sábado, 24 de dezembro de 2022

Mais Luz - Edição 610 - 25/12/2022

 

Leia conosco em nosso boletim especial de Natal:

https://mailchi.mp/aa404df2640f/louvor-do-natal 


Louvor do Natal – Emmanuel

Ante o Evangelho: Advento do Espírito de Verdade

Poema: Natal – Irene Ferreira de Souza Pinto

Na instrumentalidade – Fonte Viva 84

Oração do Natal – Casimiro Cunha


quarta-feira, 21 de dezembro de 2022

Louvor do Natal

Reunião pública de 18/12/59

Questão nº 1.017

 

Senhor Jesus!

Quando vieste ao mundo, numerosos conquistadores haviam passado, cimentando reinos de pedra com sangue e lágrimas.

Na retaguarda dos carros de ouro e púrpura, em que lhes fulgia a vitória, alastravam-se, como rastros da morte, a degradação e a pilhagem, a maldição do solo envilecido e o choro das vítimas indefesas.

Levantavam-se, poderosos, em palácios fortificados e faziam leis de baraço e cutelo, para serem, logo após, esquecidos no rol dos carrascos da Humanidade.

Entretanto, Senhor, nasceste nas palhas e permaneceste lembrado para sempre.

Ninguém sabe até hoje quais tenham sido os tratadores de animais que te ofertaram esburacada manta por leito simples, e ignora-se quem foi o benfeitor que te arrancou ao desconforto da estrebaria para o clima do lar.

Cresceste sem nada pedir que não fosse o culto à verdadeira fraternidade.

Escolheste vilarejos anônimos para a moldura de tua palavra sublime... Buscaste para companheiros de tua obra homens rudes, cujas mãos calejadas não lhes favoreciam os voos do pensamento. E conversaste com a multidão, sem propaganda condicionada.

No entanto, ninguém conhece o nome das crianças que te pousaram nos joelhos amigos, nem das mães fatigadas a quem te dirigiste na via pública!

A História, que homenageava Júlio César, discutia Horácio, enaltecia Tibério, comentava Virgílio e admirava Mecenas, não te quis conhecer em pessoa, ao lado de tua revelação, mas o povo te guardou a presença divina e as personagens de tua epopeia chamam-se “O cego Bartimeu”, “o homem de mão mirrada”, “o servo do centurião”, “o mancebo rico”, “a mulher Cananeia”, “o gago de Decápolis”, “a sogra de Pedro”, “Lázaro, o irmão de Marta e Maria”...

Ainda assim, Senhor, sem finanças e sem cobertura política, sem assessores e sem armas, venceste os séculos e estás diante de nós, tão vivo hoje quanto ontem, chamando-nos o espírito ao amor e à humildade que exemplificaste, para que surjam, na Terra, sem dissensão e sem violência, o trabalho e a riqueza, a tranquilidade e a alegria, como bênção de todos.

É por isso que, emocionados, recordando-te a manjedoura, repetimos em prece:

– Salve, Cristo! Os que aspiram a conquistar desde agora, em si mesmos, a luz de teu reino e a força de tua paz, te glorificam e te saúdam!...

 

Emmanuel / Chico Xavier – Livro: Religião dos Espíritos 

terça-feira, 20 de dezembro de 2022

Natal


Grande bolo à mesa.

A árvore linda em festa.

O brilho da noite empresta;

Regozijo ao coração...

É como se a Natureza

Trouxesse Belém de novo

Para os júbilos do povo

Em doce fulguração.

 

Tudo é bênção que se enflora,

De envolta na melodia

Da luminosa alegria

Que te beija e segue além...

Mas se reparas, lá fora,

O quadro que tumultua,

Verás quem passa na rua

Sem ânimo e sem ninguém.

 

Contemplarás pequeninos

De faces agoniadas,

Pobres mães desesperadas,

Doentes em chaga e dor...

E, ajudando aos peregrinos

Da esperança quase morta,

Talvez enxergues à porta

O Mestre pedindo amor.

 

É sim!... É Jesus que volta

Entre os pedestres sem nome,

Dando pão a quem tem fome,

Luz às trevas, roupa aos nus!

Anjo dos Céus sem escolta,

Embora a expressão serena,

Tem nas mãos com que te acena

Os tristes sinais da cruz.

 

Natal! Reparte o carinho

Que te envolve a noite santa

Veste, alimenta e levanta

O companheiro a chorar.

E, na glória do caminho

Dos teus gestos redentores,

Recorda por onde fores

Que o Cristo nasceu sem lar.

 

Irene Ferreira de Souza Pinto

 

Médium: Francisco Cândido Xavier – Livro: Antologia dos Imortais 

segunda-feira, 19 de dezembro de 2022

Oração do Natal

 


MESTRE Amado, agradecemos,

Em teu Natal de Alegria,

A paz que nos anuncia

A vida superior...

Por nossa esperança em festa,

Pelo pão, pelo agasalho,

Pelo suor do trabalho,

Louvado sejas, Senhor!...

 

Envoltos na luz da prece,

Louvamos-te os dons supremos,

Nas flores que te trazemos,

Cantando de gratidão!...

Felizes e reverentes,

Rogamos-te, Doce Amigo,

A bênção de estar contigo

No templo do coração.


Casimiro Cunha / Chico Xavier - Livro: Os dois maiores amores

Na instrumentalidade

 “Como se conhecerá o que se toca com a flauta ou com a cítara?” Paulo (I Coríntios, 14:7)

Cada companheiro de serviço cristão deveria considerar-se instrumento nas mãos do Divino Mestre, a fim de que a sublime harmonia do Evangelho se faça irrepreensível para a vitória completa do bem.

Todavia, se a Ilimitada sabedoria do Celeste Emissor se mantém soberana e perfeita, os receptores terrenos pecam por deficiências lamentáveis.

Esse tem fé, mas não sabe tolerar as lacunas do próximo.

Aquele suporta cristãmente as fraquezas do vizinho, contudo, não possui energia nem mesmo para governar os próprios impulsos.

Aquele outro é bondoso e confiante, mas foge ao estudo e à meditação, favorecendo a ignorância.

Outro, ainda, é imaginoso e entusiasta, entretanto, escapa sutilmente ao esforço dos braços.

Um é conselheiro excelente, no entanto, não santifica os próprios atos.

Outro retém brilhante verbo na pregação doutrinária, todavia, é apaixonado cultor de anedotas menos dignas com que desfigura o respeito à revelação de que é portador.

Esse estima a castidade do corpo, mas desvaira-se pela aquisição de dinheiro fácil.

Outro, mais além, conseguiu desprender-se das posses de ouro e terra, casa e moinho, mas cultiva verdadeiro incêndio na carne.

É indiscutível a nossa imperfeição de seguidores da Boa Nova.

Por isso mesmo, guardamos o título de aprendizes.

O Planeta não é o paraíso terminado e achamo-nos, por nossa vez, muito distantes da angelitude.

Todavia, obedecendo ou administrando, ensinando ou combatendo, é indispensável afinar o nosso instrumento de serviço pelo diapasão do Mestre, se não desejamos prejudicar-lhe as obras.

Evitemos a execução insegura, indistinta ou perturbadora, oferecendo-lhe plena boa vontade na tarefa que nos cabe, e o Reino Divino se manifestará mais rapidamente onde estivermos.


 Emmanuel / Chico Xavier – Fonte Viva – FEB – cap. 084

sábado, 17 de dezembro de 2022

Mais Luz - Edição 609 - 18/12/2022

 

Venha ler conosco: https://mailchi.mp/63e8edf4076d/bem-aventurados-os-pacificadores


Bem-aventurados os pacificadores – Rodolfo Calligaris

Ante o Evangelho: Advento do Espírito de Verdade

Poema: Quando Jesus pregava – Wenceslau José de Oliveira Queiroz

Avancemos além – Fonte Viva 83

Oração: Carta a Jesus – Caibar Schutel



Bem-aventurados os pacificadores

 

Jesus Cristo é o Príncipe da Paz.

“A paz vos deixo, a minha paz vos dou”, disse Ele, pouco antes de sua morte. “Não vo-la dou como o mundo a dá”, isto é, sob a forma de armistício, frágil e incerto, cuja estabilidade pode romper-se a qualquer momento, mas sim em caráter firme e absoluto.

Esse dom da graça divina, entretanto, para que se estabeleça em nossa alma, impregnando-a de suave beatitude, exige condições de receptividade, ou seja, a extinção do orgulho e de todos os desejos egoístas, porquanto são esses sentimentos inferiores que inspiram todas as discórdias e promovem todas as lutas que se verificam na face da Terra.

Sim, para que esse carisma seja uma realidade em nossa vida, mister se faz despertemos nossa consciência espiritual, libertemo-nos das ilusões do plano físico e identifiquemo-nos com as verdades do Mundo Maior; sem essa experiência, haveremos de ser, sempre, criaturas agitadas e descontentes, em permanente desarmonia com nós mesmos e com aqueles que nos cruzam o caminho.

Enquanto não haja pacificação individual, enquanto os homens não se sentirem harmonizados intimamente, os conflitos exteriores, tanto no recinto doméstico, como no campo social, hão de subsistir, fatalmente, sendo baldados todos os recursos que se empreguem para aboli-los.

Bem-aventurado aquele que, numa busca pessoal, ingente, descubra o seu Cristo interno e, renunciando ao seu pequenino ego humano, unifique-se com Ele, passando a viver, não mais com mira no próprio proveito, mas desejando ardentemente vir a ser um veículo pelo qual o Amor divino possa chegar até os seus irmãos. Esse terá encontrado a “pérola preciosa” de que nos fala a parábola evangélica, e desde então, na posse desse tesouro inapreciável, gozará de uma paz e uma alegria perfeitas, que nenhum sucesso vindo de fora será capaz de perturbar.

Alcançado esse estado de alma, dominará o ambiente exterior e, onde quer que se encontre, mesmo sem dizer palavra, simplesmente com sua presença, influirá beneficamente sobre os que o rodeiam.

Junto a si, mercê das forças espirituais superiores que irradia, todos se sentirão aliviados, tranquilos e seguros; uma indizível sensação de calma e bem-estar descerá qual orvalho sobre os corações desgostosos e conturbados.

Os seguidores do Cristo devem dar-se a conhecer pelos esforços que empreendam em favor da paz.

Sejam, pois, nossos pensamentos, palavras e ações, uma contribuição constante no sentido de erradicar do mundo (começando primeiramente por nós) a inveja, as suspeitas, o ódio, a vingança e o espírito de contenda.

Se assim o fizermos, se adquirirmos a qualificação de pacificadores, mereceremos ser chamados “filhos de Deus”, bem como a glória de ser participantes da paz celestial. (Mateus, 5:9.)

Rodolfo Calligaris – Livro: O Sermão da Montanha




Avancemos além

 “Pelo que, deixando os rudimentos da doutrina do Cristo, prossigamos até à perfeição, não lançando de novo o fundamento do arrependimento de obras mortas.” Paulo (Hebreus, 6:1)

Aceitar o poder de Jesus, guardar certeza da própria ressurreição além da morte, reconfortar-se ante os benefícios da crença, constituem fase rudimentar no aprendizado do Evangelho.

Praticar as lições recebidas, afeiçoando a elas nossas experiências pessoais de cada dia, representa o curso vivo e santificante.

O aluno que não se retira dos exercícios no alfabeto nunca penetra o luminoso domínio mental dos grandes mestres.

Não basta situar nossa alma no pórtico do templo e aí dobrar os joelhos reverentemente; é imprescindível regressar aos caminhos vulgares e concretizar, em nós mesmos, os princípios da fé redentora, sublimando a vida comum.

Que dizer do operário que somente visitasse a porta de sua oficina, louvando-lhe a grandeza, sem, contudo, dedicar-se ao trabalho que ela reclama? Que dizer do navio admiravelmente equipado, que vivesse indefinidamente na praia sem navegar?

Existem milhares de crentes da Boa Nova nessa lastimável posição de estacionamento. São quase sempre pessoas corretas em todos os rudimentos da doutrina do Cristo. Creem, adoram e consolam-se, irrepreensivelmente; todavia, não marcham para diante, no sentido de se tornarem mais sábias e mais nobres. Não sabem agir, nem lutar e nem sofrer, em se vendo sozinhas, sob o ponto de vista humano.

Precavendo-se contra semelhantes males, afirmou Paulo, com profundo acerto: — “Deixando os rudimentos da doutrina de Jesus, prossigamos até à perfeição, abstendo-nos de repetir muitos arrependimentos, porque então não passaremos de autores de obras mortas.”

Evitemos, assim, a posição do aluno que estuda... e jamais se harmoniza com a lição, recordando também que se o arrependimento é útil, de quando em quando, o arrepender-se a toda hora é sinal de teimosia e viciação.

 Emmanuel / Chico Xavier – Fonte Viva – FEB – cap. 083