sábado, 27 de julho de 2024

Observemo-nos

 

“Aquele que diz permanecer nele, deve também andar como ele andou.” — João. (1 João, 2:6)

 

Há quem afirme viver com a bondade de Jesus e não hesita em atirar-se contra os semelhantes, através da maledicência e da crueldade.

Há quem assevere compreender o otimismo do Divino Mestre e não vacila em concentrar-se nas sombras do pessimismo e do desespero.

Há quem proclame a fraternidade do Cristo, incentivando a separação e a discórdia.

Há quem exalte o trabalho incessante do Senhor na extensão do bem, acomodando-se na rede da preguiça e do comodismo.

Há quem louve a simplicidade do Eterno Amigo, complicando todos os problemas da estrada.

Há quem glorifique a paciência do Sublime Instrutor, agarrando-se ao pedregulho da agressividade e da intolerância.

Se nos confessamos aprendizes do Evangelho, observemos os nossos próprios passos.

Lembremo-nos de que o nome de Jesus está empenhado em nossas mãos.

Assim compreendendo, afeiçoemo-nos ao Modelo Divino.

Quando o apóstolo nos declara, — “aquele que diz permanecer nele, deve também andar como ele andou”, — deseja naturalmente dizer: — “quem se afirma seguidor de Jesus, decerto deverá imitar-lhe a conduta, buscando viver na exemplificação em que o Mestre viveu”.

 

Emmanuel / Chico Xavier

Livro: Fonte Viva – Lição 167




sexta-feira, 26 de julho de 2024

Uma força que atua para a união e a harmonia

 


Convulsões sociais e morais, alterações geológicas e atmosféricas, desenvolvimento tecnológico acelerado1, são algumas das características deste momento que vivenciamos hoje na Terra, e que por isso mesmo, é marcado por transformações profundas nos aspectos espiritual, social, ambiental e cultural. É a transição do mundo de expiações e provas para o mundo de regeneração.

Por todo lado, dores se acumulam2, tirania e insensatez, corrupção e paixões inferiores, volúpia pelo poder e extravagâncias sem conta. As grandiosas realizações da cultura e da civilização, da ciência e da tecnologia, parecem dar lugar às sombras espessas da violência, da destruição, da ignorância e da falta de amor.

Inobstante, a sede de paz impele o ser humano a buscar soluções para o estabelecimento do equilíbrio e do progresso no mundo. A necessidade de se criar laços de compreensão e solidariedade se torna cada vez mais premente.

Neste contexto, o Esperanto, uma língua construída no plano espiritual com o objetivo de promover entendimento rápido nas regiões espaciais vizinhas do Globo3, facilitando assim também a comunicação entre pessoas de diferentes nacionalidades na Terra, surge como uma ferramenta poderosa para aproximar culturas e promover o entendimento mútuo.

Em um mundo onde as barreiras linguísticas muitas vezes contribuem para o distanciamento e a incompreensão entre os povos, gerando desarmonias e conflitos, o Esperanto representa uma ponte para a construção de um diálogo mais harmonioso e profundo. Por ser uma língua neutra, que não carrega as bagagens históricas e políticas de outras línguas naturais, o Esperanto se apresenta como um meio imparcial e inclusivo de comunicação.

O Movimento Espírita, revivescendo a mensagem do Evangelho, abraçou o Esperanto, através de trabalhadores valorosos, encarnados e desencarnados, que demonstraram a vontade de prosseguir na implantação do ideal do “gênio da confraternização humana, que conhecemos por Lázaro Luiz Zamenhof.”3

“[...] A trilogia abençoada, em forma de um triângulo equilátero: EEE — Evangelho, Espiritismo e Esperanto — encerraria a mensagem de Jesus, simples e inconfundível, a Doutrina dos Espíritos, profunda e clara, e o idioma da fraternidade, para unir todos os seres humanos em uma só́ família” [...].

Ismael Gomes Braga – Divaldo P. Franco – 08/10/1999

“[...] Sim, nesta hora o Esperanto é uma força que atua para a união e a harmonia, com o facilitar que se estabeleça a permuta dos valores universais do pensamento, em forma universalista. Sonho? Propaganda só de palavras? Novo movimento para criar um interesse econômico? Todas essas suposições poderão ser formuladas pelos espíritos desprevenidos; mas, somente pelos desprevenidos, que aguardam a adesão geral, para comodamente expressarem suas preferências. Os que, porém, buscam a luz da sinceridade para o exame de todos os assuntos, saberão encontrar, no movimento esperantista, essa claridade reveladora que, em realizações sagradas, desde agora, esclarecerá, mais tarde, as ideias do mundo, fazendo ressaltar a nobreza dos seus princípios, orientados por aquela fraternidade que nasce do pensamento divino de Jesus, para todas as obras da evolução humana.

Sim, o Esperanto é lição de fraternidade. Aprendamo-la, para sondar, na Terra, o pensamento daqueles que sofrem e trabalham noutros campos. Com muita propriedade digo: “aprendamo-la”, porque somos também companheiros vossos que, havendo conquistado a expressão universal do pensamento, vos desejamos o mesmo bem espiritual, de modo a organizarmos, na Terra, os melhores movimentos de unificação. [...]4

Emmanuel – Chico Xavier – A missão do Esperanto

Neste mês, em que o Esperanto comemora 137 anos (26/07/1887 – data de lançamento do “Unua Libro”), queremos convidar você leitor para conhecer mais sobre o idioma da fraternidade, que representa um passo em direção à regeneração e à construção de uma comunidade planetária mais unida e solidária.

Ana Paula Pose

(Artigo publicado no Boletim Eletrônico Mensal – BEM, do Centro Espírita Joseph Gleber em 07.07/2024)

 

 

Contatos para saber mais:
E-mail UEM: esperantocofemg@uemmg.org.br
E-mail 12º CRE: esperanto.teofilootoni@12cre.org

 

Referências:

1 – Artigo: A humanidade regenerada, escrito por Marta Antunes Moura – 06/06/2023 – Site FEB.

2 – Mensagem: A Missão do Esperanto no Terceiro Milênio, ditada a Divaldo P. Franco na reunião mediúnica de 8 de setembro de 1999, no Centro Espirita Caminho da Redenção, em Salvador, BA, pelo Espírito Ismael Gomes Braga.

3 – LORENZ, Francisco Valdomiro. O Esperanto como revelação – Psicografia Francisco C. Xavier

4 – Mensagem: A missão do Esperanto, ditada a Francisco C. Xavier pelo Espírito Emmanuel.



sábado, 20 de julho de 2024

Sigamo-lo

 


“Aquele que me segue não andará em trevas.” — Jesus. (João, 8:12)

 

Há quem admire a glória do Cristo. Mas a admiração pura e simples pode transformar-se em êxtase inoperante.

Há quem creia nas promessas do Senhor. Todavia, a crença só por si pode gerar o fanatismo e a discórdia.

Há quem defenda a revelação de Jesus. Entretanto, a defesa considerada isoladamente pode gerar o sectarismo e a cegueira.

Há quem confie no Divino Mestre. Contudo, a confiança estagnada pode ser uma força inerte.

Há quem espere pelo Eterno Benfeitor. No entanto, a expectativa sem trabalho pode ser ansiedade inútil.

Há quem louve o Salvador. Louvor exclusivo, porém, pode coagular a adoração improdutiva.

A palavra do Enviado Celeste, entretanto, é clara e incisiva: — “Aquele que me segue não andará em trevas.”

Se te afeiçoaste ao Evangelho não te situes por fora do serviço cristão.

Procuremos o Senhor, seguindo-lhe os passos.

Somente assim estaremos com o Cristo, recebendo-lhe a excelsa luz.

 

Emmanuel / Chico Xavier

Livro: Fonte Viva – Lição 166




sábado, 13 de julho de 2024

Não duvides

 


“…O que duvida é semelhante à onda do mar, que é levada pelo vento e lançada de uma para outra parte.” — Tiago. (Tiago, 1:6)

 

Em teus atos de fé e esperança, não permitas que a dúvida se interponha, como sombra, entre a tua necessidade e o poder do Senhor.

A força coagulante de teus pensamentos, nas realizações que empreendes, procede de ti mesmo, das entranhas de tua alma, porque somente aquele que confia consegue perseverar no levantamento dos degraus que o conduzirão à altura que deseja atingir.

A dúvida, no plano externo, pode auxiliar a experimentação, nesse ou naquele setor do progresso material, mas a hesitação no mundo íntimo é o dissolvente de nossas melhores energias.

Quem duvida de si próprio, perturba o auxílio divino em si mesmo.

Ninguém pode ajudar àquele que se desajuda.

Compreendendo o impositivo de confiança que deve nortear-nos para a frente, insistamos no bem, procurando-o com todas as possibilidades ao nosso alcance.

Abandonemos a pressa e olvidemos o desânimo.

Não importa que a nossa conquista surja triunfante hoje ou amanhã. Vale trabalhar e fazer o melhor que pudermos, aqui e agora, porque a vida se incumbe de trazer-nos aquilo que buscamos.

Avançar sem vacilações, amando, aprendendo e servindo infatigavelmente, — eis a fórmula de caminhar com êxito, ao encontro de nossa vitória. E, nessa peregrinação incansável, não nos esqueçamos de que a dúvida será sempre o frio do derrotismo a inclinar-nos para a negação e para a morte.

 

Emmanuel / Chico Xavier

Livro: Fonte Viva – Lição 165




sábado, 6 de julho de 2024

Diante de Deus

 


“Pai nosso…” — Jesus. (Mateus, 6:9)

 

Para Jesus, a existência de Deus não oferece motivo para contendas e altercações.

Não indaga em torno da natureza do Eterno.

Não pergunta onde mora.

N’Ele não vê a causa obscura e impessoal do Universo.

Chama-lhe simplesmente “Nosso Pai”.

Nos instantes de trabalho e de prece, de alegria e de sofrimento, dirige-se ao Supremo Senhor, na posição de filho amoroso e confiante.

O Mestre padroniza para nós a atitude que nos cabe, perante Deus.

Nem pesquisa indébita.

Nem inquirição precipitada.

Nem exigência descabida.

Nem definição desrespeitosa.

Quando orares, procura a câmara secreta da consciência e confia-te a Deus, como nosso Pai Celestial.

Sê sincero e fiel.

Na condição de filhos necessitados, a Ele nos rendamos lealmente.

Não perguntes se Deus é um foco gerador de mundos ou se é uma força irradiando vidas.

Não possuímos ainda a inteligência suscetível de refletir-lhe a grandeza, mas trazemos o coração capaz de sentir-lhe o amor.

Procuremos, assim, nosso Pai, acima de tudo, e Deus, nosso Pai, nos escutará.

 

Emmanuel / Chico Xavier

Livro: Fonte Viva – Lição 164



sexta-feira, 5 de julho de 2024

Saúde

 

A saúde é assim como a posição de uma residência que denuncia as condições do morador, ou de um instrumento que reproduz em si o zelo ou a desídia das mãos que o manejam.

A falta cometida opera em nossa mente um estado de perturbação, ao qual não se reúnem simplesmente as forças desvairadas de nosso arrependimento, mas também as ondas de pesar e acusação da vítima e de quantos se lhe associam ao sentimento, instaurando desarmonias de vastas proporções nos centros da alma, a percutirem sobre a nossa própria instrumentação.

Semelhante descontrole apresenta graus diferentes, provocando lesões funcionais diversas.

A cólera e o desespero, a crueldade e a intemperança criam zonas mórbidas de natureza particular no cosmo orgânico, impondo às células a distonia pela qual se anulam quase todos os recursos de defesa, abrindo-se leira fértil à cultura de micróbios patogênicos nos órgãos menos habilitados à resistência.

É assim que, muitas vezes, a tuberculose e o câncer, a lepra e a ulceração aparecem como fenômenos secundários, residindo a causa primária no desequilíbrio dos reflexos da vida interior.

Todos os sintomas mentais depressivos influenciam as células em estado de mitose, estabelecendo fatores de desagregação. Por outro lado, importa reconhecer que o relaxamento da nutrição constrange o corpo a pesados tributos de sofrimento.

Enquanto encarnados, é natural que as vidas infinitesimais que nos constituem o veículo de existência retratem as substâncias que ingerimos. Nesse trabalho de permuta constante adquirimos imensa quantidade de bactérias patogênicas que, em se instalando comodamente no mundo celular, podem determinar moléstias infecciosas de variegados caracteres, compelindo-nos a recolher, assim, de volta, os resultados de nossa imprevidência. Mas não é somente aí, no domínio das causas visíveis, que se originam os processos patológicos multiformes.

Nossas emoções doentias mais profundas, quaisquer que sejam, geram estados enfermiços.

Os reflexos dos sentimentos menos dignos que alimentamos voltam-se sobre nós mesmos, depois de convertidos em ondas mentais, tumultuando o serviço das células nervosas que, instaladas na pele, nas vísceras, na medula e no tronco cerebral, desempenham as mais avançadas funções técnicas; acentue-se, ainda, que esses reflexos menos felizes, em se derramando sobre o córtex encefálico, produzem alucinações que podem variar da fobia oculta à loucura manifesta, pelas quais os reflexos daqueles companheiros encarnados ou desencarnados, que se nos conjugam ao modo de proceder e de ser, nos atingem com sugestões destruidoras, diretas ou indiretas, conduzindo-nos a deploráveis fenômenos de alienação mental, na obsessão comum, ainda mesmo quando no jogo das aparências possamos aparecer como pessoas espiritualmente sadias.

Não nos esqueçamos, assim, de que apenas o sentimento reto pode esboçar o reto pensamento, sem os quais a alma adoece pela carência de equilíbrio interior, imprimindo no aparelho somático os desvarios e as perturbações que lhe são consequentes.

 

Livro Pensamento e Vida, de Emmanuel/Chico Xavier – cap. 15.