quarta-feira, 22 de março de 2023

Em honra a Kardec

 


Na Doutrina Espírita, não se dirá que Allan Kardec foi ultrapassado, de vez que os nossos princípios avançam com o fluxo evolutivo da própria vida e, à maneira da árvore que para mostrar a excelência do fruto não dispensa a raiz, tanto quanto o edifício vulgar para crescer em nova pavimentação não prescinde do alicerce, o Espiritismo não fugirá das diretrizes primeiras, a fim de ampliar-se em construções mais elevadas, com a segurança precisa.

Superam-se técnicas e processos de luta material.

A Revelação Divina, porém, desenvolve-se com a própria alma do homem, porque a Infinita Sabedoria não nos esmaga com sua Grandeza, nem nos enceguece com a sua Luz, esperando que nós mesmos, ao preço de esforço e trabalho, na escola do progresso, nos habilitemos a suportar o conhecimento superior, estendendo-lhe a claridade e realizando-lhe os objetivos.

Em razão disso, foi o próprio Codificador quem definiu em nossa Doutrina um templo de postulados que a evolução se incumbiria de honorificar em constante expansão, nela plasmando não apenas o altar da fé renovadora que nos religa ao Cristo de Deus, mas também o acesso ao campo aberto da indagação filosófica e científica, para que não estejamos confinados ao dogmatismo enregelante e destruidor.

Não edificaremos por nossa vez, no santuário espírita, senão aquele desdobramento necessário a todo serviço de luz e fraternidade, que iniciado a benefício das criaturas, a todas elas deve atingir no justo momento em obediência às leis da evolução, de que Kardec foi emérito defensor.

Cabe-nos hoje tanto quanto ontem, dar-lhe a obra regeneradora e vitalizante, a fim de que não nos percamos à distância da lógica e da simplicidade que lhe ditaram o ensinamento, e não nos empenharemos no cipoal da inutilidade ou da sombra porquanto, nele, o apóstolo do princípio, encontramos o roteiro seguro para a integração com Jesus, nosso Mestre e Senhor. 


Emmanuel / Chico Xavier – Livro: Doutrina e vida

 

31 de março – Desencarnação de Allan Kardec


Projeto Examinando o Livro da Esperança - mar/2023

 


Na luz da indulgência

 

“E se ao que quiser pleitear contigo, tirar-te o vestido, larga-lhe também a capa.” — Jesus — Mateus, 5:40.

 

“Sede indulgentes com as faltas alheias, quaisquer que elas sejam; não julgueis com severidade senão as vossas próprias ações e o Senhor usará da indulgência para convosco, como de indulgência houverdes usado para com os outros.” — Cap. X, 17.

  

Anseias pela vitória do bem, contudo, acende a luz da indulgência para fazê-lo com segurança.

Todos nós, Espíritos imperfeitos, ainda arraigados à evolução da Terra, reclamamos concurso e compaixão uns dos outros, mas nem sempre sabemos por nós mesmos, quando surgimos necessitados de semelhantes recursos.

Em muitas circunstâncias, estamos cegos da reflexão, surdos do entendimento, paralíticos da sensibilidade e anestesiados na memória sem perceber.

 

*

O irmão da luta de ontem mostra-se hoje em plena abastança material, delirando na ambição desenfreada. Certo, aspiras a vê-lo recambiado ao próprio equilíbrio, a fim de que o dinheiro lhe sirva de instrumento à felicidade, no entanto, para isso, não comeces por censurar-lhe o procedimento. Usa a indulgência e renova-lhe o modo de pensar e de ser.

O amigo escalou a evidência pública, fazendo-se verdugo em nome da autoridade. Queres garantir-lhe o reajuste para que o poder se lhe erija em caminho de paz, entretanto, não te dês a isso, exibindo atitude condenatória. Usa a indulgência, clareando-lhe o raciocínio.

A jovem do teu convívio embriagou-se na ilusão, caindo em sucessivos abusos, a pretexto de mocidade. Justo suspires por reintegrá-la no harmonioso desenvolvimento das próprias faculdades, situando-a no rumo das experiências de natureza superior, todavia, por ajudá-la, não lhe reproves os sonhos. Usa a indulgência e ampara-lhe a meninice.

O companheiro em provas amargas escorregou no desânimo e tombou em desespero. Claro que anelas para ele o retorno à tranquilidade, no entanto, não te entregues às críticas que lhe agravariam a irritação. Usa a indulgência e oferece-lhe apoio.

 

*

O próprio Criador espera as criaturas, no transcurso do tempo, tolerando-lhes as faltas e encorajando-lhes as esperanças, embora lhes corrija todos os erros, através de leis eficientes e claras.

Indiscutivelmente, ninguém constrói nada de bom, sem responsabilidade e disciplina, advertência e firmeza, mas é imperioso considerar que toda boa obra roga auxílio, a fim de aperfeiçoar-se.

Pensa no bem e faze o bem, contudo, é preciso recordar que o bem exigido pela força da violência gera males inúmeros em torno e desaparece da área luminosa do bem para converter-se no mal maior.

 

Emmanuel / Chico Xavier – Livro da Esperança, cap. 27


terça-feira, 21 de março de 2023

Prece da gratidão

 


Senhor Jesus! Pela benção,

De Tua doutrina santa,

Que nos apoia e levanta,

Para o Reino de Amor,

 

Pela paz que nos ofertas,

Pela esperança divina,

Que nos conforta e ilumina,

Bendito sejas, Senhor!

 

Pela carícia do lar,

– Doce templo de carinho,

– Que nos concedes por ninho,

Céu na Terra campo em flor.

 

Pelo aconchego suave,

Da feição que nos aquece,

Pelo consolo da prece,

Bendito sejas, Senhor!...

 

Pelo tesouro sublime,

De graças da natureza,

Pela serena beleza,

Do mar, do jardim, da cor.

 

Pela fonte que entretece,

Poemas de melodia;

Pelo pão de cada dia,

Bendito sejas, Senhor!

 

Em tudo o que nos reserves,

À luz de cada momento,

O nosso agradecimento,

por tudo, seja o que for...

 

Vivemos, Jesus Querido,

Na alegria de encontrar-Te,

Cantando por toda parte,

Bendito sejas, Senhor!... 

João de Deus - Livro: À luz da oração



segunda-feira, 20 de março de 2023

A palavra da Cruz

 

“Porque a palavra da cruz é loucura para os que perecem, mas para nós que somos salvos é o poder de Deus.” — Paulo. (I Coríntios, 1:18)

 

A mensagem da cruz é dolorosa em todos os tempos.

Do Calvário desceu para o mundo uma voz, a princípio desagradável e incompreensível.

No martirológio do Mestre situavam-se todos os argumentos de negação superficialmente absoluta.

O abandono completo dos mais amados.

A sede angustiosa.

Capitulação irremediável.

Perdão espontâneo que expressava humilhação plena.

Sarcasmo e ridículo entre ladrões.

Derrota sem defensiva.

Morte infamante.

Mas o Cristo usa o fracasso aparente para ensinar o caminho da Ressurreição Eterna, demonstrando que o “eu” nunca se dirigirá para Deus, sem o aprimoramento e sem a sublimação de si próprio.

Ainda hoje, a linguagem da cruz é loucura para os que permanecem interminavelmente no círculo de reencarnações de baixo teor espiritual; semelhantes criaturas não pretendem senão mancomunar-se com a morte, exterminando as mais belas florações do sentimento. Dominam a muitos, incapazes do próprio domínio, ajuntam tesouros que a imprudência desfaz e tecem fios escuros de paixões obcecantes em que sucumbem, vezes sem conto, à maneira da aranha encarcerada nas próprias teias.

Repitamos a mensagem da cruz ao irmão que se afoga na carne e ele nos classificará à conta de loucos, mas todos nós, que temos sido salvos de maiores quedas pelos avisos da fé renovadora, estamos informados de que, nos supremos testemunhos, segue o discípulo para o Mestre, quanto o Mestre subiu para o Pai, na glória oculta da crucificação.

 

Emmanuel / Chico Xavier – Fonte Viva – FEB – cap. 97



sábado, 18 de março de 2023

Mais Luz - Edição 622 - 19/03/2023

Leia e reflita conosco:

 https://mailchi.mp/8df3132b1782/a-glria-do-esforo

 

A glória do esforço – Neio Lúcio

Ante o Evangelho: Os bons espíritas

Mensagem da Semana: Além dos outros – Fonte Viva 96

Poema: Orações concretas – Maria Dolores

Oração do Trabalho – Batuíra


 


quinta-feira, 16 de março de 2023

A glória do esforço

 


Relacionava Tiago, filho de Alfeu, as dificuldades naturais na preparação do discípulo, quando várias opiniões se fizeram ouvir quanto aos percalços do aprimoramento.

É quase impossível praticar as lições da Boa-Nova, no mundo avesso à bondade, à renúncia e ao perdão, — concluíam os aprendizes de maneira geral. A maioria das criaturas comprazem-se na avareza ou no endurecimento.

Registrava o Mestre a conceituação expendida pelos companheiros, em significativa quietude, quando Pedro o convocou diretamente ao assunto.

Jesus refletiu alguns instantes e ponderou:

— Entre ensino e aproveitamento, tudo depende do aprendiz.

E a seguir, falou com brandura:

— Existiu no tempo de David um grande artista que se especializara na harpa com tamanha perfeição que várias pessoas importantes vinham de muito longe, a fim de ouvi-lo. Grandes senhores com as suas comitivas descansavam, de quando em quando, junto à moradia dele, cercada de arvoredo, para escutar-lhe as sublimes improvisações. O admirável mestre fez renome e fortuna, parecendo a todos que ninguém o igualaria na Terra na expressão musical a que se consagrara.

Em seus saraus e exibições, possuía em seu serviço pessoal um escravo aparentemente inábil e atoleimado, que servia água, doce e frutas aos convivas, e que jamais conversava, fixando toda a atenção no instrumento divino, como se vivesse fascinado pelas mãos que o tangiam.

Muitos anos correram quando, certa noite, o artista volta, de inesperado, ao domicílio, findo o banquete de um amigo nas vizinhanças e, com indizível espanto, assinala celeste melodia no ar.

Alguém tocava magistralmente em sua casa solitária, qual se fora um anjo exilado no mundo.

Quem seria o estrangeiro que lhe tomara o lugar?

Em lágrimas de emoção por pressentir a existência de alguém com ideal artístico muito superior ao dele, avança devagar para não ser percebido e, sob intraduzível assombro, verificou que o harpista maravilhoso era o seu velho escravo tolo que, usando os minutos que lhe pertenciam por direito e sem incomodar a ninguém, exercitava as lições do senhor, às quais emprestava, desde muito tempo, todo o seu vigilante amor em comovido silêncio.

Foi então que o artista magnânimo e famoso libertou-o e conferiu-lhe a posição que por justiça merecia.

Diante da estranheza dos discípulos que se calavam, confundidos, o Mestre rematou:

— A aquisição de qualidades nobres é a glória infalível do esforço. Todo homem e toda mulher que usarem as horas de que dispõem na harpa da vida, correspondendo à sabedoria e à beleza com que Nosso Pai se manifesta, em todos os quadros do mundo, depressa lhe absorverão a grandeza e as sublimidades, convertendo-se em representantes do Céu para seus irmãos em humanidade. Quando a criatura, porém, somente trabalha na cota de tempo que lhe é paga pelas mordomias da Terra, sem qualquer aproveitamento das largas concessões de horas que a Divina Bondade lhe concede no corpo, nada mais receberá, além da remuneração transitória do mundo.

 

Neio Lúcio / Chico Xavier – Livro: Jesus no Lar – cap. 43


Nova etapa do Projeto "Lendo e Relendo André Luiz"

 


Já está valendo!

Destaque para a 6a. obra da Coleção "A Vida no Mundo Espiritual" (pelo Espírito André Luiz).

É o Projeto Lendo e Relendo André Luiz, promovido pelo Departamento de Estudos do C. E. JOSEPH GLEBER. 

Vamos ler, reler, estudar?

Oração do trabalho

 


Senhor!

Deste-nos o trabalho por sustento da vida.

Concede-nos, por misericórdia, mais trabalho com que nos dirijamos dentro da segurança precisa para a Vida Maior.

Nas horas difíceis faze-nos trabalhar com mais eficiência, para que o obstáculo se nos converta em lição.

Nos momentos felizes, auxilia-nos a trabalhar com mais devotamento ao serviço, aumentando a alegria dos outros.

Quando a carência apareça, induze-nos ao trabalho necessário para que o trabalho em nosso coração e em nossas mãos se transforme nos recursos de que necessitemos a fim de cumprir-te os desígnios.

Quando a prosperidade nos visite, orienta-nos na manutenção do trabalho mais amplo, para que a felicidade de todos se nos erija contigo em meta por atingir.

No instante em que o erro nos assinale a marcha, auxilia-nos a trabalhar na retificação que nos assegure o reequilíbrio; e sempre que, em teu amor, pudermos manter o passo em rumo certo, reveste-nos as possibilidades com as bênçãos do trabalho para que não nos precipitemos nas aventuras ou nos riscos inúteis, que nos acenem além das margens, suscetíveis de nos ensombrarem a esperança de servir-te e a coragem de acompanhar-te.

Em todos os instantes, em todas as situações, com todas as criaturas, diante de quaisquer problemas, à frente de quaisquer lutas, perante todas as ocorrências da estrada e em todas as nossas experiências, por dentro e por fora de nós, jamais nos arredes do trabalho, Senhor, porque é no trabalho que possuiremos o sentido real de tua vontade e será sempre no trabalho que disporemos, sem vacilação e sem dúvida, sem desânimo e sem esmorecimento, da direção exata a fim de buscar-te, cada dia, até que possamos identificar-nos finalmente contigo, para viver em ti e no trabalho que te define e te representa na paz e na elevação de todos, agora e para sempre. 

Batuíra / Chico Xavier – Livro: Irmãos unidos


quarta-feira, 15 de março de 2023

Além dos outros

 

“Não fazem os publicanos também o mesmo?” — Jesus. (Mateus, 5:46)

 

Trabalhar no horário comum irrepreensivelmente, cuidar dos deveres domésticos, satisfazer exigências legais e exercitar a correção de proceder, fazendo o bastante na esfera das obrigações inadiáveis, são tarefas peculiares a crentes e descrentes na senda diária.

Jesus, contudo, espera algo mais do discípulo.

Correspondes aos impositivos do trabalho diuturno, criando coragem, alegria e estímulo, em derredor de ti?

Sabes improvisar o bem, onde outras pessoas se mostraram infrutíferas?

Aproveitas, com êxito, o material que outrem desprezou por imprestável?

Aguardas, com paciência, onde outros desesperaram?

Na posição de crente, conservas o espírito de serviço, onde o descrente congelou o espírito de ação?

Partilhas a alegria de teus amigos, sem inveja e sem ciúme, e participas do sofrimento de teus adversários, sem falsa superioridade e sem alarde?

Que dás de ti mesmo no ministério da caridade?

Garantir o continuísmo da espécie, revelar utilidade geral e adaptar-se aos movimentos da vida são característicos dos próprios irracionais.

O homem vulgar, de muitos milênios para cá, vem comendo e bebendo, dormindo e agindo sem diferenças fundamentais, na ordem coletiva. De vinte séculos a esta parte, todavia, abençoada luz resplandece na Terra com os ensinamentos do Cristo, convidando-nos a escalar os cimos da espiritualidade superior. Nem todos a percebem, ainda, não obstante envolver a todos. Mas, para quantos se felicitam em suas bênçãos extraordinárias, surge o desafio do Mestre, indagando sobre o que de extraordinário estamos fazendo.

 

Emmanuel / Chico Xavier – Fonte Viva – FEB – cap. 96



sábado, 11 de março de 2023

Roda de conversa: No mundo maior

 


Na culminância do projeto “Lendo e relendo André Luiz – etapa No mundo maior”, uma roda de conversa guiada pelos companheiros Oliveira, Marly, Rosane e Nilton, trouxe reflexões sobre os conceitos abordados pela obra tais como: mediunidade, animismo, aborto criminoso, suicídio, alcoolismo, leviandade, ódio e desilusão.

Se você não viu, vale a pena conferir: https://www.youtube.com/watch?v=IdOY2R-0cZA