sábado, 10 de julho de 2021
Brasil, coração do mundo, pátria do Evangelho!
Há exatos oitenta e três anos, o nobre escritor e
cronista admirável Humberto de Campos Veras, renascido no Estado do Maranhão,
ditaria por via mediúnica seu célebre livro “Brasil, coração do mundo, pátria
do Evangelho”. Desde aqueles recuados dias de sua publicação até a presente
data ainda pairam dúvidas e inquietações várias nos seus leitores sobre as
espantosas revelações ali inseridas.
Seria mesmo o Brasil coração do mundo? Teria como cumprir
sua missão coletiva de pátria da Boa Nova, fazendo ressurgir no mundo a
essência perdida do Evangelho de Jesus, que os dedos viciados de exegetas e
teólogos desfiguraram ao longo de dois milênios?
Descrevendo a trajetória da nacionalidade brasileira
desde a Escola de Sagres, em Portugal, até a Proclamação da República
Brasileira, em 1889, situa com precisão histórica os fatos, mas destaca aos
olhos atentos os bastidores espirituais dos grandes acontecimentos que
assinalaram a marcha histórica da pátria do Cruzeiro.
Em nenhum instante fixa um fatalismo divino de que a
tarefa será cumprida. Apenas deixa claro que existe uma expectativa de
realização de uma tarefa espiritual, que para ser alcançada depende de fatores
que estão tanto na esfera extrafísica quanto na dimensão dos seres vestidos de
carne. Homens, mulheres e Espíritos desencarnados devem ajustar esforços para,
conjuntamente, tornar a missão exequível. Não faltará suporte do mais além.
Ninguém será chamado a cooperar sem a garantia de uma
retaguarda que lhe garanta condições para enfrentar os desafios que surgirão.
Em sabendo que uma missão coletiva de tal envergadura
será incômoda para as sombras e contrária aos interesses de grupos ainda
mergulhados na ignorância, ansiosos por manter seus ilusórios fastígios de
poder e escravidão de consciências, é natural imaginar que haverá uma reação
contrária aos propósitos do Cristo, criando turbulências e inquietações de
natureza política e social, como várias que já sacudiram a nação.
Dispondo de um vasto território, onde se ocultam riquezas
minerais incalculáveis, matas que escondem maravilhosos segredos fitoterápicos
e terras aráveis imensas, de onde saem e sairão safras que vão abastecer o
mundo, tais tesouros já criaram e ainda estimulam cobiças abomináveis, gerando
distúrbios na condução do país, que vez por outra se vê assaltado em seus
incalculáveis recursos, enquanto a miséria e a fome chicoteiam multidões
incontáveis.
Roma, nos seus dias de glória e dominação arbitrária,
distribuía, a mando de César, pão e circo aos miseráveis do Esquilino e do
Velabro, do Trastevere e das palafitas infectas, buscando com tal política
manter as massas entorpecidas para os desmandos do império em decadência moral.
Igualmente nosso país já enfrentou e enfrenta distúrbios de natureza moral,
onde nem sempre a classe dirigente se porta com a altivez desejada pela massa
de povo, patrocinando o circo e sonegando o pão.
Fome, analfabetismo, desemprego, infraestrutura precária
e injustiça se espalham como morbo pestífero, gerando indignação e atraso.
Entretanto, todos esses fatores ainda são reflexos da
imperfeição humana, que serão diluídas pela educação e passarão nos tablados da
política terrestre como agonias de um tempo de provações, de onde se poderão
tirar lições para o discernimento popular em torno de suas lideranças
transitórias.
Acima das conjunturas humanas e da astúcia política de
bastidores, o Brasil está vinculado ao programa de Jesus em relação ao mundo. O
casuísmo de interesses partidários cederá lugar aos projetos de humanização
social, patrocinando a orientação justa e nobre à infância e à juventude,
ofertando emprego aos moços e garantindo que nenhum idoso seja deixado ao
abandono.
Acima das conjunturas tão somente visíveis pela economia,
qual o PIB e as estatísticas de venda, a nação brasileira exportará liberdade
com responsabilidade, aproveitamento digno sem desperdício e religiosidade sem
fanatismo. Acolhendo imigrantes e apátridas, lhes dará casa e comida aos corpos
exaustos de buscar uma nova pátria para viver, mas acima do prato lhes
garantirá a dignidade furtada pelas insurreições e guerras truanescas que
periodicamente eclodem em outros continentes.
Sob seu céu muito azul, o Cruzeiro do Sul nos recordará
cada noite que temos um compromisso coletivo com o mundo, ora atravessando uma
das suas mais amargas transições.
Em vez de canhões, arados.
Em lugar de presídios, escolas.
Ao invés de jovens infratores, atletas para júbilo da
nação verde amarela.
O Brasil reúne todas as condições para ser o coração do
mundo. Seu formato geográfico já retrata um coração pulsando na América do Sul.
Poderá ser, se o quisermos, Pátria do Evangelho. Basta que cada um
descrucifique o Divino Amigo dos homens e insculpa Seu Evangelho na própria
existência, tornando-se arauto de um novo tempo, assinalado pelas mudanças de
paradigmas em direção ao mundo novo que ansiamos desde já.
Mensagem psicografada pelo médium Marcel Mariano, ditada
pelo Espírito Marta, em Juazeiro, 25.06.2021
Fonte: febnet.org.br
Obreiros atentos
“Aquele, porém, que atenta bem para a lei perfeita da liberdade
e nisso persevera, não sendo ouvinte esquecido, mas fazedor da obra, esse tal
será bem-aventurado em seus feitos”. (Tiago, 1:25)
O discípulo da Boa Nova, que realmente
comunga com o Mestre, antes de tudo compreende as obrigações que lhe estão
afetas e rende sincero culto à lei de liberdade, ciente de que ele mesmo
recolherá nas leiras do mundo o que houver semeado. Sabe que o juiz dará conta
do tribunal, que o administrador responderá pela mordomia e que o servo se fará
responsabilizado pelo trabalho que lhe foi conferido. E, respeitando cada
tarefeiro do progresso e da ordem, da luz e do bem, no lugar que lhe é próprio,
persevera no aproveitamento das possibilidades que recebeu da Providência
Divina, atencioso para com as lições da verdade e aplicado às boas obras de que
se sente encarregado pelos Poderes Superiores da Terra.
Caracterizando-se por semelhante
atitude, o colaborador do Cristo, seja estadista ou varredor, está integrado
com o dever que lhe cabe, na posição de agir e servir, tão naturalmente quanto
comunga com o oxigênio no ato de respirar.
Se dirige, não espera que outros lhe
recordem os empreendimentos que lhe competem. Se obedece, não reclama
instruções reiteradas, quanto às atribuições que lhe são deferidas na
disposição regimental dos trabalhos de qualquer natureza. Não exige que o
governo do seu distrito lhe mande adubar a horta, nem aguarda decretos para
instruir-se ou melhorar-se.
Fortalecendo a sua própria liberdade
de aprender, aprimorar-se e ajudar a todos, através da inteira consagração aos
nobres deveres que o mundo lhe confere, faz-se bem-aventurado em todas as suas
ações, que passam a produzir vantagens substanciais na prosperidade e elevação
da vida comum.
Semelhante seguidor do Evangelho, de
aprendiz do Mestre passa à categoria dos obreiros atentos, penetrando em
glorioso silêncio nas reservas sublimes do Celeste Apostolado.
Emmanuel / Chico Xavier – Fonte Viva – FEB – cap. 008
CONFIRA EM NOSSO CANAL O ESTUDO DESSA MENSAGEM:
https://www.youtube.com/channel/UCQXNe3QxrFknTcSSbKQoJlg
Prece ante o céu estrelado
Senhor,
Ante o céu estrelado,
Que nos revela a tua grandeza,
Deixa que nossos corações se unam
À prece das coisas simples…
Concede-nos, Pai,
A compaixão das árvores,
A espontaneidade das flores,
A fidelidade da erva tenra,
A perseverança das águas que
Procuram o repouso nas profundezas,
A serenidade do campo,
A brandura do vento leve,
A harmonia do outeiro,
A música do vale,
A confiança do inseto humilde,
O Espírito de serviço da Terra
benfazeja,
Para que não estejamos recebendo,
Em vão, Tuas dádivas, e para que o
Teu Amor resplandeça no centro de
Nossas vidas, agora e sempre.
Assim seja!
Emmanuel / Chico Xavier – Livro: À luz da oração
quinta-feira, 1 de julho de 2021
A velhice
Que os velhos sejam sóbrios,
respeitáveis, sensatos, fortes na fé, na caridade e na perseverança. Paulo - Tito,2:2 (Bíblia de Jerusalém)
O
número de pessoas idosas vem aumentado significativamente nas duas últimas
décadas, no Brasil e fora do país. O relatório nacional sobre envelhecimento da
população brasileira — documento elaborado pelo Ministério das Relações
Exteriores e representantes oficiais dos estados e da sociedade civil — indica
que os brasileiros com idade acima de 60 anos que representava, em 1940, 4% da
população, passou para 9% no ano 2000.
Além disso, tem aumentado o número de pessoas com idade acima de 80 anos
que totalizava 166 mil, em 1940, e quase 1,8 milhões em 2000 (representando 12,6%
da população idosa e 1% da população total). O prestigioso U.S. Bureau of Census informa que cerca de três milhões de
americanos têm atualmente 85 anos de idade ou mais. É o segmento da população
dos Estados Unidos que revela maiores taxas de crescimento, abrangendo o
surpreendente valor de 274% entre 1960 e 1994, período no qual a população
idosa duplicou e a população total cresceu somente 45%. E vejam: esses são dados do início do século!
A situação, hoje, ampliou.
Divaldo
Pereira Franco entende que a:
“Questão da
idade é mais psicológica do que real. Certamente [afirma], do ponto de vista
fisiológico, o organismo, à medida que o tempo avança, tende a diminuir a sua
flexibilidade, o seu equilíbrio, a harmonia das funções. Entretanto,
preservadas suas atividades pelo trabalho e equilíbrio emocional, logra
manter-se sem maiores danos. É possível conservar a memória ativa, adquirir
novos conhecimentos e realizar abençoadas experiências”. [FRANCO, Divaldo P.
Laços de família. Por autores diversos. Org. Antonio César Perri de Carvalho.
São Paulo: USE, 1994, p.53.]
Essas
palavras do dedicado médium brasileiro guardam sintonia com os atuais estudos
de gerontologia que apontam o trabalho ou atividade laboral como elemento de
equilíbrio físico e psíquico dos idosos, desde que cause satisfação e que possa
ser exercida de acordo com as possibilidades de cada um.
Ante
tais concepções, com a aprovação do Estatuto
do Idoso em 1.º de janeiro de 2004, o poder público e privado vem
desenvolvendo projetos, programas e ações com a finalidade de melhorar a
qualidade de vida dos idosos, inclusive com o desenvolvimento de programas de
profissionalização voltados para maiores de 60 anos. Foram criados estímulos
para que as empresas privadas admitam trabalhadores idosos (artigo 28).
Importa
destacar, porém, que os programas sociais não se restringem a designar, pura e
simplesmente, uma atividade qualquer ao idoso, para que ele se “distraia”,
“ocupe” ou “movimente-se”. Ao contrário, os projetos e programas sérios,
inclusive os desenvolvidos nas instituições espíritas, visam favorecer o real
envolvimento da pessoa nas atividades. Assim, é importante também destacar
estas ideias de Emmanuel quanto ao assunto:
Hoje,
porém, sabemos que a lei do trabalho é roteiro da justa emancipação. Sem ela o
mundo mental dorme estanque.
[…]
Não vale,
contudo, agir por agir.
As regiões
infernais vibram repletas de movimento.
Além do
trabalho-obrigação que nos remunera de pronto, é necessário nos atenhamos ao
prazer de servir.
Nas
contingências naturais do desenvolvimento terrestre, o espírito encarnado é
compelido ao esforço incessante, para o sustento do corpo físico.
[…]
Cativo,
embora, às injunções do plano de obscura matéria em que transitoriamente
respira, pode, porém, desde a Terra, fruir a ventura do serviço voluntário aos
semelhantes todo aquele que descerre o espelho da própria alma aos reflexos da
Esfera Divina.
O
trabalho-ação transforma o ambiente.
O
trabalho-serviço transforma o homem”.
[XAVIER, Francisco C. Pensamento e vida.
Pelo Espírito Emmanuel. 19. ed. Brasília: FEB, 2013. Cap. 7, p. 31-32.]
Por
preconceito ou desinformação, há quem confunda a fragilidade física dos idosos
com desequilíbrio psíquico. Uma coisa não guarda relação com a outra. Em países
atentos à essa realidade, inclusive no Brasil, já existem programas sérios,
governamentais e não-governamentais, destinados à promoção, valorização e
preservação da saúde física e mental dos mais velhos:
“No Japão, a idade avançada é símbolo de
status. […]. Na comemoração do sexagésimo aniversário de um homem, ele veste
colete vermelho que simboliza o renascimento para uma fase avançada da vida.
[…].” [PAPALIA, Diane E. e OLDS, Sally W. Desenvolvimento humano. Traduzido por
Daniel Bueno. 7.ed. Porto Alegre: Artmed, 2000. Cap. 16, p. 492.]
Felizmente,
uma nova mentalidade está surgindo em nível mundial, com propostas inovadoras e
humanitárias de combate ao preconceito ou à discriminação de pessoas idosas.
Vemos assim que, a despeito do aumento significativo do número dos lares e organizações
destinados ao abrigo de idosos, a mentalidade vigente distancia, cada vez mais,
da antiga e triste constatação de serem locais para “depósito de idosos”. Neste
sentido, o Espiritismo orienta-nos que o equilíbrio espiritual se obtém pelo conhecimento
aliado à prática da caridade. Qualquer um de nós, independentemente da idade ou
saúde, temos condições de fazer o bem, preservando, assim, o próprio
equilíbrio. O modelo a seguir, ainda segundo Emmanuel, é simples:
E,
inspirados na lição do Senhor, os vanguardeiros do bem substituem os vales da
imundície pelos hospitais confortáveis; combatem vícios multimilenários, com
orfanatos e creches; instalam escolas, onde a cultura jazia confiada a
escravos; criam institutos de socorro e previdência, onde a sociedade mantinha
a mendicância para os mais fracos. E a caridade, como gênio cristão na Terra,
continua crescendo com os séculos, através da bondade de um Francisco de Assis,
da dedicação de um Vicente de Paulo, da benemerência de um Rockfeller ou da
fraternidade do companheiro anônimo da via pública, salientando, valorosa e
sublime, que o Espírito do Cristo prossegue agindo conosco e por nós. [XAVIER,
Francisco C. Roteiro. Pelo Espírito Emmanuel. 14. ed. Brasília: FEB, 2012. Cap.
16,]
Considerando
que o Centro Espírita é escola de formação espiritual e moral, um núcleo de
estudo e de fraternidade, de oração e trabalho, deve, nesse contexto,
desenvolver ações de atendimento aos idosos, amparando-os na velhice. São,
pois, atuais estas orientações transmitidas por Jesus a Simão Pedro,
registradas por Humberto de Campos:
— Simão —
disse o Mestre com desvelado carinho — poderíamos acaso perguntar a idade do
nosso Pai? E se fôssemos contar o tempo, na ampulheta das inquietações humanas,
quem seria o mais velho de todos nós? A vida, na sua expressão terrestre, é
como uma árvore grandiosa. A infância é a sua ramagem verdejante. A mocidade se
constitui de suas flores perfumadas e formosas. A velhice é fruto da
experiência e da sabedoria. Há ramagens que morrem depois do primeiro beijo do
sol, e flores que caem ao primeiro sopro da primavera. O fruto, porém, é sempre
uma bênção do Todo-Poderoso. A ramagem é uma esperança; a flor uma promessa; o
fruto é realização. Só Ele contém o doce mistério da vida, cuja fonte se perde
no infinito da Divindade!… [Boa nova. Pelo Espírito Humberto de Campos.
37. ed. Brasília: FEB, 2013. Cap. 9, p.60-61]
Marta Antunes de Oliveira de Moura / Vice-presidente da FEB - Fonte: febnet.org.br
Pelos frutos
“Por seus frutos os conhecereis”. Jesus (Mateus, 7:16)
Nem pelo tamanho.
Nem pela configuração.
Nem pelas ramagens.
Nem pela imponência da copa.
Nem pelos rebentos verdes.
Nem pelas pontas ressequidas.
Nem pelo aspecto brilhante.
Nem pela apresentação desagradável.
Nem pela antiguidade do tronco.
Nem pela fragilidade das folhas.
Nem pela casca rústica ou delicada.
Nem pelas flores perfumadas ou
inodoras.
Nem pelo aroma atraente.
Nem pelas emanações repulsivas.
Árvore alguma será conhecida ou amada
pelas aparências exteriores, mas sim pelos frutos, pela utilidade, pela
produção.
Assim também nosso espírito em plena
jornada...
Ninguém que se consagre realmente à
verdade dará testemunho de nós pelo que parecemos, pela superficialidade de
nossa vida, pela epiderme de nossas atitudes ou expressões individuais
percebidas ou apreciadas de passagem, mas sim pela substância de nossa colaboração
no progresso comum, pela importância de nosso concurso no bem geral.
— "Pelos frutos os
conhecereis" — disse o Mestre.
— "Pelas nossas ações seremos
conhecidos" — repetiremos nós.
Emmanuel / Chico Xavier – Fonte Viva – FEB – cap. 007
Oração pelos benfeitores
Deus da Imensa Bondade,
Já sabemos, Senhor,
Que não falta a ninguém
A luz de teu amor.
Reconhecemos, entretanto,
Que não podemos trabalhar a sós.
Por isso, te pedimos
Bondade e proteção
Para todos aqueles companheiros
Que se lembram de nós,
Que se nos fazem benfeitores,
Estendendo-nos braços protetores.
Sem que nada peçamos,
Eles nos trazem vida e estímulo ao
trabalho,
Cooperação, socorro, alimento e
agasalho
Para servir, por onde vamos...
Dá-nos, Senhor, mais força, a fim de
agirmos,
Tanto quanto possível, por nós mesmos,
No apoio aos semelhantes,
Em todos os instantes,
Mas auxilia a quem nos auxilia,
De modo a sermos úteis, dia a dia...
Deus da Imensa Bondade
Abençoa e protege aos nossos
benfeitores
Por tudo o que nos dão,
Que eles tenham de ti, saúde, luz e
flores,
Conservando-te a paz no coração.
Maria Dolores / Chico Xavier – Livro: Caminhos de amor