segunda-feira, 10 de julho de 2023

Busquemos o melhor

 “Por que reparas o argueiro no olho de teu irmão?” — Jesus. (Mateus, 7:3)

 

A pergunta do Mestre, ainda agora, é clara e oportuna.

Muitas vezes, o homem que traz o argueiro num dos olhos traz igualmente consigo os pés sangrando. Depois de laboriosa jornada na virtude, ele revela as mãos calejadas no trabalho e tem o coração ferido por mil golpes da ignorância e da inexperiência.

É imprescindível habituar a visão na procura do melhor, a fim de que não sejamos ludibriados pela malícia que nos é própria.

Comumente, pelo vezo de buscar bagatelas, perdemos o ensejo das grandes realizações.

Colaboradores valiosos e respeitáveis são relegados à margem por nossa irreflexão, em muitas circunstâncias simplesmente porque são portadores de leves defeitos ou de sombras insignificantes do pretérito, que o movimento em serviço poderia sanar ou dissipar.

Nódulos na madeira não impedem a obra do artífice e certos trechos empedrados do campo não conseguem frustrar o esforço do lavrador na produção da semente nobre.

Aproveitemos o irmão de boa vontade, na plantação do bem, olvidando as nugas que lhe cercam a vida.

Que seria de nós se Jesus não nos desculpasse os erros e as defecções de cada dia?

E, se esperamos alcançar a nossa melhoria, contando com a benemerência do Senhor, por que negar ao próximo a confiança no futuro?

Consagremo-nos à tarefa que o Senhor nos reservou na edificação do bem e da luz e estejamos convictos de que, assim agindo, o argueiro que incomoda o olho do vizinho, tanto quanto a trave que nos obscurece o olhar, se desfarão espontaneamente, restituindo-nos a felicidade e o equilíbrio, através da incessante renovação.

 

Emmanuel / Chico Xavier – Livro: Fonte Viva – Cap. 113



sábado, 8 de julho de 2023

Mais Luz - 638 - 09/07/2023

Confira conosco:

https://mailchi.mp/66586e2b6225/que-farei


A inesperada renovação – Meimei

Ante o Evangelho: Missão dos espíritas

Mensagem da semana: Que farei? – Fonte Viva 112

Poema: Encontro da fé – Maria Dolores

Prece à Infinita Misericórdia – Alexandre


 


quinta-feira, 6 de julho de 2023

A inesperada renovação

 

Naqueles momentos em que se reconhecia desligado do corpo físico, o homem acabrunhado sentia-se leve, feliz…

Extasiado na excursão que se lhe afigurava um sonho prodigioso, alcançou o recanto luminescente em que notou a presença do Cristo. Reverente, abeirou-se dele e rogou:

— Senhor!… Ouve-me por misericórdia! Amo-te e quero servir-te… Desde muito tempo, aspiro a matricular-me na assembleia dos que colaboram contigo na redenção das criaturas… Anseio auxiliar aos outros, entretanto, Amado Amigo, estou preso!… Livra-me do lar onde me vejo na condição do pássaro encarcerado… Moro num ninho de aversões. Meu pai, talvez, cansado de conflitos estéreis, relegou-nos à própria sorte… Minha mãe exerce sobre nós um despotismo cruel. Trata-nos a nós, seus filhos, à maneira dos objetos de uso particular, flagelando-nos com as exigências de pavorosa afeição possessiva… Meus dois irmãos me detestam… Senhoreiam indebitamente o que tenho e me humilham a cada instante. Se concordo com eles, me ridicularizam e se algo reclamo, ameaçam-me com perseguição e espancamento!… Libera-me, Senhor, da prisão que me inibe os movimentos… Quero agir em teus princípios, amar e servir, qual nos ensinaste.

Ante a ligeira pausa que se fez, Jesus fitou o visitante compassivamente e alegou:

— Lembro-me de tuas solicitações anteriores… Estavas de passagem, aqui mesmo, na direção do berço terrestre, acompanhado de amigos prestigiosos. Declaravas-te sequioso de ação no bem e os teus companheiros endossavam-te as afirmativas… Dizias-te ansioso no sentido de compartilhar-nos as tarefas… Entendo-te, sim… A construção do amor é inadiável…

— Senhor — observou o consulente, respeitoso — se entendes o meu ideal e se as minhas petições já se encontram aqui registradas, quem me situou no lar terrível, no qual me reconheço, à feição de um doente, atirado a um serpentário?

O Mestre sorriu e considerou:

— Acreditando em teus propósitos de colaborar conosco, quem te enviou à família em que te encontras, fui eu mesmo…

Surpreendido com a inesperada revelação, o visitante do Mundo Espiritual experimentou estranha sensação de queda e acordou no próprio corpo.

Lá fora, os irmãos deblateravam contra a vida, reportando-se a ele com injuriosas palavras.

Ele, porém, assinalou os insultos que lhe eram endereçados com novos ouvidos, no silêncio de quem havia conquistado o troféu de profunda renovação.

Meimei / Chico Xavier – Livro: Deus aguarda


quarta-feira, 5 de julho de 2023

Prece à Infinita Misericórdia

 


Senhor, sejam para o teu coração misericordioso todas as nossas alegrias, esperança e aspirações!

Ensina-nos a executar teus propósitos desconhecidos, abre-nos as portas de ouro das oportunidades do serviço e ajuda-nos a compreender a tua vontade!…

Seja o nosso trabalho a oficina sagrada de bênçãos infinitas, converte-nos as dificuldades em estímulos santos, transforma os obstáculos da senda em renovadas lições…

Em teu nome, semearemos o bem onde surjam espinhos do mal, acenderemos tua luz onde a treva demore, verteremos o bálsamo do teu amor onde corra o pranto do sofrimento, proclamaremos tua bênção onde haja condenações, desfraldaremos tua bandeira de paz junto às guerras do ódio!…

Senhor,

Dá que possamos servir-te com a fidelidade com que nos amas, e perdoa nossas fragilidades e vacilações na execução de tua obra.

Fortifica-nos o coração para que o passado não nos perturbe e o futuro não nos inquiete, a fim de que possamos honrar-te a confiança no dia de hoje, que nos deste para a renovação permanente até à vitória final.

Somos tutelados na Terra, confundidos na lembrança de erros milenários, mas queremos, agora, com todas as forças d’alma, nossa libertação em teu amor para sempre!

Arranca-nos do coração as raízes do mal, liberta-nos dos desejos inferiores, dissipa as sombras que nos obscurecem a visão de teu Plano divino e ampara-nos para que sejamos servos leais de tua infinita sabedoria!

Dá-nos o equilíbrio de tua lei, apaga o incêndio das paixões que, por vezes, irrompe, ainda, no âmago de nossos sentimentos, ameaçando-nos a construção da espiritualidade superior.

Conserva-nos em tua inspiração redentora, no ilimitado amor que nos reservaste e que, integrados no teu trabalho de aperfeiçoamento incessante, possamos atender-te os sublimes desígnios, em todos os momentos, convertendo-nos em servidores fiéis de tua luz, para sempre!

  Assim seja.

André Luiz – Livro À Luz da Oração

Prece de Alexandre (Livro: Missionários da Luz)

terça-feira, 4 de julho de 2023

Encontro da fé

 

Busquei a Natureza procurando

Definições da Fé para que, enfim, pudesse

Reter comigo a força da esperança

E compreender, de todo, a mensagem da prece.

 

Fiz a pergunta ao Mar e o Mar me disse:

— Em Deus, deponho a minha própria fé,

Mas devo criar vida e equilibrar o mundo,

Desde a treva abissal à fúria da maré.

 

  A Árvore me explicou: a Deus me entrego,

O Grande Deus do Eterno e Sumo Bem,

Muito embora, no entanto, apedrejada

Devo servir sem perguntar a quem…

 

A Fonte esclareceu: em Deus me guardo,

Pai da Beneficência e do Progresso,

Compete-me, porém, suportar pedra e lodo,

Ao fecundar o campo que atravesso.

 

A Roseira falou: pertenço a Deus,

Que me criou na luz de dons renovadores,

Mas, mesmo ao corte que me desfigura,

Não posso me queixar de quem me leva as flores.

 

Então pensei: a Fé persiste e vence,

Do espírito mais nobre aos mais plebeus,

No coração que serve, age e confia,

Sempre a espalhar amor no amor de Deus.

 

Maria Dolores / Chico Xavier

Livro: Coração e vida


Gratidão! Juntos somos mais fortes!

 


segunda-feira, 3 de julho de 2023

Que farei?

  “Que farei?” — Paulo. (Atos, 22:10)

 

Milhares de companheiros aproximam-se do Evangelho para o culto inveterado ao comodismo.

Como dominarei? — Interrogam alguns.

Como descansarei? — Indagam outros.

E os rogos se multiplicam, estranhos, reprováveis, incompreensíveis…

Há quem peça reconforto barato na carne, quem reclame afeições indébitas, quem suspire por negócios inconfessáveis e quem exija recursos para dificultar o serviço da paz e do bem.

A pergunta do apóstolo Paulo, no justo momento em que se vê agraciado pela Presença Divina, é padrão para todos os aprendizes e seguidores da Boa Nova.

O grande trabalhador da Revelação não pede transferência da Terra para o Céu e nem descamba para sugestões de favoritismo ao seu círculo pessoal. Não roga isenção de responsabilidade, nem foge ao dever da luta.

— Que farei? — Disse a Jesus, compreendendo o impositivo do esforço que lhe cabia.

E o Mestre determina que o companheiro se levante para a sementeira de luz e de amor, através do próprio sacrifício.

Se foste chamado à fé, não recorras ao Divino Orientador suplicando privilégios e benefícios que justifiquem tua permanência na estagnação espiritual.

Procuremos com o Senhor o serviço que a sua Infinita Bondade nos reserva e caminharemos, vitoriosos, para a sublime renovação.

 

Emmanuel / Chico Xavier – Livro: Fonte Viva – Cap. 112

sábado, 1 de julho de 2023

Mais Luz - Edição 637 - 02/07/2023

 

Confira no Mais Luz desta semana:

https://mailchi.mp/e934779c1447/unificao

 

Unificação – Bezerra de Menezes

Ante o Evangelho: Os obreiros do Senhor

Mensagem da semana: Fortaleçamo-nos – Fonte Viva, cap. 111

Poema: União – Amaral Ornellas

Oração: Prece dos obreiros - José Silvério Horta

Examinando o Livro da Esperança: Beneficência e justiça – cap.30


Palestras CEJG - Julho/2023

 


sexta-feira, 30 de junho de 2023

Unificação

 


O serviço da unificação em nossas fileiras é urgente mas não apressado. Uma afirmativa parece destruir a outra. Mas não é assim. É urgente porque define objetivo a que devemos todos visar; mas não apressado, porquanto não nos compete violentar consciência alguma.

Mantenhamos o propósito de irmanar, aproximar, confraternizar e compreender, e, se possível, estabeleçamos em cada lugar, onde o nome do Espiritismo apareça por legenda de luz, um grupo de estudo, ainda que reduzido, da Obra Kardequiana, à luz do Cristo de Deus.

Nós que nos empenhamos carinhosamente a todos os tipos de realização respeitável que os nossos princípios nos oferecem, não podemos esquecer o trabalho do raciocínio claro para que a vida se nos povoe de estradas menos sombrias. Comparemos a nossa Doutrina Redentora a uma cidade metropolitana, com todas as exigências de conforto e progresso, paz e ordem. Indispensável a diligência no pão e no vestuário, na moradia e na defesa de todos; entretanto, não se pode olvidar o problema da luz. A luz foi sempre uma preocupação do homem, desde a hora da furna primeira. Antes de tudo, o fogo obtido por atrito, a lareira doméstica, a tocha, os lumes vinculados às resinas, a candeia e, nos tempos modernos, a força elétrica transformada em clarão.

A Doutrina Espírita possui os seus aspectos essenciais em configuração tríplice. Que ninguém seja cerceado em seus anseios de construção e produção. Quem se afeiçoe à ciência que a cultive em sua dignidade, quem se devote à filosofia que lhe engrandeça os postulados e quem se consagre à religião que lhe divinize as aspirações, mas que a base kardequiana permaneça em tudo e todos, para que não venhamos a perder o equilíbrio sobre os alicerces em que se nos levanta a organização.

Nenhuma hostilidade recíproca, nenhum desapreço a quem quer que seja. Acontece, porém, que temos necessidade de preservar os fundamentos espíritas, honrá-los e sublimá-los, senão acabaremos estranhos uns aos outros, ou então cadaverizados em arregimentações que nos mutilarão os melhores anseios, convertendo-nos o movimento de libertação numa seita estanque, encarcerada em novas interpretações e teologias, que nos acomodariam nas conveniências do plano inferior e nos afastariam da Verdade.

Allan Kardec, nos estudos, nas cogitações, nas atividades, nas obras, a fim de que a nossa fé não faça hipnose, pela qual o domínio da sombra se estabelece sobre as mentes mais fracas, acorrentando-as a séculos de ilusão e sofrimento.

Libertação da palavra divina é desentranhar o ensinamento do Cristo de todos os cárceres a que foi algemado e, na atualidade, sem querer qualquer privilégio para nós, apenas o Espiritismo retém bastante força moral para se não prender a interesses subalternos e efetuar a recuperação da luz que se derrama do verbo cristalino do Mestre, dessedentando e orientando as almas.

Seja Allan Kardec, não apenas crido ou sentido, apregoado ou manifestado, a nossa bandeira, mas suficientemente vivido, sofrido, chorado e realizado em nossas próprias vidas. Sem essa base é difícil forjar o caráter espírita-cristão que o mundo conturbado espera de nós pela unificação.

Ensinar, mas fazer; crer, mas estudar; aconselhar, mas exemplificar; reunir, mas alimentar.

Falamos em provações e sofrimentos, mas não dispomos de outros veículos para assegurar a vitória da verdade e do amor sobre a Terra. Ninguém edifica sem amor, ninguém ama sem lágrimas.

Somente aqui, na vida espiritual, vim aprender que a cruz do Cristo era uma estaca que Ele, o Mestre, fincava no chão para levantar o mundo novo. E para dizer-nos em todos os tempos que nada se faz de útil e bom sem sacrifícios, morreu nela. Espezinhado, batido, enterrou-a no solo, revelando-nos que esse é o nosso caminho — o caminho de quem constrói para Cima, de quem mira os continentes do Alto.

É indispensável manter o Espiritismo, qual foi entregue pelos Mensageiros Divinos a Allan Kardec, sem compromissos políticos, sem profissionalismo religioso, sem personalismos deprimentes, sem pruridos de conquista a poderes terrestres transitórios.

Respeito a todas as criaturas, apreço a todas as autoridades, devotamento ao bem comum e instrução do povo, em todas as direções, sobre as verdades do espírito, imutáveis, eternas.

Nada que lembre castas, discriminações, evidências individuais injustificáveis, privilégios, imunidades, propriedades.

Amor de Jesus sobre todos, verdade de Kardec para todos.

Em cada templo, o mais forte deve ser escudo para o mais fraco, o mais esclarecido a luz para o menos esclarecido, e sempre e sempre seja o sofredor o mais protegido e o mais auxiliado, como entre os que menos sofram seja o maior aquele que se fizer o servidor de todos, conforme a observação do Mentor Divino.

Sigamos para frente, buscando a inspiração do Senhor.

 

Bezerra de Menezes

(Mensagem recebida pelo médium Francisco Cândido Xavier, em reunião da Comunhão Espírita Cristã, em 20-4-1963, em Uberaba, MG.)

(Reformador - dez/1975)