sexta-feira, 24 de julho de 2020

É a santificação

“Santifica-os na verdade.” Jesus (João, 17:17)

Não podemos esquecer que, em se dirigindo ao Pai, nos derradeiros momentos do apostolado, rogou-lhe Jesus santificasse os discípulos que ficariam no plano carnal.
É significativo observar que o Mestre não pediu regalias e facilidades para os continuadores. Não recomendou ao Senhor Supremo situasse os amigos em palácios encantados do prazer, nem os ilhasse em privilégios particularistas. Ao invés disso, suplicou ao Pai para que os santificasse na condição humana.
É compreensível, portanto, que os discípulos sinceros recebam da Providência maior quinhão de elementos purificadores em trabalhos e testemunhos benéficos. Na Terra, quase sempre, o dever e a responsabilidade parecem esmagá-los, no entanto, a palavra do Evangelho é bastante clara no terreno das conquistas eternas.
Não nos referimos a recompensas banais de periferia.
Destacamos o engrandecimento espiritual, a iluminação divina e a perfeição redentora, inacessíveis ainda ao entendimento comum.
Em verdade, o Senhor anunciou sacrifícios e sofrimentos aos seguidores, acentuando, porém, que os não deixaria órfãos.
Seriam convocados a interrogatórios humilhantes, contudo, não lhes faltaria a Sublime Inspiração.
Seguiriam atribulados, mas não angustiados; perseguidos, mas nunca desamparados.
Receberiam golpes e decepções, mas não lhes seriam negados a esperança e o reconforto.
Suportariam a incompreensão humana, todavia, os desígnios superiores agiriam em favor deles.
Sofreriam flagelações no mundo, no entanto, suas dores abasteceriam os celeiros da graça e da consolação para os aflitos.
Muita vez, participariam dos últimos lugares, entre as criaturas terrestres, para serem dos primeiros na cooperação com o Divino Trabalhador.
Seriam detidos nos cárceres, mas disporiam da presença dos anjos sob cânticos de glorificação.
Carregariam cicatrizes por sinais celestes.
Tolerariam sarcasmos em honroso serviço à Verdade.
Perseguidos e torturados, representariam as cartas palpitantes do Cristo à Humanidade.
Servos sofredores e humilhados no campo carnal, marchariam assinalados por luz imperecível.
Escalariam calvários de dor, suportando cruzes, encontrando, porém, a ressurreição, coroados de glória.
Efetivamente, pois, os colaboradores do Evangelho são, de modo geral, anônimos e desprezados nas esferas convencionalistas da Terra; todavia, para eles, repete o Mestre, em todos os tempos, as sublimes palavras: “Sois meus amigos porque tudo quanto ouvi de meu Pai vos dei a conhecer.”

Emmanuel / Chico Xavier – Vinha de Luz – FEB – cap.139

Proteção de Deus

Clamamos pela proteção de Deus, mas, não raro, admitimos que semelhante cobertura aparece nos dias de caminho claro e céu azul.

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O Amparo Divino, porém, nos envolve e rodeia, em todos os climas da existência. Urge reconhecê-los nos lances mais adversos.

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Às vezes, o auxílio do Todo Misericordioso tão somente se exprime através das doenças de longo curso ou das dificuldades materiais de extensa duração, preservando-nos contra quedas espirituais em viciação ou loucura. Noutros ângulos da experiência, manifesta-se pela cassação de certas oportunidades de serviço ou pela supressão de regalias determinadas que estejam funcionando para nós à feição de corredores para a morte prematura.

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Proteção de Deus, por isso mesmo, é também o sonho que não se realiza, a esperança adiada, o ideal insatisfeito, a prova repentina ou o transe aflitivo que nos colhe de assalto.
Encontra-se no amor de nossos companheiros, na assistência de benfeitores abnegados, na dedicação dos amigos ou no caminho dos familiares, mas igualmente na crítica dos adversários, no tempo de solidão, na separação dos entes queridos ou nos dias cinzentos de angústia em que nuvens de lágrimas se nos represam nos olhos.
Isso ocorre porque a vida é aprimoramento incessante, até o dia da perfeição, e todos nós com frequência necessitamos do martelo do sofrimento e do esmeril do obstáculo para que se nos despoje o espírito dos envoltórios inferiores.

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Pensa nisso e toda vez que te sacrifiques ou lutes, de consciência tranquila, ou toda vez que te aflijas e chores, sem a sombra da culpa, regozija-te e espera o melhor, porque a dor, tanto quanto a alegria, são recursos da proteção de Deus, impulsionando-te o coração para a luz das bênçãos eternas.

Emmanuel / Chico Xavier – Livro: Rumo Certo

sexta-feira, 17 de julho de 2020

Divulgue o Espiritismo


Confira, divulgue e imprima os folhetos preparados pela Federação Espírita Brasileira para facilitar o entendimento sobre Espiritismo e o Movimento Espírita.

A bênção da legítima fraternidade


Filhas e filhos da alma, mantende-vos em paz!
Ouvi o que vos foi dito: Amareis aos que vos amam e odiareis aqueles que vos odeiam. Eu, porém, vos digo: amai os vossos inimigos para ganhardes o galardão do Reino dos Céus.
Em outras palavras, Jesus nos convida à renúncia total dos sentimentos egoísticos, acenando-nos com a bênção da legítima fraternidade.
Deu-nos o exemplo, Ele próprio, amando os adversários do Bem, de que Ele era a representação máxima na Terra.
Esse desafio permanece há vinte séculos, convidando-nos a reflexões profundas.
Na atualidade, quando as comodidades confraternizam com a avareza, a deslealdade, o suborno, amam-se as criaturas de acordo com os interesses que lhes dizem respeito especialmente em relação às paixões subalternas.
Não poucas vezes, ficais aturdidos ante o mundo devorador e a retidão do comportamento espírita.
Tende, porém, bom ânimo e sede fiéis à fraternidade que deve viger entre todos porque dela partem os nobres sentimentos da solidariedade, da compaixão, da caridade: os diletos filhos do amor.
Tende-vos preocupado com as diretrizes de segurança para o futuro do nosso Movimento e em agir com sabedoria sob a inspiração superior.
Vindes traçando as metas que devem ser alcançadas de forma a contribuirdes em prol do mundo melhor de amanhã. Mas não vos tendes esquecido de que a semente do Evangelho de Jesus é a perene luz guiando a Humanidade ao seu destino sublime.
São dias, estes, de inquietações e de desafios. As inquietações fazem parte das crises e toda crise vivenciada abre portas ao progresso porque amadurece os lutadores. E, ao mesmo tempo, através dos desafios desenvolvem-se as faculdades de discernimento para a ação correta segundo as determinações do Mestre incomparável.
Também Ele viveu no momento histórico de crises internacionais, socioeconômicas, de natureza variada, e foi graças a essas crises que Ele aceitou o desafio de implantar na Terra o amor.
Observai! É a única personalidade que exalta o amor capaz de vencer dois milênios de lutas e transformar-se na mais eficaz psicoterapia de que necessita a criatura humana.
O amor, porém, de entrega total, sem os vícios dos interesses recíprocos, das ofertas retributivas, mas o sentimento de oferta pelo ideal da Vida Eterna.
Viveis o grandioso momento da transição que impõe diretrizes seguras de comportamento para que os apêndices de fugas psicológicas não vos desviem da segura diretriz para o encontro com a Verdade.
Porfiai, filhas e filhos da alma, não poucas vezes, com o coração destroçado, mas a alma aceitando os impositivos do progresso e vivendo o anonimato da renúncia, para que brilhe o Senhor e não o ego individual.
É certamente o grande desafio do momento servir à Causa sem servir-se da Casa e da Doutrina que ela alberga. Compreender que, na condição de servo, a satisfação máxima é atender às determinações do Senhor sem qualquer queixa ou reclamação.
Aqueles que antes vieram e deixaram pegadas luminosas para que seguísseis estão preparando-se para o retorno a fim de avançarem pelas trilhas que agora traçais.
Exultai, filhas e filhos da alma, por vos manterdes fiéis ao Cristo de Deus, muitas vezes com desagrado dos nossos afetos queridos, daqueles que partilham das nossas alegrias e dores, mas não têm a maturidade de compreender os sentimentos que entregais ao Guia e Protetor de todos nós.
Não tergiverseis nunca!
Tolerância, mas não conivência.
Fraternidade, mas, de maneira nenhuma, vulgaridade de comportamento.
Trabalho dentro do limite das forças, porque aquele que faz o que pode, realiza o máximo.
Os vossos mentores espirituais e os vossos amigos devotados do mais Além estamos a postos para que os empreendimentos libertadores sejam abençoados pelo Senhor e possam tornar-se realidade na construção da Era da fraternidade legítima.
Os Espíritos-espíritas, que estamos convosco, prosseguiremos na santa lide de edificar o Reino dos Céus em cada coração, a fim de que se expanda por toda a Terra, embora a dimensão do tempo que se lhe faça necessária.
Jesus triunfará sem qualquer restrição, pois que Ele é o Caminho para a Verdade e para a Vida.
Que Ele a todos nos abençoe e nos guarde na sua dúlcida paz, são os votos do servidor humílimo e paternal de sempre,

Bezerra de Menezes -  Mensagem psicofônica pelo médium Divaldo Pereira Franco, no encerramento da reunião ordinária do Conselho Federativo Nacional, em Brasília, na manhã de 10/11/2013. 
Fonte: www.divaldofranco.com.br

Iluminemos o santuário

“Pois nós somos um santuário do Deus vivo.” Paulo (II Coríntios, 6:16)

O esforço individual estabelece a necessária diferenciação entre as criaturas, mas a distribuição das oportunidades divinas é sempre a mesma para todos.
Indiscriminadamente, todas as pessoas recebem possibilidades idênticas de crescimento mental e elevação ao campo superior da vida.
Todos somos, pois, consoante a sentença de Paulo, santuários do Deus vivo.
Apesar disso, inúmeras pessoas se declaram afastadas da luz eterna, deserdadas da fé. Enquanto dispõem da saúde e do tesouro das possibilidades humanas, fazem anedotário leve e irônico. Ao apagar das luzes terrestres, porém, inabilitados à movimentação no campo da fantasia, revoltam-se contra a Divindade e precipitam-se em abismo de desespero. São companheiros invigilantes que ocuparam o santuário do espírito com material inadequado.
Absorvidos pelas preocupações imediatistas da esfera inferior, transformaram esperanças em ambições criminosas, expressões de confiança em fanatismo cego, aspirações do Alto em interesses da zona mais baixa.
Debalde se faz ouvir a palavra delicada e pura do Senhor, no santuário interno, quando a criatura, obcecada pelas ilusões do plano físico, perde a faculdade de escutar. Entre os seus ouvidos e a sublime advertência, erguem-se fronteiras espessas de egoísmo cristalizado e de viciosa aflição. E, pouco a pouco, o filho de Deus encarnado na Terra, de rico de ideais humanos e realizações transitórias, passa à condição de mendigo de luz e paz, na velhice e na morte...
O Senhor continua ensinando e amando, orientando e dirigindo, mas, porque a surdez prossegue sempre, chegam a seu tempo as bombas renovadoras do sofrimento, convidando a mente desviada e obscura à descoberta dos valores que lhe são próprios, reintegrando-a no santuário de si mesma para o reencontro sublime com a Divindade.

Emmanuel / Chico Xavier – Vinha de Luz – FEB – cap.138

A caridade


Nestes dias tempestuosos, com a repetição de desastres e calamidades de todos os tipos, a Caridade é convidada a visitar-nos em regime de emergência.
O Apóstolo Paulo denominou-a como a maior das virtudes, especialmente em referência à Fé e à Esperança, isto porque a Caridade as engloba em seu sublime desiderato.
Quando falham os sentimentos conhecidos no comportamento dos seres humanos, o Evangelho de Jesus nos convoca à prática da Caridade para com eles, ampliando o seu valor a tudo quanto existe.
Desta forma, a Caridade abarca o amor na sua mais elevada expressão. Não se trata de uma fundamentação religiosa, mas conquista de uma excelente virtude de integração da criatura na Criação.
Confunde-se, invariavelmente, a Caridade com a esmola, o doar de valores e coisas que já não servem e mantêm aqueles que a recebem em situação deplorável de necessidade.
O verdadeiro objetivo da Caridade é o de dignificar aquele que é beneficiado, assim como se engrandece no silêncio e no anonimato daqueloutro que a exerce.
Em razão disso, a Caridade pode ser material e espiritual, no seu aspecto enobrecedor de natureza moral. Bem orientada, socorre a fome, a sede, a nudez, a enfermidade, mas também ilumina o desconforto moral, o abandono afetivo, a loucura das paixões dissolventes, as situações de abandono, sem olvidar a iluminação das consciências.
Nunca se perverte, nem depende de nada, exceto de ser vivenciada com naturalidade, arrancando o necessitado da situação em que padece, concedendo-lhe recursos morais para levantar-se da queda e recomeçar a avançar na jornada mil vezes.
Quando as criaturas compreendermos que somos interdependentes umas das outras, e que a solidão, a distância entre os seres humanos são estados patológicos ou filhos rebeldes da ignorância assim como do orgulho vão, desaparecerão as diferenças de classes, as presunçosas manifestações do preconceito de qualquer natureza, porque todos serão vistos como irmãos em estágios diferentes da evolução, todos trabalhando para a sua ascensão moral e construção do mundo de legítima fraternidade.
A evolução do pensamento nas suas manifestações éticas, culturais, científicas, civilizatórias tem como alvo a união de todas as criaturas, mesmo animais e vegetais em harmonia, que se pode considerar sinfônica, pois que, cada qual, como se fosse um instrumento musical, é indispensável, portador de importância igual a todos demais.
Qualquer expressão restritiva na conduta humana em relação ao seu próximo é atraso moral que a Caridade corrige.
Nesta hora de pandemia virótica, em que predomina a pandemia da miséria moral de mulheres e homens mesquinhos, eles nos merecem o espírito de Caridade, para serem menos infelizes.

Divaldo Franco – Artigo publicado no jornal A Tarde, coluna Opinião, 9 de julho de 2020.
Fonte: www.febnet.org.br