitos. (Mateus, 20:28).

As instituições espíritas apresentam, em princípio, todas as condições necessárias de se transformarem em exemplos organizacionais, pois têm como referência as orientações do Evangelho de Jesus e os ensinamentos da Doutrina Espírita. É por isso que Divaldo Franco ensina, com muita propriedade, qual é o papel do dirigente espírita:

É de muita relevância o papel do dirigente espírita, porque ele, de certo modo, apresenta as ansiedades da comunidade que o elege para a tarefa. Ele, porém, ao invés de ser o chefe da casa é o trabalhador mais devotado do grupo. É o companheiro da exemplificação, principalmente da tolerância, da compreensão e do devotamento, para que o seu fruto seja de boa qualidade e estimule ao bem os neófitos, os que estão chegando e aqueles outros que já colaboram, de modo a levar adiante os postulados que a Casa defende e que ele abraçou espontaneamente.

Nem sempre a pessoa mais culta, a mais influente, ou a que mais se destaca, é a mais indicada para nos liderar, sobretudo na Casa Espírita, como pondera Allan Kardec:

[...] Assim, a alma de um poderoso da Terra pode mais tarde animar o mais humilde operário e vice-versa, porque, entre os homens, as posições sociais guardam, frequentemente, relação inversa com a elevação dos sentimentos morais. Herodes era rei, e Jesus, carpinteiro.

Ken Blanchard e Phill Hodges, autores do livro Lidere com Jesus, comentam com aguda sensibilidade o momento atual vivido pela sociedade, pregando que a solução é liderar com Jesus:

O mundo está precisando desesperadamente de um modelo de liderança diferente. A mídia nos despeja diariamente inúmeros casos de valores abandonados, de confiança traída, de exploração e de manipulação cometidos por pessoas importantes e influentes. Líderes de países e corporações usam seus cargos em benefício próprio, enquanto uma incalculável multidão definha na pobreza e na falta de esperança. Líderes religiosos escandalizam os crentes, comprometem igrejas e provocam ceticismo, revolta e decepção.

Famílias se dissolvem deixando marcas em seus membros, e as relações de amizade são rompidas por causa de interesses puramente pessoais.

Espíritas, precisamos conhecer mais o Evangelho e o Espiritismo, incorporando os seus postulados à nossa conduta. Comecemos, por exemplo, por rever a parábola do mordomo/administrador infiel (Lucas, 16:1 a 13), que simboliza a má liderança. No versículo dois, o Mestre chama a atenção do administrador para a responsabilidade do compromisso por ele assumido, dizendo-lhe: “Dá conta da tua administração” (Lucas, 16:2). Emmanuel assim comenta esta parábola:

Na essência, cada homem é servidor pelo trabalho que realiza na obra do supremo Pai, e, simultaneamente, é administrador, porquanto cada criatura humana detém possibilidades enormes no plano em que moureja.

Mordomo do mundo não é somente aquele que encanece os cabelos, à frente dos interesses coletivos, nas empresas públicas ou particulares, combatendo tricas mil, a fim de cumprir a missão a que se dedica.

Cada inteligência da Terra dará conta dos recursos que lhe foram confiados.

A fortuna e a autoridade não são valores únicos de que devemos dar conta hoje e amanhã.

Encerrando a sua mensagem, o Benfeitor espiritual apresenta uma indagação, um aconselhamento e uma previsão, ótimo roteiro para todos nós, espíritas e não espíritas:

Que fazes, portanto, dos talentos preciosos que repousam em teu coração, em tuas mãos e no teu caminho? Vela por tua própria tarefa no bem, diante do Eterno, porque chegará o momento em que o Poder divino te pedirá: “Dá conta de tua administração”.

 

 Marta Antunes Moura / Vice-presidente da Federação Espírita Brasileira –– 

Revista Reformador-agosto / 2013

Glorifiquemos

 

 “Ora, a nosso Deus e Pai seja dada glória para todo o sempre”. Paulo (Filipenses, 4:20)

 

Quando o vaso se retirou da cerâmica, dizia sem palavras:

— Bendito seja o fogo que me proporcionou a solidez.

Quando o arado se ausentou da forja, afirmava em silêncio:

— Bendito seja o malho que me deu forma.

Quando a madeira aprimorada passou a brilhar no palácio, exclamava, sem voz:

— Bendita seja a lâmina que me cortou cruelmente, preparando-me a beleza.

Quando a seda luziu, formosa, no templo, asseverava no íntimo

— Bendita seja a feia lagarta que me deu vida.

Quando a flor se entreabriu, veludosa e sublime, agradeceu, apressada:

— Bendita a terra escura que me encheu de perfume.

Quando o enfermo recuperou a saúde, gritou, feliz:

— Bendita seja a dor que me trouxe a lição do equilíbrio.

Tudo é belo, tudo é grande, tudo é santo na casa de Deus.

Agradeçamos a tempestade que renova, a luta que aperfeiçoa, o sofrimento que ilumina.

A alvorada é maravilha do céu que vem após a noite na Terra.

Que em todas as nossas dificuldades e sombras seja nosso Pai glorificado para sempre.

 Emmanuel / Chico Xavier – Fonte Viva – FEB – cap. 011

Oração da Esperança

 


Senhor!

Os homens reúnem-se no mundo para pedir, reclamar, maldizer; legiões humanas devotadas à fé entregam-se para que as comandes; multidões sintonizam Contigo buscando servir-Te.

Permite-nos agora um espaço para a gratidão por estes dias de entendimento fraternal que vivemos na Casa que nos emprestastes para o planejamento das atividades evangélicas do futuro.

Como não estamos habituados a agradecer e louvar sem apresentar o rol das nossas súplicas permite-nos fazê-lo de forma diferente.

Quando quase todos pedem pelos infelizes, nós nos atreveremos a suplicar pelos infelicitadores; quando os corações suplicam em favor dos caídos, dos delinquentes, dos que se agridem, nós nos propomos a interferir em benefício dos que fomentam as quedas, os delitos e a violência; quando os pensamentos se voltam para interceder pelos esfaimados, os carentes, os desiludidos, nós nos encorajamos a formular nossas rogativas por aqueles que respondem por todos os erros que assolam a Terra, estabelecendo a miséria social, a falência moral e a derrocada nas rampas éticas do comportamento.

Não Te queremos pedir pelas vítimas de todos os matizes, senão, pelos seus algozes, os que entenebreceram os sentimentos, a consciência e a conduta, comprazendo-se, quais chacais sobre os cadáveres dos vencidos.

Tu que és o nosso Pastor e prometeste apoio a todas as ovelhas, tem misericórdia deles, os irmãos que se cegaram a si mesmos e, ensandecidos, ateiam as labaredas do ódio na Terra e fomentam as desgraças que dominam no Mundo.

Tu podes fazê-lo, Senhor, e é por isto que, em Te agradecendo todas as dádivas da paz que fruímos, não nos podemos esquecer desses que ardem nas labaredas cruéis da ignorância, alucinados pelos desequilíbrios que os tornam profundamente desditosos.

Retira dos nossos sentimentos de amor a cota melhor e canaliza-a para os irmãos enlouquecidos na volúpia do prazer, que enregelaram o coração longe dos sentimentos de humanidade e que terão que despertar, um dia, sob o látego da consciência que a ninguém poupa.

Porque já passamos, em épocas remotas, por estes caminhos, é que Te suplicamos por eles, os irmãos mais infelizes que desconhecem a própria desdita.

Quanto a nós, ensina-nos a não fruir de felicidade enquanto haja na Terra e na Pátria do Cruzeiro os que choram, os que se debatem nos desvãos da perturbação, e, consciente ou inconscientemente, Te negam a sabedoria, o amor e a condução de ternura como Pastor de nossas vidas.

Quando os Teus discípulos, aqui reunidos, encerramos esta etapa, damo-nos as mãos, e, emocionados, repetimos como os mártires do passado: – Ave Cristo! Em Tuas mãos depositamos nossas vidas, para que delas faças o que Te aprouver, sem nos consultar o que queremos, porque só Tu sabes o que é de melhor para nós.

  

Bezerra de Menezes


sexta-feira, 23 de julho de 2021

Deus não se vinga

 


O que precede não passa de um preâmbulo destinado a servir de introdução a outras ideias. Falei-vos de ideias preconcebidas, mas há outras além das que vêm das inclinações do inspirado; há as que são consequência de uma instrução errônea, de uma interpretação acreditada num tempo mais ou menos longo, que tiveram sua razão de ser numa época em que a razão humana estava insuficientemente desenvolvida e que, passadas ao estado crônico, só podem ser modificados por esforços heroicos, sobretudo quando têm para si a autoridade do ensino religioso e de livros reservados. Uma destas ideias é esta: Deus se vinga. Que um homem, ferido em seu orgulho, em sua pessoa ou em seus interesses, se vingue, isto se concebe; embora culpado tal vingança está dentro dos limites das imperfeições humanas. Mas um pai que se vinga nos filhos levanta a indignação geral, porque cada um sente que um pai, encarregado da tarefa de criar os seus filhos, pode corrigir-lhes os erros e os defeitos por todos os meios ao seu alcance, mas a vingança lhe é interdita, sob pena de tornar-se estranho a todos os direitos da paternidade.

Sob o nome de vindita pública, a sociedade que desaparece vingava-se dos culpados; a punição infligida, muitas vezes cruel, não passava de vingança sobre as más ações do homem perverso; ela não se preocupava absolutamente com a reabilitação desse homem, deixando a Deus o cuidado de o punir ou de o perdoar. Bastava-lhe ferir pelo terror, que julgava salutar, os futuros culpados. A sociedade que surge não pensa mais assim; se ainda não age em vista da reeducação do culpado, ao menos compreende o que a vingança contém de odioso por si mesma; salvaguardar a sociedade contra os ataques de um criminoso lhe basta e, ajudada pelo temor de um erro judiciário, em breve a pena capital desaparecerá dos vossos códigos.

Se hoje a sociedade se julga muito forte em frente a um culpado para se deixar tomar pela cólera e dele vingar-se, como quereis que Deus, participando de vossas fraquezas, se deixe tomar por um sentimento irascível e fira por vingança um pecador chamado ao arrependimento? Crer na cólera divina é um orgulho da Humanidade, que se imagina pesar bastante na balança divina.

Se a planta do vosso jardim não se desenvolve a contento, ireis encolerizar-vos e vos vingar dela? Não; se puderdes a soerguereis, apoiá-la-eis em estacas e, se necessário, a transplantareis, mas não vos vingareis. Assim faz Deus.

Vingar-se, Deus? Que blasfêmia! Que amesquinhamento da grandeza divina! Quanta ignorância da distância infinita que separa o Criador da criatura! Quanto esquecimento de sua bondade e de sua justiça! Deus viria, numa existência em que não vos resta nenhuma lembrança dos vossos erros passados, fazer-vos pagar muito caro as faltas cometidas numa época apagada em vosso ser!

Não, não! Deus não age assim; ele entrava o impulso de uma paixão funesta, corrige o orgulho inato por uma humildade forçada, retifica o egoísmo do passado pela urgência de uma necessidade presente, que leva a desejar a existência de um sentimento que o homem nem conheceu, nem experimentou. Como pai, corrige, mas, também como pai, Deus não se vinga.

Guardai-vos dessas ideias preconcebidas de vingança celeste, detritos perdidos de um erro antigo. Guardai-vos dessas tendências fatalistas, cuja porta está aberta para vossas doutrinas novas e que vos conduziriam diretamente ao quietismo oriental. A parte de liberdade do homem já não é bastante grande para diminuí-la ainda mais por crenças errôneas; quanto mais sentirdes vossa liberdade, sem dúvida maior será a vossa responsabilidade e tanto mais os esforços de vossa vontade vos conduzirão adiante, na senda do progresso.

 

Pascal / Médium: Sr. X... -  Lyon, novembro de 1863 –– Revista Espírita-maio/1865

Certamente

 

 “Certamente cedo venho...” (Apocalipse, 22 :20)

 

Quase sempre, enquanto a criatura humana respira na carne jovem, a atitude que lhe caracteriza o coração para com a vida é a de uma criança que desconhece o valor do tempo.

Dias e noites são curtos para a internação em alegrias e aventuras fantasiosas. Engodos mil da ilusão efêmera lhe obscurecem o olhar e as horas se esvaem num turbilhão de anseios inúteis.

Raras pessoas escapam de semelhante perda.

Geralmente, contudo, quando a maturidade aparece e a alma já possui relativo grau de educação, o homem reajusta, apressado, a conceituação do dia.

A semana é reduzida para o que lhe cabe fazer.

Compreende que os mesmos serviços, na posição em que se encontra, se repetem a determinados meses do ano, perfeitamente recapitulados, qual ocorre às estações de frio e calor, floração e frutescência para a Natureza.

Agita-se, inquieta-se, desdobra-se, no afã de multiplicar as suas forças para enriquecer os minutos ou ampliá-los, favorecendo as próprias energias.

E, comumente, ao termo da romagem, a morte do corpo surpreende-o nos ângulos da expectativa ou do entretenimento, sem que lhe seja dado recuperar os anos perdidos.

Não te embrenhes, assim, na selva humana, despreocupado de tua habilitação à luz espiritual, ante o caminho eterno.

No penúltimo versículo do Novo Testamento, que é a Carta do Amor Divino para a Humanidade, determinou o Senhor fosse gravada pelo apóstolo a sua promessa solene:

— “Certamente, cedo venho...”

Vale-te, pois, do tempo e não te faças tardio na preparação.

 

Emmanuel / Chico Xavier – Fonte Viva – FEB – cap. 10

Oração dos jovens

 


Mestre Amado!

Aceita-nos o coração em Teu serviço, e, Senhor, não nos deixes sem a Tua lição.

Ensina-nos a obedecer na extensão do bem, para que saibamos administrar para a glória da vida.

Corrige-nos o entusiasmo, a fim de que a paixão inferior não nos destrua.

Modera-nos a alegria, afastando-nos do prazer vicioso.

Retifica-nos o descanso, para que a ociosidade não nos domine.

Auxilia-nos a gastar o Tesouro das Horas, distanciando-nos das trevas do Dia Perdido.

Inspira-nos a coragem, sustando-nos a queda nos perigos da precipitação.

Orienta-nos a defesa do Bem, do Direito e da Justiça, a fim de que não nos convertamos em simples joguetes da maldade e da indisciplina.

Dirige-nos os impulsos, para que a nossa força não seja mobilizada pelo mal.

Ilumina-nos o entendimento, de modo a curvar-nos felizes, ante as sugestões da Experiência e da Sabedoria, a fim de que a humildade nos preserve contra as sombras do orgulho.

Senhor Jesus, nosso Valoroso Mestre, ajuda-nos a estar contigo tanto quanto estás conosco!

Assim seja!

Néio Lúcio / Chico Xavier – Livro: À Luz da oração 

sexta-feira, 16 de julho de 2021

Sou filho de Deus. Todos somos, mas esquecemos disso.

 


A pandemia, que se instalou mundialmente, a partir de março de 2020, nos mostrou o quanto ainda nós, os seres humanos, necessitamos burilar os nossos sentimentos.

Alguns nos mostramos angustiados face à perspectiva das graves consequências para nossa saúde, e, inclusive, a perspectiva de perder a vida física.

O mundo mergulhou em um panorama angustiante, na medida em que os dias se foram sucedendo, e as estatísticas nos traziam informações alarmantes de crescente número de hospitais superlotados e mortes pela Covid-19.

Quando os recursos são escassos e deles depende a sobrevivência, é cada um por si e Deus por todos, mas preferencialmente que Deus comece cuidando de mim, pensamos.

E, de forma surpreendente, muitos de nós nos sentimos merecedores de privilégios, o que nos leva a reprisarmos as lições dos Evangelhos.

Jesus, o Mestre Sublime, ensinava pelo método pedagógico de figuras de linguagem. Ensinava por parábolas, alegorias, referências e valores que significassem algo para o povo daquela época, alcançando os mais simples e os mais cultos. Mas, Ele ensinava, principalmente, pelos Seus exemplos, demonstrando o que afirmava.

Analisando algumas passagens dos Evangelhos, encontramos exemplos e reflexões relativas aos fatos acima mencionados. Associando a Parábola do Filho Pródigo, com as do Festim de Bodas e dos Trabalhadores da Última Hora, podemos achar semelhanças que trazem luz às questões relacionadas.

Podemos enfocar o comportamento do irmão mais velho do filho pródigo, quando se mostra contrariado ao ver o tratamento especial dado ao irmão, no seu retorno ao ambiente doméstico, após ter deixado a família para ir consumir as suas economias nos prazeres do mundo. Indaguemo-nos quantas vezes nos colocamos na posição de quem cobra reconhecimentos. Esperamos elogios, destaque, títulos, salário diferenciado, por vezes, somente por termos cumprido nosso dever, aquilo que é de nossa responsabilidade. Parece que, de forma inconsciente, buscamos privilégios.

Mas afinal, o que devemos entender como um privilégio? O dicionário nos dá alguns significados: vantagem, ou regalia, favores válidos apenas para um indivíduo ou um grupo, em detrimento da maioria. E os sinônimos: distinção, garantia. Porém, são os antônimos que chamam mais a atenção: desvantagem, inferioridade, obstáculo, empecilho e prejuízo. Fácil concluir que se trata de uma palavra com muitas aplicações, mas que nos colocam como que à parte do todo.

Entretanto, de onde vem essa busca inconsciente pelos privilégios?

Allan Kardec, em O livro dos Espíritos¹, expõe sobre o instinto animal como sendo um mecanismo natural predominante naqueles que conhecemos como seres irracionais, que não têm consciência de si e não gozam do livre-arbítrio. Justamente por não terem o livre-arbítrio, são compelidos a obedecer, sem consciência e sem liberdade, às leis da natureza, aplicando suas inteligências limitadas na busca de vantagens de sobrevivência e reprodução. Para eles, se torna fundamental a identificação de melhores locais e abrigos, de ferramentas que lhes facilitem os serviços, materiais que os agasalhem, enfim, tudo que lhes traga conforto e segurança. O próprio agrupamento social torna-se um dos fatores que lhes garantem uma melhor condição da perpetuação da espécie. Naturalmente, também se tornam fatores de apego, de garantias e de manutenção aos quais se fixam.

Como Espíritos encarnados, providos de raciocínio, capacidade de abstração, consciência de si e livre-arbítrio, é comum esquecermos dessas influências naturais de nosso organismo biológico, tendendo ainda a humanizar as influências do instinto, nos apegando a privilégios da condição ambiental, sem nos darmos conta de que estamos reagindo como os nossos irmãos do degrau evolutivo inferior.

Não atentando para nossa realidade espiritual, valorizamos demasiadamente tudo que acreditamos ser nosso: a família, marido, esposa, filhos, o sobrenome, o local de nascimento, a beleza, a cor da pele ou dos cabelos, nossas habilidades e talentos, nosso grau de escolaridade, as posses, residência, carro, roupas, o grupo de amigos e posição social, o time, ideologia socioeconômica, os cargos, até mesmo a religião. E são todas condições passageiras, nesta encarnação.

Outro enfoque que podemos dar à palavra privilégio, é quando nos referimos ao destino. Ter ou não ter parece significar sorte ou azar, felicidade ou infelicidade, ventura ou desventura. Ou seja, privilegiados seriam os sortudos, os venturosos e felizes. Os demais seriam os azarados, desventurados, prejudicados e infelizes.  Interpretação equivocada em todos os aspectos.

Acreditar em privilégio como algum tipo de favorecimento a alguns poucos, é desconfiar que Deus não é soberanamente bom e justo. Se assim O fosse, ficaria ferida a equidade de Suas Leis Divinas e Naturais².

Ainda na análise da Parábola do Filho Pródigo, verificamos que a busca por privilégios nos afasta do caminho do bem e provoca conflitos entre irmãos. O privilégio segrega, censura, exclui, ilude, envaidece, apaixona, escraviza e, como consequência, gera sofrimento, devido aos apegos inconscientes.

Como o irmão mais velho, nós, às vezes, reivindicamos o privilégio de sermos aceitos como somos, mas nem sempre aceitamos os outros como são. Um exemplo é que combatemos a intolerância, sendo intolerantes com os intolerantes. Ou seja, combatemos a pessoa pela qual o mal se expressa, agindo de igual forma.

Jesus não privilegiava, nem se colocava como privilegiado. Não diferenciava a quem iria acolher, recebendo a todos os que O buscavam. Não escolheu perfeitos para Seu colegiado. Pedagogicamente, estavam ali os principais perfis de personalidade, os exemplos ideais para nos identificarmos e estudarmos. Os apóstolos tiveram um árduo trabalho pessoal, que os levou aos maiores suplícios para cumprirem suas missões.

Ao ensinar a oração do Pai Nosso, Jesus propõe: Livrai-nos do mal, mas é do mal que ainda há em nós: o orgulho, a vaidade, o egoísmo.

Jesus, o Cristo (do grego), ou o Messias (do hebraico), que significa o Ungido, ou Designado por Deus, se confirmou por ser o inverso do ser privilegiado ou do favorecido, pelo que nos foi oferecido como Modelo e Guia3. Ele se fez homem, nos mostrando que não existem privilegiados na Criação, que todos somos iguais perante Deus e que servi-Lo é a melhor obra de uma vida.

A Justiça Divina se faz quando Deus proporciona, pelo mecanismo da reencarnação, a oportunidade de resgate das dívidas a todos os Seus filhos.

Qualquer pai ou mãe se enche de felicidade quando veem o filho equivocado retornando ao equilíbrio, ao caminho reto do bem, para a segurança e para a paz. Essa a alegria demonstrada pelo pai ao receber o filho pródigo.

Quanto ao irmão mais velho não percebeu o fato de que estando na Casa do Pai, devia lhe ser suficiente para viver a felicidade.

O Espírito André Luiz4 nos orienta acerca dos privilégios de sermos cristãos: Semear com o Cristo, desapegando-nos dos resultados. Encontrar irmãos em toda parte. Cultivar o prazer de ser útil. Santificar o mal. Amparar com sinceridade os que erram. Perseverar no bem até o fim.

Portanto, com humildade e perseverança, avaliemo-nos e nos lapidemos, progredindo sempre. Busquemos Jesus, aprendamos com Jesus.

 

Referências:

1 KARDEC, Allan. O Livro dos Espíritos. Rio de Janeiro: FEB, 1974. pt. 3, cap. V.

2 Op. cit. pt. 3, cap. III, VII, IX, X e XI.

3 Op. cit. pt. 3, cap. I, q. 625.

4 XAVIER, Francisco Cândido. Agenda cristã. Pelo Espírito André Luiz. Rio de Janeiro: FEB, 1974. cap. 3

 

Marco Antônio Silva - Vice-presidente da 12ª União Regional Espírita do Paraná –

Fonte: Jornal Mundo Espírita – julho/2021

Estejamos contentes

 

 “Tendo, porém, sustento e com que nos cobrirmos, estejamos com isso contentes”. Paulo (I Timóteo, 6:8)

O monopolizador de trigo não poderá abastecer-se à mesa senão de algumas fatias de pão, para saciar as exigências da sua fome.

O proprietário da fábrica de tecidos não despenderá senão alguns metros de pano para a confecção de um costume, destinado ao próprio uso.

Ninguém deve alimentar-se ou vestir-se pelos padrões da gula e da vaidade, mas sim de conformidade com os princípios que regem a vida em seus fundamentos naturais.

Por que esperas o banquete, a fim de ofereceres algumas migalhas ao companheiro que passa faminto?

Por que reclamas um tesouro de moedas na retaguarda, para seres útil ao necessitado?

A caridade não depende da bolsa. É fonte nascida no coração.

É sempre respeitável o desejo de algo possuir no mealheiro para socorro do próximo ou de si mesmo, nos dias de borrasca e insegurança, entretanto, é deplorável a subordinação da prática do bem ao cofre recheado.

Descerra, antes de tudo, as portas da tua alma e deixa que o teu sentimento fulgure para todos, à maneira de um astro cujos raios iluminem, balsamizem, alimentem e aqueçam. . .

A chuva, derramando-se em gotas, fertiliza o solo e sustenta bilhões de vidas.

Dividamos o pouco, e a insignificância da boa vontade, amparada pelo amor, se converterá com o tempo em prosperidade comum.

Algumas sementes, atendidas com carinho, no curso dos anos, podem dominar glebas imensas.

Estejamos alegres e auxiliemos a todos os que nos partilhem a marcha, porque, segundo a sábia palavra do apóstolo, se possuímos a graça de contar com o pão e com o agasalho para cada dia, cabe-nos a obrigação de viver e servir em paz e contentamento.

Emmanuel / Chico Xavier – Fonte Viva – FEB – cap. 009

Oração do servo imperfeito

 


Senhor!...

Dura é a pedra, entretanto, com a tua sabedoria, temo-la empregada em obras de segurança.

Violento é o fogo, todavia, sob a tua inspiração, foi ele posto em disciplina, em auxílio da inteligência.

Agressiva é a lâmina, no entanto, ao influxo de teu amparo, vemo-la piedosa, na caridade da cirurgia.

Enfermiço é o pântano, contudo, sob tua benevolência, encontramo-lo convertido em celeiro de flores.

Eu também trago comigo a dureza da pedra, a violência do fogo, a agressividade da lâmina e a enfermidade do charco, mas com a tua bênção de amor, posso desfrutar o privilégio de cooperar na construção do teu reino!...

Para isso, porém, Senhor, concede-me, por acréscimo de misericórdia, a felicidade de trabalhar e ensina-me a receber o dom de servir.

 

Albino Teixeira / Chico Xavier – Livro: Caminho espírita

sábado, 10 de julho de 2021

68ª Semana Espírita de Vitória da Conquista

 


Brasil, coração do mundo, pátria do Evangelho!

 


Há exatos oitenta e três anos, o nobre escritor e cronista admirável Humberto de Campos Veras, renascido no Estado do Maranhão, ditaria por via mediúnica seu célebre livro “Brasil, coração do mundo, pátria do Evangelho”. Desde aqueles recuados dias de sua publicação até a presente data ainda pairam dúvidas e inquietações várias nos seus leitores sobre as espantosas revelações ali inseridas.

Seria mesmo o Brasil coração do mundo? Teria como cumprir sua missão coletiva de pátria da Boa Nova, fazendo ressurgir no mundo a essência perdida do Evangelho de Jesus, que os dedos viciados de exegetas e teólogos desfiguraram ao longo de dois milênios?

Descrevendo a trajetória da nacionalidade brasileira desde a Escola de Sagres, em Portugal, até a Proclamação da República Brasileira, em 1889, situa com precisão histórica os fatos, mas destaca aos olhos atentos os bastidores espirituais dos grandes acontecimentos que assinalaram a marcha histórica da pátria do Cruzeiro.

Em nenhum instante fixa um fatalismo divino de que a tarefa será cumprida. Apenas deixa claro que existe uma expectativa de realização de uma tarefa espiritual, que para ser alcançada depende de fatores que estão tanto na esfera extrafísica quanto na dimensão dos seres vestidos de carne. Homens, mulheres e Espíritos desencarnados devem ajustar esforços para, conjuntamente, tornar a missão exequível. Não faltará suporte do mais além.

Ninguém será chamado a cooperar sem a garantia de uma retaguarda que lhe garanta condições para enfrentar os desafios que surgirão.

Em sabendo que uma missão coletiva de tal envergadura será incômoda para as sombras e contrária aos interesses de grupos ainda mergulhados na ignorância, ansiosos por manter seus ilusórios fastígios de poder e escravidão de consciências, é natural imaginar que haverá uma reação contrária aos propósitos do Cristo, criando turbulências e inquietações de natureza política e social, como várias que já sacudiram a nação.

Dispondo de um vasto território, onde se ocultam riquezas minerais incalculáveis, matas que escondem maravilhosos segredos fitoterápicos e terras aráveis imensas, de onde saem e sairão safras que vão abastecer o mundo, tais tesouros já criaram e ainda estimulam cobiças abomináveis, gerando distúrbios na condução do país, que vez por outra se vê assaltado em seus incalculáveis recursos, enquanto a miséria e a fome chicoteiam multidões incontáveis.

Roma, nos seus dias de glória e dominação arbitrária, distribuía, a mando de César, pão e circo aos miseráveis do Esquilino e do Velabro, do Trastevere e das palafitas infectas, buscando com tal política manter as massas entorpecidas para os desmandos do império em decadência moral. Igualmente nosso país já enfrentou e enfrenta distúrbios de natureza moral, onde nem sempre a classe dirigente se porta com a altivez desejada pela massa de povo, patrocinando o circo e sonegando o pão.

Fome, analfabetismo, desemprego, infraestrutura precária e injustiça se espalham como morbo pestífero, gerando indignação e atraso.

Entretanto, todos esses fatores ainda são reflexos da imperfeição humana, que serão diluídas pela educação e passarão nos tablados da política terrestre como agonias de um tempo de provações, de onde se poderão tirar lições para o discernimento popular em torno de suas lideranças transitórias.

Acima das conjunturas humanas e da astúcia política de bastidores, o Brasil está vinculado ao programa de Jesus em relação ao mundo. O casuísmo de interesses partidários cederá lugar aos projetos de humanização social, patrocinando a orientação justa e nobre à infância e à juventude, ofertando emprego aos moços e garantindo que nenhum idoso seja deixado ao abandono.

Acima das conjunturas tão somente visíveis pela economia, qual o PIB e as estatísticas de venda, a nação brasileira exportará liberdade com responsabilidade, aproveitamento digno sem desperdício e religiosidade sem fanatismo. Acolhendo imigrantes e apátridas, lhes dará casa e comida aos corpos exaustos de buscar uma nova pátria para viver, mas acima do prato lhes garantirá a dignidade furtada pelas insurreições e guerras truanescas que periodicamente eclodem em outros continentes.

Sob seu céu muito azul, o Cruzeiro do Sul nos recordará cada noite que temos um compromisso coletivo com o mundo, ora atravessando uma das suas mais amargas transições.

Em vez de canhões, arados.

Em lugar de presídios, escolas.

Ao invés de jovens infratores, atletas para júbilo da nação verde amarela.

O Brasil reúne todas as condições para ser o coração do mundo. Seu formato geográfico já retrata um coração pulsando na América do Sul. Poderá ser, se o quisermos, Pátria do Evangelho. Basta que cada um descrucifique o Divino Amigo dos homens e insculpa Seu Evangelho na própria existência, tornando-se arauto de um novo tempo, assinalado pelas mudanças de paradigmas em direção ao mundo novo que ansiamos desde já.

 

Mensagem psicografada pelo médium Marcel Mariano, ditada pelo Espírito Marta, em Juazeiro, 25.06.2021

Fonte: febnet.org.br

Obreiros atentos

 

“Aquele, porém, que atenta bem para a lei perfeita da liberdade e nisso persevera, não sendo ouvinte esquecido, mas fazedor da obra, esse tal será bem-aventurado em seus feitos”. (Tiago, 1:25)

 

O discípulo da Boa Nova, que realmente comunga com o Mestre, antes de tudo compreende as obrigações que lhe estão afetas e rende sincero culto à lei de liberdade, ciente de que ele mesmo recolherá nas leiras do mundo o que houver semeado. Sabe que o juiz dará conta do tribunal, que o administrador responderá pela mordomia e que o servo se fará responsabilizado pelo trabalho que lhe foi conferido. E, respeitando cada tarefeiro do progresso e da ordem, da luz e do bem, no lugar que lhe é próprio, persevera no aproveitamento das possibilidades que recebeu da Providência Divina, atencioso para com as lições da verdade e aplicado às boas obras de que se sente encarregado pelos Poderes Superiores da Terra.

Caracterizando-se por semelhante atitude, o colaborador do Cristo, seja estadista ou varredor, está integrado com o dever que lhe cabe, na posição de agir e servir, tão naturalmente quanto comunga com o oxigênio no ato de respirar.

Se dirige, não espera que outros lhe recordem os empreendimentos que lhe competem. Se obedece, não reclama instruções reiteradas, quanto às atribuições que lhe são deferidas na disposição regimental dos trabalhos de qualquer natureza. Não exige que o governo do seu distrito lhe mande adubar a horta, nem aguarda decretos para instruir-se ou melhorar-se.

Fortalecendo a sua própria liberdade de aprender, aprimorar-se e ajudar a todos, através da inteira consagração aos nobres deveres que o mundo lhe confere, faz-se bem-aventurado em todas as suas ações, que passam a produzir vantagens substanciais na prosperidade e elevação da vida comum.

Semelhante seguidor do Evangelho, de aprendiz do Mestre passa à categoria dos obreiros atentos, penetrando em glorioso silêncio nas reservas sublimes do Celeste Apostolado.

Emmanuel / Chico Xavier – Fonte Viva – FEB – cap. 008

CONFIRA EM NOSSO CANAL O ESTUDO DESSA MENSAGEM: 

https://www.youtube.com/channel/UCQXNe3QxrFknTcSSbKQoJlg


Prece ante o céu estrelado

 




Senhor,

Ante o céu estrelado,

Que nos revela a tua grandeza,

Deixa que nossos corações se unam

À prece das coisas simples…

 

Concede-nos, Pai,

A compaixão das árvores,

A espontaneidade das flores,

A fidelidade da erva tenra,

A perseverança das águas que

Procuram o repouso nas profundezas,

 

A serenidade do campo,

A brandura do vento leve,

A harmonia do outeiro,

A música do vale,

A confiança do inseto humilde,

 

O Espírito de serviço da Terra benfazeja,

Para que não estejamos recebendo,

Em vão, Tuas dádivas, e para que o

Teu Amor resplandeça no centro de

Nossas vidas, agora e sempre.

Assim seja!

Emmanuel / Chico Xavier – Livro: À luz da oração