Amélie-Gabrielle Boudet foi professora de Letras e Belas Artes, artista plástica e autora das obras “Contos Primaveris” (1825), “Noções de Desenho” (1826) e “O essencial em Belas Artes” (1828). Foi esposa de Hippolyte-Léon-Denizard Rivail, o Codificador da Doutrina Espírita, sob o pseudônimo de Allan Kardec.
sexta-feira, 23 de novembro de 2018
sábado, 3 de novembro de 2018
Irmãos Queridos,
Diante dessa crise que
se abate sobre o nosso povo, face a essa onda de pessimismo que toma conta
dos brasileiros, frente aos embates que o país atravessa, nós, os seus
companheiros, trazemos na noite de hoje a nossa mensagem de fé, de coragem e
de estímulo.
Estamos irradiando-a
para todas as reuniões mediúnicas que estão sendo realizadas neste instante,
de norte a sul do Brasil. Durante vários dias estaremos repetindo a nossa
palavra, a fim de que maior número de médiuns possa captá-la.
Cada um destes que
sintonizar nesta faixa vibratória dará a sua interpretação, de acordo com o
entendimento e a gradação que lhe forem peculiares. Estamos convidando todos
os espíritas para se engajarem nesta campanha.
Há urgente necessidade
de que a fé, a esperança e o otimismo renasçam nos corações. A onda de
pessimismo, de descrédito e de desalento é tão grande que, mesmo aqueles que
estão bem intencionados e aspirando realizar algo de construtivo e útil para
o país, em qualquer nível, veem-se tolhidos em seus propósitos, sufocados nos
seus anseios, esbarrando em barreiras quase intransponíveis. É preciso
modificar esse clima espiritual. É imperioso que o sopro renovador de
confiança, de fé nos altos destinos de nossa nação, varra para longe os
miasmas do desalento e do desânimo. É necessário abrir clareiras e espaços
para que brilhe a luz da esperança. Somente através de esperança
conseguiremos, de novo, arregimentar as forças de nosso povo sofrido e
cansado.
Os espíritas não devem
engrossar as fileiras do desalento. Temos o dever inadiável de transmitir
coragem, infundir ânimo, reaquecer esperanças e despertar a fé! Ah! A fé no
nosso futuro! A certeza de que estamos destinados a uma nobre missão no
concerto dos povos, mas que a nossa vacilação, a nossa incúria podem
retardar. Responsabilidade nossa. Tarefa nossa. Estamos cientes de tudo isto
e nos deixamos levar pelo desânimo, este vírus de perigo inimaginável. O
desânimo e seus companheiros, o desalento, a descrença, a incerteza, o
pessimismo, andam juntos e contagiam muito sutilmente, enfraquecendo o
indivíduo, os grupos, a própria comunidade. São como o cupim a corroer, no silêncio,
as estruturas. Não raras vezes, insuflado por mentes em desalinho, por
inimigos do progresso, por agentes do caos, esse vírus se expande e se
alastra, por contágio, derrotando o ser humano antes da luta.
Diante desse quadro de
forças negativas, tornam-se muito difíceis quaisquer reações. Portanto, cabe
aos espíritas o dever de lutar pela transformação deste estado geral. Que
cada Centro, cada grupo, cada reunião promova nossa campanha. Que haja uma
renovação dessa psicosfera sombria e que as pessoas realmente sofredoras e
abatidas pelas provações, encontrem em nossas Casas um clima de paz, de
otimismo e de esperança!
Que vocês levem a
nossa palavra a toda parte. Aqueles que possam fazê-lo transmitam-na através
dos meios de comunicação. Precisamos contagiar o nosso Movimento com estas
forças positivas, a fim de ajudarmos efetivamente o nosso país a crescer e a
caminhar no rumo do progresso. São essas forças que impelem o indivíduo ao
trabalho, a acreditar em si mesmo, no seu próprio valor e capacidade. São
essas forças que o levam a crer e lutar por um futuro melhor.
Meus irmãos, o mundo
não é uma nau à matroca. Nós sabemos que “Jesus está no leme!” e que não
iremos soçobrar.
Basta de dúvidas e
incertezas que somente retardam o avanço e prejudicam o trabalho. Sejamos
solidários, sim, com a dor de nosso próximo. Façamos por ele o que estiver ao
nosso alcance. Temos o dever indeclinável de fazê-lo, sobretudo transmitindo
o esclarecimento que a Doutrina Espírita proporciona. Mas também, que a
solidariedade exista em nossas fileiras, para que prossigamos no trabalho
abençoado, unidos e confiantes na preparação do futuro de paz por todos
almejado.
E não esqueçamos de
que, se o Brasil “é o coração do mundo”, somente será a “pátria do Evangelho”
se este Evangelho estiver sendo sentido e vivido por cada um de nós.
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Eurípedes Barsanulfo / Sueli Caldas Shubert - 14.9.1983
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