quinta-feira, 16 de maio de 2019

Se procuras a paz

Olvida as ilusões e as mágoas que porventura te assaltem a mente, para que te fixes na certeza de que a vida encerra os germens da renovação incessante, em si própria, facultando-nos a conquista da verdadeira felicidade.
Olvida o lado menos feliz dos companheiros de trabalho e de ideal, a fim de que lhes enxergues tão somente as qualidades enobrecidas e as possibilidades de elevação.

Olvida as injúrias recebidas, entesourando as bênçãos que te rodeiam.
Olvida o azedume e a incompreensão dos adversários e esmera-te a conservar os amigos e irmãos que te apoiam as tarefas do dia a dia.
Olvida os assuntos que provoquem a mentalização dos erros e tragédias da Humanidade e rende culto permanente aos feitos edificantes e heroicos em que os homens hajam exaltado a sua natureza divina.
Olvida os fracassos que já te assediaram a existência e escora-te nas esperanças e realizações com que te diriges para o futuro.
Olvida as reminiscências amargas e mantém na memória os acontecimentos felizes que se te erigiram na estrada, alguma vez, por motivos de euforia e plenitude espiritual.
Olvida as dificuldades que te entravem a marcha e consagra-te ao serviço que já possas criar ou fazer na seara do amor ao próximo.
Se procuras a paz, olvida todo mal e dedica-te ao bem, porquanto somente o bem te descerrará caminho para as bênçãos da Luz.

Emmanuel / Chico Xavier – Livro: Passos da Vida

Sofrerá perseguições

“E também todos os que piamente querem viver em Cristo Jesus padecerão perseguições.” Paulo (II Timóteo, 3:12)

Incontestavelmente, os códigos de boas maneiras do mundo são sempre respeitáveis, mas é preciso convir que, acima deles, prevalecem os códigos de Jesus, cujos princípios foram por Ele gravados com a própria exemplificação.
O mundo, porém, raramente tolera o código de boas maneiras do Mestre Divino.
Se te sentes ferido e procuras a justiça terrestre, considerar-te-ão homem sensato; contudo, se preferes o silêncio do Grande Injustiçado da Cruz, ser-te-ão lançadas ironias à face.
Se reclamas a remuneração de teus serviços, há leis humanas que te amparam, considerando-te prudente; mas se algo de útil produzes sem exigir recompensa, recordando o Divino Benfeitor, interpretar-te-ão por louco.
Se te defendes contra os maus, fazendo valer as tuas razões, serás categorizado por homem digno; entretanto, se aplicares a humildade e o perdão do Senhor, serás francamente acusado de covarde e desprezível.
Se praticares a exploração individual, disfarçadamente, mobilizando o próximo a serviço de teus interesses passageiros, ser-te-ão atribuídos admiráveis dotes de inteligência e habilidade; todavia, se te dispões ao serviço geral para benefício de todos, por amor a Jesus, considerar-te-ão idiota e servil.
Enquanto ouvires os ditames das leis sociais, dando para receber, fazendo algo por buscar alheia admiração, elogiando para ser elogiado, receberás infinito louvor das criaturas, mas no momento em que, por fidelidade ao Evangelho, fores compelido a tomar atitudes com o Mestre, muita vez com pesados sofrimentos para o teu coração, serás classificado à conta de insensato.
Atende, pois, ao teu ministério onde estiveres, sem qualquer dúvida nesse particular, certo de que, por muito tempo ainda, o discípulo fiel de Jesus, na Terra, sofrerá perseguições.

Livro Vinha de Luz – Emmanuel por Chico Xavier – Lição 77

Prospera no trabalho



Com toda a certeza, o ser humano estranha, ainda agora, o fato de ter que trabalhar para atender as necessidades da vida material.
Muitos, visivelmente agastados, questionam-se, tanto quanto indagam a terceiros, sobre quem tem a autoria do trabalho.
Um pouco de atenção, contudo, levar-nos-á aos questionadores, bem como aos que demonstram ojeriza ao trabalho, à compreensão de que o trabalho é uma das bem-aventuradas leis de Deus, ainda que muitos mantenham sua indisposição a qualquer tipo de ocupação útil. Foi o Criador da Vida, sem embargo, o criador do trabalho.
Recordemo-nos de que o Cristo afirmou que o Pai Celestial trabalhava sempre, e que Ele trabalhava também.
Assim, longe de ser um ato lamentável ou algo doloroso, é o trabalho uma das grandes oportunidades para que a criatura humana se desenvolva e se aproxime do Senhor dos Mundos. Temos na Terra diferentes modos de realizar trabalho.
O trabalho de iluminação intelectual, que impõe vontade e disciplina, regularidade e disposição para realizá-lo.
O trabalho de renovação do universo cultural, que exige amadurecimento e sensibilidade, a fim de que a alma se assenhoreie desses valores.
O trabalho na gleba terrena, onde se desatam as folhas verdes e os grãos, que precisam de quem conheça o ofício de adubar, de podar e de regar, para que não se mutile o vegetal.
O trabalho de lavrar a madeira ou o ferro, com ancinhos e formões, serrotes e martelos, com forjas, bigornas e tornos, o que exige prudência e imaginação, para que se leve a cabo a empreitada.
O trabalho de projetar, calcular e construir a morada humana, por meio da criatividade da arquitetura, da lucidez do cálculo e da força muscular, o que somente se consegue após longos anos de bancos escolares e de experiências com as várias combinações e traçados dos materiais.
O trabalho realizado no mundo, portanto, apresenta-se como recurso indispensável para que se possa conquistar tanto os valores da teoria quanto os dotes experimentais.
Não foi sem sentido que os nobres Mensageiros da humanidade ensinaram que toda ocupação útil é trabalho.
Pobre de quem somente vê o trabalho como fonte de ganhos e de lucros pecuniários.
Triste de quem não consegue ver no trabalho, que ilumina a mente e faz crescer a alma ou que fortifica a musculatura e honra a existência, a forma feliz de o homem conseguir prestar serviço ao semelhante, o que redunda em favor de si mesmo.
É por esses motivos que nos devemos lançar no aprimoramento da alma e do corpo, por meio do trabalho, quer dizer, de toda e qualquer ação de utilidade que venhamos a desenvolver na Terra.
Adotemos, pois, os bons costumes de gostar de ler, de estudar, de tocar um instrumento, de desenvolver ciências e artes, ao mesmo tempo que nos cabe forjar luz na mente e no coração, a fim de que o Cristo passe a pulsar em nossas atitudes, fale com nossas palavras e brilhe na luz projetada dos nossos raciocínios e sentimentos.
Seja qual for a luta a enfrentar na Terra, não deveremos deixar de desenvolver, em nós e em redor de nós, o hábito por demais salutar de servir por meio do trabalho que possamos realizar.
Trabalho sempre, eis a nossa meta para que nos acerquemos sempre mais do nosso Pai Criador.

Guilherme March / Psicografia de Raul Teixeira