Homenagem a Allan Kardec - 03/10/2021
Leia conosco:
As exuberantes claridades do Século das Luzes não foram
suficientes para arrancar a criatura humana do materialismo e do pessimismo.
Enquanto as Escolas de pensamento se debatiam nas rudes procelas do cepticismo
e da negação, apoiadas sobre os alicerces do mecanicismo científico, afirmando
a morte do ser no momento da anóxia cerebral, igualmente alargavam-se os
horizontes da investigação em torno da personalidade e do comportamento, da psique
e da saúde mental, tentando-se compreender a estrutura profunda do inconsciente
e da sua constituição neurológica.
Teorias grandiosas apareciam com entusiasmo e emurcheciam
dominadas por outras não menos esdrúxulas, que deslumbravam as mentes aturdidas
e cansadas do Deus teológico e arbitrário, que atemorizava e punia sem
compaixão em nome do amor que preconizava em Seu nome.
Pensadores cristãos sinceros, não obstante, proclamavam a
necessidade de uma releitura do Evangelho baseados na necessidade de uma
renovação moral fundamentada em Deus e liberdade. Espíritos notáveis
reencarnados, quais Lamennais, Lacordaire e outros lídimos servidores do Bem,
após iniciarem a nova era do pensamento cristão através do seu periódico
L'Avenir, convidando os teólogos e estudiosos católicos a uma revisão dos
textos evangélicos e aplicação mais consentânea com os dias de então, viram o
seu órgão ser fechado pela intolerância clerical, em tentativa cruel de
silenciar-lhes a voz, mas não desistindo de dar prosseguimento à luta em favor
de uma sociedade feliz e realmente cristã conforme os postulados enunciados e
vividos por Jesus.
Dessa forma, pairava na psicosfera cultural da França e
do mundo, algo de extraordinário que deveria acontecer para alterar
completamente e por definitivo a conduta religiosa que se debatia nos
estertores da obstinação medieval, sobrevivente a todos os avançados passos do
conhecimento existente. Eram os prenúncios da chegada do Espiritismo, cujos
missionários responsáveis pelo ministério já se encontravam reencarnados uns,
enquanto os outros preparavam a instalação da Nova Era.
O materialismo vigoroso era a resposta das conquistas
logradas nos laboratórios e da reação filosófica de homens e mulheres que não
mais se submetiam aos ditames escravocratas das paixões que produziam o
fanatismo religioso, sempre distante da realidade, porém, dominante e perverso.
A razão, naqueles dias, libertava-se dos grilhões do
magister dixit e a severa vigilância na literatura que somente podia proclamar
aquilo que estivesse sob os ditames da revisão religiosa autorizada pelo
Imprimatur da Igreja começava a perder força e poder. O panfletismo e as
impressões desautorizadas sacudiam as mentes e os corações que aspiravam por
liberdade abrindo os horizontes da fé para novas conceituações e procedimentos.
Foi nesse báratro que surgiu O Livro dos Espíritos,
publicado pela coragem moral e cultural de Allan Kardec, graças ao compromisso
estabelecido com o Sr. Dentu e mantido pela sua viúva Sra. Mélanie, que lhe
honrou a memória, ensejando a impostergável revisão e reestudo da doutrina de
Jesus sob a óptica da Razão e da Ciência, confirmando a indestrutibilidade do
Espírito, a sua comunicabilidade com os seres humanos, a reencarnação, e
apresentando a ética-moral que ressuma do Seu Evangelho, e que se encontrava
mergulhada no abismo da ignorância e dos interesses subalternos.
Com as novas propostas espíritas, os camartelos do bom
senso e da investigação abriram as carcomidas bases das religiões dominantes,
facultando novas incursões filosóficas na interpretação dos textos de Jesus e
dos Seus discípulos, que trouxeram coragem e alegria de viver aos milhões de
sofredores aquartelados nos sombrios redutos da ignorância, do medo ou do
desespero e da revolta...
O Espiritismo veio confirmar a promessa de O Consolador
proposta por Jesus antes de despedir-se dos amigos, com os notáveis
instrumentos da investigação científica e do pensamento ético, ensejando a
religião do amor e da razão, únicos requisitos que podem oferecer resistência
contra o mal e a perversidade histórica sempre presente nos comportamentos
humanos.
Inesperadamente, face ao cinismo e à vulgaridade que o
materialismo propunha ao comportamento com expressões hedonistas desgastantes,
sentindo-se aturdido e desestruturado, levantou-se para exterminar o
Espiritismo utilizando-se do ridículo que antes dirigia aos clérigos e
religiosos outros para atingir os médiuns, que eram acusados de charlatães ou
de psicopatas, não ocultando os estertores agônicos em que se estorcegava.
Enquanto os religiosos levantavam bandeiras de nova caça
às bruxas, repetindo os desgastados refrões medievais, de intervenção demoníaca
na sua conduta, o cepticismo orgulhoso e vão ridicularizava a mediunidade e os
espíritas utilizando-se de epítetos chulos e mesquinhos, para subestimarem a
nova revolução que ignoravam, não tendo a coragem cultural de se dedicarem ao
seu estudo e análise. É sempre mais fácil combater o que se ignora, mantendo-se
na presunçosa figuração de sapiente do que reconhecer os próprios limites,
avançando sempre no rumo de enobrecida erudição. Isto porque, o conhecimento
que realmente liberta, impõe conduta compatível com as informações constatadas
exigindo radical mudança dos hábitos doentios e primários com os quais se
encontra acostumado o indivíduo, para galgar um patamar mais elevado de
comportamento, que exige esforço, porém compensa pela plenitude que propicia.
O Espiritismo é uma ciência de profundas consequências
ético-morais por estruturar-se na compreensão de uma filosofia existencial
estribada no comportamento saudável. De nada adiantaria o conhecimento da
imortalidade da alma e os efeitos da sua conduta terrestre, se não
proporcionasse uma alteração real na maneira de ser do indivíduo que lhe
assimila os paradigmas. Exige, portanto, expressivo esforço do seu adepto para
se adequar aos seus impositivos doutrinários.
Sobrevivendo ao Século das Luzes que pôde mais clarear
com as estrelas fulgurantes das suas propostas, venceu sobranceiro o Século da
Ciência e da Tecnologia, sem que qualquer um dos seus postulados sofresse
alteração ou fosse superado, antes confirmados pelas diferentes áreas da
investigação científica, seja na Física Quântica, quanto na Biologia Molecular,
na Psicologia Transpessoal, quanto na Embriogenia, havendo enfrentado as mais
avançadas conquistas revolucionárias dos últimos tempos quais os transplantes
de órgãos, a criogenia, a clonagem, a fecundação in vitro, a virusterapia... É
o maior adversário da eutanásia, do aborto criminoso, da pena de morte, do
suicídio, das guerras, sempre de pé contra o direito humano de matar, avançando
estoico pelos caminhos do Terceiro Milênio com as suas propostas libertadoras e
nobres, construindo o homem mais saudável, integral e a sociedade feliz por
todos anelados.
Dessa forma, recordando o ínclito Codificador Allan
Kardec, que abriu a cortina da Nova Era com o seu caráter invulgar de homem de
bem, de erudição e de dignidade, nós, os Espíritos-espíritas agradecemos a sua
contribuição e valor, por haver sido o excelente instrumento do Mundo
espiritual para a Humanidade no momento mais grave do pensamento histórico de
todos os tempos.
Vianna de Carvalho – Página psicografada pelo médium
Divaldo P. Franco, na noite de 4 de junho de 2001, em Paris, França
Fonte: http://www.divaldofranco.com.br
“Crês que há um só Deus: fazes bem. Também os demônios o
creem, e estremecem”.
(Tiago, 2:19)
A advertência do apóstolo é de
essencial importância no aviso espiritual.
Esperar benefícios do Céu é atitude
comum a todos.
Adorar o Senhor pode ser trabalho de
justos e injustos.
Admitir a existência do Governo Divino
é traço dominante de todas as criaturas.
Aceitar o Supremo Poder é próprio de
bons e maus.
Tiago foi divinamente inspirado neste
versículo, porque suas palavras definem a diferença entre crer em Deus e fazer-Lhe
a Sublime Vontade.
A inteligência é atributo de todos.
A cognição procede da experiência.
O ser vivo evolve sempre e quem evolve
aprende e conhece.
A diferenciação entre o gênio do mal e
o gênio do bem permanece na direção do conhecimento.
O demônio, como símbolo de maldade,
executa os próprios desejos, muita vez desvairados e escuros.
O anjo identifica-se com os desígnios
do Eterno e cumpre-os onde se encontra.
Recorda, pois, que não basta a escola
religiosa a que te filias para que o problema da felicidade pessoal alcance a
solução desejada.
Adorar o Senhor, esperar e crer n’Ele
são atitudes características de toda a gente.
O único sinal que te revelará a
condição mais nobre estará impresso na ação que desenvolveres na vida, a fim de
executar-lhe os desígnios, porque, em verdade, não adianta muito ao
aperfeiçoamento o ato de acreditar no bem que virá do Senhor e sim a diligência
em praticar o bem, hoje, aqui e agora, em seu nome.
Emmanuel / Chico Xavier – Fonte Viva – FEB – cap. 020
Senhor, Tu nos disseste pela boca de Jesus, o teu Messias:
“Bem-aventurados os que sofrem
perseguição por amor da justiça; perdoai aos vossos inimigos; orai pelos que
vos persigam”. E Ele próprio nos deu o exemplo, orando pelos seus algozes.
Seguindo esse exemplo, meu Deus,
imploramos a tua misericórdia para os que desprezam os teus sacratíssimos
preceitos, únicos capazes de facultar a paz neste mundo e no outro. Como o
Cristo, também nós te dizemos: “Perdoa-lhes, Pai, que eles não sabem o que
fazem”.
Dá-nos forças para suportar com
paciência e resignação, como provas para a nossa fé e a nossa humildade, seus
escárnios, injúrias, calúnias e perseguições; isenta-nos de toda ideia de
represálias, visto que para todos soará a hora da tua justiça, hora que
esperamos submissos à tua vontade santa.
Leia conosco sobre o perdão:
https://mailchi.mp/9986e0e36c27/boletim-mais-luz
Boletim Eletrônico Semanal - CEJG
P. — Poderemos utilmente pedir a Deus que perdoe as
nossas faltas?
R. — Deus
sabe discernir o bem do mal; a prece não esconde as faltas. Aquele que a Deus
pede perdão de suas faltas só o obtém mudando de proceder. As boas ações são a
melhor prece, por isso que os atos valem mais que as palavras. Q. 661 - LE
A concessão
paternal de Deus, no que se refere à reencarnação para a sagrada oportunidade
de uma nova experiência, já significa, em si, o perdão ou a magnanimidade da
Lei. Emmanuel
Em resposta a Pedro, o velho pescador galileu, informa o
Divino Amigo que devemos perdoar não sete vezes, mas até setenta vezes sete.
Em outra oportunidade, aconselha conciliação com o
adversário “enquanto estivermos a caminho com ele”, isto é, enquanto estivermos
reencarnados.
O perdão, no conceito das religiões não reencarnacionistas,
significa “apagar faltas”.
Limpar a alma do pecado, ou seja, do mal praticado.
Eximir de responsabilidade.
Nos termos do perdão teológico, aquele que ofendeu alguém
e recebe absolvições humanas, fica com a estrada livre para novos desatinos.
Há, como se vê, nesse tipo de perdão, visível estímulo a
novos erros, novos enganos, novas ilusões.
O homem sente-se, inevitavelmente, estimulado a novas
quedas, novas reincidências, com fatais prejuízos ao processo evolutivo, que se
retarda, no tempo.
A conceituação doutrinária do Espiritismo, em torno do
tema “perdão”, é bem outra.
Muito diversa, menos fácil, porém, inegavelmente, mais
sensata, mais lógica.
O perdão, segundo a Doutrina Espírita, não alarga as
portas do erro; pelo contrário, restringe-as, sobremaneira, por apontar
responsabilidades para quem estima a leviandade e a injúria, a crueldade e o desapreço
à integridade, moral ou física, dos companheiros de luta, na paisagem
terrestre.
De acordo com os preceitos espíritas, não há perdão sem
reparação consequente, embora os próprios Instrutores de Mais Alto lembrem a
palavra evangélica, que nos incentiva à integração com o Bem, no apostolado da
fraternidade, através do ensinamento “o amor cobre a multidão dos pecados”, que
representa a única força “que anula as exigências da Lei de Talião, dentro do
Universo Infinito”. (Emmanuel).
O perdão que o Espiritismo e os amigos espirituais
preconizam em verdade não é de fácil execução.
Requer muito boa-vontade.
Demanda esforço — esforço continuado, persistente.
Reclama perseverança.
Pede tenacidade.
É bem diferente do perdão teológico, que deve ter tido,
em algum tempo, sua utilidade.
Não se veste de roupagem fantasiosa, não se emoldura de
expressões simplesmente verbais.
Os postulados espíritas indicam-no por concessão de nova
ou novas oportunidades de resgate e reparação dos erros praticados e dos males
que deles resultaram.
Elevados Mensageiros do Pai, respondendo ao Mestre
lionês, afirmaram que “o arrependimento concorre para a melhoria do Espírito,
mas ele tem que expiar o seu passado”.
Emmanuel assevera, desenvolvendo a tese doutrinária, que
“a concessão paternal de Deus, no que se refere à reencarnação para a sagrada
oportunidade de uma nova experiência, já significa, em si, o perdão ou a
magnanimidade da Lei” (“O Consolador”).
André Luiz esclarece que Deus “não castiga e nem perdoa,
mas o ser consciente profere para si as sentenças de absolvição ou culpa ante
as Leis Divinas” (“O Espírito da Verdade”).
Para a alma realmente interessada no perdão que não seja,
apenas, um enunciado verbal, sem repercussões íntimas nas fontes augustas do
sentimento, o ato de perdoar significa alguma coisa de grandioso e sublime, por
isso mesmo difícil de executar.
Não se constitui da vã afirmativa: “eu perdoo”,
permanecendo o coração fechado a qualquer entendimento conciliador e a mente
cristalizada nas vibrações menos fraternas.
Não há perdão real, legítimo, definitivo, evangélico, doutrinário,
quando o ofendido não se inclina a ajudar o ofensor, a servi-lo cristãmente, a
socorrê-lo nas necessidades de qualquer natureza, se preciso.
As verdadeiras características do perdão com Jesus,
apregoadas pelo Espiritismo, são, realmente, singulares e difíceis:
— esquecimento do mal recebido,
— não nos regozijarmos com os insucessos do ofensor,
— auxiliarmos, discretamente, sempre que possível, ao
adversário,
— usarmos a delicadeza sincera, no trato com os que nos
magoaram o coração ou feriram a sensibilidade
— vibrarmos, fraternalmente, em favor dos que nos
desestimam.
Como se observa, perdoar, segundo o Espiritismo, não é
problema a resolver por meio de afirmativas apressadas, sem vivência interior.
O maior beneficiário do perdão não é, como parece, aquele
que o recebe, mas o que o concede.
O que é perdoado, se reconforta, se reanima.
O que perdoa, sinceramente, recolhe, dos Céus, as mais
profusas bênçãos — bênçãos que nenhum tesouro do mundo pode substituir ou
suplantar, tais como;
— conservação da paz interior,
— preservação da saúde,
— alegria de transformar o adversário em amigo, pelo
reconhecimento que o perdão desperta e suscita,
— exercitação, cultivo dos mais belos sentimentos da alma
humana, tais sejam, por exemplo, a humildade, o altruísmo, a nobreza moral.
Quem não perdoa, permanece ligado ao adversário,
encarnado ou desencarnado, pelas faixas escuras do pensamento hostil.
Quem não perdoa, insistindo na mágoa raivosa, permite se
estabeleça, entre a sua e a mente do adversário, uma ponte magnética, através
da qual circulam, em regime de vaivém, de idas e voltas consecutivas, as
vibrações do ódio e da vingança.
Quem perdoa, liberta o coração para as mais sublimes
manifestações do amor que eleva e santifica.
“A alma que não perdoa, retendo o mal consigo,
assemelha-se a um vaso cheio de lama e fel”.
“Jesus aconselhava-nos a perdoar infinitamente, para que
o Amor seja em nosso Espírito como Sol brilhando em casa limpa”.
Maravilhosos conceitos, extraídos das obras de André
Luiz!
Aquele que perdoa dissolve, ainda hoje, e aqui mesmo, os
antagonismos, nas águas puras e doces da compreensão.
Quem não perdoa transfere para amanhã, noutras
existências, em qualquer parte do Universo Ilimitado, os dolorosos reajustes,
que bem se poderiam extinguir na presente reencarnação.
Aquele que perdoa, transpõe os pórticos da
Espiritualidade, na morte do corpo físico, com a paz na consciência, a luz no
Espírito, o consolo no coração.
Quem não perdoa, carrega consigo, no mundo extracorpóreo,
a sombra e o remorso.
Martins Peralva – Livro: O Pensamento de Emmanuel
“Apascenta as minhas ovelhas”. Jesus (João, 21:17)
Significativo é o apelo do Divino
Pastor ao coração amoroso de Simão Pedro para que lhe continuasse o apostolado.
Observando na Humanidade o seu imenso
rebanho, Jesus não recomenda medidas drásticas em favor da disciplina
compulsória.
Nem gritos, nem xingamentos.
Nem cadeia, nem forca.
Nem chicote, nem vara.
Nem castigo, nem imposição.
Nem abandono aos infelizes, nem
flagelação aos transviados.
Nem lamentação, nem desespero.
“Pedro, apascenta as minhas ovelhas”!
Isso equivale a dizer: — Irmão,
sustenta os companheiros mais necessitados que tu mesmo.
Não te desanimes perante a rebeldia,
nem condenes o erro, do qual a lição benéfica surgirá depois.
Ajuda ao próximo, ao invés de vergastá-lo.
Educa sempre.
Revela-te por trabalhador fiel.
Sê exigente para contigo mesmo e
ampara os corações enfermiços e frágeis que te acompanham os passos.
Se plantares o bem, o tempo se
incumbirá da germinação, do desenvolvimento, da florescência e da frutificação,
no instante oportuno.
Não analises, destruindo.
O inexperiente de hoje pode ser o
mentor de amanhã.
Alimenta a "boa parte" do
teu irmão e segue para diante.
A vida converterá o mal em detritos e
o Senhor fará o resto.
Emmanuel / Chico Xavier – Fonte Viva – FEB – cap. 019
... Senhor!
Percebo-te na cultura dos que ensinam
e na inteligência dos que aprendem...
Senhor!
Admiro-te a presença em cada criatura
que me cruza o caminho.
Escuto-te as manifestações, quando
alguém usa o verbo na ponderação da madureza ou na simplicidade da criança.
Percebo-te na cultura dos que ensinam
e na inteligência dos que aprendem.
Sinto-te o maravilhoso amor pulsando
em cada coração.
Enterneço-me em te observando o
devotamento de todos aqueles que se fazem pais e mães no mundo.
Entretanto, além de tudo isso,
reconheço-te a voz quando me chamas naqueles que sofrem.
Fito-te nos enfermos e nos tristes que
me estendem os braços, rogando-me auxílio em teu nome.
Conheço-te as lágrimas com que me
falas de proteção no semblante das mães relegadas ao abandono.
Entendo-te no olhar ansioso dos irmãos
em desajuste.
Compreendo-te nas requisições de
carinho das crianças atiradas à via pública.
E sei quanto procuras por mim naqueles
que se desequilibram nas sombras da ignorância ou nas labaredas da
delinquência.
Agradeço-te a felicidade de
identificar-te nos companheiros de experiência, no entanto, venho rogar-te a
coragem de ser útil para que eu saiba responder-te ao chamado, junto dos que
choram:
Senhor, eu estou aqui.
Meimei / Chico Xavier - Livro: Amizade