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quinta-feira, 29 de setembro de 2022

Allan Kardec: O homem e o missionário

 


Quanto mais perscrutamos a vida de Allan Kardec, mais e melhor compreendemos a grandeza desse preclaro Espírito elegido por Deus para construir a Nova Era da Humanidade.

Membro atuante da equipe de O Consolador, reencarnou trazendo insculpido na mente e no coração o compromisso grandioso de que soube desincumbir-se com elegância e inusitado êxito.

Desde muito jovem, atraído pelo conhecimento intelectual, encontrou no insigne mestre Pestalozzi o amoroso e sábio modelador do seu caráter de escol e burilador da sua fulgurante inteligência, que o preparou para o grave cometimento de que se fez notável missionário.

Antes de iniciar o ministério para o qual viera, mourejou na atividade grandiosa da educação, compreendendo que somente se pode forjar uma sociedade feliz quando ela se torna educada.

A sua Escola de Primeiro Grau, fundada em Paris, no ano de 1825 e a Instituição Rivail, também em Paris, criada em 1826, foram o abençoado terreno onde aplicou o notável método do seu ilustre mestre, facultando à cultura francesa ampliar os seus horizontes pedagógicos, considerando a criança e o jovem como a meta prioritária a atender.

A sua contribuição, nesse campo, dele fez credor do melhor respeito dos seus cômpares na área da educação, inclusive favorecendo-o com uma distinção, entre muitas outras, que lhe foi outorgada pela Academia de Arras, ao tempo em que assinalou a cultura com a modernização da metodologia do ensino, aplicando-a à obra de construção da sociedade esclarecida.

Honrado e sensível ao reto cumprimento dos deveres, consorciou-se com a nobre desenhista e poetisa Amélie-Gabrielle Boudet, que lhe foi devotada esposa e cooperadora infatigável no seu abençoado sacerdócio, antes, durante e depois da sua entrega total à obra de renovação da Humanidade sob as luzes libertadoras do Evangelho de Jesus.

Espírito incorruptível, não apresentava jaça no seu caráter diamantino, o que o tornou vítima de familiar desonesto que, por pouco, não o levou a dolorosa falência, exigindo-lhe esforços hercúleos para manter o nome ilibado durante e depois da refrega afugente.

Indubitavelmente era-lhe necessária essa rude prova, a fim de que as paixões e ambições mundanas que por acaso nele remanescessem, cedessem lugar, no momento próprio, às aspirações e conquistas da Espiritualidade plenificadora.

Nunca se permitiu repouso desnecessário durante as ásperas lutas que travou na defesa da sua honra, do seu lar e do ideal que abraçava.

Quando chamado a tomar conhecimento do lucilar das estrelas espirituais que desciam à Terra, preparando a Era do Espírito Imortal, em momento algum abdicou do bom senso ou da razão, investigando com seriedade e firmeza cada fato, toda e qualquer ocorrência.

Manteve sempre o comportamento de estudioso muito sério, mas não crédulo, a respeito das informações recebidas do Mundo espiritual, passando as observações pelo crivo da Ciência e da lógica, de maneira que, ao codificar a Doutrina dos Espíritos, conseguiu apresentar uma das maiores sínteses do conhecimento de que se tem notícia em todos os tempos.

Portador de conduta impecável, comedido e sóbrio, soube selecionar as informações recebidas e os médiuns de que se faziam portadores, de maneira que, ao serem apresentadas ao mundo científico e filosófico com a sua moral religiosa de bronze, destituída de dogmatismo e de superstições, tem podido enfrentar a razão face a face desde então, o mesmo acontecendo em relação às futuras épocas da Humanidade.

Em pleno Século das Luzes, enfrentou diatribes e perseguições gratuitas em face da audácia de pensar e de agir fora dos padrões estabelecidos pela hipocrisia social, desenhando com vigor o programa que deveria viger no futuro, quando a sociedade esclarecida e liberta de tabus, superstições e dogmas, contemplasse o Espiritismo como a resposta sábia dos Céus às contínuas e dolorosas interrogações da Terra.

Mantendo incessante contato com os Espíritos nobres que conduzem a Terra ao seu fanal de progresso e felicidade, soube apresentar-lhes as questões mais palpitantes do pensamento, abrangendo os mais diversos segmentos da cultura, de forma que todos os indivíduos pudessem mergulhar o pensamento e o coração nas lições recebidas, encontrando orientação e segurança para a marcha ditosa no processo da reencarnação.

Jamais jactou-se em face do compromisso abraçado ou desviou-se do roteiro traçado, entregando-se ao trabalho gigantesco com total regime de abnegação, de forma que, no momento da sua desencarnação a Obra estivesse, se não concluída, pelo menos estruturada para enfrentar os vendavais da Ciência e da Tecnologia do futuro.

Simples e cordial, jamais se fez vulgar ou simplório, mantendo os seus amigos e correligionários no mais alto grau da amizade e da consideração, sabendo distender mãos generosas, fraternas e caridosas aos sofredores que lhe solicitassem ou não ajuda.

Com a sensibilidade aguçada, sempre descobria a dor oculta para socorrê-la, minimizando os sofrimentos de todos quantos se lhe acercavam com as moedas que adquirem o medicamento, o pão e o agasalho, mas também com o conhecimento espírita que ilumina para sempre.

Portador de resistência física, moral e intelectual férrea, trabalhava infatigavelmente, atendendo a correspondência volumosa procedente de diversos países, a elaboração, correção e edição da Revue Spirite, ao tempo em que dava continuidade à preparação e publicação das obras que sucederam ao O Livro dos Espíritos, corrigindo-as, ampliando-as e comentando-as com lucidez invulgar.

Quando o corpo tombou, vitimado pela desencarnação, deixou a incomparável tarefa de que se fizera apóstolo, de tal forma consolidada, que cento e quarenta e sete anos depois, nada se lhe pode acrescentar, corrigir ou adaptar ante as descobertas dos tempos e da cultura modernos.

Sem nenhum interesse encomiástico, afirmamos que Allan Kardec insere-se no contexto dos homens e mulheres mais sábios do século XIX, devendo ser considerado membro da galeria dos notáveis de toda a história da Humanidade.

Ao serem programadas as festividades comemorativas do nascimento do ínclito discípulo de Jesus, que veio à Terra no dia 3 de outubro de 1804, na cidade de Lyon, na França, os espíritas sinceros e os simpatizantes do Espiritismo mais não fazem que render tributo ao Espírito missionário que foi Allan Kardec, o Embaixador de Jesus e das hostes espirituais, encarregado de materializar no mundo físico O Consolador que fora prometido.

Igualmente, nós, os Espíritos-espíritas, associamo-nos aos companheiros de lide doutrinária recordando o lutador invencível do Evangelho, que soube reviver os tempos apostólicos nos padrões do conhecimento e da cultura dos seus dias, legando-nos a magnificente doutrina que é o Espiritismo, na sua totalidade de Ciência que investiga, de Filosofia que responde com sabedoria as interrogações e de Religião que ilumina, conduzindo o Espírito consciente das suas responsabilidades a Deus.

Glória, pois, a ti, Allan Kardec! Os beneficiários do teu esforço grandioso, encarnados e desencarnados, saudamos-te e homenageamos-te, rogando ao Criador que te abençoe sempre e sem cessar!

Vianna de Carvalho / Divaldo Franco – Livro: Espiritismo e Vida

sábado, 2 de abril de 2022

2 de abril – aniversário de Chico Xavier


Francisco Cândido Xavier nasceu no dia 02 de abril de 1910, em Pedro Leopoldo, Minas Gerais, em uma família humilde com nove irmãos.

 

Uma das personalidades mais lembradas e admiradas no país foi considerado o maior e mais importante médium do mundo. Psicografou mais de 450 livros com mais de 50 milhões de exemplares vendidos em português, com traduções em inglês, espanhol, japonês, esperanto, francês, alemão, italiano, entre outros idiomas, tornando-se o escritor brasileiro de maior sucesso comercial da história.

 

Mediunidade de Chico Xavier

Segundo biógrafos, a mediunidade de Chico teria se manifestado em tenra idade, quando ele dizia ver e ouvir os espíritos. Na escola, sentia a presença desses amigos auxiliando-o nas tarefas habituais. Embora receoso de ser rotulado de louco por conversar com os espíritos desencarnados, não sabia explicar como os fenômenos aconteciam.

 

Em 07 de maio de 1927, aos 17 anos, participou de sua primeira reunião espírita. No dia 08 de julho iniciou o seu trabalho de psicografias, recebendo muitas poesias e mensagens publicadas em jornais e revistas. Até que em 1931, teve seu primeiro encontro com Emmanuel, que deu-lhe algumas orientações básicas para o trabalho que deveria iniciar.

 

Chico mudou para Uberaba em 1959, ano em que iniciou suas atividades mediúnicas em reunião pública na Comunhão Espírita Cristã, começando daí em diante a peregrinação das visitas de alguns lares carentes aos sábados, transformando a cidade em um polo de atração de inúmeros visitantes das mais variadas regiões do Brasil, e até mesmo do exterior.

 

O primeiro livro “Parnaso de Além-Túmulo”, publicado pela FEB, fora lançado no ano de 1932, com a participação de vários espíritos e, em 1943, veio a público um dos livros mais populares da literatura espírita, o romance Nosso Lar, o mais vendido da série André Luiz com mais de dois milhões de exemplares, tornando-se filme em 2010.

 

Maior audiência da história

Em 1970, o médium participou de programas de televisão que alcançaram picos de audiência. No dia 28 de julho de 1971, Chico concedeu entrevista ao programa Pinga Fogo da extinta TV Tupi, onde conseguiu a maior audiência da história da TV brasileira, ao relatar de forma clara e segura as verdades do mundo espiritual.

 

Citações de Chico Xavier:

 

Que a força do bem nos proteja

Que a força do bem nos proteja, nos guie e, sobretudo, mantenha intacta a nossa capacidade de acreditar no próximo e se encantar com tudo aquilo que ainda pode florescer diante de nós.

 

Remédio para todos os males

Discutir não alimenta. Reclamar não resolve. Revolta não auxilia. Desespero não ilumina. Tristeza não leva a nada. Lágrimas não substituem suor. Irritação intoxica. Calúnia responde sempre com o pior. Para todos os males, só existe um medicamento de eficiência comprovada: continuar na paz, compreendendo, ajudando, aguardando o concurso sábio do tempo, na certeza de que o que não for bom para os outros não será bom para nós.

 

Conta com Deus

Não te queixes. Trabalha. Não te desculpes. Aceita. Não te lastimes. Age. Não provoques. Silencia. Não acuses. Ampara. Não te irrites. Desculpa. Não grites. Pondera e explica. Não reclames. Coopera. Não condenes. Socorre. Não perturbes. Espera. Nada exija dos outros. Conta sempre com Deus.

 

Não sou um espírito triste

Às vezes eu fico triste, mas graças a Deus, não sou um espírito triste. A alegria passa por cima de qualquer situação e o bom humor nos ensina a não dar aos acontecimentos infelizes maior importância que eles tenham.

 

Os centros espíritas fundados por Chico Xavier, “Casa da Prece” e “Comunhão Espírita Cristã” em Uberaba e “Centro Espírita Luiz Gonzaga” em Pedro Leopoldo, continuam funcionando e realizando muitas assistências de caridade.


Fontes: Rádio Boa Nova e TV Mundo maior

sexta-feira, 1 de outubro de 2021

Homenagem a Allan Kardec

 


As exuberantes claridades do Século das Luzes não foram suficientes para arrancar a criatura humana do materialismo e do pessimismo. Enquanto as Escolas de pensamento se debatiam nas rudes procelas do cepticismo e da negação, apoiadas sobre os alicerces do mecanicismo científico, afirmando a morte do ser no momento da anóxia cerebral, igualmente alargavam-se os horizontes da investigação em torno da personalidade e do comportamento, da psique e da saúde mental, tentando-se compreender a estrutura profunda do inconsciente e da sua constituição neurológica.

Teorias grandiosas apareciam com entusiasmo e emurcheciam dominadas por outras não menos esdrúxulas, que deslumbravam as mentes aturdidas e cansadas do Deus teológico e arbitrário, que atemorizava e punia sem compaixão em nome do amor que preconizava em Seu nome.

Pensadores cristãos sinceros, não obstante, proclamavam a necessidade de uma releitura do Evangelho baseados na necessidade de uma renovação moral fundamentada em Deus e liberdade. Espíritos notáveis reencarnados, quais Lamennais, Lacordaire e outros lídimos servidores do Bem, após iniciarem a nova era do pensamento cristão através do seu periódico L'Avenir, convidando os teólogos e estudiosos católicos a uma revisão dos textos evangélicos e aplicação mais consentânea com os dias de então, viram o seu órgão ser fechado pela intolerância clerical, em tentativa cruel de silenciar-lhes a voz, mas não desistindo de dar prosseguimento à luta em favor de uma sociedade feliz e realmente cristã conforme os postulados enunciados e vividos por Jesus.

Dessa forma, pairava na psicosfera cultural da França e do mundo, algo de extraordinário que deveria acontecer para alterar completamente e por definitivo a conduta religiosa que se debatia nos estertores da obstinação medieval, sobrevivente a todos os avançados passos do conhecimento existente. Eram os prenúncios da chegada do Espiritismo, cujos missionários responsáveis pelo ministério já se encontravam reencarnados uns, enquanto os outros preparavam a instalação da Nova Era.

O materialismo vigoroso era a resposta das conquistas logradas nos laboratórios e da reação filosófica de homens e mulheres que não mais se submetiam aos ditames escravocratas das paixões que produziam o fanatismo religioso, sempre distante da realidade, porém, dominante e perverso.

A razão, naqueles dias, libertava-se dos grilhões do magister dixit e a severa vigilância na literatura que somente podia proclamar aquilo que estivesse sob os ditames da revisão religiosa autorizada pelo Imprimatur da Igreja começava a perder força e poder. O panfletismo e as impressões desautorizadas sacudiam as mentes e os corações que aspiravam por liberdade abrindo os horizontes da fé para novas conceituações e procedimentos.

Foi nesse báratro que surgiu O Livro dos Espíritos, publicado pela coragem moral e cultural de Allan Kardec, graças ao compromisso estabelecido com o Sr. Dentu e mantido pela sua viúva Sra. Mélanie, que lhe honrou a memória, ensejando a impostergável revisão e reestudo da doutrina de Jesus sob a óptica da Razão e da Ciência, confirmando a indestrutibilidade do Espírito, a sua comunicabilidade com os seres humanos, a reencarnação, e apresentando a ética-moral que ressuma do Seu Evangelho, e que se encontrava mergulhada no abismo da ignorância e dos interesses subalternos.

Com as novas propostas espíritas, os camartelos do bom senso e da investigação abriram as carcomidas bases das religiões dominantes, facultando novas incursões filosóficas na interpretação dos textos de Jesus e dos Seus discípulos, que trouxeram coragem e alegria de viver aos milhões de sofredores aquartelados nos sombrios redutos da ignorância, do medo ou do desespero e da revolta...

O Espiritismo veio confirmar a promessa de O Consolador proposta por Jesus antes de despedir-se dos amigos, com os notáveis instrumentos da investigação científica e do pensamento ético, ensejando a religião do amor e da razão, únicos requisitos que podem oferecer resistência contra o mal e a perversidade histórica sempre presente nos comportamentos humanos.

Inesperadamente, face ao cinismo e à vulgaridade que o materialismo propunha ao comportamento com expressões hedonistas desgastantes, sentindo-se aturdido e desestruturado, levantou-se para exterminar o Espiritismo utilizando-se do ridículo que antes dirigia aos clérigos e religiosos outros para atingir os médiuns, que eram acusados de charlatães ou de psicopatas, não ocultando os estertores agônicos em que se estorcegava.

Enquanto os religiosos levantavam bandeiras de nova caça às bruxas, repetindo os desgastados refrões medievais, de intervenção demoníaca na sua conduta, o cepticismo orgulhoso e vão ridicularizava a mediunidade e os espíritas utilizando-se de epítetos chulos e mesquinhos, para subestimarem a nova revolução que ignoravam, não tendo a coragem cultural de se dedicarem ao seu estudo e análise. É sempre mais fácil combater o que se ignora, mantendo-se na presunçosa figuração de sapiente do que reconhecer os próprios limites, avançando sempre no rumo de enobrecida erudição. Isto porque, o conhecimento que realmente liberta, impõe conduta compatível com as informações constatadas exigindo radical mudança dos hábitos doentios e primários com os quais se encontra acostumado o indivíduo, para galgar um patamar mais elevado de comportamento, que exige esforço, porém compensa pela plenitude que propicia.

O Espiritismo é uma ciência de profundas consequências ético-morais por estruturar-se na compreensão de uma filosofia existencial estribada no comportamento saudável. De nada adiantaria o conhecimento da imortalidade da alma e os efeitos da sua conduta terrestre, se não proporcionasse uma alteração real na maneira de ser do indivíduo que lhe assimila os paradigmas. Exige, portanto, expressivo esforço do seu adepto para se adequar aos seus impositivos doutrinários.

Sobrevivendo ao Século das Luzes que pôde mais clarear com as estrelas fulgurantes das suas propostas, venceu sobranceiro o Século da Ciência e da Tecnologia, sem que qualquer um dos seus postulados sofresse alteração ou fosse superado, antes confirmados pelas diferentes áreas da investigação científica, seja na Física Quântica, quanto na Biologia Molecular, na Psicologia Transpessoal, quanto na Embriogenia, havendo enfrentado as mais avançadas conquistas revolucionárias dos últimos tempos quais os transplantes de órgãos, a criogenia, a clonagem, a fecundação in vitro, a virusterapia... É o maior adversário da eutanásia, do aborto criminoso, da pena de morte, do suicídio, das guerras, sempre de pé contra o direito humano de matar, avançando estoico pelos caminhos do Terceiro Milênio com as suas propostas libertadoras e nobres, construindo o homem mais saudável, integral e a sociedade feliz por todos anelados.

Dessa forma, recordando o ínclito Codificador Allan Kardec, que abriu a cortina da Nova Era com o seu caráter invulgar de homem de bem, de erudição e de dignidade, nós, os Espíritos-espíritas agradecemos a sua contribuição e valor, por haver sido o excelente instrumento do Mundo espiritual para a Humanidade no momento mais grave do pensamento histórico de todos os tempos.

 

Vianna de Carvalho – Página psicografada pelo médium Divaldo P. Franco, na noite de 4 de junho de 2001, em Paris, França

Fonte: http://www.divaldofranco.com.br


sábado, 14 de novembro de 2020

Manoel Philomeno de Miranda

 


Manoel Philomeno de Baptista de Miranda nasceu no dia 14 de novembro de 1876, em Jangada, Município do Conde, no Estado da Bahia. Foram seus pais Manoel Baptista de Miranda e Umbelina Maria da Conceição.

Mais conhecido como Philomeno de Miranda, diplomou-se pela Escola Municipal da Bahia (hoje Faculdade de Ciências Econômicas da Universidade Federal da Bahia), colando grau na turma de 1910, como ‘Bacharel em Comércio e Fazenda’.  Exerceu sua profissão com muita probidade, sendo um exemplo de operosidade no campo profissional. Ajudava sempre aqueles que o procuravam, pudessem ou não retribuir os seus serviços. Foi tão grande em sua conduta, como na modéstia.

Em 1914, foi debilitado por uma enfermidade pertinaz, e tendo recorrido a diversos médicos, sem qualquer resultado positivo, foi curado pelo médium Saturnino Favila, na cidade de Alagoinhas, com passes e água fluidificada, complementando a cura com alguns remédios da Flora Medicinal.

Nessa época, indo a Salvador, conheceu José Petitinga, que o convidou a frequentar a União Espírita Baiana. A partir daí, Philomeno de Miranda interessou-se pelo estudo e prática do Espiritismo, tornando-se um dos mais firmes adeptos de seus ensinamentos. Fiel discípulo de Petitinga, foi autêntico diplomata no trato com o Movimento Espírita da Bahia, com capacidade para resolver todos os assuntos pertinentes às Casas Espíritas. A serviço da causa, visitava periodicamente as Sociedades Espíritas, da Capital e do Interior, procurando soluções para qualquer dificuldade.

Delicado, educado, porém decidido na luta, não dava trégua aos ataques descabidos, arremetidos por religiosos e cientistas que tentavam destruir o trabalho dos espíritas. Na União Espírita Baiana (hoje Federação Espírita do Estado da Bahia), exerceu os cargos de 2º Secretário, de 1921 a 1922, e de 1º Secretário, de 1922 a 1939, juntamente com José Petitinga e uma plêiade de grandes trabalhadores.

Dedicou-se com muito carinho às reuniões mediúnicas, especialmente, às de desobsessão.  Achava imprescindível que as instituições espíritas se preparassem convenientemente para o intercâmbio espiritual, sendo de bom alvitre que os trabalhadores das atividades desobsessivas se resguardassem ao máximo, na oração, na vigilância e no trabalho superior. Salientava a importância do trabalho da caridade, para se precaverem de sofrer ataques das entidades que se sentem frustradas nos planos nefastos de perseguições. É o caso de muitas Casas Espíritas que, a título de falta de preparo, se omitem dos trabalhos mediúnicos.

Mesmo modesto, não pôde impedir que suas atividades sobressaíssem nas diversas frentes de trabalho que empreendeu em favor da Doutrina. Na literatura escreveu Resenha do Espiritismo na Bahia e Excertos que justificam o Espiritismo, que publicou omitindo o próprio nome. Em resposta ao Padre Huberto Rohden, publicou um opúsculo intitulado Por que sou Espírita.

Philomeno de Miranda foi eleito Presidente da União Espírita Baiana, em substituição a José Petitinga, quando este desencarnou, em 25 de março de 1939, em Salvador. Por mais de vinte e quatro anos consecutivos, Miranda vinha trabalhando na Federativa, em especial, na administração, no socorro espiritual como grande doutrinador, e nos serviços da caridade, zelando sempre pelo bom nome da Doutrina, com todo o desvelo de que era possuído. Sofrendo do coração, subia as escadas a fim de não faltar às sessões, sempre animado e sorrindo. Queria extinguir-se no seu cumprimento.

Seu desencarne ocorreu no dia 14 de julho de 1942. Na antevéspera, o devotado trabalhador da Seara do Cristo, impossibilitado de comparecer fisicamente à lide na Federativa Espírita Baiana, assim o disse, segundo relata A. M. Cardoso e Silva: “Agora sim! Não vou porque não posso mais. Estou satisfeito porque cumpri o meu dever. Fiz o que pude... o que me foi possível. Tome conta dos trabalhos, conforme já determinei.”

Querido de quantos o conheceram , até o último instante demonstrou a firmeza da tranquilidade dos justos, proclamando e testemunhando a grandeza imortal da Doutrina Espírita.

 

TRABALHO COM DIVALDO FRANCO

O médium Divaldo Pereira Franco relata como conheceu e conviveu com o amoroso Benfeitor, Philomeno de Miranda:

“Numa das viagens a Pedro Leopoldo, no ano de 1950, Chico Xavier psicografou para mim uma mensagem ditada pelo Espírito José Petitinga, e no próximo encontro, uma outra ditada pelo Espírito Manoel Philomeno de Miranda. Eu era muito jovem e, como é compreensível, fiquei muito sensibilizado. Guardei as mensagens, bebi nelas a inspiração, permanecendo confiante em Deus.

“No ano de 1970, no mês de janeiro, apareceu-me o Espírito Manoel Philomeno de Miranda, dizendo que, na Terra, havia trabalhado na União Espírita Baiana, atual Federação, tendo exercido vários cargos, dedicando-se, especialmente à tarefa do estudo da mediunidade e da desobsessão.

“Quando chegou ao Mundo Espiritual, foi estudar em mais profundidade as alienações por obsessão e as técnicas correspondentes da desobsessão.

“Fora uma pessoa que, no mundo, se dedicava à escrituração mercantil, portanto afeito a uma área de informações de natureza geral sobre o comércio.

“Mas, tendo convivido muito com Petitinga, que foi um beletrista famoso, um grande latinista, amigo íntimo de Carneiro Ribeiro - que também se notabilizou pela réplica e tréplica com Ruy Barbosa - ele, Miranda, houvera aprimorado os conhecimentos linguísticos que levara da Terra, com vistas a uma programação de atividades para a Doutrina Espírita, pela mediunidade, no futuro.

“Convidado por Joanna de Ângelis, para trazer o seu contributo em torno da mediunidade, da obsessão e desobsessão, ele ficou quase trinta anos realizando estudos e pesquisas e elaborando trabalho que mais tarde iria enfeixar em livros.

“Ao me aparecer, então, pela primeira vez, disse-me que gostaria de escrever por meu intermédio.

“Levou-me a uma reunião, no Mundo Espiritual, onde reside, e ali mostrou-me como eram realizadas as experiências de prolongamento da vida física através de transfusão de energia utilizando-se do perispírito. Depois de uma convivência de mais de um mês, aparecendo-me diariamente para facilitar o intercâmbio psíquico entre ele e mim, começou a escrever ‘Nos Bastidores da Obsessão’, que são relatos, em torno da vida espiritual, das técnicas obsessivas e de desobsessão.”

A partir daí, seguiram-se outros livros sobre o problema obsessivo, classificado por Philomeno de Miranda como “tormentoso flagício social”. Nos seus livros, caracterizados e lidos como “romances”, encontra-se meticuloso exame da mediunidade atormentada e das patologias obsessivas, em páginas de profundo teor didático que permitem ao leitor melhor compreensão da narrativa central.

Além de Nos Bastidores da Obsessão, ditou ao médium Divaldo Pereira Franco as seguintes obras: Grilhões Partidos, Nas Fronteiras da Loucura, Loucura e Obsessão, Trilhas da Libertação, Painéis da Obsessão, Temas da Vida e da Morte, Tramas do Destino, Sexo e Obsessão, Tormentos da Obsessão e Entre os Dois Mundos.

 

Philomeno de Miranda foi amigo de Leopoldo Machado, patrocinando grandes conferências desse inesquecível trabalhador, que deixou um marco de luz em sua passagem pela Terra.

 

Extraído do site da UEM

Fontes:

- Antônio Souza Lucena, in “Reformador”, nov/1990;

- Adilton Pugliese, in “A Obsessão: Instalação e Cura”, LEAL, 1998;

- “O Espírita Mineiro”, nº 288, nov./dez./2005.


sábado, 7 de novembro de 2020

A visão de Eurípedes Barsanulfo - vídeo

 No dia 1º de novembro completou-se 102 anos da desencarnação de Eurípedes Barsanulfo. Vale a pena rever o encontro dele com o Cristo, neste vídeo que conta uma história emocionante vivida por este pioneiro do Espiritismo no País, em trecho extraído do livro A vida escreve, de Hilário Silva, da FEB Editora. 

Confira!


Fonte: febnet.org.br