quinta-feira, 21 de outubro de 2021

Educação integral

 

A importância da educação transcende ao que lhe tem sido atribuído, face ao imediatismo dos objetivos que os métodos aplicados perseguem.

A falta de estrutura moral do educador - isto é, o equilíbrio psicológico e afetivo, as noções de responsabilidade e dever, a abnegação em favor do aprendiz, a paciência para repetir a lição até impregnar o ouvinte, sem irritação nem reprimenda, e o amor - constitui fator adverso ao êxito do empreendimento que é base de vida na construção do homem integral.

Quando se educa, são canalizados os valores latentes no indivíduo para o seu progresso, fornecendo os recursos que facultam a germinação dessas potências que dormem no cerne do ser.

Educar é libertar com responsabilidade e consciência de atitudes em relação ao educando, a si mesmo, ao próximo e à Humanidade.

Quando se reprime e se impõem condicionamentos pela violência, uma reação em cadeia provoca a irrupção da revolta que explode em atos de agressividade que asselvaja.

A tarefa da educação é, sobretudo, de iluminação de consciência, mediante a informação e a vivência do conhecimento que se transmite.

Quem educa evita a manifestação da delinquência e do desequilíbrio social, estabelecendo metas de promoção da vida.

A punição significa falência na área educativa.

A repressão representa insegurança educacional.

A reprovação demonstra fracasso metodológico.

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O educando é material maleável, que aguarda modelagem própria para fixar os caracteres que conduzem à perfeição.

O educador cria hábitos, estimula atitudes, desenvolve aptidões, conduz. É o guia, hábil e gentil, ensinando sempre pela palavra e pelo exemplo, não se cansando nunca do ministério que abraça.

A escola é o prosseguimento do lar, e este é a escola abençoada na qual se fixam os valores condizentes com a dignidade e o engrandecimento ético-moral do ser.

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A educação é fenômeno presente em todas as épocas. O pajé que ensina, o guru que orienta, o mestre que transmite lições, são educadores diversos através dos tempos.

A verdadeira educação ocorre no íntimo do indivíduo, sendo um processo verdadeiramente transformador.

Qual semente que sai do fruto e semelhante à vida que esplende saindo da semente, quando os fatores são-lhe propícios, a educação é mecanismo semelhante da vida a serviço da Vida.

É certo que o homem se apresenta imperfeito, por enquanto, todavia é, potencialmente, perfeito, e, à educação, compete o papel de o desenvolver.

A divina semente que n'Ele jaz, a educação põe a germinar.

Sempre se educa e se sai educado, quando se está atento e predisposto ao ensino e à aprendizagem.

Todos somos educadores e educandos, conscientemente ou não.

A educação, porém, há que ser integral, do homem total.

Jesus, o Educador por Excelência, prossegue, paciente, amando-nos e educando-nos, havendo aceito apenas o título de Mestre, porque, em verdade O é.

 Joanna de Ângelis / Divaldo Franco – Livro: Momentos de meditação – Capítulo 2

Ante o sublime

 “Não faças tu comum o que Deus purificou”. (Atos dos Apóstolos, 10:15)

 

Existem expressões no Evangelho que, à maneira de flores a se salientarem num ramo divino, devem ser retiradas do conjunto para que nos deslumbremos ante o seu brilho e perfume peculiares.

A voz celeste, que se dirige a Simão Pedro, nos Atos, abrange horizontes muito mais vastos que o problema individual do apóstolo.

O homem comum está rodeado de glórias na Terra, entretanto, considera-se num campo de vulgaridades, incapaz de valorizar as riquezas que o cercam.

Cego diante do espetáculo soberbo da vida que lhe emoldura o desenvolvimento, tripudia sobre as preciosidades do mundo, sem meditar no paciente esforço dos séculos que a Sabedoria Infinita utilizou no aperfeiçoamento e na seleção dos valores que o rodeiam.

Quantos milênios terá exigido a formação da rocha?

Quantos ingredientes se harmonizam na elaboração de um simples raio de sol?

Quantos óbices foram vencidos para que a flor se materializasse?

Quanto esforço custou a domesticação das árvores e dos animais?

Quantos séculos terá empregado a Paciência do Céu na estruturação complexa da máquina orgânica em que o Espírito encarnado se manifesta?

A razão é luz gradativa, diante do sublime.

Não te esqueças, meu irmão, de que o Senhor te situou a experiência terrestre num verdadeiro paraíso, onde a semente minúscula retribui na média do infinito por um e onde águas e flores, solo e atmosfera te convidam a produzir, em favor da multiplicação dos Tesouros Eternos.

Cada dia, louva o Senhor que te agraciou com as oportunidades valiosas e com os dons divinos.

Pensa, estuda, trabalha e serve.

Não suponhas comum o que Deus purificou e engrandeceu.

 

Emmanuel / Chico Xavier – Fonte Viva – FEB – cap. 023

Prece

 


Senhor!

Nesta hora em que todos procuramos um caminho de paz e amor para viver e conviver e também para sobreviver às nossas próprias dificuldades, nós Te rogamos apoio.

Rogamos, Amado Jesus, que nos abençoe e conserva-nos na fé viva em Ti. Não nos deixes o coração tresmalhado nas vacilações do caminho terrestre ou na agressividade exagerada que tantas vezes nos surpreendem depois da infância e da adolescência, nas quais aprendemos a pedir-Te a bênção no colo de nossas mães!

Disseste-nos que aqueles que não se fizerem crianças não serão dignos do Reino de Deus. Faze-nos, pois, simples de coração! Ajuda-nos a considerar que precisamos trabalhar uns pelos outros. Que todos somos chamados para nos tolerarmos reciprocamente em nossas dificuldades e problemas, a fim de que a nossa vida possa produzir paz, luz, amor e alegria, no progresso a que estamos destinados por Ti, em nome do nosso Pai Supremo!

Ampara-nos! Que nossos templos dedicados à Tua memória, seja qual for a faixa de conhecimento e veneração em que nos expressemos, sejam preservados, agora e no futuro, a fim de que, por eles e com eles, venhamos a construir, na Terra, a nossa felicidade imortal.

Chico Xavier – Livro: Preces e orações 

Prece proferida na entrevista realizada por Hebe Camargo, a 17 de setembro de 1973, no Horto Florestal Paulistano, para o seu programa da TV Record, Canal 7, São Paulo.

sábado, 16 de outubro de 2021

Boletim Mais Luz - Edição 548

 Leia conosco a edição 548 do Boletim Eletrônico Mais Luz!

Vamos refletir sobre a educação na família e mais...

Conheça nossa programação e as campanhas desenvolvidas no meio espírita.

https://mailchi.mp/c98d8a4c6b11/boletim-mais-luz

Além da tela - Dicas de filmes da FEB

 


A nossa indicação desse mês é o filme Os Outros. Dirigido e roteirizado por Alejandro Amenábar, o longa conta a história de Grace, interpretada por Nicole Kidman, que decide se mudar para uma mansão isolada com seus dois filhos que têm uma rara doença que os impede de receber luz direta do sol. Esse fato dá ao roteiro um toque bem peculiar, já que as janelas e portas sempre estão fechadas, fazendo com que todos vivam em total escuridão. Como vivem sozinhos, todos seguem regras, nunca abrindo uma porta sem fechar a outra, mas tudo muda quando decidem contratar empregados para a casa e estes acabam por quebrar as regras, trazendo diversas consequências para a trama. 

O filme é ambientado durante a 2ª Guerra Mundial e traz para reflexão temas como: desencarnação, vida após a morte, mediunidade, conflitos familiares, entre outros. Prepare uma pipoca, junte a família e aproveite a nossa dica do mês do Além da Tela!

Fonte: https://www.febnet.org.br

quinta-feira, 14 de outubro de 2021

Educação na família

 

A Educação Espírita, como bem frisou Kardec, se inicia nas famílias espíritas. Exemplos cristãos, reencarnação, compreensão de Deus, amor, fraternidade, possibilidade de intercâmbio entre encarnados e desencarnados, fazem parte dos conhecimentos que os pais devem ministrar aos seus filhos.

Os pais espíritas utilizarão os recursos da prece, do Evangelho no Lar e do passe. Dedicar-se-ão, ainda, ao auxílio às casas espíritas.

Não farão do filho um tirano doméstico, ou um inadaptado para o mundo. Mas o encaminharão para as escolas de evangelização espírita. Não colocarão as crianças em escolas protestantes ou católicas, não por preconceitos tolos, mas para não confundi-las.

É grande o número de pais espíritas que levam seus filhos às aulas de evangelização espírita, aos sábados e domingos, e permitem que eles aprendam religião católica ou protestante, durante a semana. A criança acredita nos pais, mas também nos professores, e se interroga: afinal, quem está com a razão? Como conciliar opiniões tão diversas?

Isso é horrível para a criança.

Uma vez por semana, a família espírita se reunirá para fazer o Evangelho no Lar. Não é um ritual, mas uma disciplina que permitirá a nossa ligação com o mundo espiritual. Após o Evangelho, a família poderá analisar, à luz do Espiritismo, os problemas atuais que preocupam sobretudo os jovens: a guerra, a fome, o desemprego, as injustiças sociais, a falta de amor. A compreensão da reencarnação e da lei de Ação e Reação facultará o entendimento do “porquê” das dificuldades do mundo em que vivemos.

Os pais espíritas explicarão aos seus filhos que não somos robôs.

Que podemos modificar o nosso destino, atenuar as nossas provas e transformar para melhor o mundo à nossa volta. Esforço de evolução não é esperar, inerte, pelo auxílio divino, acreditando que tudo lhe será dado. É modificar-se, através do amor e com energia. Gandhi é o exemplo do indivíduo que entendeu, como ninguém, a necessidade de agir no mundo que o rodeava. É o exemplo de não aceitarmos tudo, e “deixar como está, para ver como fica”.

Antes de Gandhi, um homem louro e doce, deu o exemplo de como lutar contra as injustiças. O Meigo Nazareno soube usar de energia, quando verberou os fariseus chamando-os de “sepulcros caiados por fora e cheios de podridão por dentro”, acrescentando, ainda: “sereis lançados nas trevas exteriores, e aí haverá choro e ranger de dentes”.

Como bem diz Herculano Pires, evoluir não é ficar indiferente, com falsas atitudes de humildade e amor. Isso é ser igual aos fariseus. Evoluir é desenvolver a energia amorosa de Jesus, de Paulo de Tarso, de Gandhi, da Madre Teresa de Calcutá, de Joana d’Arc e de tantos outros que iluminaram o mundo com seus exemplos edificantes.

Como alguns membros da família espírita se acham, ainda, ligados às leis cármicas, à luz do Espiritismo se fortalecerão, e irão corrigir suas imperfeições e colaborar para um mundo melhor.

A função da família espírita é desenvolver, em casa, sob as claridades do Evangelho, todas as boas qualidades, as quais serão, posteriormente, colocadas em prática fora dela.

Uma nova Humanidade surgirá, sem barreiras geográficas.

Uma humanidade que praticará, realmente, as Leis de Deus. Não mais o “meu”, o “teu”. A “minha” família, a “tua” família, mas a compreensão da família espiritual, resumida num só rebanho, com um só pastor, de que nos fala o profeta.

Quando o lindo bebê surge em nossa casa e começa a se desenvolver, o dever de todos os membros da família é auxiliá-lo na sua sociabilidade. Infelizmente, o que vemos é estimular-lhe o egoísmo. Se ele faz malcriações, todos acham graça. Se bate, exige, não empresta os brinquedos, a família se encanta com a sua personalidade forte. Logo se transforma numa criatura exigente, depois em um adolescente difícil, e finalmente em um adulto insuportável. De quem a culpa? Dos pais, dos tios, de todos os que incentivaram as tendências inferiores do reencarnado. A finalidade da educação é, exatamente, desenvolver as tendências boas e eliminar os defeitos trazidos de outras encarnações.

O mundo cruel de hoje é o produto do egoísmo que ainda existe nos corações. E se esse egoísmo vem de séculos, é comum encontrar estímulos na educação pragmática deste século.

A Educação Espírita, trazendo nova visão do mundo, auxiliará a formação da família espiritual.

A família espírita participará do Evangelho no Lar como fonte que é, da harmonização de seus membros. Não é um ritual, mas um momento de sintonia com o plano espiritual superior. É quando os corações, unidos, agradecerão a Deus todo o auxílio que lhes tem dispensado.

 

Heloísa Pires – Livro: Educação Espírita

quarta-feira, 13 de outubro de 2021

A retribuição

 " Pedro disse-lhe: — E nós que deixamos tudo e te seguimos, que receberemos?"

(Mateus, 19:27)


A pergunta do apóstolo exprime a atitude de muitos corações nos templos religiosos.

Consagra-se o homem a determinado círculo de fé e clama, de imediato:

— "Que receberei?"

A resposta, porém, se derrama silenciosa, através da própria vida.

Que recebe o grão maduro, após a colheita?

O triturador que o ajuda a purificar-se.

Que prêmio se reserva à farinha alva e nobre?

O fermento que a transforma para a utilidade geral.

Que privilégio caracteriza o pão, depois do forno?

A graça de servir.

Não se formam cristãos para adornos vivos do mundo e sim para a ação regeneradora e santificante da existência.

Outrora, os servidores da realeza humana recebiam o espólio dos vencidos e, com eles, se rodeavam de gratificações de natureza física, com as quais abreviavam a própria morte.

Em Cristo, contudo, o quadro é diverso.

Vencemos, em’ companhia dele, para nos fazermos irmãos de quantos nos partilham a experiência, guardando a obrigação de ampará-los e ser-lhes úteis.

Simão Pedro, que desejou saber qual lhe seria a recompensa pela adesão à Boa Nova, viu, de perto, a necessidade da renúncia. Quanto mais se lhe acendrou a fé, maiores testemunhos de amor à Humanidade lhe foram requeridos. Quanto mais conhecimento adquiriu, a mais ampla caridade foi constrangido, até o sacrifício extremo.

Se deixaste, pois, por devoção a Jesus, os laços que te prendiam às zonas inferiores da vida, recorda que, por felicidade tua, recebeste do Céu a honra de ajudar, a prerrogativa de entender e a glória de servir.

 

Emmanuel/ Chico Xavier – Fonte Viva – FEB – cap. 022