terça-feira, 28 de fevereiro de 2023
Capacete da Esperança
“Tendo por capacete a esperança na salvação.” — Paulo. (1 Tessalonicenses, 5:8)
O capacete é a
defesa da cabeça em que a vida situa a sede de manifestação do pensamento e
Paulo não podia lembrar outro símbolo mais adequado à vestidura do cérebro
cristão, além do capacete da esperança na salvação.
Se o
sentimento, muitas vezes, está sujeito aos ataques da cólera violenta, o
raciocínio, em muitas ocasiões, sofre o assédio do desânimo, à frente da luta
pela vitória do bem, que não pode esmorecer em tempo algum.
Raios
anestesiantes são desfechados sobre o ânimo dos aprendizes por todas as forças
contrárias ao Evangelho salvador.
A exigência de
todos e a indiferença de muitos procuram cristalizar a energia do discípulo,
dispersando-lhe os impulsos nobres ou neutralizando-lhe os ideais de renovação.
Contudo, é
imprescindível esperar sempre o desenvolvimento dos princípios latentes do bem,
ainda mesmo quando o mal transitório estenda raízes em todas as direções.
É necessário
esperar o fortalecimento do fraco, à maneira do lavrador que não perde a
confiança nos grelos tenros; aguardar a alegria e a coragem dos tristes, com a
mesma expectativa do floricultor que conta com revelações de perfume e beleza
no jardim cheio de ramos nus.
É imperioso
reconhecer, todavia, que a serenidade do cristão nunca representa atitude
inoperante, por agir e melhorar continuadamente pessoas, coisas e situações, em
todas as particularidades do caminho.
Por isso
mesmo, talvez, o apóstolo não se refere à touca protetora.
Chapéu, quase
sempre, indica passeio, descanso, lazer, quando não defina convenção no traje
exterior, de acordo com a moda estabelecida.
Capacete,
porém, é indumentária de luta, esforço, defensiva.
E o discípulo
de Jesus é um combatente efetivo contra o mal, que não dispõe de muito tempo
para cogitar de si mesmo, nem pode exigir demasiado repouso, quando sabe que o
próprio Mestre permanece em trabalho ativo e edificante.
Resguardemos,
pois, o nosso pensamento com o capacete da esperança fiel e prossigamos para a
vitória suprema do bem.
Emmanuel / Chico Xavier – Fonte Viva – FEB – cap. 94
sábado, 25 de fevereiro de 2023
Mais Luz - Edição 619 - 26/02/2023
Venha ler e refletir conosco:
https://mailchi.mp/48c64f171ccb/a-conscincia-o-sentido-ntimo
A
consciência – O sentido íntimo – Léon Denis
Ante
o Evangelho: Verdadeira pureza. Mãos não
lavadas
Altar
íntimo – Fonte Viva 93
Poema:
“Themis divina” – F. Xavier
Oração:
Petição do aprendiz – Bezerra de Menezes
COEZMUC 2023
Aconteceu
no último feriado de carnaval (18 a 22/02/2023) mais uma edição da
Confraternização Espírita da Zona do Mucuri – COEZMUC.
Este
ano o tema foi Conflitos Existenciais, baseado na extraordinária obra de Joanna
de Ângelis.
Foram
dias de muito estudo, reflexão, oração e integração entre os participantes.
Assuntos
como fugas psicológicas e vazio existencial; medo; culpa e ressentimento; ansiedade;
coragem; imortalidade e amor; foram abordados de maneira brilhante pelas
equipes de estudos, artes, maternagem e integração.
Os
temas são escolhidos pelos confraternistas quando da inscrição para o evento,
pela sugestão da maioria.
Em
2024 será: No caminho da regeneração.
Este
é um encontro realizado sob regime de imersão (não pode sair do local) e destinado às
famílias espíritas da cidade e da região, conforme regulamento.
Atualmente
está sob a organização da Aliança Municipal Espírita de Teófilo Otoni – AME/TO.
Confira
no vídeo alguns momentos bem como a chamada para o próximo evento.
A consciência – O sentido íntimo
A alma é, como nos demonstraram os ensinos
precedentes, uma emanação, uma partícula do Absoluto. Suas vidas têm por objetivo
a manifestação cada vez mais grandiosa do que nela há de divino, o aumento do
domínio que está destinado a exercer dentro e fora de si, por meio de seus
sentidos e energias latentes.
Pode-se alcançar esse resultado por processos
diferentes, pela Ciência ou pela meditação, pelo trabalho ou pelo exercício moral.
O melhor processo consiste em utilizar todos esses modos de aplicação, em
completá-los uns pelos outros; o mais eficaz, porém, de todos, é o exame
íntimo, a introspecção.
Acrescentemos o desapego das coisas materiais, a firme
vontade de melhorar a nossa união com Deus em espírito e verdade, e veremos que
toda religião verdadeira, toda filosofia profunda aí vai buscar sua origem e
nessas fórmulas se resume. O resto, doutrinas culturais, ritos e práticas não
são mais do que o vestuário externo que encobre, aos olhos das turbas, a alma
das religiões.
Victor Hugo escrevia no Post scriptum de ma vie:
“É dentro de nós que devemos olhar o exterior... Inclinando-nos sobre esse poço,
o nosso espírito, avistamos, a uma distância de abismo, em estreito círculo, o
mundo imenso.”
Dizia também Emerson: “A alma é superior ao que se
pode saber dela e mais sábia do que qualquer uma de suas obras”.
As profundezas da alma ligam-na à grande Alma
universal e eterna, de que ela é uma como vibração. Essa origem e essa participação
da natureza divina explicam as necessidades irresistíveis do Espírito em
evolução adiantada: necessidade de infinito, de justiça, de luz; necessidade de
sondar todos os mistérios, de estancar a sede nos mananciais vivos e
inexauríveis cuja existência ele pressente, mas que não consegue descobrir no plano
de suas vidas terrestres.
Daí provêm nossas mais altas aspirações, nosso desejo
de saber, jamais satisfeito, nosso sentimento do belo e do bem; daí os clarões
repentinos que iluminam de tempos em tempos as trevas da existência e os
pressentimentos, a previsão do futuro, relâmpagos fugitivos no abismo do tempo,
que luzem às vezes para certas inteligências.
Sob a superfície do “eu”, superfície agitada pelos
desejos, esperanças e temores, está o santuário que encerra a consciência integral,
calma, pacífica, serena, o princípio da sabedoria e da razão, de que a maior
parte dos homens só tem conhecimento por surdas impulsões ou vagos reflexos
entrevistos.
Todo o segredo da felicidade, da perfeição, está na identificação,
na fusão em nós desses dois planos ou focos psíquicos; a causa de todos os
nossos males, de todas as nossas misérias morais está na sua oposição.
Na Crítica da Razão Pura, o grande filósofo
Emmanuel Kant demonstrou que a razão humana, isto é, a razão superficial de que
falamos, por si mesma nada podia perceber, nada provar do que respeita às
realidades do mundo transcendental, às origens da vida, ao espírito, à alma, a
Deus.
Dessa argumentação infere-se, lógica e
necessariamente, a consequência de que existe em nós um princípio, uma razão
mais profunda que, por meio da revelação interior, nos inicia nas verdades e
leis do mundo espiritual.
William James faz a mesma afirmação, nestes termos: “O
“eu” consciente faz um só com um “eu” maior, do qual lhe vem o resgate”.
E, mais adiante:
“Os prolongamentos do “eu” consciente dilatam-se muito além do mundo da
sensação e da razão, em certa região que se pode chamar mística ou
sobrenatural. Quando nossas tendências para o ideal têm sua origem nessa região
– é o caso da maior parte delas, porque somos possuídos por elas de maneira que
não podemos perceber – ali temos raízes mais profundas do que no mundo visível,
pois nossas mais altas aspirações são centro da nossa personalidade. Mas, esse mundo
invisível não é somente ideal, produz efeitos no mundo visível. Pela comunhão
com o invisível, o “eu” finito transforma-se; tornamo-nos homens novos e nossa regeneração,
modificando nosso proceder, repercute no mundo material. Como, pois, recusar o
nome de realidade ao que produz efeitos no seio de uma outra realidade? Com que
direito diriam os filósofos que não é real o mundo invisível?” (...)
sexta-feira, 24 de fevereiro de 2023
Petição do aprendiz
Senhor Jesus!
Deste-nos a
conhecer a grandeza do bem, ensina-nos a praticá-lo.
Quando não
possa oferecer-te o serviço excelente, orienta-me para que eu faça o melhor ao
meu alcance.
No entanto, se
as circunstâncias estiverem contra os meus propósitos, ampara-me a fim de que
te entregue o bom trabalho.
Se isso,
porém, não me for concedido, em vista das imperfeições que carrego, permita-me
confiar-te o meu esforço sofrível.
No entanto,
Mestre, se ainda aqui estiver sob impedimento para a concretização do meu
desejo, auxilia-me a trazer-te a migalha de bem que eu puder, mas, de qualquer
modo, rogo-te, Senhor, para que me livre da inércia e que, embora em me
arrastando, consiga algo aprender para servir-te, servindo ao próximo, hoje,
agora e sempre.
Assim seja.
Bezerra de Menezes / Chico Xavier – Livro: Uma vida de
amor e caridade
Altar íntimo
“Temos um altar.” — Paulo. (Hebreus,
13:10)
De ouro, de
mármore, de madeira, de barro, recamados de perfumes, preciosidades e flores,
erguemos santuários e convocamos o concurso da arte para os retoques de
iluminação artificial e beleza exterior.
Materializado
o monumento da fé, ajoelhamo-nos em atitude de prece e procuramos a inspiração
divina.
Realmente,
toda movimentação nesse sentido é respeitável, ainda mesmo quando cometemos o
erro comum de esquecer os famintos da estrada, em favor das suntuosidades do
culto, porque o amor e a gratidão ao Poder Celeste, mesmo quando mal
conduzidos, merecem veneração.
Todavia, é
imprescindível crescer para a Vida Maior.
O próprio
Mestre nos advertiu, junto à Samaritana, que tempos viriam em que o Pai seria
adorado em Espírito e verdade.
E Paulo acrescenta
que temos um altar.
A finalidade
máxima dos templos de pedra é a de despertar-nos a consciência.
O cristão
acordado, porém, caminha oficiando como sacerdote de si mesmo, glorificando o
amor perante o ódio, a paz diante da discórdia, a serenidade à frente da
perturbação, o bem à vista do mal…
Não olvidemos,
pois, o altar íntimo que nos cabe consagrar ao Divino Poder e à Celeste
Bondade.
Comparecer,
ante os altares de pedra, de alma cerrada à luz e à inspiração do Mestre, é o
mesmo que lançar um cofre impermeável de trevas à plena claridade solar. Se as
ondas luminosas continuam sendo ondas luminosas, as sombras não se alteram
igualmente.
Apresentemos, portanto, ao Senhor as nossas oferendas e sacrifícios em quotas abençoadas de amor ao próximo, adorando-o, através do altar do coração, e prossigamos no trabalho que nos cabe realizar.
Emmanuel / Chico Xavier – Fonte Viva – FEB – cap. 93
sábado, 18 de fevereiro de 2023
Mais Luz - Edição 618 - 19/02/2023
Confira nesta edição especial de nosso boletim Mais Luz:
https://mailchi.mp/7f4c21c05327/carnaval-uma-festa-espiritual
·
Carnaval: Uma Festa Espiritual – Podcast Feb
·
Ante o Evangelho: A caridade material e a caridade
moral
·
Mensagem da Semana: Demonstrações do Céu – Fonte Viva
92
·
Poema: Carnaval – Jair Presente
·
Oração: Rogativa – Emmanuel
quarta-feira, 15 de fevereiro de 2023
Carnaval: Uma Festa Espiritual
É natural que
queiramos saber a visão espírita sobre o carnaval. O que o Espiritismo diz
sobre o assunto?
Opiniões
materialistas de apoio e espiritualistas de condenação reforçam a consagrada
dicotomia entre o mal e o bem, a sombra e a luz, o errado e o certo, o material
e o espiritual. A visão maniqueísta do a favor ou do contra, do conflito entre
dois lados opostos, é tendência comum para registrar o posicionamento de
adeptos e críticos ante a curiosa temática.
Por mais que
argumentemos, eis uma questão que continuará suscitando acerbas discussões
durante muito tempo, até que ela deixe de ter importância. Ainda não é a nossa
situação. Falar sobre o carnaval é necessário, pois vivemos a festividade
anualmente, com data marcada: a mais comemorada e outras tantas, que se
prolongam no decorrer do ano em várias regiões do país e do planeta.
Para que
possamos entender melhor o tema, é necessário que percebamos o seu real
significado. A par de todas as movimentações de planejamentos e preparativos,
ações e zelo – que denotam certa arte e cultura na apresentação de desfiles com
seus carros alegóricos e foliões -, somadas as festividades de matizes
diversificados, em que grupos se reúnem para comemorações sem medida, não
podemos deixar de reconhecer que o carnaval é uma festa espiritual.
O culto à
carne evoca tudo o que desperta materialidade, sensualidade, paixão e gozo. O
forte apelo do período que antecede, acompanha e sucede o evento ao deus Mamon
guarda íntima relação com o conúbio de energias entre os dois planos da vida, o
físico e o extrafísico, alimentado pelos participantes, “vivos de cá e de lá”,
que se deleitam em intercâmbio de fluidos materialmente imperceptíveis à
maioria dos carnavalescos encarnados.
Vivemos em
constante relação de intercâmbio, conectando-nos com os que nos são afins pelos
pensamentos, gostos, interesses e ações. Sem que nos apercebamos, somos
acompanhados por uma “nuvem de testemunhas”, que retrata nossa situação íntima.
Não cabe a
análise sob a ótica de proibições ou cerceamento de vontades. Todos somos
livres para fazer as escolhas que julgarmos convenientes. Porém, não podemos
nos esquecer de que igualmente somos responsáveis, individual ou coletivamente,
pelas opções definidas em nossa vida.
O Espiritismo
não condena o carnaval, mas, também, não estimula suas festividades. Nesse
período são cometidos excessos de todos os graus, com abusos e desregramentos
no âmbito do sexo, das drogas, da violência; exageros que extravasam
desequilíbrio e possibilitam a atuação de espíritos inferiores que se
locupletam com a alimentação de fluidos densos formadores de uma ambiência
espiritual de baixo teor vibratório.
Carnaval é, de fato, uma festa espiritual.
Porém, eu não quero participar dessa festa. E você?
O espírita
verdadeiro pode e deve aproveitar o feriado prolongado para estudar, trabalhar,
ajudar aos outros e conectar-se com o Plano Maior da Vida em elevada
festividade espiritual que nos faz bem, proporcionando real alegria e plenitude
ao Espírito imortal.
Podcast publicado em
13/02/2023 pela FEB em seu sítio.
Demonstrações do Céu
“Disseram-lhe, pois: Que sinal
fazes tu para que o vejamos, e creiamos em ti?” — (João, 6:30)
Em todos os tempos, quando alguém na Terra se refere às
coisas do Céu, verdadeira multidão de indagadores se adianta pedindo demonstrações
objetivas das verdades anunciadas.
Assim é que os médiuns modernos são constantemente
assediados pelas exigências de quantos se colocam à procura da vida espiritual.
Esse é vidente e deve dar provas daquilo que
identifica.
Aquele escreve em condições supranormais e é
constrangido a fornecer testemunho das fontes de sua inspiração.
Aquele outro materializa os desencarnados e, por isso,
é convocado ao teste público.
Todavia, muita gente se esquece de que todas as
criaturas do Senhor exteriorizam os sinais que lhes dizem respeito.
O mineral é reconhecido pela utilidade.
A árvore é selecionada pelos frutos.
O firmamento espalha mensagens de luz.
A água dá notícias do seu trabalho incessante.
O ar esparge informações, sem palavras, do seu poder
na manutenção da vida.
E entre os homens prevalecem os mesmos imperativos.
Cada irmão de luta é examinado pelas suas características.
O tolo dá-se a conhecer pelas puerilidades.
O entendido revela mostras de prudência.
O melhor demonstra as virtudes que lhe são peculiares.
Desse modo, o aprendiz do Evangelho, ao solicitar
revelações do Céu para a jornada da Terra, não deve olvidar as necessidades de
revelar-se firmemente disposto a caminhar para o Céu.
Houve dia em que a turba vulgar dirigiu-se ao próprio
Salvador que a beneficiava, perguntando: — “Que sinal fazes tu para que o
vejamos, e creiamos em ti?”
Imagina, pois, que se ao Senhor da Vida foi dirigida
semelhante interrogativa, que indagação não se fará do Alto a nós outros, toda
vez que rogarmos sinais do Céu, a fim de atendermos ao nosso simples dever?
Emmanuel / Chico Xavier – Fonte Viva – FEB – cap. 92