sábado, 19 de novembro de 2022

Sigamos a paz

 “Busque a paz e siga-a.” Pedro (1 Pedro, 3:11)

Há muita gente que busca a paz; raras pessoas, porém, tentam segui-la.

Companheiros existem que desejam a tranquilidade por todos os meios e suspiram por ela, situando-a em diversas posições da vida; contudo, expulsam-na de si mesmos, tão logo lhes confere o Senhor as dádivas solicitadas.

Esse pede a fortuna material, acreditando seja a portadora da paz ambicionada, todavia, com o aparecimento do dinheiro farto, tortura-se em mil problemas, por não saber distribuir, ajudar, administrar e gastar com simplicidade.

Outro roga a bênção do casamento, mas, quando o Céu lha concede, não sabe ser irmão da companheira que o Pai lhe confiou, perdendo-se através das exasperações de toda sorte.

Outro, ainda, reclama títulos especiais de confiança em expressivas tarefas de utilidade pública, mas, em se vendo honrado com a popularidade e com a expectativa de muitos, repele as bênçãos do trabalho e recua espavorido.

Paz não é indolência do corpo. É saúde e alegria do espírito.

Se é verdade que toda criatura a busca, a seu modo, é imperioso reconhecer, no entanto, que a paz legítima resulta do equilíbrio entre os nossos desejos e os propósitos do Senhor, na posição em que nos encontramos.

Recebido o trabalho que a Confiança Celeste nos permite efetuar, é imprescindível saibamos usar a oportunidade em favor de nossa elevação e aprimoramento.

Disse Pedro: — “Busque a paz e siga-a.”

Todavia, não existe tranquilidade real sem Cristo em nós, dentro de qualquer situação em que estejamos situados, e a fórmula de integração da nossa alma com Jesus é invariável: — “Negue cada um a si mesmo, tome a sua cruz e siga-me.”

Sem essa adaptação do nosso esforço de aprendizes humanos ao impulso renovador do Mestre Divino, ao invés de paz, teremos sempre renovada guerra, dentro do coração.


Emmanuel / Chico Xavier – Fonte Viva – FEB – cap. 079

COEZMUC 2023 - Inscrições abertas até 30/11/2022


 

sábado, 12 de novembro de 2022

Mais Luz - Edição 604 - 13/11/2022

 Venha ler conosco:

https://mailchi.mp/5c1859fb9cb2/orao

 

  • Oração - Emmanuel / Chico Xavier – Livro: Pensamento e Vida
  • Ante o Evangelho: Qualidade da prece
  • Poema: Página de louvor – Cruz e Souza
  • Enxertia divina – Fonte Viva 78
  • Oração pelos homens - Meimei




sexta-feira, 11 de novembro de 2022

Oração

 


A oração é divino movimento do espelho de nossa alma no rumo da Esfera Superior, para refletir-lhe a grandeza.

Reportamo-nos aqui ao apelo vivo do espírito às Potências Celestes, quer vestido na fórmula verbal, quer absolutamente sem ela, na silenciosa mensagem da vibração.

Imaginemos a face de um espelho voltada para o Sol, desviando-lhe o fulgor na direção do abismo.

Esta, na essência, é a função da prece, buscando o Amor Divino para concentrar-lhe a claridade sobre os vales da ignorância e do sofrimento, da miséria e do ódio, que ainda se estendem no mundo.

Graduada, desde o mais simples desejo, a exteriorizar-se dos mais ínfimos seres, até a exaltação divina dos anjos, nada se faz na Terra sem o impulso da aspiração que orienta o passo de todas as criaturas...

No corpo ciclópico do Planeta, a oração é o movimento que o mantém na tela cósmica; no oceano, é o fenômeno da maré, pelo qual as águas aspiram ao grande equilíbrio. Na planta, é a chamada fototaxia ou anseio com que o vegetal se levanta para a luz, incorporando-lhe os princípios; no animal, é o instinto de curiosidade e indagação que lhe alicerçam as primeiras conquistas da inteligência, tanto quanto, no homem comum, é a concentração natural, antes de qualquer edificação no caminho humano.

O professor planeando o ensinamento e o médico a ensimesmar-se no estudo para sanar determinada moléstia, o administrador programando a execução desse ou daquele serviço, e o engenheiro engolfado na confecção de uma planta para certa obra, estão usando os processos da oração, refletindo na própria mente os propósitos da educação e da ciência de curar, da legislação e do progresso, que fluem do plano invisível, à feição de imagens abstratas, antes de se revelarem substancialmente ao mundo.

Orar é identificar-se com a maior fonte de poder de todo o Universo, absorvendo-lhe as reservas e retratando as leis da renovação permanente que governam os fundamentos da vida.

A prece impulsiona as recônditas energias do coração, libertando-as com as imagens de nosso desejo, por intermédio da força viva e plasticizante do pensamento, imagens essas que, ascendendo às Esferas Superiores, tocam as inteligências visíveis ou invisíveis que nos rodeiam, pelas quais comumente recebemos as respostas do Plano Divino, porquanto o Pai Todo-Bondoso se manifesta igualmente pelos filhos que se fazem bons.

A vontade que ora, tange o coração que sente, produzindo reflexos iluminativos através dos quais o espírito recolhe em silêncio, sob a forma de inspiração e socorro íntimo, o influxo dos Mensageiros Divinos que lhe presidem o território evolutivo, a lhe renovarem a emoção e a ideia, com que se lhe aperfeiçoa a existência.

Dispomos na oração do mais alto sistema de intercâmbio entre a Terra e o Céu.

Pelo divino circuito da prece, a criatura pede o amparo do Criador e o Criador responde à criatura pelo princípio inelutável da reflexão espiritual, estendendo-lhe os Braços Eternos, a fim de que ela se erga dos vales da vida fragmentária para os cimos da Vida Vitoriosa.

Emmanuel / Chico Xavier – Livro: Pensamento e Vida

Enxertia divina

 “Se não permanecerem na incredulidade, serão enxertados; porque poderoso é Deus para os tornar a enxertar.” Paulo (Romanos, 11:23)

Toda criatura, em verdade, é uma planta espiritual, objeto de minucioso cuidado por parte do Divino Semeador.

Cada homem, qual ocorre ao vegetal, apresenta diferenciados períodos na existência.

Sementeira, germinação, adubação, desenvolvimento, utilidade, florescência, frutificação, colheita.

Nas vésperas do fruto, desvela-se o pomicultor, com mais carinho, pelo aprimoramento da árvore.

É imprescindível haja fartura e proveito.

Na luta espiritual, em identidade de circunstâncias, o Senhor adota iguais normas para conosco.

Atingindo o conhecimento, a razão e a experiência, o Pomicultor Celeste nos confere precioso recurso de enxertia espiritual, com vistas à nossa sublimação para a vida eterna.

A cada novo dia de tua experiência humana, recebes valioso concurso para que os resultados da presente encarnação te enriqueçam de luz divina pela felicidade que transmites aos outros.

És, contudo, uma "árvore consciente", com independência para aceitar ou não os elementos renovadores, com liberdade para registrar a bênção ou desprezá-la.

Repare atentamente, quantas vezes te convoca o Sublime Semeador ao engrandecimento de ti mesmo.

A enxertia do Alto procura-nos através de mil modos.

Hoje, é na palestra edificante de um companheiro.

Amanhã, será num livro amigo.

Depois, virá por intermédio de uma dádiva aparentemente insignificante da senda.

Se guardas, pois, o propósito de elevação, aproveita a contribuição do Céu, iluminando e santificando o templo íntimo. Mas, se a incredulidade por enquanto te isola a mente, enovelando-te as forças no carretel do egoísmo, o enxerto de sublimação te buscará debalde, porque ainda não produzes, nos recessos do espírito, a seiva que favorece a Vida Abundante.


Emmanuel / Chico Xavier – Fonte Viva – FEB – cap. 078

quinta-feira, 10 de novembro de 2022

Oração pelos homens

 


Deus de Infinita Bondade!

Perdoa-nos se te pedimos compaixão em favor dos homens, no Plano Físico.

Eles te solicitaram conhecimento superior e abriste-lhes escolas.

Entretanto, em se iluminando pela inteligência, muitos deles apenas procuram destaque dinheiroso com menosprezo aos seus irmãos.

Rogaram-te liberdade e inspiraste-lhes leis justas e sábias, com que senhoreassem a independência, em regime de responsabilidade.

Contudo, muitos deles truncam ou confundem os textos legais para que os mais fortes se façam opressores dos mais fracos.

Insistiram contigo para que lhes desses melhores condições de vida com os familiares e enviaste-lhes os recursos preciosos ao levantamento de habitações confortáveis.

No entanto, posseando semelhantes valores, muitos deles amoleceram na ociosidade e no tédio que se lhes faz consequente, entregando os próprios filhos a mãos mercenárias pelas quais são orientados fora de Teu Nome, favorecendo-lhes a deriva para orgulho e viciação.

Suplicaram-te possibilidades de vencer a distância e o tempo e permitiste-lhes a descoberta de engrenagens que os transportam facilmente de um polo a outro da Terra.

Eles, porém, já conseguem abordar a própria Lua, sem que muitos deles se disponham a aceitar a mínima ponte de amor para a comunicação com vizinhos e amigos, no intuito de auxiliá-los.

Pediram-te providências que lhes suprimissem a dor e cedeste-lhes os medicamentos de misericórdia, com os quais se confiam sem preocupação aos tratamentos de alívio e cura.

Mas muitos deles desencaminham semelhantes bênçãos, convertendo-as em corredores para a fuga, anulando os talentos da vida no fogo da leviandade e no gelo da delinquência.

Deus de Infinita Sabedoria!

Os homens na Terra e nós outros, os companheiros de evolução, vinculados ao mundo somos todos irmãos.

As consequências dos erros de alguns são as dificuldades de todos.

Compadece-te de nós e não nos deixes perpetrar o delito da ingratidão.

 

Meimei /Chico Xavier - Livro: Somente amor

sábado, 5 de novembro de 2022

Mais Luz - Edição 603 - 06/11/2022

 

Venha ler conosco em mais uma edição de nosso boletim:

https://mailchi.mp/4bd0a5c31829/da-sombra-de-joo-evangelista


* Da sombra de João Evangelista - Joanna de Ângelis

* Ante o Evangelho: O homem no mundo

* Poema: Mensagem do coração - Auta de Souza

* Pai nosso – Fonte Viva 77

* Oração: Senhor e Mestre - Livro: Sol nas almas




sexta-feira, 4 de novembro de 2022

Da sombra de João Evangelista

 

Trata-se do mais jovem discípulo de Jesus, esse notável filho da zelosa Salomé e do tranquilo Zebedeu.

Nascido em Betsaida (que significa Casa de pesca), onde residiam muitos homens do mar da Galileia, nasceu aproximadamente no ano 10 d. C. e ofereceu a existência à mensagem de Jesus, a quem conheceu ainda muito jovem.

Ao lado de seu irmão Tiago, acompanhou o Rabi nazareno desde quando chamado até o momento da Cruz e prosseguiu fiel no mister, sofrendo perseguições. Desencarnou em Éfeso (Turquia).

A ele Jesus entregou a Sua mãe, antes da morte no Calvário, tornando-a genitora da Humanidade, e dela o fez filho, embora nascido em outra carne, em outro clã.

Após a Ressurreição sublime do Divino Amigo, não tergiversou um momento sequer, sendo-lhe fiel e amado em toda parte, especialmente em Éfeso, onde passou a residir por longos anos, interrompidos pelo período em que esteve exilado na ilha grega de Patmos, por imposição do imperador Domiciano, cruel perseguidor de Jesus e dos Seus discípulos.

Mais tarde, no período do imperador Nerva, já idoso, foi libertado e voltou à sua igreja em Éfeso, tornando a cidade um dos mais respeitados centros da doutrina libertadora.

A sua doçura era cativante e os seus exemplos recordavam o Rabi amado, que procurava imitar com absoluta fidelidade.

Ele participou dos momentos gloriosos da Mensagem: da transfiguração no Tabor, da pesca milagrosa, acompanhado pelo seu irmão Tiago e por Simão Pedro, assim como da multiplicação dos pães e dos peixes, como também da inesquecível Via crucis...

Convivera com Ele, após a luminosa Ressurreição e tornou-se a carta viva do Evangelho.

Jamais deixaria de exemplificá-Lo, de vivê-Lo.

No seu íntimo, clareada pelo amor, pairava, porém, uma sombra que se iluminava a pouco e pouco, até atingir o self coletivo e diluir o seu ego de tal forma que a ponte dual se fez por intermédio do amor.

Sua sede de Jesus era tal, que sempre se ativara à abnegação, de modo a viver o Amigo, tornando-se o espelho que O refletisse em todos os atos.

Apesar desse devotamento e consciência do que deveria fazer para ser feliz, havia a inquietação defluente do que considerava a sua inferioridade espiritual.

Havendo conseguido fruir uma larga existência física, sendo a última testemunha da Presença, todos desejavam vê-lo, tocá-lo, ouvir-lhe as narrativas.

Fiel à promessa de ser o filho da Senhora a partir daquele momento no Calvário, foi buscá-la em Nazaré, na casa de parentes e a trouxe para o seu caminho em Éfeso, onde, realmente, se tornou a mãe da Humanidade sofredora.

Todos que passavam pela região e tinham notícias daquela mulher extraordinária, buscavam-na para ter notícias do filho, deixar-se abrasar pela sua ternura e levar o seu exemplo a outras mães.

Enquanto se encontrava na igrejinha da cidade, no promontório em que residia, ela abençoava os transeuntes, amparava os enfermos, narrava os acontecimentos da sublime existência do Menino.

Acompanhou-a com ternura filial até o momento em que desencarnou.

Um pouco antes, acolheu a arrependida Maria de Magdala nos seus últimos momentos físicos, devorada pelas febres e a hanseníase.

No íntimo desejava viver o holocausto, a fim de igualar-se-Lhe.

Quando escreveu as cartas aos discípulos e especialmente o Apocalipse, iluminou a sombra com as narrativas em grande parte da obra, em razão dos conflitos humanos que remanesciam na conduta desde o berço no lar humilde onde nascera.

A sombra não conseguiu em momento algum turbar-lhe o discernimento e o carinho pelo Amado Benfeitor, cuja saudade impunha-lhe lágrimas de justa saudade, embora a comunhão psíquica mantida.

Era tão grande a sua afeição e entrega, que o Senhor vaticinou que o martírio não o eliminaria, conforme aconteceu.

Foi o único discípulo que teve morte natural mediante o longo desgaste normal dos órgãos.

Ao analisar as dificuldades humanas no processo da evolução, Allan Kardec refere-se às más inclinações que são heranças de existências transatas, muito bem representando a sombra junguiana.

O trabalho de educação moral dá-se através da mente saudável, de modo a diluir a ignorância e o primarismo até manter o discernimento edificante e dourar-se, isto é, desaparecer a treva e fazer-se brilhante.

Essas más inclinações perturbadoras são as heranças dos instintos predominantes e resultado do processo da evolução antropológica, cujas experiências em contínua transformação terminam por manter somente os instintos básicos: dormir, comer e reproduzir-se.

Bem mais tarde, quando transcorridos onze séculos, na personalidade do Santo de Assis, João atingiu o clímax como Cantor das estrelas, vivendo os dias gloriosos da Galileia e suas regiões que constituíam a sonhadora Israel do Deus único.

*

Tende ânimo e não se turbe o vosso coração, para que a sombra perturbadora não abra espaço à verdade e ao amor, confirmando que sois filhos da Luz.

No predomínio da sombra há muitos desafios a vencer, graças aos quais a vitória íntima faz-se mais expressiva e ansiada por todos os viandantes da evolução.

Eis porque anunciou Jesus a respeito da dedicação dos Seus discípulos, quando se refere àqueles que forem fiéis até o fim, não sucumbindo às tentações, com devotamento à vigilância e à oração.

Até hoje as lembranças do apostolado do filho do trovão, como o denominara Jesus e ao seu irmão Tiago, admoestando-os docemente, após a explosão do temperamento, permanecem convidando todos ao mesmo ministério de amor e autodoação.

A jornada de sublimação é larga e difícil, o que equivale dizer: exige o empenho de todas as forças para a superação dos impositivos materiais.

... E o modesto pescador tomou das redes luminosas e alcançou a Humanidade quase toda.

Joanna de Ângelis

Psicografia de Divaldo Pereira Franco, na reunião da noite de 13 de janeiro de 2021, no Centro Espírita Caminho da Redenção, em Salvador, Bahia

Palestras CEJG - Novembro/2022

 




Pai nosso

 “Pai Nosso...” Jesus (Mateus, 6:9)

A grandeza da prece dominical nunca será devidamente compreendida por nós que lhe recebemos as lições divinas.

Cada palavra, dentro dela, tem a fulguração de sublime luz.

De início, o Mestre Divino lança-lhe os fundamentos em Deus, ensinando que o Supremo Doador da Vida deve constituir, para nós todos, o princípio e a finalidade de nossas tarefas.

É necessário começar e continuar em Deus, associando nossos impulsos ao plano divino, a fim de que nosso trabalho não se perca no movimento ruinoso ou inútil.

O Espírito Universal do Pai há de presidir-nos o mais humilde esforço, na ação de pensar e falar, ensinar e fazer.

Em seguida, com um simples pronome possessivo, o Mestre exalta a comunidade.

Depois de Deus, a Humanidade será o tema fundamental de nossas vidas.

Compreenderemos as necessidades e as aflições, os males e as lutas de todos os que nos cercam ou estaremos segregados no egoísmo primitivista.

Todos os triunfos e fracassos que iluminam e obscurecem a Terra pertencem-nos, de algum modo.

Os soluços de um hemisfério repercutem no outro.

A dor do vizinho é uma advertência para a nossa casa.

O erro de um irmão, examinado nos fundamentos, é igualmente nosso, porque somos componentes imperfeitos de uma sociedade menos perfeita, gerando causas perigosas e, por isso, tragédias e falhas dos outros afetam-nos por dentro.

Quando entendemos semelhante realidade o "império do eu" passa a incorporar-se por célula bendita à vida santificante.

Sem amor a Deus e à Humanidade, não estamos suficientemente seguros na oração.

“Pai nosso...” — disse Jesus para começar.

Pai do Universo...  Nosso mundo...

Sem nos associarmos aos propósitos do Pai, na pequenina tarefa que nos foi permitido executar, nossa prece será, muitas vezes, simples repetição do “eu quero”, invariavelmente cheio de desejos, mas quase sempre vazio de sensatez e de amor.

Emmanuel / Chico Xavier – Fonte Viva – FEB – cap. 077