A morte não existe no significado de
aniquilamento, destruição total, transformação para o nada, separação eterna.
Nosso espírito é indestrutível e por isso é
imortal.
Todavia não poderemos permanecer sempre
encarnados. Um dia chegará em que teremos de mudar de categoria. A essa mudança é que se dá o nome de morte.
A morte é o fenômeno pelo qual o espírito se
desliga completamente do corpo. Ela sobrevém por doenças ou por acidentes que facilitem
o desligamento.
Não devemos, portanto, temer a morte. Ela é a
porta pela qual ingressaremos no mundo espiritual. E depende unicamente de nós
o que lá vamos encontrar: se praticarmos o bem, coisas belas; se praticarmos o mal
o resultado do mal que tivermos cometido.
Se não devemos temer a morte, é-nos proibido
procurá-la ou desejá-la por mais aflitiva que seja nossa situação aqui na
terra. O corpo humano é uma dádiva sublime de Deus, e só por vontade dele é que
poderemos deixá-lo. No momento de nosso desencarne é que mais necessitaremos do
auxílio divino, especialmente se tivermos vivido distanciados do Altíssimo.
A causa que nos distancia de Deus é não
cumprirmos nem respeitarmos os seus mandamentos, todos eles admiravelmente
consubstanciados por Jesus no mandamento maior que é: Amarás a Deus sobre todas
as coisas e ao teu próximo como a ti mesmo.
E quando é que nós nos afastamos do Altíssimo e
não observamos o grande mandamento?
Quando cultivamos pensamentos impuros, maldosos,
egoístas, desonestos. Quando passamos a vida cuidando somente da parte material
dela, deixando esquecidas as necessidades da alma; quando desprezamos a lei da
fraternidade.
A fraternidade é uma lei cuja observância sempre
traz felicidade. Jesus nos ensinou a sermos fraternos assim: “Amai-vos uns aos
outros como eu vos amei. Vós sois filhos de um único pai que é Deus, e vós
todos sois irmãos".
Uma das principais pedras de tropeço com que se
defronta o homem em sua Vida, é o orgulho que o isola de Deus.
Realmente o orgulhoso não admite que acima de
sua pequenez paire uma vontade soberana, à qual deva tudo o que é; e como consequência,
o orgulho impossibilita sua regeneração da qual tem necessidade.
Se trabalharmos por livrar-nos destas causas que
impedem nossa aproximação de Deus e pautarmos nossos atos pela lei da
fraternidade, estaremos incontestavelmente a caminho de gloriosas conquistas
espirituais.
No mundo espiritual ocuparemos o lugar que nos
será devido pelo progresso que já tivermos realizado.
Uma vez que estamos de passagem pela Terra, é
ponto importante para nossa felicidade, quer futura quer presente, a depuração
de nossos sentimentos. Depurando-os conquistaremos uma posição dignificante não
só como encarnados, como também quando estivermos desencarnados.
Nós estamos sempre apegados a alguma coisa e,
principalmente, às nossas preferências. É aconselhável que nós nos apeguemos à
virtude, aos bons pensamentos, às boas palavras, às boas ações, para que
gozemos da paz e evitemos desilusões e sofrimentos futuros, porque a morte nos
colocará irremediavelmente diante de nossa própria consciência.
Eliseu Rigonatti – Livro: O Espiritismo aplicado