domingo, 30 de agosto de 2015

A história de Bezerra de Menezes na espiritualidade contada por Divaldo Franco

            
             No dia 11 de abril de 1950 entre meia noite e duas horas da manhã dos nossos relógios, houve uma reunião magna na espiritualidade para celebrar 50 anos de apostolado de Bezerra de Menezes nas terras brasileiras, de renúncia, de abnegação, de socorro de caridade de lágrimas, quando ele se recusou a ser feliz para poder ajudar aqueles que mergulhados estavam no vale da amargura, alguns ainda naquele período das Gálias Lugdunenses, e nessa madrugada memorável em um auditório que fazia lembrar um anfiteatro greco-romano, para uma população de quase 5 mil pessoas, ali está repleto com encarnados e  com desencarnados em uma noite salpicada de estrelas em que vésper deixa uma claridade como se fosse um largo cometa qual aquele da mitologia  da  noite de Natal.
            Ali estão médiuns do Brasil e do mundo, divulgadores do Cristo, espíritas e não espiritas, vinculados às várias ramificações da doutrina cristã, ali estão trabalhadores do cristianismo primitivo e naquele auditório imenso em uma mesa sobre um estrado estão cinco cadeiras em destaque, uma tribuna e ao fundo uma abóbada como se fosse uma concha acústica, um coral de crianças de aproximadamente 200 vozes canta suaves melodias da espiritualidade, a música vibra no ar, dúlcida e argêntea, quando chegam Dr. Bezerra de Menezes, Leon Dennis, Manoel Vianna de Carvalho, Bittencourt Sampaio e uma outra entidade veneranda, Celina, a mensageira de Maria Santíssima para a terra, adentram sob a circunspecção emocionada do público que se levanta, dirigem-se para o estrado e sentam-se, novamente as vozes angélicas cantam quando Leon Dennis vai até a tribuna e explica o significado daquela homenagem. Fala da vida desse apóstolo que durante 19 séculos tem sido fiel a Jesus. Aceitou a cruz de redenção e não a abandonou. Fala em nome dos espíritas do mundo. A palavra de Leon Dennis em um francês escorreito e sonoro vibra como gotas de luz que caíram em uma região ignota e que tocando as pessoas em espírito diluem-se numa grande claridade. Há uma vibração na brisa e um suave perfume no ar. Quando Leon Dennis termina em nome dos espiritas do mundo vai Manoel Vianna de Carvalho em nome dos espíritas do Brasil, particularmente dos espíritas do Brasil e fala a Dr. Bezerra da gratidão da pátria brasileira, dele Vianna, mas também dos médiuns como Frederico Junior que recebera Santo Agostinho para lhe falar a respeito da homeopatia, que havia sido médium da extraordinária Celina trazendo na FEB mensagens de Maria e de Ismael, para conforto dos corações naquele crepúsculo do século dezenove. Fala Vianna de Carvalho, orador clássico, emocionado e todo o auditório se comove, quando termina, levanta-se Bezerra vestido num tecido de linho pérola de três botões, coloca a mão no botão do meio fechado (...) vai até a tribuna e olha para todos e distende os braços; mas eu não mereço, eu não mereço, apenas me desincumbo do meu dever, neste momento há um silêncio e nesse silêncio Celina recebe de uma deidade espiritual um imenso pergaminho em luz que desenrola e lê no alto diante do público emocionado, diante das pessoas tomadas de uma grande unção, ela lê comovidamente, Adolfo Bezerra de Menezes Cavalcante, a mãe de Jesus a rosa mística de Nazaré pede-te para que escolhas um plano onde desejas reencarnar, a tua tarefa abençoada pela renúncia nesses 50 anos de vida espiritual afora aqueles de dedicação exclusiva desde o momento da tua conversão terrestre dão-te o direito essas duas lutas para saíres da psicosfera da terra e evoluíres em outro planeta mesmo que seja fora do sistema solar em nome de Jesus ela te outorga esse merecimento para que evoluas longe dos abismos de treva distante das marcas da dor. O coral agora em boca chiusa modula um hino de exaltação à vida e Bezerra de Menezes, banhado de lágrimas que lhe perolam e escorrem pela face, quase tartamudeando diz: eu não mereço minha filha, Celina, eu não mereço,  se eu merecesse alguma coisa eu desejava pedir a Senhora dos aflitos a mãe de Jesus Cristo que não me permitisse ser feliz enquanto no Brasil houver alguém que chore que  não me dê o direito ao sorriso enquanto na noite terrestre clareada pelo Cruzeiro do Sul haja dor e pranto então pedirei a senhora que me confira o cárcere de voltar à terra brasileira para amar os meus irmãos e ajuda-los no grande trânsito de sofrimento. Se algo eu mereço eu pediria que me fosse concedido esse requerimento. O pergaminho desapareceu e uma mão clássica feita de uma matéria evanescente com uma pluma antiga escreve numa caligrafia inclinada. Teu pedido está aceito. Ficarás no Brasil até o apagar do século 20 ao lado da alma, que chora da noite clareada pelas estrelas do Cruzeiro do Sul e assinado Maria. A epopeia das vozes se levanta, todos se põem de pé, chovem sobre o auditório milhares de pétalas de rosas luminíferas que ao tocar as pessoas parece adentrar-se em perfumes variados como bálsamo que fosse diminuir as feridas e para acalmar as grandes dores, do mergulho da terra. É o momento do retorno ao corpo. Todos voltam e Bezerra de Menezes fica, socorrendo aqui, ali e alhures, a sua equipe de mais de 10.000 espíritos para atender em seu nome nas terras do Brasil, movimentam-se de um lado para outro na pátria brasileira e mesmo quando o apelo é direcionado a Jesus ele se faz intermediário do divino mestre para tornar as dores da criatura humana menos doridas. A partir do ano de 60 a sua presença chega a Argentina, e ali há um movimento de exaltação a Bezerra de Menezes, vai a Colômbia, a Venezuela ao Uruguai e varre a fronteira do Brasil pelos países latino americanos, depois conquista Miami, as ilhas em volta do Caribe, atravessa os vários países da América Central, depois sobe pela Costa da Califórnia, depois de atravessar o México e chega até o Canada e hoje em vários países do mundo a presença  de Bezerra de Menezes é sentida, é vivida emocionadamente, é captada cheia de luz, ele continua fiel a verdade, teve a coragem de proclamar a era nova, de estabelecer  diretrizes para um mundo melhor e de enfrentar a massificação do mundo cantando um hino de eterna glória, e, por certo no dia 11 de abril do ano 2.001, quando terminará seu centenário de atividades no  mundo espiritual, a Mãe Santíssima há de mandar Celina ou virá buscá-lo nas regiões de sombra da terra para conduzi-lo às esplendentes regiões da imortalidade onde estão os justos, os anjos, os arcanjos e os querubins.