terça-feira, 28 de fevereiro de 2023

Palestras CEJG - Março/2023

 


Capacete da Esperança

 “Tendo por capacete a esperança na salvação.” — Paulo. (1 Tessalonicenses, 5:8)

 

O capacete é a defesa da cabeça em que a vida situa a sede de manifestação do pensamento e Paulo não podia lembrar outro símbolo mais adequado à vestidura do cérebro cristão, além do capacete da esperança na salvação.

Se o sentimento, muitas vezes, está sujeito aos ataques da cólera violenta, o raciocínio, em muitas ocasiões, sofre o assédio do desânimo, à frente da luta pela vitória do bem, que não pode esmorecer em tempo algum.

Raios anestesiantes são desfechados sobre o ânimo dos aprendizes por todas as forças contrárias ao Evangelho salvador.

A exigência de todos e a indiferença de muitos procuram cristalizar a energia do discípulo, dispersando-lhe os impulsos nobres ou neutralizando-lhe os ideais de renovação.

Contudo, é imprescindível esperar sempre o desenvolvimento dos princípios latentes do bem, ainda mesmo quando o mal transitório estenda raízes em todas as direções.

É necessário esperar o fortalecimento do fraco, à maneira do lavrador que não perde a confiança nos grelos tenros; aguardar a alegria e a coragem dos tristes, com a mesma expectativa do floricultor que conta com revelações de perfume e beleza no jardim cheio de ramos nus.

É imperioso reconhecer, todavia, que a serenidade do cristão nunca representa atitude inoperante, por agir e melhorar continuadamente pessoas, coisas e situações, em todas as particularidades do caminho.

Por isso mesmo, talvez, o apóstolo não se refere à touca protetora.

Chapéu, quase sempre, indica passeio, descanso, lazer, quando não defina convenção no traje exterior, de acordo com a moda estabelecida.

Capacete, porém, é indumentária de luta, esforço, defensiva.

E o discípulo de Jesus é um combatente efetivo contra o mal, que não dispõe de muito tempo para cogitar de si mesmo, nem pode exigir demasiado repouso, quando sabe que o próprio Mestre permanece em trabalho ativo e edificante.

Resguardemos, pois, o nosso pensamento com o capacete da esperança fiel e prossigamos para a vitória suprema do bem.

 

Emmanuel / Chico Xavier – Fonte Viva – FEB – cap. 94


sábado, 25 de fevereiro de 2023

Mais Luz - Edição 619 - 26/02/2023

 

Venha ler e refletir conosco: 

https://mailchi.mp/48c64f171ccb/a-conscincia-o-sentido-ntimo 


A consciência – O sentido íntimo – Léon Denis

Ante o Evangelho:  Verdadeira pureza. Mãos não lavadas

Altar íntimo – Fonte Viva 93

Poema: “Themis divina” – F. Xavier

Oração: Petição do aprendiz – Bezerra de Menezes

 

COEZMUC 2023

 


Aconteceu no último feriado de carnaval (18 a 22/02/2023) mais uma edição da Confraternização Espírita da Zona do Mucuri – COEZMUC.

Este ano o tema foi Conflitos Existenciais, baseado na extraordinária obra de Joanna de Ângelis.

Foram dias de muito estudo, reflexão, oração e integração entre os participantes.

Assuntos como fugas psicológicas e vazio existencial; medo; culpa e ressentimento; ansiedade; coragem; imortalidade e amor; foram abordados de maneira brilhante pelas equipes de estudos, artes, maternagem e integração.

Os temas são escolhidos pelos confraternistas quando da inscrição para o evento, pela sugestão da maioria.

Em 2024 será: No caminho da regeneração.

Este é um encontro realizado sob regime de imersão (não pode sair do local) e destinado às famílias espíritas da cidade e da região, conforme regulamento.

Atualmente está sob a organização da Aliança Municipal Espírita de Teófilo Otoni – AME/TO.

Confira no vídeo alguns momentos bem como a chamada para o próximo evento.


A consciência – O sentido íntimo

 


A alma é, como nos demonstraram os ensinos precedentes, uma emanação, uma partícula do Absoluto. Suas vidas têm por objetivo a manifestação cada vez mais grandiosa do que nela há de divino, o aumento do domínio que está destinado a exercer dentro e fora de si, por meio de seus sentidos e energias latentes.

Pode-se alcançar esse resultado por processos diferentes, pela Ciência ou pela meditação, pelo trabalho ou pelo exercício moral. O melhor processo consiste em utilizar todos esses modos de aplicação, em completá-los uns pelos outros; o mais eficaz, porém, de todos, é o exame íntimo, a introspecção.

Acrescentemos o desapego das coisas materiais, a firme vontade de melhorar a nossa união com Deus em espírito e verdade, e veremos que toda religião verdadeira, toda filosofia profunda aí vai buscar sua origem e nessas fórmulas se resume. O resto, doutrinas culturais, ritos e práticas não são mais do que o vestuário externo que encobre, aos olhos das turbas, a alma das religiões.

Victor Hugo escrevia no Post scriptum de ma vie: “É dentro de nós que devemos olhar o exterior... Inclinando-nos sobre esse poço, o nosso espírito, avistamos, a uma distância de abismo, em estreito círculo, o mundo imenso.”

Dizia também Emerson: “A alma é superior ao que se pode saber dela e mais sábia do que qualquer uma de suas obras”.

As profundezas da alma ligam-na à grande Alma universal e eterna, de que ela é uma como vibração. Essa origem e essa participação da natureza divina explicam as necessidades irresistíveis do Espírito em evolução adiantada: necessidade de infinito, de justiça, de luz; necessidade de sondar todos os mistérios, de estancar a sede nos mananciais vivos e inexauríveis cuja existência ele pressente, mas que não consegue descobrir no plano de suas vidas terrestres.

Daí provêm nossas mais altas aspirações, nosso desejo de saber, jamais satisfeito, nosso sentimento do belo e do bem; daí os clarões repentinos que iluminam de tempos em tempos as trevas da existência e os pressentimentos, a previsão do futuro, relâmpagos fugitivos no abismo do tempo, que luzem às vezes para certas inteligências.

Sob a superfície do “eu”, superfície agitada pelos desejos, esperanças e temores, está o santuário que encerra a consciência integral, calma, pacífica, serena, o princípio da sabedoria e da razão, de que a maior parte dos homens só tem conhecimento por surdas impulsões ou vagos reflexos entrevistos.

Todo o segredo da felicidade, da perfeição, está na identificação, na fusão em nós desses dois planos ou focos psíquicos; a causa de todos os nossos males, de todas as nossas misérias morais está na sua oposição.

Na Crítica da Razão Pura, o grande filósofo Emmanuel Kant demonstrou que a razão humana, isto é, a razão superficial de que falamos, por si mesma nada podia perceber, nada provar do que respeita às realidades do mundo transcendental, às origens da vida, ao espírito, à alma, a Deus.

Dessa argumentação infere-se, lógica e necessariamente, a consequência de que existe em nós um princípio, uma razão mais profunda que, por meio da revelação interior, nos inicia nas verdades e leis do mundo espiritual.

William James faz a mesma afirmação, nestes termos: “O “eu” consciente faz um só com um “eu” maior, do qual lhe vem o resgate”.

E, mais adiante:

“Os prolongamentos do “eu” consciente dilatam-se muito além do mundo da sensação e da razão, em certa região que se pode chamar mística ou sobrenatural. Quando nossas tendências para o ideal têm sua origem nessa região – é o caso da maior parte delas, porque somos possuídos por elas de maneira que não podemos perceber – ali temos raízes mais profundas do que no mundo visível, pois nossas mais altas aspirações são centro da nossa personalidade. Mas, esse mundo invisível não é somente ideal, produz efeitos no mundo visível. Pela comunhão com o invisível, o “eu” finito transforma-se; tornamo-nos homens novos e nossa regeneração, modificando nosso proceder, repercute no mundo material. Como, pois, recusar o nome de realidade ao que produz efeitos no seio de uma outra realidade? Com que direito diriam os filósofos que não é real o mundo invisível?” (...)

 

Léon Denis – O problema do ser, do destino e da dor – cap. XXI

 


sexta-feira, 24 de fevereiro de 2023

Petição do aprendiz

 


Senhor Jesus!

 

Deste-nos a conhecer a grandeza do bem, ensina-nos a praticá-lo.

Quando não possa oferecer-te o serviço excelente, orienta-me para que eu faça o melhor ao meu alcance.

No entanto, se as circunstâncias estiverem contra os meus propósitos, ampara-me a fim de que te entregue o bom trabalho.

Se isso, porém, não me for concedido, em vista das imperfeições que carrego, permita-me confiar-te o meu esforço sofrível.

No entanto, Mestre, se ainda aqui estiver sob impedimento para a concretização do meu desejo, auxilia-me a trazer-te a migalha de bem que eu puder, mas, de qualquer modo, rogo-te, Senhor, para que me livre da inércia e que, embora em me arrastando, consiga algo aprender para servir-te, servindo ao próximo, hoje, agora e sempre.

 

Assim seja.

 

Bezerra de Menezes / Chico Xavier – Livro: Uma vida de amor e caridade


Altar íntimo

 

“Temos um altar.” — Paulo. (Hebreus, 13:10)


 Até agora, construímos altares em toda parte, reverenciando o Mestre e Senhor.

De ouro, de mármore, de madeira, de barro, recamados de perfumes, preciosidades e flores, erguemos santuários e convocamos o concurso da arte para os retoques de iluminação artificial e beleza exterior.

Materializado o monumento da fé, ajoelhamo-nos em atitude de prece e procuramos a inspiração divina.

Realmente, toda movimentação nesse sentido é respeitável, ainda mesmo quando cometemos o erro comum de esquecer os famintos da estrada, em favor das suntuosidades do culto, porque o amor e a gratidão ao Poder Celeste, mesmo quando mal conduzidos, merecem veneração.

Todavia, é imprescindível crescer para a Vida Maior.

O próprio Mestre nos advertiu, junto à Samaritana, que tempos viriam em que o Pai seria adorado em Espírito e verdade.

E Paulo acrescenta que temos um altar.

A finalidade máxima dos templos de pedra é a de despertar-nos a consciência.

O cristão acordado, porém, caminha oficiando como sacerdote de si mesmo, glorificando o amor perante o ódio, a paz diante da discórdia, a serenidade à frente da perturbação, o bem à vista do mal…

Não olvidemos, pois, o altar íntimo que nos cabe consagrar ao Divino Poder e à Celeste Bondade.

Comparecer, ante os altares de pedra, de alma cerrada à luz e à inspiração do Mestre, é o mesmo que lançar um cofre impermeável de trevas à plena claridade solar. Se as ondas luminosas continuam sendo ondas luminosas, as sombras não se alteram igualmente.

Apresentemos, portanto, ao Senhor as nossas oferendas e sacrifícios em quotas abençoadas de amor ao próximo, adorando-o, através do altar do coração, e prossigamos no trabalho que nos cabe realizar. 

Emmanuel / Chico Xavier – Fonte Viva – FEB – cap. 93


sábado, 18 de fevereiro de 2023

Mais Luz - Edição 618 - 19/02/2023


Confira nesta edição especial de nosso boletim Mais Luz:

https://mailchi.mp/7f4c21c05327/carnaval-uma-festa-espiritual

 

·        Carnaval: Uma Festa Espiritual – Podcast Feb

·        Ante o Evangelho: A caridade material e a caridade moral

·        Mensagem da Semana: Demonstrações do Céu – Fonte Viva 92

·        Poema: Carnaval – Jair Presente

·        Oração: Rogativa – Emmanuel


quarta-feira, 15 de fevereiro de 2023

Carnaval: Uma Festa Espiritual

 

É natural que queiramos saber a visão espírita sobre o carnaval. O que o Espiritismo diz sobre o assunto?

Opiniões materialistas de apoio e espiritualistas de condenação reforçam a consagrada dicotomia entre o mal e o bem, a sombra e a luz, o errado e o certo, o material e o espiritual. A visão maniqueísta do a favor ou do contra, do conflito entre dois lados opostos, é tendência comum para registrar o posicionamento de adeptos e críticos ante a curiosa temática.

Por mais que argumentemos, eis uma questão que continuará suscitando acerbas discussões durante muito tempo, até que ela deixe de ter importância. Ainda não é a nossa situação. Falar sobre o carnaval é necessário, pois vivemos a festividade anualmente, com data marcada: a mais comemorada e outras tantas, que se prolongam no decorrer do ano em várias regiões do país e do planeta.

Para que possamos entender melhor o tema, é necessário que percebamos o seu real significado. A par de todas as movimentações de planejamentos e preparativos, ações e zelo – que denotam certa arte e cultura na apresentação de desfiles com seus carros alegóricos e foliões -, somadas as festividades de matizes diversificados, em que grupos se reúnem para comemorações sem medida, não podemos deixar de reconhecer que o carnaval é uma festa espiritual.

O culto à carne evoca tudo o que desperta materialidade, sensualidade, paixão e gozo. O forte apelo do período que antecede, acompanha e sucede o evento ao deus Mamon guarda íntima relação com o conúbio de energias entre os dois planos da vida, o físico e o extrafísico, alimentado pelos participantes, “vivos de cá e de lá”, que se deleitam em intercâmbio de fluidos materialmente imperceptíveis à maioria dos carnavalescos encarnados.

Vivemos em constante relação de intercâmbio, conectando-nos com os que nos são afins pelos pensamentos, gostos, interesses e ações. Sem que nos apercebamos, somos acompanhados por uma “nuvem de testemunhas”, que retrata nossa situação íntima.

Não cabe a análise sob a ótica de proibições ou cerceamento de vontades. Todos somos livres para fazer as escolhas que julgarmos convenientes. Porém, não podemos nos esquecer de que igualmente somos responsáveis, individual ou coletivamente, pelas opções definidas em nossa vida.

O Espiritismo não condena o carnaval, mas, também, não estimula suas festividades. Nesse período são cometidos excessos de todos os graus, com abusos e desregramentos no âmbito do sexo, das drogas, da violência; exageros que extravasam desequilíbrio e possibilitam a atuação de espíritos inferiores que se locupletam com a alimentação de fluidos densos formadores de uma ambiência espiritual de baixo teor vibratório.

 Carnaval é, de fato, uma festa espiritual. Porém, eu não quero participar dessa festa. E você?

O espírita verdadeiro pode e deve aproveitar o feriado prolongado para estudar, trabalhar, ajudar aos outros e conectar-se com o Plano Maior da Vida em elevada festividade espiritual que nos faz bem, proporcionando real alegria e plenitude ao Espírito imortal.

 

Podcast publicado em 13/02/2023 pela FEB em seu sítio.

Confira!

Demonstrações do Céu

 

“Disseram-lhe, pois: Que sinal fazes tu para que o vejamos, e creiamos em ti?” — (João, 6:30)

 

Em todos os tempos, quando alguém na Terra se refere às coisas do Céu, verdadeira multidão de indagadores se adianta pedindo demonstrações objetivas das verdades anunciadas.

Assim é que os médiuns modernos são constantemente assediados pelas exigências de quantos se colocam à procura da vida espiritual.

Esse é vidente e deve dar provas daquilo que identifica.

Aquele escreve em condições supranormais e é constrangido a fornecer testemunho das fontes de sua inspiração.

Aquele outro materializa os desencarnados e, por isso, é convocado ao teste público.

Todavia, muita gente se esquece de que todas as criaturas do Senhor exteriorizam os sinais que lhes dizem respeito.

O mineral é reconhecido pela utilidade.

A árvore é selecionada pelos frutos.

O firmamento espalha mensagens de luz.

A água dá notícias do seu trabalho incessante.

O ar esparge informações, sem palavras, do seu poder na manutenção da vida.

E entre os homens prevalecem os mesmos imperativos. Cada irmão de luta é examinado pelas suas características.

O tolo dá-se a conhecer pelas puerilidades.

O entendido revela mostras de prudência.

O melhor demonstra as virtudes que lhe são peculiares.

Desse modo, o aprendiz do Evangelho, ao solicitar revelações do Céu para a jornada da Terra, não deve olvidar as necessidades de revelar-se firmemente disposto a caminhar para o Céu.

Houve dia em que a turba vulgar dirigiu-se ao próprio Salvador que a beneficiava, perguntando: — “Que sinal fazes tu para que o vejamos, e creiamos em ti?” 

Imagina, pois, que se ao Senhor da Vida foi dirigida semelhante interrogativa, que indagação não se fará do Alto a nós outros, toda vez que rogarmos sinais do Céu, a fim de atendermos ao nosso simples dever?

 

Emmanuel / Chico Xavier – Fonte Viva – FEB – cap. 92


sábado, 11 de fevereiro de 2023

Mais Luz - Edição 617 - 12/02/2023

 

Confira em mais esta edição de nosso boletim eletrônico Mais Luz:

 

https://mailchi.mp/557e44ffcf94/o-amor

 

·        O amor – Léon Denis

·        Ante o Evangelho: A lei de amor

·        Mensagem da Semana: Problemas do Amor – Fonte Viva 91

·        Poema: Mais amor – Casimiro Cunha

·        Oração: Prece de amor - Scheilla

·        Falar - Livro da Esperança 26 – Link da palestra.



quarta-feira, 8 de fevereiro de 2023

O amor

 

Todo o poder da alma resume-se em três palavras: querer, saber, amar!

Querer, isto é, fazer convergir toda a atividade, toda a energia, para o alvo que se tem de atingir, desenvolver a vontade e aprender a dirigi-la.

Saber, porque sem o estudo profundo, sem o conhecimento das coisas e das leis, o pensamento e a vontade podem transviar-se no meio das forças que procuram conquistar e dos elementos a quem aspiram governar.

Acima de tudo, porém, é preciso amar, porque sem o amor, a vontade e a ciência seriam incompletas e muitas vezes estéreis. O amor ilumina-as, fecunda-as, centuplica-lhes os recursos. Não se trata aqui do amor que contempla sem agir, mas do que se aplica a espalhar o bem e a verdade pelo mundo. A vida terrestre é um conflito entre as forças do mal e as do bem. O dever de toda alma viril é tomar parte no combate, trazer-lhe todos os seus impulsos, todos os seus meios de ação, lutar pelos outros, por todos aqueles que se agitam ainda na via escura.

O uso mais nobre que se pode fazer das faculdades é trabalhar por engrandecer, desenvolver, no sentido do belo e do bem, a civilização, a sociedade humana, que tem as suas chagas e fealdades, sem dúvida, mas que é rica de esperanças e magníficas promessas; essas promessas transformar-se-ão em realidade vivaz no dia em que a humanidade tiver aprendido a comungar, pelo pensamento e pelo coração, com o foco de amor, que é o esplendor de Deus.

Amemos, pois, com todo o poder do nosso coração; amemos até ao sacrifício, como Joana d'Arc amou a França, como o Cristo amou a humanidade, e todos aqueles que nos rodeiam receberão nossa influência, sentir-se-ão nascer para nova vida.

Ó homem, procura em volta de ti as chagas a pensar, os males a curar, as aflições a consolar. Alarga as inteligências, guia os corações transviados, associa as forças e as almas, trabalha para ser edificada a alta cidade de paz e de harmonia que será a cidade de amor, a cidade de Deus! Ilumina, levanta, purifica! Que importa que se riam de ti! Que importa que a ingratidão e a maldade se levantem na tua frente! Aquele que ama não recua por tão pouca coisa; ainda que colha espinhos e silvas, continua sua obra, porque esse é seu dever, sabe que a abnegação o engrandece.

O próprio sacrifício também tem suas alegrias; feito com amor, transforma as lágrimas em sorrisos, faz nascer em nós alegrias desconhecidas do egoísta e do mau. Para aquele que sabe amar, as coisas mais vulgares são de interesse; tudo parece iluminar-se; mil sensações novas despertam nele.

São necessários à sabedoria e à Ciência longos esforços, lenta e penosa ascensão para conduzir-nos às altas regiões do pensamento. O amor e o sacrifício lá chegam de um só pulo, com um único bater de asas. Na sua impulsão conquistam a paciência, a coragem, a benevolência, todas as virtudes fortes e suaves. O amor depura a inteligência, engrandece o coração e é pela soma de amor acumulada em nós que podemos avaliar o caminho que temos percorrido até Deus.


Léon Denis - O problema do ser, do destino e da dor – capítulo 25


terça-feira, 7 de fevereiro de 2023

Mais amor

 

Rogas à vida o roteiro

Da Esfera Superior,

E a vida responde sempre:

Meditar com mais amor.

 

Procurando, desse modo,

Caminho renovador,

Em toda dificuldade,

Apoia com mais amor.

 

Se esperas pelo futuro

Como ninho aberto em flor,

Arando a terra do sonho,

Trabalha com mais amor.

 

Recebe, pois, o infortúnio

Com desassombro e valor,

Se a provação recrudesce,

Suporta com mais amor.

 

Tolera com paciência

A nuvem do dissabor;

Buscando nova alegria,

Ampara com mais amor.

 

Caluniaram-te a vida?

Perdoa seja a quem for.

Quem vive para a verdade,

Entende com mais amor.

 

Amigos desavisados

Trouxeram-te sombra e dor?

Diante de todos eles,

Auxilia com mais amor.

 

Feriram-te as esperanças

Brandindo verbo agressor?

Não critiques nem te queixes…

Espera com mais amor.

 

Ante o jogo de ilusões

Que o mal te venha a propor,

No cultivo da humildade,

Resiste com mais amor.

 

Se desejas alcançar

A comunhão do Senhor,

Arrima-te à caridade

E serve com mais amor.

 

Casimiro Cunha

Brilhe vossa luz — Autores diversos — F. C. Xavier / Carlos A. Baccelli



segunda-feira, 6 de fevereiro de 2023

Problemas do Amor

 

“… que vosso amor cresça cada vez mais no pleno conhecimento e em todo o discernimento.” — Paulo. (Filipenses, 1:9)

 

O amor é a força divina do Universo.

É imprescindível, porém, muita vigilância para que não a desviemos na justa aplicação.

Quando um homem se devota, de maneira absoluta, aos seus cofres perecíveis, essa energia, no coração dele, denomina-se “avareza”; quando se atormenta, de modo exclusivo, pela defesa do que possui, julgando-se o centro da vida, no lugar em que se encontra, essa mesma força converte-se nele em “egoísmo”; quando só vê motivos para louvar o que representa, o que sente e o que faz, com manifesto desrespeito pelos valores alheios, o sentimento que predomina em sua órbita chama-se “inveja”.

*O ódio é, comumente, o amor envenenado de ontem.

O ciúme é o amor vestido de espinhos dilacerantes.

A soberba é o amor desvairado a si próprio. *

Paulo, escrevendo a amorosa comunidade filipense, formula indicação de elevado alcance. Assegura que “o amor deve crescer, cada vez mais, no conhecimento e no discernimento, a fim de que o aprendiz possa aprovar as coisas que são excelentes.”

Instruamo-nos, pois, para conhecer.

Eduquemo-nos para discernir.

Cultura intelectual e aprimoramento moral são imperativos da vida, possibilitando-nos a manifestação do amor, no império da sublimação que nos aproxima de Deus.

Atendamos ao conselho apostólico e cresçamos em valores espirituais para a eternidade, porque, muitas vezes, o nosso amor é simplesmente querer e tão somente com o “querer” é possível desfigurar, impensadamente, os mais belos quadros da vida.

 

Emmanuel / Chico Xavier – Fonte Viva – FEB – cap. 91

 

* Essa mensagem foi publicada originalmente no Reformador em junho de 1950, página 122, pela FEB e posteriormente no presente livro. Tanto no Reformador quanto no livro “Segue-me” a lição está completa; nesse, porém, estão ausentes os parágrafos 4, 5 e 6  e o versículo estudado é Filipenses, 1:9, enquanto no livro Segue-me o versículo citado é 1:10; no Reformador a citação é Filipenses, 1:9,10.


sábado, 4 de fevereiro de 2023

Mais Luz - Edição 616 - 05/02/2023

Confira em mais esta edição de nosso semanário Mais Luz, que agora conta com uma nova seção – Projeto Examinado o Livro da Esperança (tema de palestra na Casa):

https://mailchi.mp/b2dc46a343f5/bom-nimo

 

·        A trilogia bendita - Neio Lúcio

·        Ante o Evangelho:  Bem e mal sofrer

·        Mensagem da Semana: Varonilmente – Fonte Viva 90

·        Poema: Bom ânimo – Carmen Cinira

·        Oração perante Jesus – Emmanuel

·        Falar - Livro da Esperança 26


quinta-feira, 2 de fevereiro de 2023

A trilogia bendita

 


Em tempos remotos, o Senhor vinha ao mundo frequentes vezes entender-se com as criaturas.

Certa vez, encontrou um homem irado e mau, que outra coisa não fazia senão atormentar os semelhantes. Perseguia, feria e matava sem piedade. Quando esse Espírito selvagem viu o Senhor, aproximou-se atraído pela luz d’Ele, a chorar de arrependimento.

O Cristo, bondoso, dirigiu-lhe a palavra:

— Meu filho, por que te entregaste assim à perversidade? Não temes a justiça do Pai? Não acreditas no Celeste Poder? A vida exige fraternidade e compreensão.

O malfeitor, que se mantinha prisioneiro da ignorância, respondeu em lágrimas:

— Senhor, de hoje em diante serei um homem bom.

Alguns anos passaram e Jesus voltou ao mesmo sítio. Lembrou-se do infeliz a quem havia aconselhado e buscou-o. Depois de certa procura, foi achá-lo oculto numa choça, extremamente abatido. Interpelado quanto à causa de tão lamentável transformação, o mísero respondeu:

— Ai de mim, Senhor! Depois que passei a ser bom, ninguém me respeitou! Fiz-me escárnio da rua… Tenho usado a compaixão e a generosidade, segundo me ensinaste, mas em troca recebo apenas o ridículo, a pedrada e a dilaceração…

O Mestre, porém, abençoou-o e falou:

— O teu lucro na eternidade não será pequeno com o sacrifício. Entretanto, não basta reter a bondade. É necessário saber distribuí-la. Para bem ajudar, é preciso discernir. Realmente é possível auxiliar a todos. Contudo, se a muita gente devemos ternura fraterna, a numerosos companheiros de jornada devemos esclarecimento enérgico. Estimularemos os bons a serem melhores e cooperaremos, a benefício dos maus, para que se retifiquem. Nunca observaste o pomicultor? Algumas árvores recebem dele irrigação e adubo; outras, no entanto, sofrerão a poda, a fim de serem convenientemente amparadas.

O Senhor retirou-se e o aprendiz retomou a luta para conquistar o conhecimento.

Peregrinou através de muitos livros, observou demoradamente os quadros da vida e recebeu a palma da ciência.

Os anos correram apressados, quando o Cristo regressou e procurou-o, novamente.

Dessa vez, encontrou-o no leito, enfermo e sem forças.

Replicando ao Divino Amigo, explicou-se:

— Ai de mim, Senhor! Fui bom e recebi injustiças, entesourei a ciência e minhas dificuldades cresceram de vulto. Aprendi a amar e desejar em sã consciência, a idealizar com o Plano superior, mas vejo a ingratidão e a discórdia, a dureza e a indiferença com mais clareza. Sei aquilo que muita gente ignora e, por isto mesmo, a vida tornou-se-me um fardo insuportável…

O Mestre, porém, sorriu e considerou:

— A tua preparação para a felicidade ainda não se acha completa. Agora, é preciso ser forte. Acreditas que a árvore respeitável conseguiria viver e produzir, caso não soubesse tolerar a tempestade? A firmeza interior, diante das experiências da vida, conferir-te-á o equilíbrio indispensável. Aprende a dizer adeus a tudo o que te prejudica na caminhada em direção da luz divina e distribuirás a bondade, sem preocupações de recompensa, guardando o conhecimento sem surpresas amargas. Sê inquebrantável em tua fé e segue adiante!

O aprendiz reergueu-se e nunca mais experimentou a desarmonia, compreendendo, enfim, que a bondade, o conhecimento e a fortaleza são a trilogia bendita da felicidade e da paz.


Neio Lúcio / Chico Xavier – Livro Alvorada Cristã