A criança é um Espírito reencarnado, uma
alma que recomeça uma nova existência na carne.
Como ser espiritual, traz toda uma bagagem
acumulada ao longo de sua trajetória evolutiva. Seu destino é a perfeição de
que é suscetível e, para isso, conta com o tempo necessário, pois seu esforço
de aperfeiçoamento não se circunscreve apenas a uma existência terrena.
No corpo e fora dele, dá continuidade ao seu
aperfeiçoamento e à sua caminhada na conquista da felicidade.
Precisamos entender bem a função própria do
período infantil para avaliarmos a real importância da Evangelização Espírita
Infantojuvenil.
A principal finalidade de o Espírito nascer
criança outra vez é ser educado novamente.
“Nessa fase é que se lhe pode reformar os
caracteres e reprimir os maus pendores” Allan Kardec (O Livro dos Espíritos,
questão 385).
As impressões positivas que recebe durante a
infância podem ser determinantes em sua existência atual e até em próximas
vidas.
Exatamente por causa do estado de
semiconsciência do Espírito encarnado num corpo infantil, suas barreiras de
defesa psíquica estão neutralizadas: ele está brando, mais receptivo, mais
maleável, mais aberto a todas as influências.
Daí a importância da Evangelização Espírita,
pois evangelizar é preparar o ser humano para enfrentar todos os momentos e
adversidades da vida nos postulados do Evangelho.
É o único meio de cultivar no Espírito da
criança, desde o alvorecer da vida, o entendimento da prática das boas obras, a
aquisição da moral e do saber, para que ela atinja o crepúsculo físico
consciente de suas conquistas espirituais, conhecendo a si mesma e situando-se
no Universo como colaborador da Divindade Suprema.
Quando Jesus nos recomendou não desprezar os
pequeninos, esperava de nós não somente medidas providenciais alusivas ao pão e
à vestimenta. É imprescindível o abrigo moral que assegure ao espírito
renascente o clima de trabalho necessário à sua sublimação.
A criança é o sorriso do futuro na face do
presente. Evangelizá-la é, pois, espiritualizar o porvir, legando-lhe a lição
clara e pura do ensinamento cristão, a fim de que, verdadeiramente, viva o
Cristo nas gerações de amanhã.
Sob a ótica da doutrina espírita, devemos
entender que, na juventude, o indivíduo já deixou de ser criança, mas ainda não
é adulto.
Ele está numa outra fase de seu
desenvolvimento, etapa difícil, marcada por mudanças de ordem biológica,
psicológica, social e necessita, mais do que nunca, de orientação e amparo para
que possa estar bem consigo, com o próximo e com Deus, conforme nos instrui
Kardec em O Livro dos Espíritos, questão 385: “Na adolescência o espírito
retoma a natureza que lhe é própria e se mostra qual era”. Allan Kardec
É um período de reorganização que se inicia,
na maioria das vezes, com contestações, rebeldias, rupturas, inquietações,
podendo passar por transgressões, para desembocar numa reflexão sobre os
valores que o cercam sobre o mundo e sobre a sua existência.
É preciso saber um pouco da história de vida
do adolescente para conhecer suas potencialidades e dificuldades. Esse
conhecimento facilita o diálogo entre adolescente, evangelizador e grupo.
No jovem, ainda é possível corrigir,
compensar falhas e deficiências da infância, mas no adulto a tarefa de
remodelação é normalmente muito mais difícil.
O homem será o que de sua infância se faça.
A criança é sementeira que aguarda, o jovem
é campo fecundado, o adulto é seara em produção.
Desse modo, conforme a qualidade da semente,
teremos a colheita.
Saibamos cuidar de nossos jovens,
moldando-lhes o caráter e a personalidade, sob as diretrizes dos ensinamentos
do Cristo à luz da Doutrina Espírita e estaremos, assim, contribuindo para a
formação de adultos mais equilibrados e conscientes de suas responsabilidades
diante da construção do Mundo do terceiro milênio.
O caminho pode ser longo. Estamos sempre por
chegar, construindo e reconstruindo. Trata-se de um caminhar continuo repleto
de descobertas e surpresas.
Assim é o trabalho: cheio de possibilidades
e de reconstruções. As sementes deixadas germinarão a seu tempo.
Os frutos, talvez não os possamos colher,
mas sabemos que lá estarão para serem colhidos.
Trabalhamos para estabelecer bases para a
compreensão e vivência dos valores morais calcados nas leis de Deus, e essa
compreensão e vivência precisam de tempo para construir-se e consolidar-se.
Material IV Encontro de
Evangelizadores – FEB
O Livro dos Espíritos – Allan Kardec
A Educação segundo o Espiritismo –
Dora Incontri
Fonte:
www.consolador.com.br