sábado, 22 de agosto de 2020

Ante os tempos novos

(...) Enquanto os Espíritos Sábios e Benevolentes trazem a visão celeste, alargando o campo das esperanças humanas, todos os companheiros encarnados nos ouvem, extáticos, venturosos. É a consolação sublime. O conforto desejado. Congregam–se os corações para receber as mensagens do céu. Mas, se os emissários do plano superior revelam alguns ângulos da vida espiritual, falando–lhes do trabalho, do esforço próprio, da responsabilidade pessoal, da luta edificante, do estudo necessário, do autoaperfeiçoamento, não ocultam a desagradável impressão.
Contrariamente às suposições da primeira hora, não enxergam o céu das facilidades, nem a região dos favores, não divisam acontecimentos milagrosos nem observam a beatitude repousante. Ao invés do paraíso próximo, sentem–se nas vizinhanças de uma oficina incansável, onde o trabalhador não se elevará pela mão beijada do protecionismo e sim à custa de si mesmo, para que deva à própria consciência a vitória ou a derrota. Percebem a lei imperecível que estabelece o controle da vida, em nome do Eterno, sem falsos julgamentos.
Compreendem que as praias de beleza divina e os palácios encantados da paz aguardam o Espírito noutros continentes vibratórios do Universo, reconhecendo, no entanto, que lhes compete suar e lutar, esforçar–se e aprimorar–se por alcançá–los, bracejando no imenso mar das experiências.
A maioria espanta–se e tenta o recuo. Pretende um céu fácil, depois da morte do corpo, que seja conquistado por meras afirmativas doutrinais.
Ninguém, contudo, perturbará a lei divina; a verdade vencerá sempre e a vida eterna continuará ensinando, devagarzinho, com paciência maternal.
Ao Espiritismo cristão cabe, atualmente, no mundo, grandiosa e sublime tarefa. Não basta definir–lhe as características veneráveis de Consolador da Humanidade, é preciso também lhe revelar a feição de movimento libertador de consciências e corações.
A morte física não é o fim. É pura mudança de capítulo no livro da evolução e do aperfeiçoamento. Ao seu influxo, ninguém deve esperar soluções finais e definitivas, quando sabemos que cem anos de atividade no mundo representa uma fração relativamente curta de tempo para qualquer edificação na vida eterna.
Infinito campo de serviço aguarda a dedicação dos trabalhadores da verdade e do bem. Problemas gigantescos desafiam os Espíritos valorosos, encarnados na época presente, com a gloriosa missão de preparar a nova era, contribuindo na restauração da fé viva e na extensão do entendimento humano.
Urge socorrer a Religião, sepultada nos arquivos teológicos dos templos de pedra, e amparar a Ciência, transformada em gênio satânico da destruição. A espiritualidade vitoriosa percorre o mundo, regenerando–lhe as fontes morais, despertando a criatura no quadro realista de suas aquisições. Há chamamentos novos para o homem descrente, do século XX, indicando–lhe horizontes mais vastos, a demonstrar–lhe que o Espírito vive acima das civilizações que a guerra transforma ou consome na sua voracidade de dragão multimilenário.
Ante os tempos novos e considerando o esforço grandioso da renovação, requisita–se o concurso de todos os servidores fiéis da verdade e do bem para que, antes de tudo, vivam a nova fé, melhorando–se e elevando–se cada um, a caminho do mundo melhor, a fim de que a edificação do Cristo prevaleça sobre as meras palavras das ideologias brilhantes.
Na consecução da tarefa superior, congregam–se encarnados e desencarnados de boa vontade, construindo a ponte de luz, através da qual a Humanidade transporá o abismo da ignorância e da morte.
(...) André Luiz vem, uma vez mais, ao teu encontro (...), esclarecendo que o homem é um Espírito Eterno habitando temporariamente o templo vivo da carne terrestre, que o períspirito não é um corpo de vaga neblina e sim organização viva a que se amoldam as células materiais; que a alma, em qualquer parte, recebe segundo as suas criações individuais; que os laços do amor e do ódio nos acompanham em qualquer círculo da vida; que outras atividades são desempenhadas pela consciência encarnada, além da luta vulgar de cada dia; que a reencarnação é orientada por sublimes ascendentes espirituais e que, além do sepulcro, a alma continua lutando e aprendendo, aperfeiçoando–se e servindo aos desígnios do Senhor, crescendo sempre para a glória imortal a que o Pai nos destinou.
(...) recorre à oração e agradece ao Senhor o aprendizado, pedindo–lhe te esclareça e ilumine, para que a ilusão não te retenha em suas malhas. Lembra–te de que a revelação da verdade é progressiva e, rogando o socorro divino para o teu coração, atende aos sagrados deveres que a Terra te designou para cada dia, consciente de que a morte do corpo não te conduzirá à estagnação e sim a novos campos de aperfeiçoamento e trabalho, de renovação e luta bendita, onde viverás muito mais, e mais intensamente.

Emmanuel / Chico Xavier – Livro: Missionários da Luz

sexta-feira, 14 de agosto de 2020

Carma da solidão


Caminhas, na Terra, experimentando carência afetiva e aflição, que acreditas não ter como superar.

Sorris, e tens a impressão de que é um esgar que te sulca a face.

Anelas por afetos e constatas que a ninguém inspiras amor, atormentando-te, não poucas vezes, e resvalando na melancolia injustificável.

Planejas a felicidade e lutas por consegui-la, todavia, descobres-te a sós, carpindo rude angústia interior.

Gostarias de um lar em festa, abençoado por filhos ditosos e um amor dedicado que te coroassem a existência com os louros da felicidade.

Sofres e consideras-te desditoso.

Ignoras, no entanto, o que se passa com os outros, aqueles que se te apresentam felizes, que desfilam nos carros do aparente triunfo, sorridentes e engalanados.

Também eles experimentam necessidades urgentes, em outras áreas, não menos afligentes que as tuas.

Se os pudesses auscultar, perceberias como te invejam alguns daqueles, cuja felicidade cobiças.

A vida, na Terra, é feita de muitos paradoxos. E isto se dá em razão de ser um planeta de provações, de experiências reeducativas, de expiações redentoras.

Assim, não desfaleças, porquanto este é o teu carma de solidão.

Faze, desse modo, uma pausa, nas tuas considerações pessimistas e muda de atitude mental, reintegrando-te na ação do Bem.

O que ora te falta, malbarataste.

Perdeste, porque descuraste enquanto possuías, o de que agora tens necessidade.

A invigilância levou-te ao abuso, e delinquiste contra o amor.

A tua consciência espiritual sabe que necessitas de expungir e de reparar, o que te leva, nas vezes em que o júbilo te visita, a retornar à tristeza, rememorar sofrimentos, fugindo para a tua solidão…

Além disso, é muito provável que, aqueles a quem magoaste, não se havendo recuperado, busquem-te, psiquicamente, assim te afligindo.

Reage com otimismo à situação e enriquece-te de propósitos superiores, que deves pôr em execução.

Ama, sem aguardar resposta.

Serve, sem pensar em recompensa.

Joanna de Ângelis / Divaldo Franco – Livro:  Viver é amar

Arte espírita na Evangelização



Caráter essencial da verdadeira fé


Tribulações

“Também nos gloriamos nas tribulações.” Paulo (Romanos, 5:3)

Comentando Paulo de Tarso os favores recebidos do Plano Superior, com muita propriedade não se esquecia de acrescentar o seu júbilo nas tribulações.
O Cristianismo está repleto de ensinamentos sublimes para todos os tempos.
Muitos aprendizes não lembram o apóstolo da gentilidade senão em seu encontro divino com o Messias, às portas de Damasco, fixando-lhe a transformação sob o hálito renovador de Jesus, e muitos companheiros se lhe dirigem ao coração, mentalizando-lhe a coroa de espírito redimido e de trabalhador glorificado na casa do Pai Celestial.
A palavra do grande operário do Cristo, entretanto, não deixa margem a qualquer dúvida, quanto ao preço que lhe custou a redenção.
Muita vez, reporta-se às dilacerações do caminho, salientando as estações educativas e restauradoras, entre o primeiro clarão da fé e o supremo testemunho.
Depois da bênção consoladora que lhe reforma a vida, ei-lo entre açoites, desesperanças e pedradas. Entre a graça de Jesus que lhe fora ao encontro e o esforço que lhe competia efetuar, por reencontrá-lo, são indispensáveis anos pesados de serviço áspero e contínua renunciação.
Reparemos em nós mesmos, à frente da luz evangélica.
Nem todos renascem na Terra com tarefas definidas na autoridade, na eminência social ou no governo do mundo, mas podemos asseverar que todos os discípulos, em qualquer situação ou circunstância, podem dispor de força, posição e controle de si próprios.
Recordemos que a tribulação produz fortaleza e paciência e, em verdade, ninguém encontra o tesouro da experiência, no pântano da ociosidade. É necessário acordar com o dia, seguindo-lhe o curso brilhante de serviço, nas oportunidades de trabalho que ele nos descortina.
A existência terrestre é passagem para a luz eterna. E prosseguir com o Cristo é acompanhar-lhe as pegadas, evitando o desvio insidioso.
No exame, pois, das considerações paulinas, não olvidemos que se Jesus veio até nós, cabe-nos marchar desassombradamente ao encontro d’Ele, compreendendo que, para isso, o grande serviço de preparação há de ser começado na maravilhosa e desconhecida “terra de nós mesmos”

Emmanuel / Chico Xavier – Vinha de Luz – FEB – cap.142

Família: Oficina de almas - celeiro de bênçãos


       O Departamento de Família da AME-Brasil realizará o 3º Seminário com o título “Família: oficina de alma, celeiro de bênçãos” que tratará de vários aspectos da vida familiar. 
Ocorrerá virtualmente, por meio do Facebook e Youtube da AME-Brasil e pela FEBtv, entre os dias 16 e 22 de agosto. 
Contará com a participação de Ana Paula Vecchi, Jeanini Lopes, Wesley Assis, Lígia Melo, Flávio Braun, Sérgio, Carlos Durgante, Elizabeth Schuck, Ricardo Santos, Letícia Talarico, Alberto Almeida e Marta Antunes. 
Para mais informações sobre a Semana da Família, acesse amebrasil.org.br ou conheça a programação aqui!
Fonte: FEB

Palestras virtuais FEB


A preleção da Ministra

“Encontram-se, entre nós, no momento, algumas centenas de ouvintes que se surpreendem com a nossa esfera cheia de formas análogas às do planeta. Não haviam aprendido que o pensamento é a linguagem universal? Não foram informados de que a criação mental é quase tudo em nossa vida? São numerosos os irmãos que formulam semelhantes perguntas. Todavia, encontraram aqui a habitação, o utensílio e a linguagem terrestres. Esta realidade, contudo, não deve causar surpresa a ninguém. Não podemos esquecer que temos vivido, até agora (referindo-nos à existência humana), em velhos círculos de antagonismo vibratório. O pensamento é a base das relações espirituais dos seres entre si, mas não olvidemos que somos milhões de almas dentro do Universo, algo insubmissas ainda às leis universais. Não somos, por enquanto, comparáveis aos irmãos mais velhos e mais sábios, próximos do Divino, mas milhões de entidades a viverem nos caprichosos mundos inferiores do nosso eu. Os grandes instrutores da humanidade carnal ensinam princípios divinos, expõem verdades eternas e profundas, nos círculos do globo. Em geral, porém, nas atividades terrenas, recebemos notícias dessas leis sem nos submetermos a elas e tomamos conhecimento dessas verdades sem lhes consagrarmos nossas vidas.

“Será crível que, somente por admitir o poder do pensamento, ficasse o homem liberto de toda a condição inferior? Impossível!

“Uma existência secular, na carne terrestre, representa período demasiadamente curto para aspirarmos à posição de cooperadores essencialmente divinos. Informamo-nos a respeito da força mental no aprendizado mundano, mas esquecemos que toda a nossa energia, nesse particular, tem sido empregada por nós, em milênios sucessivos, nas criações mentais destrutivas ou prejudiciais a nós mesmos.

“Somos admitidos aos cursos de espiritualização nas diversas escolas religiosas do mundo, mas com frequência agimos exclusivamente no terreno das afirmativas verbais. Ninguém, todavia, atenderá ao dever apenas com palavras. Ensina a Bíblia que o próprio Senhor da Vida não estacionou no Verbo e continuou o trabalho criativo na Ação.

“Todos sabemos que o pensamento é força essencial, mas não admitimos nossa milenária viciação no desvio dessa força.

“Ora, é coisa sabida que um homem é obrigado a alimentar os próprios filhos; nas mesmas condições, cada espírito é compelido a manter e nutrir as criações que lhe são peculiares. Uma ideia criminosa produzirá gerações mentais da mesma natureza; um princípio elevado obedecerá à mesma lei. Recorramos a símbolo mais simples. Após elevar-se às alturas, a água volta purificada, veiculando vigorosos fluidos vitais, no orvalho protetor ou na chuva benéfica; conservemo-la com os detritos da terra e fá-la-emos habitação de micróbios destruidores.

“O pensamento é força viva, em toda parte; é atmosfera criadora que envolve o Pai e os filhos, a Causa e os Efeitos, no Lar Universal. Nele, transformam-se homens em anjos, a caminho do céu ou se fazem gênios diabólicos, a caminho do inferno.

“Apreendem vocês a importância disso? Certo, nas mentes evolvidas, entre os desencarnados e encarnados, basta o intercâmbio mental sem necessidade das formas e é justo destacar que o pensamento em si é a base de todas as mensagens silenciosas da ideia, nos maravilhosos planos da intuição, entre os seres de toda espécie. Dentro desse princípio, o espírito que haja vivido exclusivamente em França poderá comunicar-se no Brasil, pensamento a pensamento, prescindindo de forma verbalista especial, que, nesse caso, será sempre a do receptor; mas isso também exige a afinidade pura. Não estamos, porém, nas esferas de absoluta pureza mental, onde todas as criaturas têm afinidades entre si. Afinamo-nos uns com os outros, em núcleos insulados, e somos compelidos a prosseguir nas construções transitórias da Terra, a fim de regressar aos círculos planetários com maior bagagem evolutiva.

“Nosso Lar, portanto, como cidade espiritual de transição, é uma bênção a nós concedida por acréscimo de misericórdia, para que alguns poucos se preparem à ascensão e para que a maioria volte à Terra em serviços redentores. Compreendamos a grandiosidade das leis do pensamento e submetamo-nos a elas, desde hoje”.

Veneranda

André Luiz / Chico Xavier – Livro: Nosso Lar

sexta-feira, 7 de agosto de 2020

Perseveras


Tema: Necessidade incessante do bem

Persistirás no bem. Ainda mesmo que ouças prodígios acerca dos que se laurearam fora dele, perseveras... Ainda mesmo que os amigos mais estimáveis te convidem a abandoná-lo, sob o pretexto de que podes ser bom simplesmente não fazendo o mal, perseveras.
Os que se resguardam na construção da felicidade de todos são aqueles que encontram o próprio destino.
Cedo reconhecem que o homem nasce para ser útil e procuram esquecer-se.
Registram a lamentação dos que afirmam ser o mundo uma represa de lágrimas e esforçam-se para que a Humanidade compreenda a Terra, como sendo também uma casa de Deus, bafejada de sol.
Assinalam a voz dos que borboleteiam no campo das sensações, asseverando que a existência é apenas o dia que passa, e prosseguem jungidos ao arado do serviço, na certeza de que estão edificando para agora e para o futuro.
E porque resistem a seduções e tentações, fazem-se alvo das arremetidas de todos aqueles que abafaram a consciência, no lado negativo das convenções humanas, enceguecidos de vaidade ou atolados no visgo dos interesses pessoais.
Transfiguram-se, desde então, em ponto de mira para a saraivada de injúrias com que se lhes pretende barrar o pensamento em marcha renovadora ou paralisar as mãos no curso das boas obras.
Agiganta-se-lhes, porém, a fé sob o impacto da perseguição injustificada ou do ódio gratuito e trabalham mais, com mais acentuado valor.
Compadecem-se dos caluniadores, endereçando-lhes o benefício da oração, porque sabem separá-los da calúnia como se aparta um enfermo do processo infeccioso que lhe corrompe as energias.
Toleram, pacientemente, os ofensores, porquanto jazem convencidos de que a ofensa é fruto da ignorância ou, mais propriamente, da ausência de luz espiritual, e ninguém pode condenar um viajante que se arroja no pântano, quando caminha sob as trevas.
Perseveras no bem acima de todas as circunstâncias.
Sobrenadarás o dilúvio de sombras, fiel ao raio de luz que te aponta o rumo certo.
Ainda mesmo de alma relegada à solidão, persistirás no bem, recordando Jesus que esteve sozinho ao proclamar-lhe a grandeza sobre o triunfo aparente do mal, ensinando-nos a cada um que venceremos realmente o mal tão somente quando, em cada tarefa que abraçarmos, tivermos a precisa coragem de perseverar no bem até o fim.

Emmanuel / Chico Xavier – Livro:  Encontro marcado

O escudo

“Embraçando, sobretudo, o escudo da fé, com o qual podereis apagar todos os dardos inflamados do maligno.” Paulo (Efésios, 6:16)

Ninguém se decide à luta sem aparelhamento necessário.
Não nos referimos aqui aos choques sanguinolentos.
Tomemos, para exemplificar, as realizações econômicas. Quem garantirá êxito à produção, sem articular elementos básicos, imprescindíveis à indústria? A agricultura requisita instrumentos do campo, a fábrica pede maquinaria adequada.
Na batalha de cada um é também indispensável a preparação de sentimentos. Requere-se intenso trabalho de semeadura, de cuidado, esforço próprio e disciplina.
Paulo de Tarso, que conheceu tão profundamente os assédios do mal, que lhe suportou as investidas permanentes, dentro e fora dele mesmo, recomendou usemos o escudo da fé, acima de todos os elementos da defensiva.
Somente a confiança no Poder Maior, na Justiça Vitoriosa, na Sabedoria Divina consegue anular os dardos invisíveis, inflamados no veneno que intoxica os corações. Todo trabalhador sincero do Cristo movimenta-se à frente de longa e porfiada luta na Terra. Golpes da sombra e estiletes da incompreensão cercam-no em todos os lugares. E, se a bondade conforta e a esperança ameniza, é imprescindível não esquecer que só a fé representa escudo bastante forte para conservar o coração imune das trevas.

Emmanuel / Chico Xavier – Vinha de Luz – FEB – cap.141