sexta-feira, 14 de agosto de 2020
Tribulações
“Também nos
gloriamos nas tribulações.” Paulo (Romanos, 5:3)
Comentando
Paulo de Tarso os favores recebidos do Plano Superior, com muita propriedade
não se esquecia de acrescentar o seu júbilo nas tribulações.
O
Cristianismo está repleto de ensinamentos sublimes para todos os tempos.
Muitos
aprendizes não lembram o apóstolo da gentilidade senão em seu encontro divino
com o Messias, às portas de Damasco, fixando-lhe a transformação sob o hálito
renovador de Jesus, e muitos companheiros se lhe dirigem ao coração, mentalizando-lhe
a coroa de espírito redimido e de trabalhador glorificado na casa do Pai
Celestial.
A
palavra do grande operário do Cristo, entretanto, não deixa margem a qualquer
dúvida, quanto ao preço que lhe custou a redenção.
Muita
vez, reporta-se às dilacerações do caminho, salientando as estações educativas
e restauradoras, entre o primeiro clarão da fé e o supremo testemunho.
Depois
da bênção consoladora que lhe reforma a vida, ei-lo entre açoites, desesperanças
e pedradas. Entre a graça de Jesus que lhe fora ao encontro e o esforço que lhe
competia efetuar, por reencontrá-lo, são indispensáveis anos pesados de serviço
áspero e contínua renunciação.
Reparemos
em nós mesmos, à frente da luz evangélica.
Nem
todos renascem na Terra com tarefas definidas na autoridade, na eminência
social ou no governo do mundo, mas podemos asseverar que todos os discípulos,
em qualquer situação ou circunstância, podem dispor de força, posição e controle
de si próprios.
Recordemos
que a tribulação produz fortaleza e paciência e, em verdade, ninguém encontra o
tesouro da experiência, no pântano da ociosidade. É necessário acordar com o
dia, seguindo-lhe o curso brilhante de serviço, nas oportunidades de trabalho
que ele nos descortina.
A
existência terrestre é passagem para a luz eterna. E prosseguir com o Cristo é
acompanhar-lhe as pegadas, evitando o desvio insidioso.
No
exame, pois, das considerações paulinas, não olvidemos que se Jesus veio até
nós, cabe-nos marchar desassombradamente ao encontro d’Ele, compreendendo que,
para isso, o grande serviço de preparação há de ser começado na maravilhosa e
desconhecida “terra de nós mesmos”
Emmanuel
/ Chico Xavier – Vinha de Luz – FEB – cap.142
Família: Oficina de almas - celeiro de bênçãos
O Departamento de Família da AME-Brasil realizará o 3º Seminário com o título “Família: oficina de alma, celeiro de bênçãos” que tratará de vários aspectos da vida familiar.
Ocorrerá virtualmente, por meio do Facebook e Youtube da AME-Brasil e pela FEBtv, entre os dias 16 e 22 de agosto.
Contará com a participação de Ana Paula Vecchi, Jeanini Lopes, Wesley Assis, Lígia Melo, Flávio Braun, Sérgio, Carlos Durgante, Elizabeth Schuck, Ricardo Santos, Letícia Talarico, Alberto Almeida e Marta Antunes.
Para mais informações sobre a Semana da Família, acesse amebrasil.org.br ou conheça a programação aqui!
Fonte: FEB
A preleção da Ministra
“Encontram-se,
entre nós, no momento, algumas centenas de ouvintes que se surpreendem com a
nossa esfera cheia de formas análogas às do planeta. Não haviam aprendido que o
pensamento é a linguagem universal? Não foram informados de que a criação
mental é quase tudo em nossa vida? São numerosos os irmãos que formulam
semelhantes perguntas. Todavia, encontraram aqui a habitação, o utensílio e a
linguagem terrestres. Esta realidade, contudo, não deve causar surpresa a
ninguém. Não podemos esquecer que temos vivido, até agora (referindo-nos à
existência humana), em velhos círculos de antagonismo vibratório. O pensamento
é a base das relações espirituais dos seres entre si, mas não olvidemos que somos
milhões de almas dentro do Universo, algo insubmissas ainda às leis universais.
Não somos, por enquanto, comparáveis aos irmãos mais velhos e mais sábios,
próximos do Divino, mas milhões de entidades a viverem nos caprichosos mundos
inferiores do nosso eu. Os grandes instrutores da humanidade carnal ensinam
princípios divinos, expõem verdades eternas e profundas, nos círculos do globo.
Em geral, porém, nas atividades terrenas, recebemos notícias dessas leis sem
nos submetermos a elas e tomamos conhecimento dessas verdades sem lhes
consagrarmos nossas vidas.
“Será
crível que, somente por admitir o poder do pensamento, ficasse o homem liberto
de toda a condição inferior? Impossível!
“Uma
existência secular, na carne terrestre, representa período demasiadamente curto
para aspirarmos à posição de cooperadores essencialmente divinos. Informamo-nos
a respeito da força mental no aprendizado mundano, mas esquecemos que toda a
nossa energia, nesse particular, tem sido empregada por nós, em milênios
sucessivos, nas criações mentais destrutivas ou prejudiciais a nós mesmos.
“Somos
admitidos aos cursos de espiritualização nas diversas escolas religiosas do
mundo, mas com frequência agimos exclusivamente no terreno das afirmativas
verbais. Ninguém, todavia, atenderá ao dever apenas com palavras. Ensina a
Bíblia que o próprio Senhor da Vida não estacionou no Verbo e continuou o
trabalho criativo na Ação.
“Todos
sabemos que o pensamento é força essencial, mas não admitimos nossa milenária
viciação no desvio dessa força.
“Ora,
é coisa sabida que um homem é obrigado a alimentar os próprios filhos; nas
mesmas condições, cada espírito é compelido a manter e nutrir as criações que
lhe são peculiares. Uma ideia criminosa produzirá gerações mentais da mesma
natureza; um princípio elevado obedecerá à mesma lei. Recorramos a símbolo mais
simples. Após elevar-se às alturas, a água volta purificada, veiculando
vigorosos fluidos vitais, no orvalho protetor ou na chuva benéfica;
conservemo-la com os detritos da terra e fá-la-emos habitação de micróbios
destruidores.
“O
pensamento é força viva, em toda parte; é atmosfera criadora que envolve o Pai
e os filhos, a Causa e os Efeitos, no Lar Universal. Nele, transformam-se
homens em anjos, a caminho do céu ou se fazem gênios diabólicos, a caminho do
inferno.
“Apreendem
vocês a importância disso? Certo, nas mentes evolvidas, entre os desencarnados
e encarnados, basta o intercâmbio mental sem necessidade das formas e é justo
destacar que o pensamento em si é a base de todas as mensagens silenciosas da
ideia, nos maravilhosos planos da intuição, entre os seres de toda espécie.
Dentro desse princípio, o espírito que haja vivido exclusivamente em França
poderá comunicar-se no Brasil, pensamento a pensamento, prescindindo de forma
verbalista especial, que, nesse caso, será sempre a do receptor; mas isso
também exige a afinidade pura. Não estamos, porém, nas esferas de absoluta
pureza mental, onde todas as criaturas têm afinidades entre si. Afinamo-nos uns
com os outros, em núcleos insulados, e somos compelidos a prosseguir nas
construções transitórias da Terra, a fim de regressar aos círculos planetários
com maior bagagem evolutiva.
“Nosso
Lar, portanto, como cidade espiritual de transição, é uma bênção a nós
concedida por acréscimo de misericórdia, para que alguns poucos se preparem à
ascensão e para que a maioria volte à Terra em serviços redentores.
Compreendamos a grandiosidade das leis do pensamento e submetamo-nos a elas,
desde hoje”.
Veneranda
André
Luiz / Chico Xavier – Livro: Nosso Lar
sexta-feira, 7 de agosto de 2020
Perseveras
Tema: Necessidade incessante do bem
Persistirás
no bem. Ainda mesmo que ouças prodígios acerca dos que se laurearam fora dele,
perseveras... Ainda mesmo que os amigos mais estimáveis te convidem a
abandoná-lo, sob o pretexto de que podes ser bom simplesmente não fazendo o
mal, perseveras.
Os
que se resguardam na construção da felicidade de todos são aqueles que encontram
o próprio destino.
Cedo
reconhecem que o homem nasce para ser útil e procuram esquecer-se.
Registram
a lamentação dos que afirmam ser o mundo uma represa de lágrimas e esforçam-se
para que a Humanidade compreenda a Terra, como sendo também uma casa de Deus,
bafejada de sol.
Assinalam
a voz dos que borboleteiam no campo das sensações, asseverando que a existência
é apenas o dia que passa, e prosseguem jungidos ao arado do serviço, na certeza
de que estão edificando para agora e para o futuro.
E
porque resistem a seduções e tentações, fazem-se alvo das arremetidas de todos aqueles
que abafaram a consciência, no lado negativo das convenções humanas, enceguecidos
de vaidade ou atolados no visgo dos interesses pessoais.
Transfiguram-se,
desde então, em ponto de mira para a saraivada de injúrias com que se lhes
pretende barrar o pensamento em marcha renovadora ou paralisar as mãos no curso
das boas obras.
Agiganta-se-lhes,
porém, a fé sob o impacto da perseguição injustificada ou do ódio gratuito e
trabalham mais, com mais acentuado valor.
Compadecem-se
dos caluniadores, endereçando-lhes o benefício da oração, porque sabem
separá-los da calúnia como se aparta um enfermo do processo infeccioso que lhe corrompe
as energias.
Toleram,
pacientemente, os ofensores, porquanto jazem convencidos de que a ofensa é
fruto da ignorância ou, mais propriamente, da ausência de luz espiritual, e
ninguém pode condenar um viajante que se arroja no pântano, quando caminha sob
as trevas.
Perseveras
no bem acima de todas as circunstâncias.
Sobrenadarás
o dilúvio de sombras, fiel ao raio de luz que te aponta o rumo certo.
Ainda
mesmo de alma relegada à solidão, persistirás no bem, recordando Jesus que esteve
sozinho ao proclamar-lhe a grandeza sobre o triunfo aparente do mal,
ensinando-nos a cada um que venceremos realmente o mal tão somente quando, em
cada tarefa que abraçarmos, tivermos a precisa coragem de perseverar no bem até
o fim.
Emmanuel
/ Chico Xavier – Livro: Encontro marcado
O escudo
“Embraçando,
sobretudo, o escudo da fé, com o qual podereis apagar todos os dardos
inflamados do maligno.” Paulo (Efésios, 6:16)
Ninguém
se decide à luta sem aparelhamento necessário.
Não
nos referimos aqui aos choques sanguinolentos.
Tomemos,
para exemplificar, as realizações econômicas. Quem garantirá êxito à produção,
sem articular elementos básicos, imprescindíveis à indústria? A agricultura
requisita instrumentos do campo, a fábrica pede maquinaria adequada.
Na
batalha de cada um é também indispensável a preparação de sentimentos. Requere-se
intenso trabalho de semeadura, de cuidado, esforço próprio e disciplina.
Paulo
de Tarso, que conheceu tão profundamente os assédios do mal, que lhe suportou
as investidas permanentes, dentro e fora dele mesmo, recomendou usemos o escudo
da fé, acima de todos os elementos da defensiva.
Somente
a confiança no Poder Maior, na Justiça Vitoriosa, na Sabedoria Divina consegue
anular os dardos invisíveis, inflamados no veneno que intoxica os corações.
Todo trabalhador sincero do Cristo movimenta-se à frente de longa e porfiada
luta na Terra. Golpes da sombra e estiletes da incompreensão cercam-no em todos
os lugares. E, se a bondade conforta e a esperança ameniza, é imprescindível
não esquecer que só a fé representa escudo bastante forte para conservar o
coração imune das trevas.
Emmanuel
/ Chico Xavier – Vinha de Luz – FEB – cap.141
Discípulos do Cristo
O Evangelho segundo
o Espiritismo, cap. VI – item 3
Somos
discípulos do Cristo.
Mas,
repetindo com Ele a sublime afirmação: – “Pai nosso que estais no céu”,
esperamos que Deus se transforme em nosso escravo particular, atento às nossas
ilusões e caprichos.
Somos
discípulos do Cristo.
Contudo,
redizendo junto a Ele as inesquecíveis palavras de submissão ao Criador: – “Seja
feita a vossa vontade”, assemelhamo-nos a vulcões de imprecações, sempre que
nos sintamos contrariados na execução de pequeninos desejos.
Somos
discípulos do Cristo.
Entretanto,
refazendo com Ele a súplica ao Pai de Infinito Amor:
–
“o pão de cada dia dai-nos hoje”, reclamamos a carcaça do boi e a safra do
trigo exclusivamente para a nossa casa, esquecendo-nos de que, ao redor de
nossa mesa insaciável, milhares de companheiros desfalecem de fome.
Somos
discípulos do Cristo.
Todavia,
depois de implorar com o Sábio Orientador à Eterna Justiça: – “perdoai as
nossas dívidas”, mentalizamos, de imediato, a melhor maneira de cultivar
aversões e malquerenças, aperfeiçoando, assim, os métodos de odiar os mais
fortes e oprimir os mais fracos.
Somos
discípulos do Cristo.
No
entanto, mal acabamos de pedir a Deus, em companhia do Grande Benfeitor: – “Não
nos deixeis cair em tentação”, procuramos, por nós mesmos, aprisionar o
sentimento nas esparrelas do vício.
Somos
discípulos do Cristo.
Contudo,
rogando ao Todo Poderoso, junto do Inefável Companheiro:
–
“livrai-nos de todo mal”, construímos canhões e fabricamos bombas mortíferas
para arrasar a vida dos semelhantes.
Somos
discípulos do Cristo.
Mas
convertemos o próximo em alimária de nossos interesses escusos, olvidando o
dever da fraternidade, para desfrutarmos, no mundo, a parte do leão.
É
por isso que somos, na atualidade da Terra, os cristãos incrédulos, que ensinam
sem crer e pregam sem praticar, trazendo o cérebro luminoso e o coração amargo.
E
é assim que, atormentados por dificuldades e crises de toda espécie – aflitiva
colheita de velhos males –, cada qual de nós tem necessidade de prosternar-se
perante o Mestre Divino, à maneira do escriba do Evangelho, guardando n’alma o
próprio sonho de felicidade, enfermiço ou semimorto, a exorar em contraditória
rogativa:
–
“Senhor, eu creio! Ajuda a minha incredulidade!”
Jacinto Fagundes / Chico Xavier –
Livro: O Espírito da Verdade
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