Acreditavas que a felicidade seria semelhante a uma ilha
fantástica de prazer constante e paz permanente. Um lugar onde não houvesse
preocupação, nem se apresentasse a dor; no qual os sorrisos brilhassem nos
lábios, e a beleza engrinaldasse de festa as criaturas.
Uma felicidade feita de fantasias parecia ser a tua
busca.
Planejastes a vida, objetivando encontrar esse reino
encantado, onde, por fim, descansasses da fadiga, da aflição e fruísses a
harmonia.
Passam-se anos, e somas frustrações, anotando
desencantos e amarguras, sem anelada conquista.
Lentamente, entregas-te ao desânimo, e sentes que estás
discriminado no mundo, quando vês as propagandas apresentadas pela mídia, nas
quais desfilam os jovens, belos e jubilosos, desperdiçando saúde, robustez,
corpos venusinos e apolíneos, usando cigarros e bebidas famosas, brincando em
iates de luxo, ou exibindo-se em desportos da moda, invejáveis, triunfantes...
Crês que eles são felizes...
Não sabes quanto custa, em sacrifício e dor, alcançar o
topo da fama e permanecer lá.
Sob quase todos aqueles sorrisos, que são estudados,
estão a face da amargura e as marcas do ressaibo, do arrependimento.
Alguns envenenaram a alma dos charcos por onde andaram,
antes de serem conhecidos e disputados.
Muitos se entregaram a drogas perturbadoras, que lhes
consomem a juventude, qual ocorreu com as multidões de outros, que os
anteciparam e desapareceram.
Esquecidos e enfermos, aqueles que foram pessoas-objeto,
amargam hoje a miséria a que se acolheram ou foram atirados.
Felicidade, porém, é conquista íntima.
Todos os que se encontram na Terra, nascidos em berços
de ouro ou de palha, homenageados ou desprezados, belos ou feios, são feitos do
mesmo barro frágil de carne, e experimentam, de uma ou de outra forma,
vicissitudes, decepções, doenças e desconforto.
Ninguém, no mundo terreno, vive em regime especial. O
que parece, não excede a imagem, a ilusão.
Se desejas ser feliz, vive, cada momento, de forma
integral, reunindo as cotas de alegria, de esperança, de sonho, de bênção, num
painel plenificador.
As ocorrências de dor são experiências para as de saúde
e de paz.
A felicidade não são coisas: é um estado interno, uma
emoção.
Abençoa os acidentes de percurso, que denominas como
desdita, segue na direção das metas, e verás quantas concessões de felicidade
pela frente, aguardando por ti.
Quem avança monte acima, pisa pedregulhos que ferem os
pés, mas também flores miúdas e verdejante relva, que teimam em nascer ali
colocando beleza no chão.
Reúne essas florezinhas em um ramalhete, toma das pedras
pequeninas fazendo colares, e descobrirás que, para a criatura ser feliz, basta
amar e saber discernir, nas coisas e nos sucessos da marcha, a vontade de Deus e
as necessidades para a evolução.
Da obra: Momentos Enriquecedores. Divaldo Pereira Franco, pelo
Espírito Joanna de Ângelis.